29 março 2012

Livre-Pensar É Só Pensar

O carioca Millôr Fernandes morreu na noite de terça-feira (27), aos 88 anos, em sua casa no Rio. De acordo com a família, ele sofreu falência múltipla dos órgãos e parada cardíaca.

Desenhista, jornalista, dramaturgo e escritor,era também um grande frasista, autor de hai-kais,apresentador de TV e afirmava ter inventado o frescobol.


















Cresci lendo Millôr no jornal O Pasquim,na revistas Cruzeiro e Veja, e em todos os outros meios de comunicação. Autor de grandes sacadas como "Livre-Pensar é só pensar" e "Poemeu", entre muitas outras, era um gênio raro, perfeitamente descrito nessa charge. Era mesmo "Enfim,um escritor sem estilo".



















A Academia Brasileira de Letras se compõe de 39 membros e um morto rotativo.

A alma enruga antes da pele.

A burocracia ficou rica no dia em que inventou ao mesmo tempo a certidão e a servidão.

A cultura serve para você dimensionar a ignorância alheia.

A curiosidade mórbida é a mãe do vidro fumê.

A diferença entre existir e viver é de dez salários-mínimos.

A economia compreende todas as atividades do país, mas nenhuma atividade do país compreende a economia.

A esperança é a última que mata.

A esperança tem que ter a audácia do desespero.

A gente só morre uma vez. Mas é para sempre.

A gente tem que experimentar de tudo. Desde que seja de graça e não doa muito.

A girafa, calada/lá de cima vê tudo/e não diz nada.

A gravidade é a negação da vida. Desde a invenção dos tempos.

A humanidade é ridícula. Um Gianecchini é coisa rara. O resto é tudo caricatura.

A infância não, a infância dura pouco. A juventude não, a juventude é passageira. A velhice sim. Quando um cara fica velho é pro resto da vida. E cada dia fica mais velho.

A Itália é um país com muitos vulcões distintos.

A Justiça é cega, sua balança desregulada e sua espada sem fio.

A justiça começa em casa. A injustiça não sai de lá.

A liberdade é um cachorro vira-lata.

A maior vantagem da comida macrobiótica é que, por mais que você coma, por mais que encha o estômago, está sempre perfeitamente subalimentado.

A malandragem é a arte de disfarçar a ociosidade.

A maré baixa é quando todos os peixes resolvem beber água de uma vez só.

A natureza,ao fazer um ser humano competente,por acaso consulta alguma universidade?

A ocasião em que a inteligência do homem mais cresce, sua bondade alcança limites insuspeitados, e seu caráter, uma pureza inimaginável, é nas primeiras 24 horas depois da sua morte.

A ostra pode ser pai num ano e mãe no outro. Andrógino é isso aí. O resto é bicha mesmo.

A posteridade é uma coisa que só interessa para quem já está morto há muito tempo.

A probidade não tem cúmplices.

A puta não putes.

A saudade diminuiu ou fomos nós que envelhecemos?

A terra continua azul (vista lá de cima).

A triste certeza/De que hoje estou de posse/É que a minha calvície/ Nem ao menos é precoce.

A única coisa capaz de acabar com as secas do nordeste é um bom sistema de irritação.

A única diferença entre a loucura e a saúde mental é que a primeira é muito mais comum.

A única vantagem de você ser bem velho é que ninguém vem te chatear com seguros de vida.

A verdade é que a maior parte das pessoas foge de tentações que nem se dão ao trabalho de tentá-las.

A verdade é que, nesse mundo cheio de feministas agressivas e gays reivindicantes, eu sou um mero homem.

A verdadeira amizade é aquela que nos permite falar,ao amigo,de todos os seus defeitos e de todas as nossas qualidades.

A vida começa quando a gente compreende que ela não dura muito.

A voz do povo é a voz de Deus. Mas Deus, sempre que fala, manda o povo calar a boca.

As guerras acabam. Mas as ruas nunca ficam prontas. Tinha um ar soberbo. Totalmente poluído.

As nuvens, meu irmão/são leviandades da criação.

As pessoas que falam muito acabam sempre contando coisas que ainda não aconteceram.

As pessoas que falam muito, mentem sempre,porque acabam esgotando seu estoque de verdades.

Aos 13 anos, com um par de seios e duas nádegas novinhas em folha, ela percebeu que seu corpo não cabia mais na moral dos pais.

Aos 30 anos, ineludivelmente, o homem adquire a cara do seu caráter.

Às vezes você está discutindo com um imbecil... e ele também.

Absinto era um porto onde se embriagavam os marinheiros gregos.

Aceita esse cargo, sim. Nada tendes a perder senão a vossa covardia. Nunca ninguém perdeu dinheiro investindo na desonestidade.

Achamos que os padres também devem casar. Não há nenhum motivo para que conservem o privilégio do celibato.

Acreditar que não acreditamos em nada é crer na crença do descrer.

Ah, se a gente pudesse empenhar as bodas de prata!

Ainda está pra nascer o erudito que se contenha em saber só o que sabe.

Além de corrupto sou cleptomaníaco.

Além de ir pro inferno só tenho medo de uma coisa: juros.

Alexandre jamais usou a pólvora em suas batalhas porque sabia inútil um invento que só seria descoberto séculos depois.

Algumas mulheres se acham tão lindas que, quando se olham no espelho, não se reconhecem.

Algumas pessoas matam. As outras pessoas se satisfazem lendo a notícia dos assassinatos.

Allegro ma non troppo é como os italianos chamam os bêbados que ainda não estão completamente embriagados.

Ambíguo, eu? Pode ser, pode não ser.

Amor ao próximo é folgado, o difícil é se dar com o homem ao lado.

Anarquia é uma proposta social em que você dá ao palhaço a administração do circo. (E às vezes ele é muito bem-sucedido).

Anatomia é o corpo feminino quando está sem roupa.

Anatomia é uma coisa que os homens também têm, mas que, nas mulheres, fica muito melhor.

Aniversário é uma festa/Pra te lembrar/Do que resta.

Antes de entregar sua declaração de Imposto de Renda verifique bem se você omitiu tudo.

Antigamente o louro servia para coroar os heróis. Hoje serve apenas pra dar gosto no feijão.

Antigamente os animais falavam. Hoje escrevem.

Apesar da escola, sou, basicamente, um autodidata. Tudo que não sei sempre ignorei sozinho.

Aprenda de uma vez: Se você acordou de manhã é evidente que não morreu durante a noite. A felicidade começa com a constatação do óbvio.

Apresentava "Minha cara-metade" como quem reclama do preço.

Arte é intriga.

As mulheres são mais irritáveis porque os homens são mais irritantes.

Até os 12 anos morei em casas, espécie de apartamentos primitivos.

Aumentou um pouco o número de alfabetizados no país. E aumentou muito mais o número de ignorantes cultos.

Bafômetro no guarda!

Baiano só tem pânico no dia seguinte.

Banqueiro que tem escrúpulos em ganhar dinheiro de qualquer maneira é um traidor da classe.

Basta um avião sacudir um pouquinho mais, e logo todos os passageiros ficam parecidos com a foto do passaporte.

Beber é mal. Mas é muito bom.

Bem, e depois de tudo isso que fazem em público, ainda vão pra cama?

Bhundismo da semana: Menina, a caridade é mais importante do que a castidade. Dê para um desempregado.

Bons tempos aqueles em que o faroeste era nos Estados Unidos!

Brasil, a prova de que geografia não é destino.

Brasília não tem vaca sagrada. Mas tá assim de burro.

Cada ideologia tem a inquisição que merece.

Cada um tem o Cirque du Soleil que merece.

Cada vez há mais fortunas feitas entre o pôr-do-sol e o nascer-do-sol do que entre o nascer-do-sol e o pôr-do-sol.

Calúnia na internet a gente tem que espalhar logo, porque sempre é mentira.

Canalhas melhoram com o passar do tempo (ficam mais canalhas.)

Capacidade de saber cada vez mais sobre cada vez menos, até saber tudo sobre nada.

Celebridade é um idiota qualquer que apareceu no Faustão.

Certas coisas só são amargas se a gente as engole.

Certas pessoas que tomam certos remédios são tão ingênuas que merecem ficar boas.

Chama-se de criança precoce aquela que nasce antes dos pais casarem.

Chama-se de herói o cara que não teve tempo de fugir.

Chato é o sujeito que não pode ver um saco vazio.

Chato: Indivíduo que tem mais interesse em nós do que nós temos nele.

Chega de prisões de segurança máxima! Queremos é ruas de segurança mínima.

Claro, sabemos muito bem que VOCÊ, aí de cima, não tem mais como evitar o nascimento e a morte. Mas não pode, pelo menos, melhorar um pouco o intervalo?

Chopin doente casou com George Sand que o tratava dia e noite até ele ficar bom. Mas aí já era tarde.

Coisa rara:/teu espelho/tem minha cara.

Colombo descobriu a América mas nunca esteve nos Estados Unidos.

Com a internet, cada um tem o seu blog, e quando há um volume muito grande de gente praticando, tudo se abastarda. Quando se deliberou que não haveria mais métrica e rima na poesia, toda senhora de 50 anos começou a fazer poesia.

Com muita sabedoria, estudando muito,pensando muito,procurando compreender tudo e todos,um homem consegue,depois de mais ou menos 40 anos de vida,aprender a ficar calado.

Com pó e mistério/a mulher ao espelho/retoca o adultério.

Como diz o cara absolutamente íntegro apanhado roubando: "bem, eu também sou humano."

Como posso ser compreendido por milhões de medíocres que continuam a acreditar em caderneta de poupança?

Como são admiráveis as pessoas que não conhecemos muito bem.

Confesso: sou pior sozinho do que mal acompanhado.

Conselho amigo: "Mulher não deve entrar na jaula do macaco usando macacão".

Criança é esse ser infeliz que os pais põem para dormir quando ainda está cheio de animação e arrancam da cama quando ainda está estremunhado de sono.

Cristóvão Colombo era casado com a Rainha Isabel e teve três filhos: Santa Maria, Pinta e Nina.

Crítico: impotente que faz tudo para brochar os outros. Quando não consegue isso, pelo menos evita que tenham orgasmo.

Cuidado com as imitações: sexo, só existem dois.

De madrugada certas avenidas muito compridas desembocam no Além.

De madrugada, o melhor amigo do homem é o cachorro-quente.

Depois de morrer meus descendentes poderão dizer com orgulho: "Ele não fez nada que merecesse a Ordem do Mérito!"

De todas as taras sexuais, não existe nenhuma mais estranha do que a abstinência.

De todos os instrumentos a bússola é o que tem mais magnetismo.

Democracia é quando eu mando em você,e Ditadura é quando você manda em mim.

Depois da porta arrombada é que se torce o pepino.

Depois de bem ajustado o preço, a gente deve sempre trabalhar por amor à arte.

Depois que a tecnologia inventou telefone, telégrafo, televisão, todos os meios de comunicação a longa distância, é que se descobriu que o problema da comunicação é de perto.

Desconfio sempre de todo idealista que lucra com seu ideal.

Desculpe a meninada, mas fomos nós, da nossa geração, que conquistamos a permissividade. Claro, vocês não têm a menor idéia de como isso era antes. O que se fez, depois de nós, foi apenas atingir a promiscuidade, o ninguém é de ninguém, o não privilegiamento de nenhuma pessoa como ser humano especial (amor). Mas, quando qualquer um vai pra cama com qualquer um, sem nenhum interesse anterior ou posterior (no sentido cronológico!), uma coisa é certa reconquistamos apenas a animalidade. Cachorro faz igualzinho. E não procura psicanalista.

Deus expulsou Eva do Paraíso porque ela botou a maçã na cabeça do filho de Guilherme Tell.

Diplomata é um indivíduo cuja cor predileta é o arco-íris.

Disse o homem honesto: "Fiquei profundamente indignado com a tentativa de suborno. Pensava que valia muito mais”.

Dito e feito; tudo foi dito e nada foi feito.

Divagar e sempre.

Diz que o grande erro de Noé foi que ele botou na Arca apenas dois animais de cada espécie, mas quando chegou a vez dos burros deixou entrar todos.

Dizem que o trocadilho é a mais baixa forma de humor, mas se você tirar o0 trocadilho de Sheakspeare, ele desaparece. O Agrippino Grieco escreveu:“Menotti Del Pichia, fecha a braguilha do teu nome!”. Isso é ótimo! Não dá para dizer de outra forma.

Dizem que quando o Criador criou o homem, os animais todos em volta não caíram na gargalhada apenas por uma questão de respeito.

Dizendo que no ano 2000 todo mundo ia ter 15 minutos de fama, Andy Warhol conseguiu fama permanente.

E abençoada seja a lavoura num país todo feito de especulação imobiliária.

E chegamos ao momento em que ninguém mais acredita em glória com menos de 30 milhões de audiência.

E como diria o careca, peruca é uma coisa que nunca me passou pela cabeça.

E,como dizia o covarde romano: "Veni, Vidi, Pipi."

E convém não esquecer que bitributação é quando arrancam seis vezes o dinheiro do cidadão. Pois o normal já é tributação.

E no oitavo dia Deus fez o Milagre Brasileiro: um país todo de jogadores e técnicos de futebol.

E pra mim nada; vocês acham que eu sou incorruptível?

É melhor ser pessimista do que otimista. O pessimista fica feliz quando acerta e quando erra.

É meu conforto:/da vida só me tiram/morto.

É muito fácil viver com pouco desde que a pessoa não gaste muito para ocultar que tem pouco.

É porque ninguém gosta de trabalhar que o mundo progride.

É preciso ter coragem. É preciso dar pseudônimo aos bois.

Em ciência leia sempre os livros mais novos. Em literatura, os mais velhos.

Em geral, quando a gente encontra um espírito aberto, entra e verifica que está é vazio.

Entre o riso e a lágrima há apenas o nariz.

Entre um crente e um bêbado, ambos xiitas de suas preferências, com qual você fica?

Eqüidistância é você estar perto de todos os lugares ao mesmo tempo.

Erotismo: coisa que os diretores de tevê pensam que põem nas cenas eróticas.

Erudito é um sujeito que tem mais cultura do que cabe nele.

Errar é humano. Botar a culpa nos outros também.

Errar é humano. Ser apanhado em flagrante é burrice.

Esnobar é exigir café fervendo e deixar esfriar.

Especialista é o que só não ignora uma coisa.

Este mundo só é chato em duas ocasiões: na guerra e na paz.

Estou definitivamente convencido de que o caráter é apenas um sub produto do bom funcionamento intestinal. Portanto não deixe de usar nossa latrina de ouro.

