21 setembro 2009

Dicionário de Gauchês

MAPA DO BRASIL SEGUNDO OS SULISTAS





















MAPAS DO BRASIL SEGUNDO OS GAÚCHOS







































































































MAPA DA AMÉRICA DO SUL SEGUNDO OS GAÚCHOS




























OS GAÚCHOS (Luís Fernando Veríssimo)


É engraçado! O gaúcho, na frente de um forasteiro, tende a ser mais gaúcho. Carrega no sotaque, faz questão de dizer "tu" e, se não se lembra, na hora, de algum dito gaúcho, improvisa: - Mas isso tá más enrolado que cristal pra viagem, tchê!

É claro que todo o estereótipo regional tem um certo exagero, um certo teatro. Há baianos que levam sua baianice às últimas indolências: ninguém pode ser tão baiano assim! Há mineiros profissionais, cariocas ostensivos (geralmente do Espírito Santo) e nordestinos que, quando estão sozinhos, tiram a máscara e ficam igual a qualquer paulista. Mas acho que ninguém incorpora tão enfaticamente o próprio tipo quanto o gaúcho. Ser gaúcho é quase uma provocação.

Nem sempre foi assim. Houve tempo em que gaúcho chegava no Rio e já começava a chiar no táxi. Antes de cruzar o túnel, já era Flamengo e Mangueira, "podish crer". Descia no hotel bronzeado da praia e era uma vergonha quando descobria, tarde demais, que tinha esquecido de tirar as esporas.

Ser gaúcho era ser ingênuo, por fora, provinciano, alguma coisa menos que carioca (ou paulista, quando tudo se mudou para lá).

Havia casos pungentes de mães que iam visitar seus filhos no Rio e encontravam estranhos.

- É tu, Xiru?

- "Shquienta não, coroa".

- Mas guri...

- E meu nome agora é Bob, schtá sabendo?

Exagero, por certo. Mas o gaúcho tinha um certo pudor das suas origens. Não as renegava, mas também não espalhava.

Hoje mudou. Gaúcho fala como gaúcho e mantém o sotaque em qualquer situação. Quando não é o gaúcho que vai para fora do Estado, mas o forasteiro que chega, acontece coisa parecida. Não é apenas o desejo natural de mostrar para a visita o que nossa casa tem de melhor. É outra coisa. É como se precisássemos nos convencer, para convencer os outros que ser gaúcho é côsa especial barbaridade! Mesmo tendo que mentir um pouco.

Nós não pensamos, realmente, que Deus fez as outras raças primeiro e o gaúcho quando pegou a prática. Mas faz parte da provocação, faz parte do teatro.

O que nós acreditamos, isto sim, é que Deus fez o mundo todo na segunda-feira, porque precisava do resto da semana para caprichar no Rio Grande!


























DICIONÁRIO DE GAUCHÊS





No dialeto gauchesco, as vogais são mais fortes. Elas também possuem uma tonalidade mais anasalada. O A tem som de Âñ. É comum encontrar palavras em gauchês com mais de 1 sílaba tônica. A letra R também é mais forte, tendo o som de RRRRRRR, parecendo com o "R" espanhol.

Os gaúchos de Porto Alegre também costumam falar cantado,arrastado, com muitos “Tri”,
“Bah” e “Capaz”, entre outros,formando um sotaque harmônico e agradável,com um “R” bem diferente do usado pelo pessoal do interior,que, dependendo da cidade, carrega no “R” caipira e acha o “Tri” coisa de porto-alegrense fresco.




A cabresto: Conduzido pelo cabresto; submetido.

A Fazer;Às Ganhas : Algo que é levado a sério.

A pata de cavalo: Com muito esforço.

A ponta de faca: Sem meio-termo; de maneira radical, sem concessão; levar ao extremo.

A la bruta: Algo que acontece inesperadamente, de maneira grosseira.

A la cria: Ao Deus-dará, à aventura;ir embora; cair no mundo.

A dar com pau: Grande quantidade.

A la fija: Na certa, com certeza de não errar.

A la fresca: Espanto, surpresa.

A laço e espora: Com muita dificuldade, com muito esforço, vencendo grandes obstáculos.

A la loca: De maneira impensada.

A la pucha: Exprime admiração, espanto.

À meia guampa: Meio embriagado, levemente ébrio.

À moda Miguelão: De qualquer jeito; de maneira estabanada, apressada.

A todas essas: Enquanto isso; ao mesmo tempo.

A três por dois: Em grande quantidade, muito, fartamente.

Abacate do governo: Soldado do Exército.

Abancar: Tomar banco, sentar-se.

Abanar as tranças: Refere-se a gente jovem, especialmente moças que saem por aí fazendo coisas de forma irresponsável.

Abaixo do cu do cachorro: Alguém desmoralizado, deprimido, desprezado

Aberto que nem tamanduá em picada: À-vontade, sem preocupação.

Abichornado como urubu em tronqueira; Abichornado como viúvo que se deu bem em casado: Abatido, desanimado, desalentado.

Abobado da enchente; Abobado da Tiriça: Idiota.

Abostado;Bocó,Burro,Matusco, Mocorongo; Moscão: Alguém que não presta atenção, que fica "comendo mosca";que não se liga, que não presta atenção a nada; relaxado.

Abostamento: Relaxamento.

Abostar:Descansar, relaxar, aplastar-se, deixar-se ficar, afrouxar, arriar.

Abrão;Sortudo; Rabudo:Aquele que tem o cu aberto pra boa-sorte,e consegue sempre boas coisas.

Abrir: Cair fora; ir embora; fugir.

Abrir a barba: Ir-se embora.

Abrir a goela;Abrir o peito: Cantar.

Abrir cancha: Distanciar-:se, dar espaço para alguém passar.

Abrir o cavalo: Retirar-se,dar o fora,; também significa Retire o que disse.

Abrir o chambre: Desaparecer, fugir.

Abrir o jogo: Falar às claras.

Abrir o peito: Cantar.

Abrir o tarro: Chorar, berrar, reclamar.

Acabar; Se Acabar: Atingir o orgasmo.

Acabar com a casca: Matar.

A cabresto: Conduzido pelo cabresto; submetido.

Acuar em sombra de corvo: Tomar atitudes inúteis em vez de resolver objetivamente os problemas.

Achego: Amparo, encosto, proteção.

Açoiteira: Parte do relho ou rebenque, constituída de tira ou tiras de couro, trançadas ou justapostas, com a qual se castiga o animal de montaria ou de tração.

Acolherar: Unir dois animais por meio de uma pequena guasca amarrada ao pescoço. Unir-se, juntar-se, associar-se.

A Dar Com O Pau; A Três Por Dois: Em grande quantidade, muito, fartamente.