Estou escrevendo minha biografia. Mas ainda não decidi o final.

Estranho é que o cérebro, feito essencialmente pra produzir idéias, exulte quando tem uma.

Estrela cadente/ponto de exclamação/quente.

Eu não bêbado estou quanto tão você.

Eu não quero viver num mundo em que não possa fazer uma piada de mau gosto.

Eu não subi até aqui pra ser incorruptível.

Eu preferia estar dirigindo sóbrio.

Eu sei sempre do que é que estou falando. Tirando isso não sei mais nada.

Eu sempre sei do que estou falando. Tirando isso não sei mais nada.

Eu só não sou o homem mais brilhante do mundo porque ninguém me pergunta as respostas que eu sei.

Eu sofro de mimfobia, eu tenho medo de mim mesmo e me enfrento todo dia.

Eu sou do tempo em que o homem é quem tinha ereção.

Eu também não sou um homem livre. Mas muito poucos estiveram tão perto.

Família é uma pequena sociedade composta por um homem que não ganha o suficiente, de uma mulher que não cuida da casa como devia cuidar e de alguns filhos que estão cada vez mais impossíveis.

Feliz é o que você vai perceber que era, algum tempo depois.

Fique tranquilo: sempre se pode provar o contrário.

Fobia é um medo com PhD.

Fofoca a gente tem que espalhar rápido porque pode ser mentira.

Gastronomia é comer olhando pro céu.

Gerontologia é uma ciência que faz o homem ficar cada vez mais velho.

Gostaria, querida, de ser inesperado/Como a madrugada amanhecendo/à noite./E engraçado também/como pato num trem.

Goze./Quem sabe essa/é a última dose?

Há certas mulheres que acabam ficando bonitas de tanto a gente dizer que são.

Há colcha mais dura/que a lousa da sepultura?

Há duas espécies de patifes: os que admitem ser e nós.

Há duas coisas que ninguém perdoa: nossas vitórias e nossos fracassos.

Há homens que devem à esposa tudo o que são, mas em geral, os homens devem à esposa tudo o que devem.

Há 1.347 maneiras de errar o martelo no prego; só uma de acertar.

Há os que sobem por estupidez. E os que caem tropeçando na própria sabedoria.

Habitação popular é uma casa sem portas e em que não se pode colocar janelas por não haver paredes.

Hoje em dia, a universidade é o local onde a ignorância é levada `as últimas consequências.

Humoristas o quê, mermão? Quando tudo é ridículo nada pode ser ridicularizado.

Idade da razão é quando a gente faz as maiores besteiras sem ficar preocupado.

Idem, que economia de palavras!

Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados.

Inércia é uma energia gerada pela preguiça de sair de onde se está.

Infelicidade: Nascer com talento melódico numa época em que o pessoal só se interessa por percussão.

Inquisição era um programa de perguntas da Idade Média.

Internet. Aberta pro mundo, alheia ao que a faz.

Inúmeros artistas contemporâneos não são artistas e, olhando bem, nem são contemporâneos.

Já que não conseguimos aumentar a grita dos descontentes, precisamos pelo menos diminuir o sorriso dos satisfeitos.

Jamais chame um amigo de imbecil. É preferível lhe pedir dinheiro emprestado.

Jamais diga uma mentira que não possa provar.

Jamais perdoe o que uma pessoa te diz quando está fora de si.

Jesus foi crucificado entre o bom e o mau ladrão. Pois é: naquela época havia 50% de bons ladrões.

Joana d'Arc foi queimada viva porque estava à mão.

Lassidão é o efeito do laxativo.

Latitude é o oeste quando a gente está no leste e vice-versa.

Livre como um táxi.

Machão não come mel - come abelha.

Maravilha sem par/a televisão/só falta não falar.

Metade da vida é estragada pelos pais; a outra metade,pelos filhos.

Metafísico é o sujeito que demonstra a existência de uma coisa que não existe.

Monogamia: A capacidade de ser infiel à mesma pessoa durante a vida inteira.

Morrer é uma coisa que se deve deixar sempre pra depois.

Morte súbita é aquela em que a pessoa morre sem o auxílio dos médicos.

Muitos dão a vida por suas crenças. Nunca arrisquei a vida pelo meu ceticismo.

Na Idade Média, os reis morriam constantemente nas batalhas.

Na nota do freguês nunca esquecer de somar também o dia e o ano. Se o freguês reclamar a gente dá outra nota e põe a diferença como desconto para clientes especiais. Os bancos fazem isso o tempo todo.

Na poça da rua/o vira-lata/lambe a lua.

Nada é mais falso do que uma verdade estabelecida.

Nada tem nexo/tudo é apenas/um reflexo.

Não acredito em obra, mas depois de 250 anos escrevendo, com aquele negócio de fazer uma frase hoje e oura amanhã, tenho muita coisa, muito pensamento espalhado por aí.

Não adianta prever males futuros. Batatas apodrecem.

Não desespere, amigo, com isso tudo. A ciência prova: até piolho tem piolho.

Não é que com a idade você aprenda muitas coisas; mas você aprende a ocultar melhor o que ignora.

Não devemos odiar com fins lucrativos. O ódio perde a sua pureza.

Não devemos resistir às tentações: elas podem não voltar.

Não existe o tempo. Existe o passar do tempo.

Não há nada mais equivocado do que ter certeza.

Não há nenhum dinheiro generoso. Todo dinheiro é perverso.

Não há pessoa mais chata do que você mesmo. Fuja da solidão.

Não há problema tão grande que não caiba no dia seguinte.

Não perdi a memória. Só não lembro onde botei.

Não pergunte o que seu país pode fazer por você: pague a Comlurb, o IPTU, o IPVA e os 72 impostos gerais e vê se não chateia.

Não podendo mais ser a rainha dos mares a Inglaterra passou a exportar uísque para ser a rainha dos bares.

Não ter vaidades é a maior de todas.

Nas cidades se mata. Na Amazônia se desmata. Estamos em pleno equilíbrio sustentável.

Natação e Automobilismo: Tenho absoluta incapacidade de admirar um homem apenas porque ele é melhor do que o outro um centésimo de segundo.

Nem só comer e coçar é questão de começar. Viver também.

Nesse ritmo de incompetência as civilizações tropicais vão acabar morrendo de frio.

Ninguém sabe o que você ouve, mas todo mundo ouve muito bem o que você fala.

No aniversário da patroa faz uma surpresa dá pra ela um pau duro.

No início do século passado, artistas criaram a arte não-figurativa. Estamos bem perto de criar a natureza desfigurada.

Nos dias quotidianos é que se passam os anos.

Nos filmes violentos que são exibidos todas as noites na televisão, qualquer criança sabe de antemão quem é o criminoso - o dono da tevê.

Nos últimos e dramáticos acontecimentos, perdi uma magnífica oportunidade de ficar calado.

Nós,os humoristas,temos bastante importância para ser presos e nenhuma importância para ser soltos.

Numa vida média de 50 anos, 80 a 100 dias são empregados pelos homens só no ato de fazer a barba. Ignora-se o que as mulheres fazem com esse tempo.

Nunca conheci ninguém podre de rico. Mas já vi milhares de pessoas podres de podre.

Nunca esqueça/A vida também perde a cabeça.

Nunca faço planos pro futuro. Mas ele faz cada um pra mim...

Nunca soube por que tanta gente teme o futuro./Nunca vi o futuro matar ninguém,/ Nunca vi o futuro roubar ninguém,/Nunca vi nada que tivesse acontecido no futuro./ Terrível é o passado ou, pior, o presente!

O açúcar se extrai do açucareiro.

O acaso é uma besteira de Deus.

O acaso é uma das tantas besteiras de Deus.

O amor, a dois, fica entre o amor impróprio, a três, e o amor próprio, individual.

O amor chega sem ser pressentido e sai fazendo aquele quebra-quebra.

O Baile da Ilha Fiscal foi um famoso baile que o pessoal da alfândega ofereceu ao Juscelino.

O barman é um psicanalista com quimioterapia.

O bom da gente ser pobre, triste, feio, doente e velho é que nada pior nos pode acontecer.

O cadáver é que é o produto final. Nós somos apenas a matéria-prima.

O capitalismo é a exploração do homem pelo homem. O socialismo é o contrário.

O capitalismo não perde por esperar. Em geral ganha 6% ao mês.

O cara que gosta de arranjar encrenca cada vez tem que andar menos.

O cara só é sinceramente ateu quando está muito bem de saúde.

O cético sábio/sorri/só com um lábio.

O coração tem imbecilidades que a estupidez desconhece.

O dedo do destino não deixa impressão digital.

O desespero eu aguento. O que me apavora é essa esperança.

O dinheiro não dá felicidade,mas paga tudo o que ela gasta.

O dinheiro não é só facilmente dobrável como dobra facilmente qualquer um.

O dinheiro não é tudo. Tudo é a falta de dinheiro.

O dinheiro não só fala, como faz muita gente calar a boca.

O dinheiro não traz a felicidade. Manda buscar.

O futebol é o ópio do povo e o narcotráfico da mídia.

O gourmet é um comilão erudito.

O homem é o câncer da natureza. O cadáver é que é o produto final. Nós somos apenas a matéria prima.

O homem é o único animal que ri. E é rindo que ele mostra o animal que é.

O homem é um animal inviável.

O homem é um animal que adora tanto as novidades que se o rádio fosse inventado depois da televisão haveria uma correria a esse maravilhoso aparelho completamente sem imagem.

O homem é um macaco que não deu certo.

O homem põe. E o publicitário cacareja.

O humorista deve sempre escolher para trabalhar nas horas em que se encontra de pior humor, em que lhe aconteceu a pior coisa do dia, da semana , do mês ou do ano.

O humorista é o últmos dos homens,um ser à parte, um tipo que não é chamado para congressos, não é eleito para academias, não está alistado entre os cidadões úteis da República.

O humorista por definição é completamente sem graça, não se confundindo nem de leve com comediantes , palhaços, jograis, políticos situacionistas e outros números equestres

O importante não é o relógio. São as horas.

O imposto de renda aperta cada vez mais o contribuinte. E aconselha: "Relaxa e goza".

O inventor do pôquer foi São Tomé. Pagava pra ver.

O lucro, disse o banqueiro, é minha pátria.

O lugar mais quente da terra é perto do Cuador.

O maior teste da dignidade é um trambolhão.

O mais belo livro religioso é sem dúvida: "Assim falou Kamasutra".

O mal da cultura é que ela amplia gigantescamente a nossa ignorância.

O mal de se tratar um inferior como igual é que ele logo se julga superior.

O melhor do sexo antes do casamento é você não ter que casar.

O melhor movimento feminino ainda é o dos quadris.

O mundo se divide entre os que encontram e os que nem sabem onde puseram.

O Oriente só é Médio pra quem não vive lá.

O otimista não sabe o que o espera.

O ovo frito de hoje anula o galeto de amanhã.

O pão que o diabo amassou. Expressão incompreensível pois em nenhum lugar da Bíblia ou da História se diz que o Diabo era padeiro.

O papiro era um papel muito bom feito com pele de jacaré do Nilo.

O pato, menina/é um animal/com buzina.

O pior casamento é o que dá certo.

O pior não é morrer. É não poder espantar as moscas.

O poder é o camaleão ao contrário: todos tomam a sua cor.

O preço da fidelidade é a eterna vigilância.

O problema de ficar na fossa é que lá só tem chato.

O progresso era maravilhoso quando não progredia tanto.

O psicanalista é o íntimo do âmago.

O que é pior - a chamada mentira piedosa ou a verdade cruel?

O que o dinheiro faz por nós não é nada em comparação com o que a gente faz por ele.

O ruim das amizades eternas são os rompimentos definitivos.

O século XX nos deu o cinema, o telefone, o automóvel, o avião, a penicilina, a asa-delta, o computador, tanta coisa maravilhosa. Mas a maior invenção de todos os tempos é do século XXI, o Google. A cultura prêt-a-porter.

O ser humano ainda não tinha aprendido a amar o próximo e já tinha inventado a televisão que ensina a desprezar o distante.

O ser humano só aprendeu a contar depois que o dinheiro apareceu na face da Terra. O homem aprendeu a contar pra poder contar dinheiro. Lucro ilícito é precaução mínima que você tem que tomar pra não ter prejuízo.

O tempo não existe, só existe o passar do tempo.

O Texas foi descoberto pela Texaco.

O último refúgio do oprimido é a ironia, e nenhum tirano, por mais violento que seja, escapa a ela. O tirano pode evitar uma fotografia, não pode impedir uma caricatura. A mordaça aumenta a mordacidade.

O velho coelho/só se reproduz/no espelho.

Os ateus têm um Deus em que nem eles acreditam.

Os clássicos mudam muito de opinião para agradar os que os interpretam.

Os nossos amigos poderão não saber muitas coisas, mas sabem sempre o que fariam no nosso lugar.

Olha/Entre um pingo e outro/A chuva não molha.

Onde o cavalo de Tróia passava não crescia mais a grama.

Ontem hoje / E amanhã / O homem o cabelo parte / Parte o cabelo com arte / Até que o cabelo parte.

Ontem, ontem tinha agá, hoje não tem. Hoje ontem tinha agá e hoje, como ontem, também tem.

Os chineses inventaram - e tudo que é bobo repete - que uma imagem vale mil palavras. Diz isso sem palavras!

Os cristais da Boêmia eram cristais pertencentes a uma senhora que vivia na Esbôrnia.

Os estudantes dos males do mundo deveriam olhar com mais cuidado os desenhos infantis - há sempre um sol brilhando, mesmo que o dia seja tempestuoso.

Os franceses inventaram o esprit de corps. Os brasileiros inventaram o esprit de porc.

Os pássaros voam porque não têm ideologia.

Os verdadeiros inventores dos escândalos romanos foram os gregos.

Pais e filhos não foram feitos para ser amigos. Foram feitos para ser pais e filhos.

Para bom entendedor meia palavra basta. Entendeu ...ecil?

Para você parecer culto é só ficar de olho no que o outro cara ignora.

Para provar a teoria de Darwin foi necessário achar um macaco muito inteligente.
Permissividade: o que tornou imoral a restrição.

Paralelograma é quando a gente corta a grama do jardim e ela fica bem paralela.

Passado: É o futuro, usado.

Pássaro pousado/no espantalho/aposentado.

Patriotismo é quando você ama o seu país mais do que qualquer outro. Nacionalismo é quando você odeia todos os países, sobretudo o seu.