Adeus,Tia Chica; Deu Pra Bola; Deu Pra Bolinha: Fim definitivo de alguma coisa.

Adianto: Vantagem, ganho, avanço.

Afeitar: Cortar a barba.

Afrouxar o garrão;Tremer na base;Tremer a perna: Desistir de algo;ter medo.

A Fu; A Fuder; A Fuzel: Situação muito boa, pessoa de alta qualidade.

Agarrado como carrapato em culhão de touro.

Agregado: Pessoa pobre que se estabelece em terras alheias, com autorização do respectivo dono, sem pagar arrendamento, mas com determinadas obrigações, como cuidar dos rebanhos, ajudar nas lidas de campo e executar outros trabalhos.

Água-Benta: Cachaça, destinada a ser bebida ocultamente.

Água-de-cheiro: Perfume, extrato.

Aguada: Lugar utilizado pelos animais para beberem água. Bebedouro.

Aguentar o repuxo: Enfrentar ou suportar situação penosa ou trabalhosa.

Aguentar o tirão: Sustentar uma opinião; agüentar o tranco;topar a parada; sustentar com brio uma opinião.

Aipim: Mandioca.

Ajojo: Tira de couro cru torcido para prender os canzil no pescoço dos bois carreiros,ou seja, usada para unir as aspas da parelha na canga,para puxar o carro de boi.

Alambrado;Aramado: Cerca feita de fios de arame para manter o gado nas invernadas ou potreiros.

Alazão: Pelagem de cavalo cor de canela.

Alma inquieta como galho de sarandi tocado pelo vento.

Alegre como lambari de sanga; Alegre que nem paisano à meia- guampa:Muito feliz.

Alemoa: Loura.

Amargo: O mesmo que chimarrão;mate amargo.

Amuado:Triste.

Anca: Quarto traseiro dos quadrúpedes; garupa do cavalo;o traseiro do gado vacum.

Andar com a barriga no espinhaço:Estar com fome, magro, desnutrido.

Andar com a chincha na virilha: Estar sem dinheiro, em dificuldades financeiras; necessitar urgentemente de dinheiro,estar em grande aperto financeiro.

Andar com passarinho na cabeça: Estar se preparando para aprontar alguma coisa.

Andar como cachorro que lambeu graxa; Andar como cachorro que roubou toucinho: Alguém ressabiado, arredio,desconfiado,invocado.

Andar como gato em tapera; Abandonado, esquecido ou desprezado.

Andar como pau em enchente; Andar de um lado para outro, ao sabor dos acontecimentos.

Andar como vira-bosta sem ninho: Aplica-se àqueles que não têm moradia fixa e nem família,meio perdidos na vida.

Andar cortando arame com os dentes: Sem dinheiro.

Andar de lombo duro: De mau-humor, desconfiado, ressabiado.

Andar matando cachorro a grito: Estar na pindaíba, sem dinheiro.

Andar na ponta dos cascos: Estar muito feliz e com ótima disposição.

Andar na tiorga: Viver bêbado.

Anta: Pessoa interesseira.

Aparte: Ato de separar o gado, para abate, marcação, vacina, banho ou venda.

Apear: Descer do cavalo,do ônibus, da árvore,da moto.

Aperos: Arreios, os preparos necessários para encilhar o cavalo.

Apertado como chincha de bagual: Estar em dificuldades financeiras.

Apinchar: Jogar.

Apodar: Ultrapassar ou cortar.

Apojo: O leite mais gordo extraído da vaca após a segunda apojadura,e que é mais rico em gordura e de melhor sabor.

Apotrar-se: Adquirir jeito de potro. Pessoas que se comportam mal, tornam-se xucras, zangadas,grosseiras.

Aporreado: Cavalo mal- domado, indomável, que não se deixa amansar. Homem rebelde.

Aprochegar: Chegar perto, unir-se.

Arrastar a asa: Paquerar.

Arrepiar carreira: Desistir de alguma coisa, voltar atrás.

Arreganhar os dentes: Ameaçar alguém.

Assanhada como solteirona em festa de casamento.

Asso No Dedo: Quando alguém garante a veracidade de alguma afirmação ou duvida radicalmente.

Aspa Torta: Chifre torto de certas cabeças de gado. Vivente enraivado,para quem qualquer pormenor é motivo para pelear. Exemplo: Não fique de graça com o fulano, que hoje o bagual está de aspa torta!

Até provar que não é cavalo, já comeu um saco de milho e dois fardos de alfafa: Dificuldade de provar inocência.

Atirado como interesse de viúva; Atirado como rebenque velho: Com preguiça.

Atorar: Cortar.

Atropelar como parelheiro em tocada de apronte: Sair correndo.

Arapuca,também chamada de Trapaça: Armadilha para pegar passarinhos.

Armada: Roda que se faz com o laço para atirar, com intenção de laçar a rês.

Arranchar: Formar rancho, arranjar onde morar.

Arreios: Conjunto de peças com que se prepara um cavalo para montar.

Atravessado das guampas: De mau-humor, azedo.

As véia aí do lado: Qualquer tipo de pessoa pode ser “As Véia”

Até o cu fazer bico: Até tarde,por bastante tempo, até dizer chega.

Auto do bagual: Carro do pai.

A troco?: Por quê?

Alumiar a cola na macega; Bater a alcatra na terra ingrata; Bater a canastra; Bater as botas; Bater o timbó; Cair no chão; Endurecer as conjunturas; Esticar o molambo; Esticar/Espichar a canela: Morrer.

Amassado que nem dinheiro de bêbado: Alguém com péssima aparência.

Amor de china é como fogo de palha :O amor de certas mulheres, por ser fácil, é passageiro e dura pouco.

Apotrar-se: Adquirir jeito de potro. Pessoas que se comportam mal, tornam-se xucras, zangadas,grosseiras.

Aporreado: Cavalo mal domado, indomável, que não se deixa amansar. Homem rebelde.

Aprochegar: Chegar perto, unir-se.

Aquela moça é pior que coruja de banhado: vive pousando de pau em pau: Puta.

Arapuca;Trapaça: Armadilha para pegar passarinhos.

Armada: Roda que se faz com o laço para atirar, com intenção de laçar a rês.

Arranchar: Formar rancho, arranjar onde morar.

Arreios: Conjunto de peças com que se prepara um cavalo para montar.

Arroz de china pobre: Arroz com lingüiça.

Atravessado como cu de cobra;Atravessado como cu de lagarto.

Aumentar mais que casa de ladrão;Aumentar como barriga de prenha: Crescer muito rápido.

Avil: Isqueiro.

Azar do goleiro : Dane-se.

Azucrinado: Incomodado.

Azulego: Pelagem de cavalo azul quase preto, entremeado de pintas brancas, produzindo um reflexo azulado.