Paz na terra aos homens de boa vontade. Isto é, paz para muito poucos.

Pegamos o telefone que o menino fez com duas caixas de papelão e pedimos uma ligação com a infância.

Pensar. Eis um verbo reflexivo.

Permissividade: o que tornou imoral a restrição.

Pessoa Física é como se chama o homem comum quando é achacado pela Receita Federal.

Pessoa perdida em pensamentos, em geral é porque não conhece bem esse território.

Pileque foi um matemático grego que descobriu que a terra gira.

Pode ser difícil encontrar agulha em palheiro. Mas não descalço.

Pode ser que haja vida inteligente em qualquer outro planeta. Neste, positivamente, só há a mais absurda estupidez.

Pontual é alguém que resolveu esperar muito.

Por mais imbecil que você seja, sempre haverá um imbecil maior para achar que você não o é.

Por mais violento que seja o argumento contrário, por mais bem formulado, eu tenho sempre uma resposta que fecha a boca de qualquer um: «Vocês têm toda a razão».

Pornografia: revista que a lei obriga a ser vendida em envelope de celofane porque senão encalha tudo.

Pra que o ser humano, que não conseguiu resolver nenhum dos seus problemas de relacionamento aqui na terra, anda procurando seres vivos no Universo?

Pra quem gosta de puxar, qualquer saco serve. Acaba sempre puxando o saco certo. O dinheiro.

Preservar a Amazônia é mole. É só, antes, reflorestar a cabeça dos madereiros.

Probleminhas terrenos/quem vive mais/morre menos?

Prosódia é o orgulho de conhecer bem a própria língua.

Qualquer idiota consegue ser jovem. É preciso muito talento pra envelhecer.

Quando a gente está cansado, dá uma bruta vontade de dizer que sim.

Quando acordo de manhã tenho a certeza de que não morri de noite. E fico feliz com isso.

Quando, afinal, nos acostumamos com uma moda é porque ela já está completamente em decadência.

Quando começou a comprar almas, o diabo inventou a sociedade de consumo.

Quando disserem que o crime não compensa, você tem de lembrar que isso é porque, quando compensa, não é crime.

Quando duas pessoas estão casadas há vários anos, não se vêem há muito tempo.

Quando o paciente emocionado, diante do médico que lhe salvou a vida, declarou que "não tinha como lhe pagar", o médico sábio esclareceu: "Meu filho, desde que os fenícios criaram o sistema fiduciário essa questão está plenamente resolvida".

Quando se fala sobre bancos e assaltos, pergunte logo: de fora pra dentro ou de dentro pra fora?

Quando fizerem minha autópsia encontrarão o Rio no meu coração.

Quando muita gente insiste muito tempo em que você está errado, você deve estar certo.

Quando o homem sabe que certa mulher já cedeu a alguém, ele não resiste em verificar se a história se repete.

Quando o primeiro espertalhão encontrou o primeiro imbecil, nasceu o primeiro deus.

Quando os eruditos descobriram a língua, ela já estava completamente pronta pelo povo. Os eruditos tiveram apenas que proibir o povo de falar errado.

Quando você dá um espirro se sente um homem realizado.

Quando todo mundo quer saber é porque ninguém tem nada com isso.

Quando um chato diz: "Eu vou embora", que presença de espírito.

Quando um francês faz um grande esforço ele chama a isso de tour de France.

Quando um técnico vai tratar com imbecis, deve levar um imbecil como técnico.

Quando você dá um espirro se sente um homem realizado.

Quanto é muito? Quanto é demais? Eu, por exemplo, que moro no Rio à beira-mar, tenho carro (2003, é verdade) e como nos melhores restaurantes, me considero um homem pobre.

Quem confunde liberdade de pensamento com liberdade é porque nunca pensou em nada.

Quem escreveu o Dom Quixote? Sancho Pança.

Quem mata o tempo não é assassino mas sim um suicida.

Quem sai aos seus não endireita mais.

Quem se mata de trabalhar merece mesmo morrer.

Relógio - aparelho movido a infinito.

Repito, mais uma vez: supremo eu só conheço o de frango.

Responda depressa: Existe alguém tão miserável que um dia não tenha explorado alguém mais miserável?

Roube ainda hoje! Amanhã pode ser ilegal.

Rubinho Barrichello, o grande automobilista, é um exemplo de ética; nunca passou ninguém pra trás.

Safari é uma palavra africana usada quando os caçadores são atacados pelas feras. Equivale a "Salve-se quem puder!"

Sauna: prova de que sexo nem sempre é coisa suja.

Se a morte é fatal, por que será que todo mundo deixa o enterro pra última hora?

Se, de vez em quando, o leite azeda por aí, não tenho nada com isso; a vaca não é minha. Escolham melhor na próxima vez.

Se durar muito tempo, a popularidade acaba tornando a pessoa impopular.

Se eu não soubesse o valor do dinheiro não vivia botando ele fora.

Se não fosse o Dr. Salk a paralisia infantil iria longe.

Se os seus princípios são rígidos e inabaláveis, você, pessoalmente, já não precisa ser tanto.

Se se ganha dinheiro, o Cinema é uma indústria. Se se perde, é uma Arte.

Se todos os homens recebessem exatamente o que merecem,ia sobrar muito dinheiro no mundo.

Se você acha que está maluco é porque não está. Mas, se você acha que todo o mundo está maluco, então está.

Se você agir sempre com dignidade, pode não melhorar o mundo, mas uma coisa é certa: haverá na Terra um canalha a menos

Sem essa, ô meu! Eu não cheguei até aqui na escala animal pra ser incorruptível.

Sempre me achei um homem totalmente livre; mas ontem um guarda me convenceu do contrário.

Sempre me benzo - e se em vez de Millôr Fernandes eu me chamasse Bulbo Raquidiano?

Sensualidade: aquilo que antigamente existia no ato sexual.

Ser diplomata é discordar sem ser discordante.

Ser gênio não é difícil. Difícil é encontrar quem reconheça isso.

Ser pobre é um pecado venial. Se conformar com isso é um pecado mortal.

Sexo "CAUSA" gente.

Sim, do mundo nada se leva. Mas é formidável ter uma porção de coisas a que dizer adeus.

Sim, irmão, o dinheiro não é tudo. Mas o que é que é tudo?

Só depois que a tecnologia inventou o telefone, o telégrafo, a televisão, a internet, foi que se descobriu que o problema de comunicação mais sério era o de perto.

Só há uma coisa que a vida ensina: a vida nada ensina.

Só louco rasga dinheiro? Bobagem. Nem louco rasga dinheiro. Experimente jogar uma nota de cinqüenta reais (ou mesmo de um!) num pátio de insanos. A briga vai ser feia.

Sou carioca de algema.

Tá bem, nós todos / Vivemos a perigo. / Mas meus males são os piores. / Acontecem comigo.

Tão americanófilo que nunca dizia outrossim. Só dizia outroyes.

Televisão — um veículo eletrônico com tração animal.

Tem cautela/ ajuda o sol/com uma vela

Tem esses caras que deixam recomendações detalhadas de como deve ser o seu enterro. Eu não: quero que meus amigos me façam uma surpresa.

Tem o cérebro de um verdadeiro computador: comete erros inacreditáveis!

Tempo é dinheiro. Contratempo é nota promissória.

Ter dinheiro não é da função do humorista. Um humorista alimentado não corresponde ao ideal do humorismo.

Teu filho é brilhante? Não tem a quem sair.

Toda alegria é assim: já vem embrulhada numa tristezinha de papel fino.

Toda lei é boa desde que seja usada legalmente.

Toda regra tem exceção. E se toda regra tem exceção, então, esta regra também tem exceção e deve haver, perdida por aí, uma regra absolutamente sem exceção.

Toda uma biblioteca de Direito apenas para melhorar quase nada os dez mandamentos.

Todas as águas são cor de afogamento.

Todas as generalizações estão erradas menos esta.

Todo dia leio cuidadosamente os avisos fúnebres dos jornais; às vezes a gente tem surpresas agradabilíssimas.

Todo homem nasce original e morre plágio.

Todo mundo viaja. Poucos chegam lá.

Todo o casamento sem amor resulta em amor sem casamento.

Tolerância zero é intolerância cem.

Tome nota, amigo: as aparências não enganam.

Trabalho não mata. Mas vagabundagem nem cansa.

Tristezas não pagam dívidas. Nem bravatas, por falar nisso.

Tua mulher está sempre fora de si? Não deixa ela voltar.

Tudo na vida tem uma utilidade - se não fosse o mau cheiro quem inventaria o perfume?

Tudo que voa pousa. O contrário não resiste a uma análise.

Um banqueiro pode escrever falsa literatura. Mas vá um escritor falsificar um cheque.

Um encarregado de cobrar impostos é um impostor?

Um homem começa a ficar velho quando já prefere andar só do que mal-acompanhado.

Um homem é adulto no dia em que começa a gastar mais do que ganha.

Um homem é realmente velho quando só pensa nisso.

Um homem está definitivamente velho quando aponta para o próprio sexo e diz: "Isto é um símbolo fálico”.

Um homem que come carne por instinto é tão vegetariano quanto um homem que come vegetais por princípio. Afinal de contas a carne é transubstanciação do capim que o animal comeu.

Um homem só é completo quando tem família; mulher e filhos. Desculpe: completo ou acabado?

Um humorista, por força de sua própria natureza de observador incontrolável, e crítico "malgré lui même", deve estar sempre em conflito com a esposa, sogra, amigos e,se os tem, filhos. Só assim lhe é possível um ambiente para a prática perfeita do humorismo.

Um inquisidor era quem examinava os alunos nos colégios medievais.

Um pessimista é o único que está preparado para ser otimista quando seu pessimismo der certo.

Um Quociente apaixonou-se/Um dia/Doidamente/Por uma Incógnita.

Um rato não pode ser juiz na partilha de um queijo.

Um tombo, um deslize moral, um salto no espaço, eis aí todo o significado de um mundo sem fronteiras.

Um tombo, um deslize físico, um salto no espaço, uma aceitação total de tudo e, pronto, você é um cidadão do mundo sem fronteiras.

Uma de baiano: "Podes crer, meu rei. A impotência pra mim já è uma orgia".

Uma ilha é um pouco do fundo do mar que veio à tona. Tem muito mais ilha lá no fundo.

Uma linda mulher de quarenta anos: cara e coroa.

Uma mulher nunca é tão bela quanto já foi.

Uma roubalheira sem precedentes é apenas mais uma roubalheira antes de uma roubalheira maior também sem precedentes.

Viver é desenhar sem borracha.

Você e eu, todos nós, estamos atrapalhados com essas trapalhadas todas. Que nome damos a isso?

Você está começando a ficar velho quando, depois de passar uma noite fora, tem que passar dois dias dentro.

Você pode desconfiar de uma admiração, mas não de um ódio. O ódio é sempre sincero.

Você pode evitar descendentes. Mas não há nenhuma pílula para evitar certos antepassados.

Vocês não sabem como é divertido o absoluto ceticismo. Pode-se brincar com a hipocrisia alheia como quem brinca com a roleta russa com a certeza de que a arma está descarregada.

Voto de pobreza, obviamente só pode ser feito por rico.

Xadrez: Jogo chinês que aumenta a capacidade de jogar xadrez.




















LIVROS DE PROSA

1946 - "Eva sem Costela - Um Livro em Defesa do Homem" (sob o pseudônimo de Adão Júnior) Editora O Cruzeiro.

1949 - "Tempo e Contratempo" (sob o pseudônimo de Emmanuel Vão Gogô) -Editora O Cruzeiro.

1963 - "Lições de um Ignorante" - J. Álvaro Editor

1964 - "Fábulas Fabulosas" - J. Álvaro Editor

1972 - "Esta é a Verdadeira História do Paraíso" Livraria Francisco Alves

1972 - "Trinta Anos de Mim Mesmo" - Nórdica

1973 - "Livro Vermelho dos Pensamentos de Millôr" - Nórdica

1973 - "Fábulas Fabulosas" (edição revista e ilustrada) - Nórdica

1975 - "Compozissõis Imfãtis" - Nórdica

1975 - "Livro Branco do Humor" - Nórdica

1976 - "Devora-me ou Te Decifro" - L&PM

1977 - "Millôr no Pasquim" - Nórdica

1977 - "Reflexões sem Dor" - Edibolso

1978 - "Novas Fábulas Fabulosas" - Nórdica

1978 - "Que País É Este?" - Nórdica

1981 - "Todo Homem É Minha Caça" - Nórdica

1985 - "Diário da Nova República" - L&PM

1987 - "Eros uma Vez" (ilustrações) - Nórdica

1988 - "Diário da Nova República, v. 2" - L&PM

1988 - "Diário da Nova República, v. 3" - L&PM

1988 - "The Cow Went To The Swamp (ou A Vaca Foi Pro Brejo)" - Record

1992 - "Humor nos Tempos do Collor" (com Luís Fernando Veríssimo e Jô Soares) - L&PM

1994 - "Millôr Definitivo - A Bíblia do Caos" - L&PM

1998 - "Tempo e Contratempo - Millôr revisita Vão Gogô" - 1Beca

2000 - "Livro Vermelho dos Pensamentos de Millôr" (edição revista e ampliada) - Senac

2002 - "Crítica da Razão Impura ou O Primado da Ignorância - Sobre 'Brejal dos Guajas', de José Sarney, e 'Dependência e Desenvolvimento na América Latina', de Fernando Henrique Cardoso" - L&PM

2003 - "100 Fábulas Fabulosas" - Record

2004 - "Apresentações" - Record

2007 - "Novas Fábulas Fabulosas" (ilustrações de Angeli) - Desiderata

2007 - "Contos Fabulosos" (ilustrações de Angeli) - Desiderata


LIVROS DE POESIA


1967 - "Papaverum Millôr" - Nórdica

1968 - "Hai-Kais" - Senzala

1974 - "Papaverum Millôr" (edição revista e ampliada) - Nórdica

1984 - "Poemas" - L&PM


LIVRO DE ARTES VISUAIS

1981 - "Desenhos" (Prefácio de Pietro Maria Bardi e apresentação de Antônio Houaiss) - Raízes Artes Gráficas



TEXTOS PARA TEATRO


1950 - "Do Tamanho de um Defunto"

1951 - "Uma Mulher em Três Atos"

1952 - "Pif-Paf - Edição Extra" (show)

1955 - "Pigmaleoa" - Brasiliense, 1965

1958 - "Bonito Como um Deus"

1960 - "Um Elefante no Caos" - Editora do Autor, 1962

1960 - "Pif-Tac-Zig-Pong"

1963 - "Flávia, Cabeça, Tronco e Membros"

1965 - "Liberdade, Liberdade" (com Flávio Rangel)

1965 - "O Homem do Princípio ao Fim - L&PM, 1982

1965 - "Esse Mundo É Meu" (show)

1967 - "A Viúva Imortal"

1968 - "Momento 68" (show)

1968 - "Do Fundo do Azul do Mundo" (show)

1969 - "Mulher, Esse Super-Homem" (show)

1970 - "Computa, Computador, Computa" - Nórdica, 1972

1976 - "É..." - L&PM, 1977

1977 - "A História é uma Istória" - L&PM, 1978

1978 - "Duas Tábuas e uma Paixão" (texto inédito) - L&PM, 1982

1979 - "Bons Tempos, Hein?"