Babar como boi com aftosa.

Bacalhau de porta de venda: Pessoa exageradamente magra, esmirrada, demasiadamente seca.

Badana: Pele macia e lavrada que se coloca na encilha do cavalo de montaria, por cima dos pelegos ou do coxonilho, se houver.

Bagaceira que nem papagaio de zona: Pessoa desbocada, que fala muito palavrão.

Bagual: Potro recentemente domado, arisco, bisonho. Cavalo manso que se tornou selvagem. Reprodutor, animal não castrado.

Bah!:Interjeição que o gaúcho usa quando não achou legal, ou quando achou bem legal. Interjeição de surpresa, admiração, indignação; abreviação de Barbaridade.

Baia da nega veia: Casa na namorada.

Baia de veranear: Casa de praia.

Baio: Pelagem de cavalo cor de ouro desmaiado.

Baita: Grande, enorme.

Baixar o côco: Corcovear, velhaquear.

Baixeiro: Espécie de lã, integrante dos arreios, que põe no lombo do cavalo, por baixo da carona.

Baixo como barriga de sapo; baixo como tamborete de china; baixo como umbigo de cobra; baixo como vôo de marreca choca.

Balançar como porongo ao vento; Balancear como crina de potranca: Sacudir muito.

Balaço: Porre, pileque, fogo.

Barranquear: Encostar uma égua no barranco e transar com ela.

Barroso: Pelagem de cavalo cor branca amarelada; há diversas tonalidades: barroso claro, amarelo, fumaça.

Bate como cincerro de égua madrinha: Pessoa que gosta de chamar atenção sobre si.

Bater a linda plumagem: Fugir, desaparecer, ir embora.

Bater mais que brigadiano na mulher: Espancar impiedosamente.

Bater a passarinha: Ter um palpite certo; antever um acontecimento.

Batida de banana: Vitamina.

Beber água de bruço: Dar o cu.

Bem capaz; Só Capaz: Usada quando há a pessoa duvida do que a outra diz.Expressão de incredulidade ou dúvida.Dependendo da entonação,significa Nem a pau, ou Meu Deus, ou Ooooohhhhh!!!!!!

Bem nessas : De maneira direta.

Berrar como um touro: Falar forte e corajosamente, desafiando os opositores.

Bichará: Poncho feito de tecido grosseiro de lã.

Bicheira: Ferida nos animais, contendo vermes depositados pelas moscas varejeiras. Para sua cura, além de medicação, são largamente utilizadas as simpatias e benzeduras. Doença forte em geral.Mau-olhado.

Bidê: Mesinha de cabeceira;criado-mudo;penteadeira.

Birivas;Berivas, Beribas, Biribas: Nome dado aos habitantes de cima da Serra, descendentes de Bandeirantes, ou mesmo os tropeiros paulistas, que geralmente andavam em mulas e tinham um sotaque especial diferente do da fronteira ou da região baixa do Estado.

Bergamota: Tangerina, mexerica.

Bochincho: Desordem, briga; baile, fandango.

Bodoque: Estilingue, funda,badogue,atiradeira.

Bóia: Comida.

Bolicho: Bodega.

Bolicheiro: Dono de bolicho.

Bolita: Bolinha de gude.

Bolear: Jogar; entrar;cair,jogar-se;sair.

Boleadeiras: Instrumento de captura desenvolvido pelos índios Charruas, feito com três pedras redondas, presas por uma tira de couro trançado. Usa-se rodando acima da cabeça e lançando nas pernas do animal. Com o movimento, ao bater nas pernas, enrola e derruba o animal, prendendo-o.

Boleado dos cacos: Maluco.

Bolear a perna: Apear, desmontar,descer do cavalo.

Bomba: Objeto de metal, pelo qual é sugado o chimarrão. É um canudo,
em formato de colher, tendo em uma ponta um disco perfurado e em outra um bocal.

Bom como namoro no começo; Bueno como dinheiro achado;Bueno como faca achada;Bueno como namoro no começo: Tudo às mil maravilhas.

Botar a cola no lombo: Disparar, fugir.

Botar guampa: Trair, botar chifres.

Botar mais coisa na boca (de alguém) que água em pirão de quartel: Fofoca.

Botar os cachorros: Atiçar os cachorros; falar mal de alguém.

Braça-de-Sesmaria: Medida antiga, de superfície, usada no Rio Grande do Sul: 2,20 X 6.600 m, ou seja, 14.520 metros quadrados.

Bragado: Pelagem de cavalo, com grandes manchas brancas pela barriga.

Branco como aipim descascado.

Brilhar como ouro de libra.

Branquinho: Beijinho.

Brasino: Pelagem de cavalo, vermelho com listras pretas ou quase pretas.

Brioi: BR-101.

Briquiar: Trocar, de mano ou não.

Buliçoso que nem mico de viúva.

Bruaca: Bolsa de couro que se coloca sobre o cavalo guardando os pertences de viagem;espécie de mala de couro cru, com alças laterais, apropriada para ser conduzida em lombo de animal, pendurada à cangalha, uma de cada lado do cavalo ou na mula para transportar alimentos,prática muito utilizada na época que não havia estradas e nem veículos para fazer o transporte.Mulher feia;mulher sem pudor, desleixada, ordinária, puta. Pessoa gaiata, brincalhona.

Buena: Boa, gostosa. Interjeição, como olá.

Buenacha (o): Boa, generosa, afável, bondosa; cavalheiro.

Bueno: Bom, gostoso. Mas, bem; está bem; perfeitamente.

Bugio: Macaco de médio porte, comum na região. Tipo de música e dança. Pelego curtido e pintado, em geral forrado de pano.

Cabanha: Propriedade onde se criam animais selecionados e para a reprodução.

Cabeça de passarinho: Pessoa distraída, leviana, desatenta, irresponsável.

Cabresto: Peça de couro que é apresilhada ao buçal para segurar o cavalo ou o muar.

Cacete; Cacetinho: Pão francês.Bisnaga pequena.

Cachaço: Porco não castrado, barrasco, varrão.

Cacho;Cola: Rabo do cavalo.

Cagança: Quando a pessoa entope o vaso sanitário.

Cagar a bala: Passar fogo, atirar em alguém.

Cagar a pau; cagar de laço: Bater.

Cagaço: Grande susto, medo.

Caju: Confronto entre os times do Caxias e do Juventude ,da cidade de Caxias do Sul.

Calavera: Indivíduo velhaco, caloteiro, caborteiro, vagabundo, tonto, tratante.

Calção: Short.

Camassada de pau; coça de laço;tunda de laço, de pau; sumanta de pau, de laço: surra de renguear; tomar/dar uma tunda;: Levar uma grande surra

Cambicho: Apego, paixão, inclinação irresistível por uma mulher.

Campear: Procurar o gado pelo campo.

Campo de Lei: Campo de ótima qualidade.

Campos de boas aguadas: Têm bastante água apropriada para os animais beberem.

Cana; Canha: Cachaça, aguardente.

Cancha: Quadra, local preparado para jogo ou mesmo para lida. Ora é a cancha de corrida com trilhos para os parelheiros. Palavra de origem quíchua que tem muitas aplicações, desde local de reuniões a caminho, simplesmente: "Quando me enredo na sorte, abro cancha e sigo em frente".

Canga: Feita de madeira, é colocada nos pescoços de dois bois carreiros para puxar a carreta ou o arado.

Cantar a buena dicha; Cantar a tirana: Descompor, dizer as verdades.

Canzil: Feito de madeira, é colocado na canga para prender nos pescoços dos bois carreiros

Cair bem como chuva em roça de milho.

Cair de costas: Ficar surpreso com alguma notícia.

Cair na vida: Prostituir-se.

Calmo que nem água de poço.

Cantar o facão: Usar o facão numa briga.

Capão: Animal mal-capado. Indivíduo fraco, covarde, vil; pequeno mato isolado no meio do campo.

Capataz: Administrador de uma estância ou de uma charqueada, encarregado de chefiar os trabalhadores.

Caquedo: Coisas que não valem nada, trastes.

Cara amarrada como pacote de despacho.

Cara de cadela: Alguém que fez algo errado mas se apresenta como se não o tivesse feito.

Cara-dura: Cara-de-pau.

Cara de terneiro mamão: Cara de bobo.

Carancho; Cará-Cará: Ave de rapina muito comum nos campos do Rio Grande do Sul. Pessoa que vai a festas e divertimentos sem ter sido convidada. Indivíduo que entra de graça em baile onde é obrigatório o pagamento de ingresso. Jogador excedente, em roda de jogo de número de parceiros limitado, que fica
aguardando oportunidade de substituir algum dos jogadores em possíveis impedimentos.

Carboteiro: Alguém difícil, que não dá bola.

Carnear: Abater um animal para tirar a carne.

Carpeta: Jogo de baralho.

Carreira: Corrida de cavalo, em cancha reta. Quando participam da carreira mais de dois parelheiros, esta toma o nome de Penca ou Califórnia.

Carreteiro: Prato típico, feito com arroz, lascas de charque, carne salgada seca ao sol.

Casar mal a filha: Meter-se em dificuldades.

CTG: Centro de Tradições Gaúchas.

Catrefa: Pessoas que não valem nada.

Causar alvoroço que nem mata-mosquito em convento.

Causo: Caso, acontecimento, história ou estória.

Caudilho: Chefe militar. Manda-chuva.

Cavalo afocinhador: Um cavalo que tropeça com freqüência.

Cavalo de comissário: O cavalo que nunca perde uma corrida porque o dono é comissário de polícia; expressão que indica favoritismo.

Cavalo de Lei: Animal muito veloz, capaz de percorrer duas quadras (264 metros) em 16segundos ou menos.

Cavalo gavião ou égua gaviona: Ariscos e matreiros, que dificilmente se deixam apanhar.

Cavalo sogueiro: Animal do semaneiro. Passa a noite em um piquete próximo ao galpão para facilitar o trabalho do peão.

Cavalo solto das patas: Animal que corre muito.

Cerrar as esporas:Esporear o animal.

Cerrar a noite: Escurecer.

Cerrar o namoro: Levar o namoro.

Cerrar o tempo: Ameaçar chuva; haver briga,luta, conflito.

Certinho como dedo no cu: Exato.

Cevar mate: Fazer o chimarrão e servi-lo às pessoas a sério.

Chalana: Embarcação ou lancha grande e chata; tipo de música e dança.

Chambão: Otário.

Chamar na chincha: Chamar a atenção de alguém sobre alguma falta cometida.

Chamar o cavalo nas puas: Cravar as esporas no animal.

Chamar o Hugo: Vomitar.

Chambão: Otário.

Charlar: Conversar, prosear.

Charlar que nem china da fronteira: Tagarelar.

Charque: Carne salgada e seca.

Charlar: Conversar, prosear.

Charque: Carne salgada e seca.

Chasque: Mensageiro, pessoa que leva recados. Recado, mensagem.

Chato como colchão de gordo: Pessoa muito chata.

Chegar a jeito: Abordar o assunto com boas maneiras, na ocasião oportuna, a fim de conseguir o pretendido.

Cheio como barril de chope em festa de crente;cheio como bolsa de china;cheio como corvo em carniça de vaca atolada;cheio como penico em dia de baile.

Cheio de nós pelas costas; Cheio de nove-horas: Cheio de manias.

Cheio que nem guaiaca de turco: Rico.

Cheio que nem penico de velha: Presunçoso.

Cheirando bem como cangote de noiva.

Cheirar a defunto;cheirar a chamusco: Situação de iminente conflito.

Chiar como uma locomotiva no cio: Reclamar; falar com sotaque carioca.

Chimango: Alcunha dada no Rio Grande do Sul aos partidários do governo na Revolução de 1923. Ave de rapina muito comum na Campanha riograndense, parecida com o carcará, porém menor.Tenaz feita de arame para pegar brasas nos fogões.

Chimarrão;Chimas: Infusão feita com a erva-mate. No Rio Grande do Sul, é servido em uma cuia e tomado através de uma bomba.

Chimarrear: Tomar chimarrão.

China: Descendente ou mulher de índio, ou pessoa do sexo feminino com algumas característicos étnicas das mulheres indígenas; cabocla, mulher morena. Mulher de vida fácil; Puta. (Quíchua: Xina, que significa Aia).

China das vacarias: Mulher pobre que trabalhava como empregada nas estâncias.

Chineiro: Grande número de chinas, índias ou caboclas. Puteiro.

Chinoca: Mulher jovem;puta nova.

Chiripá: Tipo de vestimenta do homem pobre, anterior à bombacha. Sorte inesperada, acaso.

Chorar as pitangas: Reclamar, lamuriar,queixar-se sem motivo.

Chorão como terneiro novo.

Chorro: Jorro.

Chucro;Chimarrão: Animal ainda não domado, bravio, esquivo, arisco. Pessoa sem hábitos sociais.

Chula: Dança em torno de uma lança colocada no chão.

Chumaço:Conjunto de alguma coisa

Churras: Churrasco.

Churrasquear no mesmo espeto: Grande amizade entre duas ou mais pessoas.

Cincha: Peça dos arreios que serve para firmar o lombilho ou o serigote sobre o lombo do animal.

Coalheira: Um dos estômagos do boi que, por conter muito ácido, é usado para coalhar ou coagular o leite para o preparo do queijo.