1980 - "Os Órfãos de Jânio" - L&PM, 1980

1982 - "Vidigal: Memórias de um Sargento de Milícias" (show)

1983 - "O MPB4 e o Dr. Çobral Vão em Busca do Mal" (show)

1984 - "De Repente" (texto para musical de Arthur Moreira Lima)

1995 - "Kaos" (texto inédito)

2000 - "Brasil! Outros 500 - Uma PopÓpera"



TRADUÇÕES PARA O TEATRO


1958 - Irwin Shaw - "A Fábula de Brooklin - Gente Como Nós"

1960 - John Singe - "O Prodígio do Mundo Ocidental"

1961 - William Shakespeare - "A Megera Domada"

1963 - Bernard Shaw - "Pigmaleão"

1963 - Jean Kerr - "Mary, Mari"

1963 - Molière - "As Preciosas Ridículas"

1965 - Henri Bec - "A Mulher de Todos Nós"

1965 - Jules Feiffer - "Pequenos Assassinatos"

1965 - Molière - "Escola de Mulheres"

1967 - Aristófanes - "Lisístrata"

1967 - François Campaux - "Negra Meo Bem"

1967 - Frederic Knott - "Blecaute"

1967 - Frank Marcus - "O Assassinato da Irmã Geórgia"

1967 - Harold Pinter - "A Volta ao Lar"

1967 - Peter Weiss - "Marat-Sade"

1968 - Arnold Wesker - "A Cozinha"

1970 - Mart Crowley - "Os Rapazes da Banda"

1971 - Molière - "As Eruditas"

1972 - Harold Pinter - "Antigamente"

1974 - Sófocles - "Antígona"

1975 - Robert Patrick - "Os Filhos de Kennedy"

1976 - Bertolt Brecht - "Senhor Puntila e seu Criado Matti"

1976 - Carlo Coldoni - "Vivaldino, Servidor de Dois Amos"

1977 - Carl Sternheim - "A Calça Cada Qual no Seu Lugar"

1978 - Edward Albee - "Quem Tem Medo de Virgínia Wolf ?"

1979 - Neil Simon - "Os Palhaços de Ouro"

1979 - Rainer W. Fassbinder - "Afinal, uma Mulher de Negócios"

1980 - Brian Clark - "De Quem é a Vida, Afinal?"

1980 - Somerset Maugham - "A Carta'

1980 - Keneth Tynan, Samuel Becket, Julian Barry, Jules Feiffer - "Ó Calcutá!"

1980 - Tennessee Willians - "Gato em Telhado de Zinco Quente"

1980 - William Shakespeare - "Rei Liar"

1981 - Josiane Balasko - "Bunny's Bar"

1981 - Mário Vargas Llosa - "A Senhorita de Tacna"

1981 - Rainer W. Fassbinder - "As Lágrimas Amargas de Petra Von Kant"

1981 - William Shakespeare - "As Alegres Matronas de Windsor"

1982 - Franz Lear - "A Viúva Alegre"

1982 - Henrik Ibsen - "Heda Gabler"

1982 - Michael Bennett - "Chorus Line"

1982 - Tadeus Rosewics - "Casamento Branco"

1983 - Anton Tchecov - "O Jardim das Cerejeiras"

1983 - George Feydeau - "A Falecida Senhora sua Mãe"

1983 - George Feydeau - "Madame Vidal"

1983 - José Varona - "Nem Guerra Nem Paz"

1983 - Marsha Norman - "Boa Noite, Mãe"

1983 - Pam Gems - "Piaf"

1984 - Anton Tchecov - "Tio Vânia"

1984 - Botho Strauss - "O Grande e o Pequeno"

1984 - Dario Fó - "Dédalo e Ícaro"

1984 - Dario Fó - "O Sacrifício de Isaac"

1984 - Dario Fó - "A Tigresa"

1984 - Efraim Kishom - "Pô, Romeu!"

1984 - Noel Coward - "Gilda, um Projeto de Vida"

1984 - William Shakespeare - "Hamlet"

1985 - Eduardo de Filippo - "Sábado, Domingo e Segunda"

1985 - Frank Scagua - "Imaculada"

1985 - Jean Racine - "Fedra"

1985 - Luigi Pirandello - "Assim É, Se lhe Parece"

1985 - Michel Tournier - "O Fetichista"

1986 - Lyn Donovan - "Ensina-me a Viver"

1986 - Reinem Müller - "Quarteto"

1987 - Arthur Miller - "O Preço"

1987 - Eduardo de Filippo - "Filomena Marturano"

1987 - Luigi Pirandello - "Vestir os Nus"

1987 - Vitalino Brancatti - "O Belo Antônio"

1988 - Luigi Pirandello - "Encontrar-se"

1989 - Samuel Becket - "Quatro Vezes Becket"

1994 - Molière - "Don Juan, o Convidado de Pedra"

1996 - Armand Meffre - "Anna Magnani"

1996 - Jean Anouilh - "La Colombe" 1999 - Furio Bordon - "Últimas Luas"

1998 - Terence McNally - "Aula Magna (A Vida de Maria Callas)"


TRADUÇÔES PARA O TEATRO PUBLICADAS


1965 - "A Megera Domada", de William Shakespeare - Letras e Artes


1966 - "O Sr. Puntila e seu Criado Matti", de Bertold Brecht - Civilização Brasileira


1968 - "O Prodígio do Mundo Ocidental", de John M. Synge - Brasiliense


1973 - "Escola de Mulheres", de Molière - Nórdica


1975 - "Os Filhos de Kennedy", de R. Patrick - Nórdica


1981 - "Rei Liar", de William Shakespeare, L&PM


1983 - "O Jardim das Cerejeiras", de Anton Tchecov - L&PM


1986 - "Fedra", de Jean Racine, L&PM


1988 - "Hamlet", de William Shakespeare, L&PM




ROTEIROS PARA O CINEMA


"Modelo 19" (1952, mais conhecido como "O Amanhã Será Melhor")

"Amor para Três" (1960)

"Ladrão em Noite de Chuva" (1960)

"Esse Rio que Eu Amo" (1962)

"Crônica da Cidade Amada" (1965)

"O Menino e o Vento" (1967)

"Últimos Diálogos" (1995)

"O Judeu" (1995),em parceria com Geraldo Carneiro e Gilvan Pereira

"Mátria" (1998), com Geraldo Carneiro e Jom Tob Azulay.

"Terra Estrangeira" (1995) (Dirigido por Walter Salles e Daniela Thomas): Millôr participou com diálogos adicionais.




15 março 2012

Mafalda Faz 50 Anos (Série Especial)





















Uma menina argentina de seis anos,que odeia sopa e macarrão; ama o Pica-Pau e os Beatles; uma crítica contumaz da sociedade dos Anos 60 e 70,porém continua atualíssima, principalmente em termos políticos e filosóficos.












































É a Mafalda, personagem criada pelo cartunista Quino em 1962 para um cartoon de propaganda que deveria ser publicado no jornal Clarín, mas como ele quebrou o contrato,a campanha foi cancelada; reapareceu no jornal Primera Plana em forma de tirinha no dia 29 de Setembro de 1964, com um grande senso crítico e humor refinado. Como houve uma briga na justiça, o Primera plana fechou em 09 de Março de 1965,mas no dia 15 o jornal Mundo passou a publicar diariamente a tirinha até falir em 22 de Dezembro de 1967 (e a mãe da Mafalda estava grávida nessa época; Guille nasceu em 21 de Março de 1968).

Por isso, o site de Quino publicou uma nota em que ele afirma que Mafalda acaba de completar 48, e não 50 anos: "O dia de sua primeira publicação foi 29 de setembro de 1964, na revista 'Primera Plana'. Para Quino, este é o dia do nascimento de Mafalda como personagem de tirinhas. Qualquer outro cálculo de aniversário é incorreto", portanto,"Pensar em uma cronologia para um personagem de tirinhas é difícil"; dessa forma, "A Mafalda continua sendo uma menina e sempre será assim, por isso, Quino considera que o aniversário de Mafalda é o dia de sua primeira publicação na imprensa, 29 de setembro de 1964.”.

Em 02 de Junho de 1968, o jornal Siete Días Illustrados passou a publicar as tirinhas; Quino decidiu parar de publicá-las em 25 de Junho de 1973,mas ainda desenhou Mafalda em campanhas de Direitos Humanos, como no caso do poster para a UNICEF que ilustrou a Declaração Universal dos Direitos da Criança, em 1976.

Até hoje me divirto com ela, que desde cedo me ajudou a refletir sobre a política, economia e o mundo em geral. O mesmo aconteceu ao meu querido amigo de infância, Ricardo Leitner,a quem dedico esse post, relembrando nossas longas conversas daquela época sobre a Mafalda, as quais nos rendiam às vezes as repreensões de alguma professora capaz de nos flagrar em aula com as cabeças muuuito longe dos livros; é que estávamos analisando a visão do mundo dessa simpaticíssima personagem, que até virou nome de praça e estátua (feita pelo artista Pablo Irrgang)inaugurada em 2009 na esquina das ruas Defensa e Chile - nesta última, no número 371, 10º andar, apartamento “E”: endereço de Quino durante muitos anos - em San Telmo, um bairro famoso de Buenos Aires, por seu criador. Jornalistas descobriram que o apartamento de Mafalda era o mesmo onde Quino morou durante muito tempo, nos Anos 60, e ele confirmou.



















A casa de Quino também foi contemplada com uma placa referente à sua personagem de maior sucesso.


















Um ano antes, eles e o restante da Turma foram homenageados com um mural no corredor que liga a Estação Catedral (da Linha "D"),no Bairro San Telmo, às Estações Perú (da linha "A") e Bolívar (da Linha "E"), perto da Plaza de Mayo.
















































































Quando o jornal “El Mundo” fechou, nossa heroína (na verdade, o Secretário de Redação de Siete Días, Sergio Morero) escreveu uma carta, que no futuro, após algumas mudanças no texto,virou a introdução do livro “O Mundo de Mafalda”.


"Señor director de Siete Días:

Un amigo mío, el dibujante Quino (se llama así pero cuando firma cheques pone Joaquín Lavado), me dijo que tenías mucho interés en contratarnos a mí y a mis amiguitos, Susanita, Felipito, Manolito y Miguelito, para juntos trabajemos todas las semanas en tu revista.

Aceptamos con mucho gusto, pero antes debo decirte que en casa aumentó la familia, por que el 21 de marzo nació mi hermanito, lo que alegró bastante a mi papá y mi mamá; y a mí me produjo curiosidad. Ahora estamos todos muy preocupados por atenderlo y pensar en un nombre que a él le guste cuando sea grande.

Como me parece que vos y los lectores de la revista querrán conocerme un poco mejor antes de firmar el contrato te envío mi currículum (¿así se escribe?) más o menos completo por que de algunas cosas ya no me acuerdo. ¡Ah!, también te mando algunas fotos de mi album de familiar que me sacó mi papá, ¡pero devolvémelas!.

En la vida real yo nací el 15 de marzo de 1962. Mi papá es corredor de seguros, y en casa se entretiene cuidando plantas. Mi mamá es ama de casa. Se conocieron cuando estudiaban juntos en la Facultad, pero después ella abandonó para cuidarme mejor, dice.

El nombre que me pusieron fue en homenaje a una pibita que trabajaba en la película Dar la cara, que se hizo leyendo el libro del escritor David Viñas.

El 22 de septiembre de 1964, Quino me consiguió una recomendación para trabajar en la revista Primera Plana, y en marzo del 65 me llevaron al diario El Mundo.

Vas a ver que mis amiguitos te van a gustar tanto como a mí.

Felipito tiene un papá que es todo un ingeniero; él es bueno, un poco simple, tierno y, a pesar de que en la escuela está un grado más que yo, a veces lo cuido como si fuera hijo mío.

A Manolito lo conocí en el almacén de su papá, porque nosotros somos clientes de él. Ahora vamos al colegio juntos. A veces me hace enojar porque es muy cabeza dura. Siempre quiere tener razón… y lo que más bronca me da es que casi siempre la tiene.

Con Susanita no me llevo muy bien. Reconozco que a veces parezco muy antipática con ella, pero cada vez que habla parece el Premio Nobel de la Clase media. Seguro que cuando sea grande tocará el piano, se casará y tendrá muchos hijos y jugará a canasta. Te voy a contar un secreto, pero no se lo digas a nadie, porque a Susanita no le gusta que se sepa: el papá de ella es vendedor de una fábrica de embutidos.

Miguelito es el último que ingresó a la barra. Todos lo queremos mucho y nos hace reír porque piensa siempre las cosas más fantásticas. Claro que es muy chico todavía. Va a un grado menos que nosotros.

En estos días recibí muchas cartas y llamadas telefónicas preguntándome por mi hermanito. A casi todos les preocupa saber cómo mis papás me explicaron el ausnto. Fue así: me llamaron un día, se pusieron muy colorados, dijeron que tenían que decirme algo muy importante. Mi papá me contó que habían encargado un hermanito para mí, que antes de nacer lo cuidaría mamá porque crece como una semillita, y que la había plantado él porque sabe mucho de plantas. Yo no entendí muy bien, pero me puse muy contenta al saber la verdad, porque la mayoría de los chicos de la escuela hablan de los nenes que nacen en repollos o los trae la cigüeña desde París… ¡Con los líos que hay ahora en París están como para pensar en cigüeñas!.

Otros me preguntaron cómo siendo yo tan pesimista en un problema tan grave como el de la paz, creo todavía en los Reyes Magos. Melchor, Gaspar y Baltasar existen porque me lo dijo mi papa, y yo le creo; en cambio sobre la paz tengo todos los días pruebas de que, por ahora, es un cuento.