Cobiçada como anca de viúva nova e bonita.

Cocho: Recipiente de madeira ou de outro material, de várias formas e tamanhos, para colocar sal para o gado nos rodeios, ração aos animais domésticos,lavar mandioca, fabricar farinha.

Colhudo;Cuiudo: Cavalo inteiro, não castrado. Pastor; sujeito valente, que enfrenta o perigo, que agüenta o repuxo.

Com as calças na mão; por uma teta que não era uma vaca; ali-ali;quase não: Por pouco;por um triz.

Com cara de quem tomou chá de losna sem açúcar.

Com o estribo frouxo: Descontrolado, perdido, enlouquecido.

Com o pé no estribo: Prestes a partir. Pronto para sair, com pressa.

Come e tranca: Pedido de segredo.

Comer mais que remorso: Comer exageradamente.

Comer uns neguinho: Comer brigadeiros (doces de chocolate) em festas.

Como cola de capão, só serve pra juntar sujeira: Pessoa que não presta
para nada.

Com o estribo frouxo: Descontrolado, perdido, enlouquecido

Com o pé no estribo: Prestes a partir. Pronto para sair, com pressa

Como cola de capão, só serve pra juntar sujeira: Pessoa que não presta para nada.

Como tosa de porco: Muito grito e pouca lã.

Comprida que nem puteada de gago; Comprida que nem cagada de pato;Comprida que nem cuspida de turco: Conversa infindável; discussão que não leva a nada.

Conhecido que nem rótulo de maizena: Pessoa muito popular.

Contente como cusco de cozinheira.

Contrariado como gato a cabresto.

Constrangido como padre em puteiro: Pessoa que se sente pouco à vontade em determinada situação.

Cor de burro quando foge: Diz-se de uma cor, com intenção depreciativa.

Corredor: Estrada que atravessa campos de criação, deles separada por cercas em ambos os lados. Há, entre as cercas, regular extensão de terra, onde, por vezes, se arrancham os que não têm onde morar.

Cortado em alça de gaita: Cansado.

Côsa: Coisa, objeto, fato.

Crã: Créu.

Credo: Exclamação de espanto.

Crêendios pai: Exclamação quando algo dá errado.

Crioulo: Natural de um determinado lugar.

Cuca: Bolo doce alemão.

Cuia: Recipiente feito com a ponta de um porongo,onde,no Rio Grande,é servido o chimarrão. cuia É uma cabaça,porongo, ou, mais propriamente, cabeça de porongo, que se usa para preparar o mate. Recipiente de barro, de louça ou de madeira, para se tomar mate. A cuia de chimarrão, ou de mate,feita de cabeça de porongo, é, muitas vezes, guarnecida de prata, artisticamente lavrada.

Cueca virada: Rosca doce.

Cupincha: Companheiro;integrante de turma; Capanga.

Cusco;Cusco Orelhano;Guaipeca, Guaipé: Cachorro pequeno, cão fraldeiro, cão de raça ordinária,cão pequeno,vira-lata,Sem Raça Definida (SRD).

Dá mais que pereba em moleque; Dá mais que chuchu em cerca.

Daga: Adaga, facão.

Daí Tchê: Olá, oi.

Dar a lonca: Morrer; Deixar-se surrar, dar o couro, apanhar.

Dar alce: Contemporizar, dar uma folga ao inimigo.

Dar carão: Recusar a dança; xingar.

Dar chá de garfo: Ofender alguém com indiretas.

Dar com os burros n'água: Ser mal-sucedido

Dar com os quarto nas carqueja: Cair.

Dar o couro: Apanhar.

Dar um tiro no escuro: Tomar uma decisão sem ter certeza das conseqüências.

Dar uma chamada: Passar uma descompostura; xingar alguém.

Dar uma chispada: Ir rapidamente a algum lugar.

Dar mais volta que bolacha em boca de velho: Não saber como iniciar um assunto; pessoa prolixa.

Dar um godô: Disfarçar.

De agalhas: Forte, audaz, admirável, vistoso.

De alma leve como um passarinho.

De bago inchado como touro apartado do rodeio de vacas.

De boca aberta que nem burro que comeu urtiga.

De charola: Com acompanhamento de muitos admiradores.

De laço a laço: Por toda a extensão, completamente, minuciosamente.

De orelha em pé: De sobreaviso, atento.

De pito aceso: Assanhado, excitado.

De prima: Na primeira tentativa.

De rédea no chão: Cavalo completamente manso.

De revesgueio: Meio atravessado. Olhar de soslaio;

De vereda: Imediatamente, logo a seguir; de uma vez, de momento. Rápido, de repente.

Dele que te dele, dê-lhe que te dê-lhe: Tarefa que deve ser cumprida rapidamente.

Derriba: Do lado de cima.

Despacito: Devagar, pouco a pouco.

Desabar o tempo: Chover forte.

Descambar a madeira; Meter o pau;Descer a lenha: Surrar, espancar; atacar, censurar, criticar, falar mal de alguém.

Desgastado que nem dente de cavalo velho: Alguém que não tem mais vigor físico para determinadas tarefas.

Desguaritado como filhote de perdiz: Muito desprotegido.

Despenhar-se por um canhadão abaixo: Sofrer malogro, insucesso; agir
com precipitação e temeridade.

Despontar o vício: Satisfazer o vício, embora incompletamente,
contentando-se com coisa inferior à que pretendia.

Deixar correr o marfim: Não interferir.

Deu pra bolinha: Algo que acabou de uma vez por todas.

Deu pra mim: Pra mim, chega.

Deu pra ti: Já era,perdeu.

Deu pra tua bola: Acabou;pode desistir e ir embora.

Deitou o cabelo: Foi embora rápido, saiu às pressas.

Devagar como enterro de a pé.

Devagarzito como enterro de viúva rica.

Direito como listra de poncho: Aquele que tem comportamento exemplar.

Disparar: Fugir, sair correndo.

Dobrar esquerda: Virar à esquerda.

Dobrar o cotovelo: Beber, levar o copo à boca.

Doído como guasqueaço em testa de quem trabalha em comércio de carreira.

Doma: Ato de amansar um animal chucro.

Domador: Amansador de potros. Peão que monta animais chucros.

Dormir nas palhas: Pessoa que não toma os devidos cuidados.

Dormir atirado que nem lagarto;Dormir que nem sapo morto estirado nos arreios.

Duro de boca: Animal que não obedece à ação das rédeas;pessoa rebelde.

Duro de pelear: Difícil de fazer, trabalhoso.

É brincadeira: Expressão de espanto.

Elas por elas; na orelha; de mano; de mano a mano: Uma coisa pela outra.

Embarrar o pastel: Pôr tudo a perder;estragar o que estava bom.

Embretado; Encerrado no brete: Em apuros, em dificuldades, em apertos, em apuros, enrascado, emaranhado.

Embuçalada: Pessoa que foi enganada e iludida.

Em cima do laço: No último instante, de repente; atrasado para um compromisso; imediatamente, em seguida, ao pé da letra.

Em quatro paletadas: Em pouco tempo, rapidamente, com facilidade.

Empacado como burro de mascate.

Empinar o braço: Entregar-se à embriaguez.

Encardido como pelea de caudilho.

Encher barriga de corvo: Quando um animal morre.

Encordoado como teta de porca.

Encostar a mão: Esbofetear, surrar.

Encostar o pau,encostar o relho: Surrar com o relho;castigar.

Enfeitado como bidê de china; Enfeitado como bombacha de turco; Enfeitado como mula de mascate;Enfeitado como carroça de cigano; Enfeitado como quarto de china; Enfeitado como penteadeira de china.

Enfiar água no espeto: Trabalhar inutilmente.

Enfrenar mal o cavalo: Ser mal-sucedido.

Engraçado como gorda botando as calça.

Mais engraxado que telefone de açougueiro.

Entrevero: Desordem, confusão de pessoas, mistura de pessoas, animais ou objetos. Recontro em que as tropas combatentes, no ardor da luta, se misturam em desordem, brigando individualmente, corpo a corpo, sem mais obedecer a comando, usando predominantemente a arma branca.

Enredar-se nas quartas: Atrapalhar-se.

Enrolado que nem fumo de rolo: Aquele que está atrapalhado com alguma tarefa aparentemente fácil.

Ensebado que nem telefone de açougueiro: Algo que está muito sujo.

Ensebando: Enrolando, fazendo cera.

Engrupir: Enganar.

Enozar: Amarrar.

Emprenhar: Engravidar.

Entrar em curral de rama: Colocar-se em situações perigosas.

Entregar as fichas: Ceder, concordar.

Entreverar os pelegos; Juntar os trapos: Casar-se, ajuntar-se.

Entrevero: Desordem, confusão de pessoas, bagunça,mistura de pessoas, animais ou objetos. Recontro em que as tropas combatentes, no ardor da luta, se misturam em desordem, brigando individualmente, corpo a corpo, sem mais obedecer a comando, usando predominantemente a arma branca.

Enrolar o poncho: Preparar-se para ir embora; morrer.

Erva: Erva-mate.

Erva caúna: Erva-mate de má-qualidade.

Erva-Lavada: Erva já sem fortidão por ter servido para muitos mates.

Esburacado como poncho de calavera.

Escasso como pelo em recavém de touro;Escasso como passarinho em zona de gringo.

Esconder o leite: Negar, dissimular;negar o que havia prometido ou o que se esperava dessa pessoa; mostrar-se medroso.

Escondido que nem guri cagado; Escondido que nem preá em touceira: Aquele que fez alguma coisa errada e está com medo de ser descoberto.

Esfarrapado que nem poncho de gaudério.

Esgualepado: Quem está mal de saúde ou financeiramente. Vivente meio desarrumado, desengonçado,liquidado por causa da canha ou da peleia.

Espalhar o pé: Dançar; fugir.

Espalhar-se como pó de mangueira em pé de vento.

Esparramado como casco de égua velha: Ficar à-vontade.

Esparramado como dedo de pé que nunca entrou em bota;Esparramado que nem cagada de pato: Algo que foi derramado e está difícil de juntar.

Esperto que nem gringo de venda.

Está que é um aço; Está na ponta dos cascos: Aquele que atingiu o melhor de sua forma.

Está como o banhado quando o graxaim passa a trote.

Estância: Fazenda.

Estar A Fim: Estar disposto a fazer algo.

Estar a pau : Em jejum.

Estar com comichão no lombo: Alguém que fica provocando para levar uma surra.

Estar com o diabo no corpo: Estar furioso, insuportável.

Estar com o cavalo pela rédea;Estar com o pé no estribo: Estar pronto para partir

Estar como carancho em tronqueira: Estar muito triste.

Estar de carijo aceso: Estar namorando.

Estar de panca: Estar procurando encrenca, fazendo desordem.

Estar em ponto de bala: Estar preparado para uma tarefa.

Estar na estica: Estar bem-vestido.

Estar na pendura: Estar na miséria.

Estrela-Boieira: Estrela d´Alva.

Estribo: Peça presa ao loro, de cada lado da sela, e na qual o cavaleiro firma o pé.

Estropiado: Diz-se o animal sentido dos cascos, com dificuldade de andar, em conseqüência de marchas por estradas pedregosas.

Extraviado que nem chinelo de bêbado.

Facada: Pedido de dinheiro feito por indivíduo vadio,incapaz de trabalhar,que não pretende restituí-lo.

Faceiro como ganso novo em taipa de açude; Faceiro como ganso novo; Faceiro como guri de tirador novo; Faceiro como mosca em rolha de xarope; Faceiro como picapau em tronqueira; Faceiro como milico em dia de soldo; Faceiro como puta em dia de pagamento de quartel; Faceiro como lambari de sanga; Faceiro como pinto no lixo; Faceiro que nem paisano à meia-guampa: Alegre,feliz,contente.

Facho: O ar livre.

Faixa: Via, estrada.

Falsa como cobra engambelando sapo: Mulher enganadora.

Farejar catinga agourenta no ar: Pressentir um incidente ou acontecimento desagradável.

Fatiota: Terno; Conjunto de roupas do homem: calça, colete e paletó.

Fazer a cama para o outro deitar: Fazer uma coisa que outra
pessoa venha a desfrutar.

Fazer a viagem do corvo: Sair e demorar muito a regressar.

Fazer boca: Comer algo para que o vinho fique com melhor
sabor; fazer alguma coisa como início de uma ação mais importante.

Fazer corpo de cobra;Fazer corpo de mico: Mostrar grande agilidade ao defender-se de ataque com arma branca.

Fazer costado: Ajudar, colocar-se ao lado de outro.

Fazer-se de chancho rengo: Fazer-se de desentendido, bobo,tolo.

Fazer-se fumaça: Desaparecer, fugir, ir embora.

Fazer ouvidos de mercador: Não dar atenção ao que os outros dizem.

Fazer charqueada: Ganhar todo o dinheiro do adversário no jogo.

Fazer um porquinho: Vomitar.

Fechou o tempo: Baixou o astral.

Feio que nem briga de foice no escuro: Situação muito perigosa, onde tudo pode acontecer.

Feia como mulher de cego; Feia como bando de coruja; Feia que nem cara de enforcado; Feia como trote de vaca: Pessoa muito feia.

Fiambre: Alimento para viagem, geralmente carne fria, assada ou cozida.