Aprovecho la publicación de esta cartita para enviar un saludo a U-Thant y a los Beatles, a quienes admiro mucho. El pobre secretario, de la ONU tiene muy buenas intenciones, y sería macanudo que le hicieran caso, pero… Pensando en él, comprendo mejor a papa y a mama. Después de todo, ellos no tienen la culpa de cómo son y cómo viven. Los Beatles me gustan por que son muy alegres, están de acuerdo conmigo en muchas cosas, y tocan la música que nos gusta a los jóvenes. Ellos deberían ser presidentes del mundo, porque tienen influencia sobre mucha gente de todos los países.

Me gusta leer, escuchar los noticiosos, mirar la TV (menos las series), jugar al ajedrez, al bowling y a las hamacas. También me gusta mucho jugar y correr al aire libre, donde haya árboles y pajaritos como en Bariloche. Cuando fuimos de vacaciones para allá, pasamos días muy lindos. Este años no fuimos de vacaciones porque esperábamos la llegada de mi hermanito. Espero que en el verano crezca pronto, así lo podremos llevar con nosotros a Córdoba. Cuando se preocupe menos por el chupete, le voy a presentar al Pájaro Loco, que trabaja en TV. Seguro que le va a gustar tanto como a mí.

Entre las cosas que me no gustan están: primero, la sopa, después, que me pregunten si quiero más a mi papá o a mi mamá, el calor y la violencia.

Por eso, cuando sea grande, voy a ser traductora de la ONU. Pero cuando los embajadores se peleen voy a traducir todo lo contrario, para que se entiendan mejor y haya paz de una buena vez.

Hasta la semana que viene.

Mafalda"




Traduzindo:


"Sr. Diretor de “Siete Días”:

Um amigo meu, o desenhista Quino (ele se chama assim, mas quando assina cheques escreve Joaquín Lavado), me disse que você estava muito interessado em contratar-me junto com os meus amiguinhos, Susanita, Felipito, Manolito e Miguelito, para que trabalhemos juntos na sua revista todas as semanas.

Aceitamos com muito prazer, mas antes tenho que lhe dizer que a família aumentou na minha casa porque, no dia 21 de março, nasceu o meu irmãozinho, o que deixou meus pais muito felizes e me causou muita curiosidade. Agora estamos todos muito preocupados cuidando dele e pensando num nome de que ele goste quando crescer.

Como acho que você e os leitores da revista gostariam de me conhecer um pouco melhor, antes de assinar o contrato, lhe envio o meu curriculum (é assim que se escreve?) mais ou menos completo porque tem algumas coisas de que já não me lembro. Ah, também lhe mando algumas fotos do meu álbum familiar que meu pai tirou de mim, mas vê se depois as devolve!

Na vida real, eu nasci no dia 15 de março de 1962. Meu pai é um corretor de seguros e no seu tempo livre, em casa, cuida das plantas. A minha mãe é dona-de-casa. Eles se conheceram quando estudavam juntos na faculdade, mas depois ela abandonou os estudos para tomar conta de mim, diz. O nome que me deram foi em homenagem a uma menininha que trabalhava no filme “Dar La Cara”, baseado no livro de David Niñas.

No dia 22 de setembro de 1964, Quino conseguiu um emprego para mim na revista “Primera Plana” e em março de 1965 me levaram para “El Mundo”.

Você vai ver que vai gostar dos meus amiguinhos tanto quanto eu.

Felipito tem um pai que é todo um engenheiro; ele é bom, um pouco simples, doce e, apesar de na escola estar um ano na minha frente, às vezes cuido dele como se fosse meu filho.

Conheci o Manolito na quitanda do pai dele, porque a gente é cliente dele. Agora vamos á escola juntos. Às vezes fico brava com ele porque é muito teimoso. Ele sempre quer ter razão... e o que mais me irrita é que quase sempre ele a tem.

Não me dou muito bem com a Susanita. Reconheço que às vezes pareço ser muito antipática com ela, mas cada vez que ela fala, parece o Prêmio Nobel da Classe Média. Com certeza, quando ela for grande, tocará o piano, se casará e terá muitos filhos e jogará buraco. Vou lhe contar um segredo, mas não conta para ninguém, porque a Susanita não gosta que todos fiquem sabendo: o pai dela é vendedor de uma fábrica de frios.

Miguelito foi o último a entrar na turma. Todos gostamos muito dele e nos faz rir porque pensa sempre nas coisas mais fantásticas. Claro que ele é muito pequeno ainda. Na escola, ele está um ano atrás da gente.

Nestes dias tenho recebido muitas cartas e ligações telefônicas perguntando sobre o meu irmãozinho. Todos querem saber como os meus pais me explicaram a questão. Foi assim: me chamaram um dia, ficaram muito vermelhos, disseram que tinham que me contar uma coisa muito importante. Meu pai me contou que tinham encomendado um irmãozinho para mim, que antes que ele nascesse a mamãe ia tomar conta dele, porque ele crescia como uma sementinha, e que ele que o tinha plantado porque entende muito de plantas. Eu não entendi muito bem, mas fiquei muito feliz de saber a verdade, porque a maioria das crianças da escola falam de bebês que nascem em repolhos ou que são trazidos por uma cegonha lá de Paris... Com toda a confusão que tem agora em Paris, até parece que vão pensar em cegonhas!

Outros me perguntaram como é que eu, sendo tão pessimista no que diz respeito a um problema tão grave como a paz, acredito ainda nos Reis Magos. Melquior, Gaspar e Baltazar existem porque foi o papai que disse e eu acredito; ao contrário, em relação à paz, todos os dias tenho recebido provas de que, por enquanto, é um conto de fadas. Aproveito a publicação desta cartinha para cumprimentar o U-Thant e os Beatles, que eu admiro tanto. O pobre secretário da ONU tem muito boas intenções e seria legal que o ouvissem, mas... Pensando nele, compreendo melhor o papai e a mamãe. No final das contas, eles não tem culpa de como são e de como vivem. Gosto dos Beatles porque são muito alegres, concordamos em muitas coisas e tocam a música de que nós, jovens, gostamos. Eles deveriam ser presidentes do mundo, porque influenciam muitas pessoas de todos os países.

Gosto de ler, de ouvir os jornais, de assistir à televisão (menos as séries), de jogar xadrez e boliche e de brincar na balança. Também gosto de correr e de brincar ao ar livre, onde há árvores e passarinhos como em Bariloche. Quando fomos de férias para lá, passamos uns dias muito bonitos. Este ano não viajamos nas férias porque estávamos esperando a chegada do meu irmãozinho. Espero que no verão ele tenha crescido bastante, assim levamos ele para Córdoba com a gente. Quando ele passar a se preocupar menos com a chupeta, vou apresentar-lhe o Pica-Pau, que trabalha na TV. Com certeza ele vai gostar dele tanto quanto eu.

As coisas de que eu não gosto são: primeiro, a sopa, depois, que me perguntem se gosto mais do meu pai ou da minha mãe, o calor e a violência.

Por isso, quando eu for grande, vou ser tradutora da ONU. Mas quando os embaixadores discutirem vou traduzir tudo ao contrário para que se entendam melhor e haja paz de uma vez por todas.

Até a semana que vem.

Mafalda"





























Prefácio escrito pelo semiólogo Umberto Eco para a primeira edição italiana de “Mafalda, A Contestatária”, livro de tirinhas publicado em 1969:


"Mafalda no es solamente un personaje de historieta más; es, sin duda, el personaje de los años setenta. Si para definirla se utilizó el adjetivo “contestataria”, no es sólo para alinearla en la moda del anticonformismo. Mafalda es una verdadera heroína “rebelde”, que rechaza el mundo tal cual es. Para entender a Mafalda es necesario establecer un paralelo con ese otro gran personaje cuya influencia, evidentemente, no le es ajena: Charlie Brown.

Charlie Brown es norteamericano; Mafalda es sudamericana. Charlie Brown pertenece a un país próspero, a una sociedad opulenta a la que busca desesperadamente integrarse mendigando bienestar y solidaridad. Mafalda pertenece a un país lleno de contrastes sociales que, sin embargo, quiere integrarla y hacerla feliz. Pero Mafalda resiste y rechaza todas las tentativas. Charlie Brown vive en un universo infantil del que, en sentido estricto, los adultos están excluidos (aunque los chicos aspiren a comportarse como adultos). Mafalda vive en una relación dialéctica continúa con el mundo adulto que ella no estima ni respeta, al cual se opone, ridiculiza y repudia, reivindicando su derecho de continuar siendo una nena que no se quiere incorporar al universo adulto de los padres. Charlie Brown seguramente leyó a los “revisionistas” de Freud y busca una armonía perdida; Mafalda probablemente leyó al Che.

En verdad, Mafalda tiene ideas confusas en materia política. No consigue entender lo que sucede en Vietnam, no sabe por qué existen pobres, desconfía del Estado pero tiene recelo de los chinos. Mafalda tiene, en cambio, una única certeza: no está satisfecha.

A su alrededor, una pequeña corte de personajes más “unidimensionales”: Manolito, el chico plenamente integrado a un capitalismo de barrio, absolutamente convencido de que el valor esencial el mundo es el dinero; Felipe, el soñador tranquilo; Susanita que se desespera por ser mamá, perdida en sueños pequeño burgueses. Y después, los padres de Mafalda, resignados, que aceptan una rutina diaria (recurriendo a su paliativo “Nervocalm”) vencidos por el tremendo destino que hizo de ellos los guardianes de la Contestataria.

El universo de Mafalda no es sólo el de una América latina urbana y desarrollada: es también, de modo general y en muchos aspectos, un universo latino, y eso la vuelve más comprensible que muchos personajes de las historietas norteamericanas. En fin, Mafalda, en todas las situaciones, es una “heroína de nuestro tiempo”, algo que no parece una calificación exagerada para el pequeño de personaje de papel y tinta que Quino propone.

Nadie niega que las historietas (cuando alcanzan cierto nivel de calidad) asumen una función cuestionadora de las costumbres. Y Mafalda refleja las tendencia de una juventud inquieta que asume aquí la forma paradojal de disidencia infantil, de esquemas psicológicos de reacción a los medios de comunicación de masas, de urticaria moral provocada por la lógica de la Guerra Fría, de asma intelectual causada por el Hongo atómico.

Ya que nuestros hijos van a convertirse - por mérito nuestro - en otras tantas Mafaldas, será prudente que la tratemos con el respeto que merece un personaje real."


Traduzindo:


“A Mafalda não é somente um personagem de quadrinhos; talvez seja o personagem dos anos setenta na sociedade argentina. Se, ao defini-la, usou-se o adjetivo “contestatária”, não foi por uma questão de uniformização em relação à moda do anticonformismo a qualquer preço: a Mafalda é realmente uma heroína iracunda que rejeita o mundo assim como ele é. Para compreendê-la convém traçar um paralelo entre ela e outro grande personagem, à cuja influência não é alheia: Charlie Brown.
Charlie Brown é norte-americano, Mafalda é sul-americana. Charlie Brown pertence a um país próspero, a uma sociedade opulenta, na qual tenta desesperadamente se integrar, mendigando solidariedade e felicidade; Mafalda pertence a um país denso de contrastes sociais que, apesar de tudo, gostaria de integrá-la e de torná-la feliz, mas ela se recusa e rejeita todas as ofertas. Charlie Brown vive em um universo infantil próprio, do qual estão rigorosamente excluídos os adultos (a não ser pelo fato que as crianças aspiram a tornar-se adultos); Mafalda vive em um contínuo diálogo com o mundo adulto, mundo que não estima, não respeita, humilha e rejeita reivindicando o seu direito de continuar sendo uma menina que não quer se responsabilizar por um universo adulterado pelos pais. Charlie Brown leu, evidentemente, os revisionistas freudianos e está à procura de uma harmonia perdida; Mafalda, muito provavelmente, leu o Che.

Na realidade, a Mafalda, em matéria de política, tem idéias muito confusas, não consegue entender o que acontece no Vietnã, não sabe porque existem os pobres, não confia no Estado e a presença dos chineses a preocupa. Só uma coisa ela sabe claramente: ela não se conforma.

Ela é rodeada por uma pequena turma de personagens muito mais “unidimensionais”: Manolito, coroinha integrado do capitalismo de bairro, que sabe com total certeza que o valor primário neste mundo é o dinheiro; Felipe, sonhador tranqüilo; Susanita, beatamente doente de espírito materno, narcotizada por sonhos pequeno-burgueses.

E, finalmente, os pais da Mafalda, que como se não lhes bastasse o quanto é duro aceitar a rotina cotidiana (recorrendo ao paliativo farmacêutico de “Nervocalm”), são esmagados, além do mais, pelo tremendo destino de ter que cuidar da Contestatária.

O universo de Mafalda é o de uma América Latina nas suas áreas metropolitanas mais desenvolvidas; mas é em geral, a partir de muitos pontos de vista, um universo latino e isto faz com que a Mafalda seja, para nós, muito mais compreensível do que muitos personagens dos quadrinhos americanos; além do mais, a Mafalda é, em última análise, um “herói do nosso tempo” e não se deve pensar que esta seja uma definição exagerada do personagenzinho de papel e tinta que Quino nos propõe.

Ninguém nega hoje que os quadrinhos (quando alcança níveis de qualidade) é um testemunho do momento social: e na Mafalda vemos refletidas as tendências de uma juventude irriquieta, que assumem o aspecto paradoxal de uma desaprovação infantil, de um eczema psicológico da reação aos meios de comunicação de massa, de uma urticária moral causada pela lógica dos blocos, de uma asma intelectual originada por fungos atômicos.

Como os nosso filhos se preparam para tornar-se – por uma escolha nossa – tantas Mafaldas, não nos parece imprudente tratar a Mafalda com o respeito que se deve a um personagem real.”





















E eis que surgiu no Facebook em Junho de 2012,uma antiga carta do Miguelito para a Mafalda:









































































































































Traduzindo:


Querida Mafalda:

Neste dia tão especial me lembrei do seu aniversário. Como o tempo passa!

Nascemos no coração de um país que sonhava. E quantas utopias! E quantos desejos de crescer, de melhorar as coisas!


Nos tocou conviver com um tempo de homens criativos: Luther King, Che Guevara, João XXIII, John Kennedy; nos transmitiram o sentido da justiça ,o valor dos sentimentos, a maravilhosa aventura de pensar com a própria cabeça...


Ontem eu me perguntava por nossa amiga Liberdade,aquela menininha que um dia encontrastes numa praia,não me lembro se era Santa Teresinha ou Mar de Tuyu; mas me lembro quando a apresentaste a seus pais...Era alegre e queimadinha pelo sol de Fevereiro.

Onde vive Libertad? É verdade que a mataram durante a Ditadura?

Dizem que a torturaram e seu corpo desapareceu no Rio da Prata.

Me custa pensar que seus sonhos morreram.

E se vive? Estará filosofando sobre a fragilidade das coisas e o sentido da vida?

Que foi feito de Susanita? Se casou? Pode realizar sua vocação de ser mãe?

Imagino-a vivendo em alguma cidade do interior, passeando de braço dado com seu marido (um homem baixo e careca) em uma tarde de verão, contente com seus filhos e cuidando do primeiro neto, realizada como tantas mulheres comuns.

Soube de Manolito, que perdeu suas economias durante o Corralito e não suportou tanta crise.

Nos últimos dias o viram cabisbaixo, murmurando palavras incoerentes, abandonado como um mendigo em uma estação de trens, triste e abatido como tantos...

Sei que Felipe vive em Havana, que trabalhou com cinema, que tem um táxi e que fala aos turistas de Fidel e da Revolução com o mesmo entusiasmo de quando vivia em Buenos Aires...

Guille,seu irmão,o escutei tocar,há pouco,no Scala de Milão.

Vive em Genebra, nunca se arrepende de ter emigrado nos últimos anos de Alfonsín; me contou que é feliz com seu novo parceiro.

E você, querida amiga, como está? Há tanto tempo que não tenho notícias tuas.

Sei, por outros, que continuas escutando rádio, que lês todos os jornais do mundo, que te dói o Iraque como te doía o Vietnam; sei que trabalhas para a FAO pelos famintos, que estás indignada pela prepotência de Bush.

Recebi seu pedido de arrecadar remédios para os Médicos Sem Fronteiras; sei que continuam as reuniões em tua casa em Paris, que estás confusa, inquieta e preocupada com o futuro do mundo...

Enfim, Mafalda, sei o suficiente para saber que continuas viva, viva na alma, menina como sempre...

Da minha parte, continuo escrevendo sempre, me culpando pela falta de tempo; crendo como sempre no valor da sinceridade, perdendo oportunidades por manifestar minhas ideias.

Alguns dias estou triste e deprimido, mas pode sempre mais a alegria do que a tristeza...

O mundo não melhorou muito desde a época em que vivíamos juntos na nossa pátria.

Às vezes, quando olho o globo terrestre, encontro o seu olhar; penso em todos aqueles que o olham como você, com os olhos dos que protestam, dos que não se conformam, e dos que vivem na atmosfera do otimismo e da justiça.

Esses olhos, junto aos meus, lhe desejam um bom-dia, querida amiga, por outros quarenta anos tão intensos e jovens como os que tens vivido.

Um beijo grande do teu amigo que te ama como sempre.


Miguelito





(OBS: Bom,eu tenho certeza de que a Libertad está viva,cresceu - não em todo o planeta, como seria desejável - e até teve uma filha, a Democracia,que muito lentamente consegue se instalar e se manter em alguns lugares; quanto ao Manolito,o irmão mais velho,que mora nos EUA,mandou dinheiro e ele emigrou,e após um bom tempo fazendo bicos - plantando grama e colocando telhas em casas, além de fritar camarões em restaurantes - atualmente trabalha em Wall Street. Lícia).

























Bom, agora vou atualizar essa postagem, dois anos após a publicação, pois trata-se de uma data histórica: o cinquentenário oficial da nossa heroína favorita das HQs.


Acrescentei outras matérias antigas para complementar informações e imagens.


Não se preocupe, leitor que viu a original, pois não eliminei nada aqui; apenas abri este espaço para os novos dados, e assim o pedaço com os personagens ficou com lugar garantido mais abaixo, com o devido destaque.





Quino completa 80 anos sem saudade de Mafalda, sua 'filha' famosa


AFP


17/07/2012 17h30





Quino, o pai da Mafalda, a lendária menina rebelde dos quadrinhos, completa 80 anos nesta terça-feira, recluso com a sua timidez em sua casa em Mendoza, oeste da Argentina, sem saudades da sua personagem que lhe rendeu fama mundial.


Joaquin Lavado, conhecido como Quino, disse que chegou aos seus 80 anos "como um goleiro que não sabe onde a bola entrou", mas sua vida como cartunista está cheia de criações maravilhosas, e no topo está Mafalda, a menina que continua a cativar milhões de leitores ao redor do mundo com suas reflexões afiadas que ridicularizam o mundo dos adultos.


FOTO: Rogério Albuquerque/Folhapress





Cartunista argentino Quino completa 80 anos nesta terça-feira (17)





Embora a história tenha sido traduzida para 15 idiomas e tenha deixado de ser publicada há quase 40 anos, Quino se sente aprisionado pela associação automática de si mesmo com a famosa personagem, ainda viva por meio de inúmeras edições e cuja figura aparece em pratos, cadernos, calendários e outros produtos.


Talvez por isso, surpreenda ao confessar, no dia de seu aniversário de 80 anos, que, mais do que a feroz menina que tira a roupa da classe média, prefere a Liberdade, uma utópica rebelde que se opõe a tudo o que é estabelecido.


"A Mafalda eu desenhei desde o início até o final das tirinhas por dez anos. Por outro lado, a Liberdade eu desenhei no final das tiras, e, claro, com essa personagem me sinto melhor", disse Quino sobre a série publicada entre 1964 e 1973 nas revistas semanais argentinas Primera Plana e 7 Días e no jornal El Mundo.


Em sua casa em Mendoza, cidade na fronteira com o Chile, onde nasceu em 17 de julho de 1932, Quino afirma que não pode mais usar o seu talento, porque as limitações físicas o incomodam e confessa que ainda tem ideias, mas se pergunta: "Por que me acontecem coisas que eu não posso mais desenhar?".


Também não se dedica a atender novos artistas, porque se considera "muito introvertido", uma marca de sua personalidade que o levou a rejeitar ou aceitar relutantemente homenagens e outras celebrações.


Direto, declara que a única coisa que a idade proporciona, e que não é "porcaria", é "um melhor entendimento da música que ouviu por toda vida", acrescentando, em entrevista publicada nesta terça-feira no jornal Clarín, que não "é o mesmo que escuta Beethoven que o de 20 ou 40 anos atrás".


O artista ganhou notoriedade internacional em 1969 com a publicação na Europa de "Mafalda, a rebelde", com prefácio de Umberto Eco, que definiu a pequena como "uma heroína zangada que recusa o mundo como ele é, reivindicando seu direito de continuar a ser um menina e que não quer assumir um universo corrompido pelos pais".


Em 1954, Quino foi viver em Buenos Aires, onde publicou histórias em vários veículos, mas depois do golpe de Estado em março de 1976, que instaurou uma ditadura militar na Argentina, mudou-se para Milão com a sua esposa Alicia, já acompanhados pela fama de Mafalda.


Em sua carreira de mais de 50 anos, Quino publicou vários livros de humor como "Eu não grito!" (1972), "Bem, obrigado e você?" (1976), "Nem arte nem parte" (1981), "As pessoas em seu lugar" (1986), "Potentes, prepotentes e impotentes" (1989), "Não fui eu" (1994) e "Quem está aí? "(2012).


Suas tiras também apareceram há anos na edição de domingo do Clarín e do jornal espanhol El País.


Para além do que diga ou sinta o seu autor, parece difícil separar Quino de Mafalda. Uma vez, questionado por Julio Cortázar sobre a personagem que lançou o desenhista à fama, o escritor respondeu em tom de brincadeira: "Isso não tem a menor importância. O que importa é o que a Mafalda pensa de mim".


http://entretenimento.uol.com.br/noticias/afp/2012/07/17/quino-completa-80-anos-sem-saudade-de-mafalda-sua-filha-famosa.htm











Tempo não passou para Mafalda porque problemas são "iguais ou mais graves", diz Quino


EFE


Miguel Ángel Moreno


Da EFE, de Buenos Aires


20/07/2012 21h57





O trabalho de Quino se destaca por usar o humor para denunciar guerra, preconceito e conflitos sociais. "Repare que de Adão e Eva saiu um filho assassino. Logo, de quatro pessoas que havia no mundo, 25% era um delinquente"





Joaquín Lavado, "Quino", o pai da Mafalda, celebrou na sexta-feira (20) seus 80 anos recém-completados rodeado de admiradores na Feira do Livro Infantil de Buenos Aires. Ali, ele confessou: parece que o tempo não passou para seu personagem porque os problemas do mundo são "iguais ou mais graves".


"Infelizmente, parece que o tempo não passou por ela. Os problemas são os mesmos, um pouco piores agora", explicou Quino, que comemorou no dia 17 seu 80º aniversário em Mendoza, sua cidade natal, rodeado de parentes e amigos.


"Eu acho que hoje a Mafalda teria as mesmas opiniões de antes. Releio minhas tiras e me parece que foram desenhadas hoje", acrescentou o criador da menina rebelde, preocupada com os problemas do mundo, que protagonizou a popular história em quadrinhos entre 1964 e 1973.


Apesar de não publicar novos trabalhos há anos, dezenas de admiradores aguardaram mais de uma hora na Feira do Livro infantil de Buenos Aires para receber um autógrafo do quadrinista, que se descreveu mais como um "jornalista desenhista" do que como um desenhista de histórias em quadrinhos.


Se voltasse a desenhar, o artista gostaria de criar algo "totalmente diferente", embora fosse "muito difícil", admitiu, reconhecendo que suas fontes de inspiração são as mesmas de quando criou a Mafalda. "Me inspira o que me inspirou sempre: a natureza humana, o mundo que nos rodeia, as reações do povo à política, espetáculos, a arte, tudo", explicou.


Embora lembre que quando desenhou a Mafalda estava rodeado de crianças porque "tinha um monte de sobrinhos, muito pequenininhos", Quino, que agora não convive mais com crianças, não esconde sua emoção ao falar com seus admiradores mais jovens. "A verdade é que me emociona muito me encontrar com esse público tão jovem e tão entusiasta", contou.


Entre seus admiradores mais jovens, Paula, de 8 anos, que esperou sua vez para conhecer Quino, dizia ter "todas as historinhas da Mafalda" e de compartilhar com o personagem da história em quadrinhos sua "preocupação com o mundo".


Mas não só as crianças aproveitaram para se aproximar de Quino na Feira do Livro infantil. Também havia antigos admiradores que cresceram com seus desenhos, como José, que hoje é desenhista e considera Mafalda "uma autoridade", um personagem sempre pleno de atualidade. "Passam os anos e ela continua sendo atual. Ou o mundo não evolui ou a Mafalda sempre foi evoluída", comentou à Agência Efe.


http://entretenimento.uol.com.br/noticias/efe/2012/07/20/quino-celebra-80-anos-e-diz-que-tempo-nao-passou-para-mafalda.htm#fotoNav=2











Nos 50 anos de Mafalda, Quino diz que a garotinha é só mais um desenho


EFE


Pilar Martín


De Madri (Espanha)


14/03/2014 15h56 Atualizada 14/03/2014 21h36


FOTO: Zipi/EFE





O cartunista argentino Quino durante entrevista à EFE em sua casa, em Madri





Embora esteja imerso na celebração do 50º aniversário de seu "neném", a Mafalda, o ilustrador argentino Quino, aos 82 anos, reconheceu que para ele a célebre e insolente garotinha é um "mais um desenho" e não hesitou em se colocar como um carpinteiro que projetou um "móvel lindo".


Em sua casa em Madri, sob o olhar sem vida das bonecas de Mafalda que enfeitam a sala de estar, o argentino contou nesta sexta-feira em entrevista exclusiva à Agência Efe que, apesar de saber que há muita gente que fica chateada ao ouvir de sua boca que ela é "mais um desenho, me sinto assim".


"Eu sou como um carpinteiro que fabrica um móvel, e Mafalda é um móvel que fez sucesso, lindo, mas para mim continua sendo um móvel, e faço isto por amor à madeira em que trabalho", minimizou Joaquín Salvador Lavado Tejón, Quino, que nasceu em Mendoza, na Argentina, em 1932.





Mafalda, personagem do cartunista Quino


Sofrendo de um problema de visão que o faz viver em um "mundo um pouco desfocado", o pai da garotinha mais contestadora dos quadrinhos sente que hoje é um "pouco menos otimista" do que quando tinha 35 anos e desenhava a Mafalda e se sente "um pouco mais desiludido" ao ver como o mundo é.


Apesar de com a menina que odiava a sopa ter burlado a censura em sua Argentina natal, Quino não sente que Mafalda tenha sido sua "melhor aliada" para dizer "o que queria e quando queria".


"Meu melhor aliado fui eu mesmo, porque deixei de dizer muitas coisas que gostaria e não se podia dizer. Desde que cheguei a Buenos Aires com minha pastinha (em 1954), me disseram que não podia fazer desenhos sobre militares, sobre a igreja, o divórcio, a moral. Então me acostumei a desenhar as coisas que me permitiam", lembrou.


Mas não se dedicou só a desenhar tiras sobre coisas que eram permitidas, mas, como destacou, pôs "muito da minha vida pessoal" e aplicou sua visão de mundo para que seu "neném" tivesse sempre esse odor de atualidade que a transportou para nossos dias.


"Copiei as cenas de quando comia em minha casa, e as pessoas gostaram, porque poucos desenhistas faziam isso. Charlie Brown me agrada muito, mas me parece um horror que não haja adultos", disse, e admitiu nunca ter pensado que Mafalda se transformaria na voz de muitas pessoas.


"Em meu trabalho, apelava para as notícias do dia, e escrevia sobre o que saía nos jornais; o mundo era assim. Eu não disse, 'vou a fazer uma menina contestadora'; não, saiu assim. Muitas vezes desenhava coisas pelas quais me sentia impelido".


Após esta reflexão envolvida em um sorriso tranquilo, o desenhista reconheceu que cometeu "erros" em sua época de desenhista.


"Quando era menino, na escola nos mandavam escrever, para ter boa caligrafia, em uma folha de papel pautado; eu fiz uma tira com este tema, e alguém me disse que estava louco, porque isso já não se usava mais".


Consciente que Mafalda continua sendo um personagem querido no mundo todo, o Quino "pouco otimista" aparece por trás desse avô tranquilo ao alfinetar que "não acredito que Mafalda ultrapasse as fronteiras da história e se transforme em algo parecido com a música de Mozart".


"Haverá uma temática muito mais importante que as coisas que Mafalda disse. Além disso, aparecerão em suportes que ainda não se conhece", disse com um realismo isento de tristeza.