Flaco; Flaquito: Fraco, magro, desnutrido, cansado, pobre.

Ficar uma arara: Ficar zangado.

Ficar de cara: Ficar chocado.

Fina como assobio de papudo: Mulher esbelta.

Fino e comprido como pio de pinto.

Fincar: Cravar, teimar.

Fincar as aspas; Fincar as guampas: Morrer.

Fincar as guampas no inferno: Diz-se quando um inimigo morre.

Fincar o pé no mundo: Fugir.

Fincar o relho: Bater em alguém com um relho.

Firme como palanque em banhado; Firme que nem pau podre; Firme que nem beliscão de ganso: Fraco,inseguro e sem resistência.

Flaco; Flaquito: Fraco, magro, desnutrido, cansado, pobre.

Flete: Cavalo bom e de bela aparência, encilhado com luxo e elegância.

Floripa: Florianópolis.

Folgada que nem cama de viúva;Folgada que nem luva de maquinista.

Flor e flor: Duplamente bom.

Fóque: Lanterna.

Fora: No campo.

Forcejar nas quartas: Esforçar-se, esmerar-se, empenhar-se.

Forte como toco de charuto velho: Homem musculoso que faz serviços pesados.

Fresco que nem neto criado pela vó: Cheio de frescura na maneira de ser e de tratar.

Frio de se enforcar nas tranças; Frio de empedrar água do poço;Frio de renguear cusco: Muito frio, insuportável, tão forte, que os cachorros (cuscos) parecem que ficam mancos.

Fritando a merda pra aproveitar o torresmo: Aquele que está na miséria e não tem nem o que comer.

Frouxo como peido em bombacha: Algo não está bem preso ou atado.

Feliz que nem lambari de sanga;feliz que nem pinto no lixo.

Firme que nem prego em polenta.

Funda: Atiradeira; estilingue, badogue,bodoque.

Funileiro: Profissional que faz calhas, coifas chapas; conserta a lataria dos carros.

Fuca;Fuque: Fusca.

Furioso como gato embretado em cano de bota.

Gadaria: Porção de gado, grande quantidade de gado, todo gado existente em uma estância ou em uma invernada.

Gado Chimarrão: Gado chucro.Gado alçado,sem costeio.

Gado da Porta: Gado manso.

Gado de Corte: Gado gordo.

Gado de Cria: Gado para criar.

Gado de Invernar: Gado magro.

Galeto: Corrida.

Galpão: Construção rústica, em geral de madeira bruta e parte de terra batida,com tamanho regular, que abriga a peonada, tropeiros, gaudérios, animais e apetrechos,e é onde o fogo de chão está sempre aceso.

Gambeta: Alguém que ameaça ir para um lado e vai para outro.

Ganhar a estrada: Ir-se embora, largar-se na estrada, viajar.

Ganhar a noite: Desaparecer na escuridão; ficar acordado até tarde.

Ganhar de mano: Anteceder-se na disputa de determinada coisa; chegar
em primeiro lugar para pedir o que se deseja.

Ganhar os pelegos: Meter-se na cama, ir dormir.

Ganiçar como cusco que levou água fervendo pelo lombo: Ganir como cachorro atingido por água fervendo nas costas.

Garrão: Calcanhar

Gastar pólvora em chimango: Perder tempo, desperdiçar a conversa, sem resultado.

Gato: Bebedeira,porre,embriaguez.

Gaudério: Pessoa que viaja muito; gaúcho; errante. Pessoa que não tem ocupação séria e vive à custa dos outros,andando de casa em casa. Parasita, amigo de viver à custa alheia.Usa roupas típicas;é também um cumprimento com significado de "amigo”.

Gemer nas puas: Estar sofrendo castigo moral ou tendo aborrecimentos em conseqüência de faltas cometidas.

Gordo e lustroso como gato de bolicheiro.

Gororoba: Comida ruim.

Gosmento como cuspida de bêbado.

Gostoso que nem regaço de mãe: Bom como o colo materno.

Granar o catete: Realizar-se o fato como previsto.

Grande como pau criado em bombacha.

Graxaim;Guaraxaim, Sorro, Zorro: Pequeno animal semelhante ao cão,que gosta de roer cordas, principalmente de couro cru e engraxadas ou ensebadas, e de comer aves domésticas. Sai, geralmente, à noite. É muito comum em toda a Campanha.

Gritar mais que cabrito embarcado.

Grenal: Confronto entre os times do Grêmio e Internacional.

Gringo: Denominação dada ao estrangeiro em geral (exceto o português e o hispano-americano) principalmente imigrantes italianos e seus descendentes. Qualquer indivíduo loiro.

Grosso como palanque de banhado; Grosso como rolha pra poço.

Grudado como bosta em tamanco.

Guabiju: Fruta silvestre, comestível, semelhante à jabuticaba, porém um pouco menor e que não cresce presa ao tronco.

Guaiaca;Rastra: Cinto largo de couro macio de lontra ou camurça, ordinariamente enfeitado com bordados ou com moedas de prata ou de ouro, que serve para o porte de armas e para guardar dinheiro e pequenos objetos. Indivíduo fora de moda, sem estilo.

Guampa: O mesmo que chifre, usado nos mesmos vários sentidos.

Guapo: Forte, valente, bravo; vigoroso, belo.

Guasca: Tira de couro cru; guapo; gaúcho; valente. Indivíduo sem trato social. Ignorante,metido.

Guasqueaço: Pancada, golpe dado com guasca;relhaço, relhada,chicotada, chibatada, correada, açoite.

Guri: Menino, piazinho,criança; serviçal para trabalhos leves nas estâncias.

Guria: Menina,piazinha,criança.

Há cachorro na cancha: Algo que está atrapalhando os planos.

Há horas: Há muito tempo, o que pode significar alguns minutos, vários meses ou mesmo muitos anos.

Haragano: Cavalo que, por viver muito tempo solto, sem prestar serviço, se torna arisco, espantadiço.

Hasta: Até.

Iguaria: Culinária.

Indiada: Grande quantidade de homens do campo.Programa de índio, roubada.

Índio: Indivíduo, sujeito pobre.

Influído: Metido a besta, a “facão sem cabo”.Posudo ou que se insinua,se intromete, se mete onde não foi chamado.

Inquieto como um galho de sarandi tocado pelo vento.

Invernada: Extensão de campo cercado. Nas estâncias geralmente há diversas invernadas: para engordar, para cruzamento de raças,etc. Grupos de danças típicas que se apresentam em comemorações e eventos tradicionais.

Ir ao cepo: Ir ao lugar de namoro.

Ir ao pelego: Esbordoar, espancar, surrar alguém.

Ir aos pés: Cagar.

Ir como cagalhão na correnteza.

Ir no pacote: Ser logrado, enganado, iludido.