Com uma vida entre Buenos Aires e Madri, Quino, que deixou de desenhar Mafalda há 41 anos, também não pode continuar a pintar, sua outra paixão, por causa de sua delicada visão.


Mas isto não o impede de comparecer a encontros com seus leitores, ávidos ainda por suas tiras, leitores que Quino quer continuar vendo, porque assim "posso dar a eles um rosto", concluiu, enquanto uma Mafalda de madeira apoiada em sua mesa de trabalho parece fitá-lo com a devoção de uma filha orgulhosa.





Relembre a carreira de Quino, o pai da Mafalda


















































O trabalho de Quino se destaca por usar o humor para denunciar guerra, preconceito e conflitos sociais. "Repare que de Adão e Eva saiu um filho assassino. Logo, de quatro pessoas que havia no mundo, 25% era um delinquente"


http://entretenimento.uol.com.br/noticias/efe/2014/03/14/nos-50-anos-de-mafalda-quino-diz-que-a-garotinha-e-so-mais-um-desenho.htm#fotoNav=1





Mafalda volta à vida por um instante em homenagem a Quino


EFE


De Buenos Aires (Argentina)


19/08/2014 22h25


Mafalda, a popular personagem argentina dos quadrinhos que completa 50 anos de sua primeira publicação, voltou à vida nesta terça-feira (19), pelo menos por um instante, em uma homenagem a seu criador, Joaquín Salvador Lavado, o Quino, em Buenos Aires.


A sede do Ministério da Educação argentino ficou lotada para receber um evento de homenagem a Quino no aniversário de meio século de Mafalda, a história em quadrinhos publicada pelo cartunista argentino entre 1964 e 1973 e que deu a volta ao mundo com seu olhar crítico da sociedade.


Assim que Joaquín Lavado pisou no salão onde foi realizado o evento, as quase 200 pessoas que o esperavam o se levantaram para aplaudi-lo enquanto o mesmo percorria seu caminho até o palco, onde, durante uma hora, foi feita a homenagem ao trabalho do cartunista oriundo de Mendoza, no oeste do país.


O encarregado da abertura do evento foi o narrador Claudio Ferraro, que interpretou um diálogo com Mafalda, materializada em uma pequena estátua, no qual relembrou aos presentes algumas reflexões memoráveis da menina sobre sua escola, seus pais e o mundo.


Durante o evento, acompanharam e dedicaram algumas palavras a Quino o ministro da Educação argentino Alberto Sileoni, o secretário de Educação Jaime Percyk, o editor Daniel Divinsky, que trabalhou com o artista desde 1970, e o escritor Juan Sasturain, amigo do homenageado.


"Mafalda é uma obra prima datada, é uma enciclopédia", afirmou Sasturain sentado ao lado de Quino, que não conseguiu segurar suas lágrimas ao ouvir seu colega e ao ver um vídeo com fragmentos da história de sua famosa personagem, que o artista resiste em voltar a desenhar depois de quase 40 anos de sua última publicação.


Quino revelou, junto com o ministro da Educação, uma maquete do mural que será dedicado a Mafalda no edifício do Ministério da Educação do país.


Em um salão dedicado somente a obras artísticas, uma gigante Mafalda lendo um livro dividirá o espaço com outros dois murais, um de Eva Perón e outro de docentes desaparecidos durante a última ditadura argentina (1976-1983).


O secretário de Educação apresentou também "Mafalda para armar", uma coleção de dez livros da personagem que serão distribuídos em escolas públicas e institutos de formação docente de toda a Argentina.


Também foi apresentada a Declaração Universal dos Direitos da Criança traduzida para o espanhol, e em sete línguas originárias de diferentes regiões do país, ilustrada pelo cartunista argentino.


O final do evento ficou nas mãos do homenageado, que ressaltou que deu tudo de si para seu trabalho e agradeceu à escola pública, tão criticada por sua formalidade na voz de sua menina predileta, mas tão querida ao mesmo tempo por ele próprio.


O encerramento de Joaquín "Quino" Lavado foi o momento mais esperado e, com frases simples e concisas, fiel a seu estilo, fez todos ficarem de pé e comovidos com suas palavras.


http://entretenimento.uol.com.br/noticias/efe/2014/08/19/mafalda-volta-a-vida-por-um-instante-em-homenagem-a-quino.htm





Quino, criador de "Mafalda", ganha Prêmio Astúrias de Comunicação


REUTERS


Francisco Pazos


21/05/2014 10h37


O renomado cartunista Joaquín Salvador Lavado, mais conhecido como Quino, criador da personagem "Mafalda", foi escolhido como ganhador do Prêmio Príncipe das Astúrias de Comunicação e Humanidades, segundo divulgou o júri em Oviedo, capital da província espanhola das Astúrias.


Nascido na Argentina, Quino obteve fama internacional como autor das tiras protagonizadas por Mafalda, uma menina que descobre a complexidade do mundo a partir do olhar infantil e que este ano completa 50 anos de existência.


"As lúcidas mensagens de Quino continuam atuais por ter combinado com sabedoria a simplicidade no traço do desenho com a profundidade de seu pensamento", disse a ata do júri.


"A obra de Quino trás consigo um enorme valor educativo e foi traduzida para muitos idiomas, o que revela sua dimensão universal. Suas personagens transcendem qualquer limite geográfico, de idade e condição social."


Filho de pais andaluzes que migraram para a Argentina, Quino descobriu sua vocação graças a seu tio Joaquín Tejón, pintor e ilustrador gráfico, e começou os estudos em Belas Artes aos 13 anos, logo abandonando-os para se dedicar às histórias em quadrinhos de humor.


Mafalda estreou em Buenos Aires na publicação semanal Primera Plana em 29 de setembro de 1964 e seis anos depois a irônica menina chegaria à Europa pelas mãos de Umberto Eco, outro ganhador do Prêmio Príncipe das Astúrias.


Apesar de seu sucesso, Quino deixou de desenhar Mafalda em 1973, mas o interesse pelo humor inteligente, irônico e inconformado de suas historinhas continua grande até hoje. Quino seguiu escrevendo e desenhando, mas seu humor se tornou mais ácido e voltado para um público mais adulto.


Joaquín Salvador Lavado é o terceiro nome anunciado entre os oito prêmios Príncipe das Asturias que vão ser entregues este ano. Os outros já anunciados foram o arquiteto norte-americano Frank Gehry e o historiador francês Joseph Pérez, que receberam os prêmios de Artes e Ciências, respectivamente.


Cada um dos vencedores da premiação, entregue pela primeira vez em 1981, vai receber 50 mil euros e uma escultura concebida por Joan Miró como símbolo do prêmio.


Os prêmios serão entregues no segundo semestre em uma cerimônia do teatro Campoamor, em Oviedo.


http://entretenimento.uol.com.br/noticias/reuters/2014/05/21/quino-criador-de-mafalda-ganha-premio-asturias-de-comunicacao.htm





Quino: "Espero que o Príncipe das Astúrias me convide para uma tortilha"


EFE


Da EFE, em Buenos Aires


21/05/2014 18h15


Novo Príncipe das Astúrias da Comunicação e Humanidades, Joaquín Salvador Lavado Tejón - ou apenas Quino - afirmou nesta quarta-feira (21) que espera que o príncipe espanhol Felipe de Bourbon o "convide para uma tortilha" para celebrar a concessão da principal honraria cultural da Espanha.


"Não me ligou. Espero que me convide para comer uma tortilha", brincou Quino em resposta a perguntas da imprensa sobre se tinha recebido uma ligação do herdeiro da Coroa espanhola.


O "pai" da personagem Mafalda se transformou no primeiro ilustrador a ser distinto com o Príncipe das Astúrias, uma notícia que recebeu "muito contente" e "surpreendido", declarou em entrevista coletiva em Buenos Aires. "Geralmente ganhamos prêmios quando já estamos cansados. Seria melhor se nos dessem quando somos jovens", disse Quino, de 81 anos.


O cartunista, natural da província argentina de Mendoza e filho de imigrantes andaluzes "com muito senso de humor", mostrou sua satisfação por receber da Espanha um prêmio que remete diretamente a sua família. "Em minha casa se falava andaluz, eu também", lembrou Quino, que atribuiu parte do êxito internacional de seu personagem mais popular, Mafalda, às influências do ambiente de imigrantes que viveu em sua infância.


Além disso, o cartunista cresceu "muito interessado no que acontecia no mundo todo", observando com detalhe o que ocorria através das páginas de jornais e revistas. "Não sei que diria agora (Mafalda)" sobre o prêmio, admitiu Quino, que se mostrou surpreso ao saber que foi o primeiro ilustrador a receber o Príncipe de Astúrias.


http://entretenimento.uol.com.br/noticias/efe/2014/05/21/quino-espero-que-o-principe-das-asturias-me-convide-para-uma-tortilha.htm





UOL Entretenimento


Mafalda chega ao 50 anos sem perder atualidade; quadrinistas homenageiam


Rodrigo Casarin


Do UOL, em São Paulo


29/09/2014 04h00


Quadrinistas fazem tributo aos 50 anos da argentina Mafalda











A pedido do UOL, Maurício de Sousa imaginou o encontro cordial entre as duas maiores estrelas das histórias em quadrinhos sul-americanas: Mônica e Mafalda











"Conheci a Mafalda em 67 ou 68, acho. Foi um dos motivos para eu começar a fazer tiras. Quino é um dos modelos de humor mais claros que tive", revela Laerte











"O traço limpo e simples do Quino e as contestações sociais eram tudo que um pré-adolescente como eu precisava para continuar gostando de desenhar", afirma o ilustrador Orlando











"Apesar de não ler mais, o Quino foi uma de minhas influências. Adorava a Mafalda", revela o quadrinista Adão Iturrusgarai, que imaginou uma versão crossdresser do personagem Manolito para homenagear o aniversário da tirinha











"Na verdade, eu fui mais influenciado pelos cartuns do Quino do que pelas tiras. E reza a lenda que ele acabou a Mafalda porque o Jaguar falou que era uma m...", ironiza o gaúcho Allan Sieber, autor de tiras como "Vida de Estagiário" e "Branco e Preto"











"Me colocando como leitora mas também como cartunista, o que mais admiro na produção do Quino, e principalmente na Mafalda como personagem, é a perspicácia. Essa ironia fina que traduz aquela realidade pungente, sem tirar nem pôr. Que nos comove - frente a questões sociais que até hoje não foram resolvidas! - e causa identificação. A piada sagaz, no tempo e no tom certo. É um mestre", diz a quadrinista Chiquinha











"Quino é gênio, cartunista clássico, talvez o maior da América Latina. Aprendi muito com suas tiras. Viva a Mafalda!", celebra Caco Galhardo, criador das tirinhas "Lili, a Ex" e "Chico Bacon"











"São quadrinhos reflexivos e com altos voos poéticos. Mafalda representa a todas as pessoas que sonham com um mundo melhor", diz Gervasio Troche, quadrinista que nasceu na Argentina, mas se tornou cidadão uruguaio











"Papa?"


"O papai está trabalhando, Guile"


"Po quê?"


"Porque gente grande precisa trabalhar"


"Po quê?"


"Porque senão não dá para comprar comida, nem roupa, nem nada"


"Po quê?"


"Porque o mundo está organizado assim, Guile"


"Po quê?"


"Um ano e meio, e já é candidato às bombas de gás lacrimogênio".





Os desenhos que ilustram a história acima são até dispensáveis para mostrar como continua atual o universo que rodeia Mafalda, clássica personagem de Quino e que nesta segunda-feira (29) completa 50 anos. A garotinha de cabelos negros ornados por uma fita e rosto gorducho ficou conhecida por causa de suas contestações e inconformismo com o mundo que lhe serviu de palco durante 1964 e 1973.


Filha de pais de classe média, Mafalda nunca se limitou a problemas típicos da infância e levou o olhar crítico e apurado para questões econômicas e sociais de todo o planeta. Demonstrava ojeriza às desigualdades, às injustiças e à violência da mesma forma que repudiava um prato de sopa. Na direção oposta, colocava Beatles no mais alto dos patamares.


Divulgação








Mafalda mostra o seu ódio por sopas. Segundo Quino, uma alegoria dos governos militares. "Algo que ela não gostava, mas que tinha que suportar"


"Mafalda é uma heroína 'enraivecida' que recusa o mundo tal qual ele é. (...) Já que nossos filhos vão se tornar - por escolha nossa - outras tantas Mafaldas, será prudente tratarmos Mafalda com o respeito que merece um personagem real", cunhou o escritor Umberto Eco em "Mafalda ou A Recusa", texto publicado em 1969 e que ajudou a torná-la famosa mundialmente.


Em sua cidade natal, Buenos Aires, Mafalda virou praça e estátua, uma das atrações preferidas de muitos turistas para as fotos. Mas ela representa muito mais que isso: apesar de ter vivido somente nos desenhos e tirinhas - e uma brevíssima incursão pelo desenho animado -, tornou-se uma referência de seu país, uma das dez figuras argentinas mais conhecidas em todo o mundo no século 20.


"Olhando em perspectiva, há dois aspectos importantes sobre Mafalda: o primeiro foi o diálogo com fatos da época, algo inovador em tiras sul-americanas; o segundo, foi o diálogo estabelecido com o leitor adulto. Hoje, muitos se esquecem de que a série foi produzida num momento político bastante delicado da Argentina e que os adultos eram o público-alvo prioritário das histórias. Esse fato direcionou a produção de tiras nos jornais argentinos a partir da década de 1970 e é sentido até hoje", explica Paulo Ramos, jornalista especialista em HQs e blogueiro do UOL, autor de "Bienvenidos - Um Passeio pelos Quadrinhos Argentinos".


Um capricho no RG


Mafalda completa 50 anos neste 29 de setembro por capricho de seu criador. Na verdade, a menina surgiu em 1963 para uma campanha publicitária, mas Quino, então com 38 anos e já um dos principais desenhistas de humor do seu país, optou por considerar sua data de nascimento o dia em que ela estreou em uma tira independente, publicada no "Primeira Plana", semanário importante da Argentina na época.


O pedido do veículo era para que Quino tivesse uma colaboração regular com ênfase na sátira, e o sucesso veio rápido: em 1966, as tirinhas de Mafalda já eram veiculadas em diversos jornais da América Latina e a garotinha começava a despontar para o mundo.


Quino é o nome artístico de Joaquín Salvador Lavado, que nasceu em 1932 em Mendoza, no oeste da Argentina. Assim como sua personagem, ele veio de uma família de classe média. Começou a desenhar influenciado por um tio pintor e publicou sua primeira tira em 1954.


Exilou-se em Milão, na Itália, em 1976 por conta da situação política de seu país, que se encontrava sob ditadura militar.


Mais tarde, passou a viver entre Madrid - tornou-se cidadão espanhol em 1990 - e Buenos Aires.


Neste ano, ganhou o Prêmio Príncipe das Astúrias. O júri destacou o valor educacional e as características universais de sua obra.





"Mafalda é uma heroína "enraivecida" que recusa o mundo tal qual ele é. (...) Já que nossos filhos vão se tornar - por escolha nossa - outras tantas Mafaldas, será prudente tratarmos Mafalda com o respeito que merece um personagem real Umberto Eco em "Mafalda ou A Recusa", de 1969





Foi a universalidade que fez com que Mafalda extrapolasse a Argentina e virasse uma personalidade mundial. Até hoje faz bastante sucesso em países mais diversos, até mesmo do extremo oriente, como China e Japão. "É difícil precisar uma data de quando teria sido a primeira publicação de Mafalda fora da Argentina. No Brasil, ocorreu no comecinho da década de 1970. O eco se tornou maior quando chegou à Europa.


O texto de Umberto Eco feito para a contracapa de 'Toda Mafalda', que reúne tiras da personagem, seguramente ajudou a dar o empurrão final. O escritor se referia a ela como 'contestadora'", registra Ramos.


Essa contestação se voltava a assuntos como a guerra no Vietnã, a situação econômica argentina e o futuro da humanidade.


Pela postura, em 1977 Mafalda foi adotada pela Unicef (Fundos das Nações Unidas para a Infância) para ilustrar e comentar a Declaração dos Direitos da Criança.


Por causa de suas ideias fortes, certa vez o escritor Julio Cortázar declarou: "O que eu penso da Mafalda não importa. O importante é o que a Mafalda pensa de mim".


Apesar de todo posicionamento crítico, ela conseguiu escapar da censura de seu país em uma época que os militares procuravam calar qualquer voz que destoasse das posições oficiais da nação. Quino acredita que isso possa ter acontecido porque as tiras eram percebidas como algo menor, um mero entretenimento - algo evidentemente equivocado.


"Cresci com ela e, cada vez que a lia, entendia de novas formas. Sinto que ela também foi crescendo comigo. São quadrinhos reflexivos e com altos voos poéticos. Mafalda representa a todas as pessoas que sonham com um mundo melhor", diz Gervasio Troche, quadrinista que nasceu na Argentina, mas se tornou cidadão uruguaio.





"Assim como [Robert] Crumb e [Charles] Schulz, Quino é uma escola dentro dos quadrinhos e da arte gráfica. Mafalda é icônica, brilhante e exata. Acho o trabalho de cartum do Quino mais importante e interessante, mas fica aqui o registro da invenção de um clássico". André Dahmer, quadrinista brasileiro





Colegas de Mafalda e Quino


O sucesso de Mafalda é dividido também com seus colegas de tiras, personagens que em muitas ocasiões foram fundamentais para que a inteligência da garota se destacasse. Depois do pai, que adora cultivar plantas, e da mãe, dona de casa vista como medíocre, o primeiro a aparecer, no começo de 1965, foi Felipe, um rapaz magro, de dentes projetados e personalidade bastante introspectiva.


Aos poucos foram surgindo outros, como Manolito, um gorducho que coloca o dinheiro acima de todas as coisas; Susanita, garota de rosto alongado e marcada pela futilidade; e Miguelito, um menino mais novo que costuma levar tudo ao pé da letra; além de Guile, o irmãozinho mais novo de Mafalda. "Admiro como Quino refletiu a sociedade nas diferentes personalidades de seus personagens", diz Troche.


O sucesso das tiras fez também com que toda obra de Quino fosse observada com atenção. O próprio Troche conta que foi graças à garotinha que conheceu os outros trabalhos de autor. "O livro que mais influenciou a minha carreira foi 'Gente En Su Sitio'. Eu era um adolescente e buscava uma forma de me expressar com desenhos. Quando o li, senti uma emoção gigante e encontrei o que gostaria de fazer".


Quem segue linha semelhante é o quadrinista brasileiro André Dahmer. "Assim como [Robert] Crumb e [Charles] Schulz, Quino é uma escola dentro dos quadrinhos e da arte gráfica. Mafalda é icônica, brilhante e exata. Acho o trabalho de cartum do Quino mais importante e interessante, mas fica aqui o registro da invenção de um clássico".


A declaração de Allan Sieber, outro quadrinista nacional, vai ao encontro à de Dahmer. "Na verdade, fui mais influenciado pelos cartuns do Quino do que pelas tiras. E reza a lenda que ele acabou com a Mafalda porque o Jaguar falou que era uma m...".


Aposentadoria precoce


Ao longo de sua história, Mafalda passou por algumas publicações argentinas, mas em meados de 1973 seu criador decidiu que era hora de encerrar as tirinhas com a personagem. Dizia estar cansado de fazer sempre a mesma coisa, que encontrava dificuldades em não se tornar repetitivo. Apesar de desenhá-la novamente em uma situação específica ou outra, colocava ali um ponto final nas tramas da garota e seus colegas. Mas Mafalda continuou sendo lida e muito bem quista pelas décadas e gerações seguintes.


Em recente entrevista à agência de notícias EFE, Quino disse ser "como um carpinteiro que fabrica um móvel, e Mafalda é um móvel que fez sucesso, lindo, mas para mim continua sendo um móvel, e faço isto por amor à madeira em que trabalho".


Por mais que tente transformar a garotinha em um mero objeto, o cartunista jamais conseguiu desvincular seu nome do de sua criatura. "Não sei dizer se, na época, ele tinha dimensão do ícone que iria ser criado a partir de então. Assim como Che Guevara, Evita Perón, Carlos Gardel, Mafalda foi inserida no rol de personagens míticos da cultura argentina, que saíram de cena no auge de suas diferentes atuações. Mafalda é uma filha que Quino carrega até hoje", diz Ramos. "É uma dessas obras que atravessaram o tempo. Cada artista reflete a sua época, mas há obras que perduram porque foram feitas para transcender", completa Troche.





Mafalda completa 50 anos e o cartunista Quino é homenageado




















http://entretenimento.uol.com.br/noticias/redacao/2014/09/29/mafalda-chega-ao-50-anos-sem-perder-atualidade-quadrinistas-comentam.htm





Bem, voltando ao post original, realmente o universo mafaldiano é muito rico. Confira:


A FAMÍLIA

PELICARPO (PAPÁ): O pai da Mafalda tem 37 anos, e apareceu na tirinha de estréia, em 29 de Setembro de 1964. Às vezes é diretamente criticado pela filha. Trabalha numa empresa de seguros, adora cultivar plantas no apartamento - odeia formigas - e entra em crise quando se lembra de sua idade. O sobrenome da família é desconhecido,porém na escola a filha é identificada como "Mafalda M".

























RAQUEL(MAMÃ): A mãe da Mafalda surgiu em 06 de Outubro de 1964 como uma dona-de-casa de 36 anos que pouco estudou - não concluiu o curso de piano e nem a universidade, porque decidiu se casar - e por isso a filha a considera medíocre; sempre que faz sopa ou macarrão, as duas brigam.

































GUILLERMO (GUILLE,ou GUI): O irmão caçula da Mafalda apareceu na tirinha em 02 de Junho de 1968. Um menino muito esperto para sua idade,na qual começa a perceber o mundo,e torna-se o transgressor das normas familiares. Mais do que um representante do embate entre pais e filhos, personifica, em sua relação com Mafalda, a diferença de opiniões entre gerações separadas por apenas alguns anos, já que a obriga a responder as mesmas perguntas embaraçosas que ela fazia anteriomente aos pais.Ama rabiscar as paredes, a chupeta on the rocks, e - por ser extremamente precoce - a Brigitte Bardot, além de brincar muito com a tartaruguinha Burocracia. Ele é o único personagem que cresce de uma tirinha para outra. E gosta de sopa.







































AVÓ MATERNA DA MAFALDA E DO GUILLE























TIA PACA OU TIA PAQUITA: É tia de Raquel,e,portanto,tia-avó de Mafalda, que não a suporta, certamente devido ao papos de "Anta" ( Desculpe,mas não resisti a fazer um trocadilho infame...).




















BUROCRACIA:. A tartaruga de estimação de Mafalda e Guille ama alface, foi um presente do Papá em 1970, e ganhou esse nome - adivinhe quem escolheu - por ser muito vagarosa.. É interesante notar, porém,que há algo que a faz disparar em fuga pela casa: o horror a sopa.

Mafalda sempre se irrita com as reações alheias quando leva Burocracia para passear.






















































OS AMIGOS


FILIPE: Apareceu pela primeira vez em 19 de Janeiro de 1965. Tem 07 anos. Sonhador que odeia a escola,quer ser um grande engenheiro; costuma travar intensas batalhas com sua consciência e seu senso nato de responsabilidade, já que possui uma infinita preguiça de estudar. É ainda um grande fã das histórias em quadrinhos do Cavaleiro Solitário e de Brigitte Bardot, a Musa dos Anos 60, além de apaixonado por Muriel, uma menina que sempre vê passando na rua, mas sua timidez o impede de abordá-la para conversar,e assim só obteve informações sobre ela através de uma fofoca feita por Susanita - que nutre uma grande paixão (nem um pouco correspondida) por ele.





























LIBERTAD (LIBERDADE): Apareceu em 15 de Fevereiro de 1970. Ela conheceu Mafalda na praia, durante as férias de verão. Uma menina muito pequena para seus 06 anos; gosta de gatos e das pessoas e coisas simples. Intelectual,desenvolta, crítica e perspicaz, ama a cultura, as reivindicações sociais e as revoluções. As pessoas complicadas a deixam nervosa. É filha de um casal jovem (na verdade,hippies): o pai tem "um empreguinho" e a mãe é tradutora. Essa família mora num apartamento pequeno (falam alto para dar a impressão de que ele é maior), a dois quarteirões da casa da Mafalda.


























































MANOEL GOREIRO (MANELITO ou MANOLITO): Em 29 de Março de 1965,esse personagem de 06 anos que gosta de sopa e vive às turras com Susanita estreou na tirinha como uma pequena encarnação do Capitalismo: eternamente preocupado com negócios,publicidade e propaganda, relações-públicas,e,é claro,dinheiro, sonha em ser um executivo milionário e ter uma rede de supermercados quando for adulto; só tira boas notas em Matemática (o pai,Don Manolo, um espanhol, é dono de um armazém, onde o menino faz muitas contas) e adora a inflação, por achar que assim obtém lucros. Pior: não gosta dos Beatles; prefere a galera de Wall Street. Seu ídolo é o bilionário Rockfeller.




















































MIGUEL PITTI (MIGUELITO): Bondoso mas egocêntrico, é o mais novo da turma: tem 05 anos. Mafalda lhe dá conselhos que acabam interpretados literalmente, porque ele não consegue entender direito o que ela disse.Os dois se conheceram nas férias de verão,numa praia,em 1966, e ele se agregou à turma,porque mora perto da Mafalda.







































SUSANA BEATRIZ CLOTILDE CHIRUSI (SUSANITA ou SUSANINHA): Fútil,fofoqueira e egoísta, essa menininha de 06 anos apareceu na tirinha em 06 de Junho de 1965 com seu único objetivo na vida: conseguir um marido rico e bonito para ter muitos filhos.
































E quando ganha uma discussão com Mafalda,acaba pagando um alto preço...



























MAS ÀS VEZES CONSEGUE ARGUMENTAR DE FORMA TÃO ABSURDA E HILARIANTE, QUE DEIXA MAFALDA SEM AÇÃO




















OUTROS PERSONAGENS




DOM MANOLO: O pai do Manolito apareceu em 1965. Imigrante espanhol - nasceu na Andaluzia - totalmente dedicado ao trabalho no armazém que leva seu nome, e assim quase enfartou quando ouviu a sugestão de tirar férias; está sempre com a barba mal-feita, e cobra duramente (na base do cascudo e arremesso de sapatos na cabeça) a aplicação do menino aos estudos,mas também é carinhoso - de um jeito muito peculiar.


































IRMÃO MAIS VELHO DO MANOLITO: Numa fofoca,Susanita revela alguns dados sobre ele,mas o nome nunca foi citado em nenhuma tirinha.




























Sempre trabalhou no armazém do pai, e após dar baixa do Exército como recruta, emigrou para os Estados Unidos,onde trabalhou como carregador num supermercado. Em quatro meses comprou um carro,o que encantou o irmão caçula.








MÃE DA LIBERDADE: Surgiu em 1970. É a mais jovem de todas as mães da turma da Mafalda, e a única que trabalha,além de cuidar da casa e da família. Tradutora de Francês, especialmente de autores existencialistas como Sartre, não quer que Liberdade trabalhe nisso, porque diz que é "morrer de fome". Sabe-se que fuma e que conheceu o marido - que nunca apareceu nas tirinhas, e cujo nome jamais foi citado - na universidade; casou antes da formatura.
























MÃE DO MANOLITO: Surgiu em 1968, e nunca foi vista na tirinha numa imagem mais detalhada do que esta: um braço, uma das mãos segurando um chinelo, e a voz carregada de ameaças ao filho caçula, quando este se recusa a obedecer qualquer ordem ou a ir à escola. O nome dessa senhora é desconhecido também (como acontece com as mães dos outros personagens, exceto Raquel) mas sabe-se que ela nasceu na Andaluzia, Espanha, emigrou com o marido para a Argentina, e é dona-de-casa.























MÃE DO MIGUELITO: Apareceu em 1966. É uma dona-de-casa obcecada por limpeza. O pai nunca foi visto em nenhuma tirinha.





















MÃE DA SUSANITA: Apareceu em 1965. Dona-de-casa & fofoqueira eternanente de plantão.

























No caso delas, a genética é implacável física e comportalmente falando-se...





















MÃE DO FILIPE: Dona-de-casa,de vez em quando aparece cuidando dele ou obrigando-o a ir à escola. Do pai,não se sabe nem o nome, apenas que é engenheiro; jamais foi visto nas tirinhas.
























PAI DA SUSANITA: É vendedor em uma fábrica de embutidos. Só apareceu em duas tirinhas e não disse nenhuma palavra. Ninguém sabe o seu nome.




























ROSITA: Amiga de Raquel. Desconhece-se o nome de seu filho.














MAFALDA FOREVER & EVER