Ir para o laço; Ir para o castigo: Submeterem, as pessoas em contenda, o caso à Justiça, quando não conseguem solução amigável.

Ir por um canhadão abaixo: Sofrer malogro, insucesso; agir com
precipitação e temeridade.

Ir-se a la cria; mandar-se a la cria: Largar-se na estrada, ir embora.

Insúcia: Em conjunto.

Intertê: Entreter,fazer passar o tempo com algo.

Inticar: Provocar.

Intuiado: Cheio.

Invaretado: Nervoso.

Invernada: Extensão de campo cercado. Nas estâncias geralmente há diversas invernadas: para engordar, para cruzamento de raças,etc. Grupos de danças típicas que se apresentam em comemorações e eventos tradicionais.

Japona: Jaqueta de nylon.

Joça: Coisa.

João-grande: Pessoa alta, metido, ganancioso.

Jogar de mano: Jogar em combinação com outrem, comprometendo-se,ambos, a dividirem igualmente, os lucros ou prejuízos; jogar em igualdade de condições.

Jogar o pelego:Arriscar a vida.

Jorrar longe como mijada de colhudo.

Judiado como filhote de passarinho em mão de piá: Machucado, sem forças, acabado como filhote de passarinho em mão de garoto.

Judiado que nem beiço de bêbado: Coisa estragada pelo mau uso.

Judiaria: Maldade,maus-tratos contra pessoas ou animais.

Juntar as esporas: Cerrar as pernas, fincando as esporas no animal de montaria.

Juntar gente como mosca em bosta: Acontecimento com grande público.

Juntar o torresmo: Juntar um dinheiro para enriquecer.

Juntar os pelegos; Juntar os trapos;Juntar os panos: Unir-se;casar-se.

Jururu como carancho em tronqueira: Triste, cabisbaixo, tristonho, abatido, pensativo, melancólico.

Juiz;Julgador: Pessoa que julga a chegada dos parelheiros, nas carreiras, em cada laço.

Lábia: Habilidade de conversa.

La cosa tá negra; La cosa ta ôsca: Situação complicada.

La gran puta!: Exclamação de admiração ou quando algo dá errado.

Lado de laçar: Lado direito.

Lado de montar: Lado esquerdo.

Lagartear: Tomar sol.

Lambada:Pancada normalmente com o facão de "prancha" (ou seja,de lado),mas também pode ser com qualquer outro objeto (por exemplo: uma vara). Relhada,laçaço.

Lambão: Porcalhão,sujo,imundo.Pessoa suja, com pouca ou sem nenhuma higiene.

Lamber a canga: Tornar-se manso, confiante, submisso, afeiçoado.

Lamber a cria: Permanecer o pai em casa mimando o filho recém-nascido.

Lamber esporas: Adular, bajular.

Lançar um pealo : Lançar uma indireta.

Lancheria: Lanchonete.

Lançante: Forte declive num cerro ou coxilha; qualquer terreno em declive.

Largar campo afora: Deixar ir embora.

Largar com um couro na cola: Mandar alguém embora com rispidez; despedir de maneira descortês,despachar com grosseria.

Largar de mão: Não insistir mais em um assunto;desistir de um empreendimento. Abandonar. Não se preocupar mais com determinado tema.

Largar os bétis: Desistir de algo.

Largar os cachorros: Censurar alguém rispidamente; passar descompostura, escorraçar.

Lasqueado: Trouxa, metido a besta, passado.

Lazarento: Xingamento.

Légua: Medida itinerária equivalente a 3.000 braças ou 6.600 metros.O mesmo que Légua de Sesmaria.

Lerdo como mula de guaxa: Pessoa mole, vagarosa.

Levado da breca; Levado da casqueira; Levado da carepa: Travesso.

Levantar a grimpa: Não se submeter; reagir, não submeter-se, mostrar-se altaneiro, soberbo.

Levantar polvadeira: Promover agitação.

Levar a carga: Insistir na conquista de uma mulher; já numa briga,arremeter contra o inimigo.

Levar boçal: Ser enganado.

Levar clavo: Sofrer prejuízo, ser logrado, enganado, ludibriado.

Levar uma sumanta de pau: Apanhar muito.

Leve feito pisada de gato.

Lida:Trabalho no campo.Qualquer tipo de trabalho.

Lidar com os vidros: Tomar bebida alcoólica.

Ligar o pisca: Dar seta.

Ligeiro que nem trote de petiço: Cavalo lerdo ou pessoa vagarosa no andar.

Linda como estampa de livro de figura: Moça muito bonita.

Liso como bagre: Algo difícil de segurar por ser escorregadio.

Liso e sem babado: Franco e honesto.

Loco: Interjeição para "muito".

Loco de especial: Muito diferenciado.

Lomba: Ladeira. Qualquer terreno em declive.

Lombeira: Cansaço, preguiça, “falta de saco”, ligeira incomodação.

Lombo de sem-vergonha: Ordinário, safado, muito sem-vergonha.

Louco como galinha agarrada pelo rabo; Louco de atar pelo saco; Louco de sestiar nos trilho.

Luitar: Brigar.

Má carnadura: Pessoa que não consegue engordar, fraca de saúde.

Macanudo: Homem superior,poderoso,forte,rico,alguém ou algo legal, bonito.

Magal; Magalão: Condutor de carro tunado.

Mais à-vontade que bugio em mato de boa fruta.

Mais afiada que língua de sogra;Mais afiada que navalha de barbeiro caprichoso: Objeto muito cortante.

Mais alto que cavalo de oficial.

Mais amarga que erva caiúna: Alguém que desabafa suas dores.

Mais amontoado que bosta de cuiudo; Mais amontoado que mosca em bicheira; Mais amontoado que uva em cacho.

Mais angustiado que barata de ponta-cabeça.

Mais ansioso que anão em comício.

Mais apagado que fogão de tapera.

Mais apertado que alpargata de gordo;Mais apertado que bombacha de fresco;Mais apertado que chapéu novo;Mais apertado que coleira de guaipeca;Mais apertado que nó de soga em dia de chuva; mais apertado que queijo em cincha; mais apertado que cincha de bagual; mais apertado que rato em guampa: Estar em dificuldades financeiras.


Mais apressado que cavalo de carteiro.

Mais arisca do que china que não quer dar.

Mais assanhado que lambari de sanga.

Mais assustado que cachorro em canoa; Mais assustado que véia em canoa;mais assustado que cavalo passarinheiro; Mais assustado que guri em cemitério.

Mais atarantado que cusco em procissão.

Mais atirado que bosta de cuiudo em várzea; Mais atirado que capataz de estância grande; Mais atirado que alpargata em cancha de bocha; Mais atirado pra trás que pica-pau em tronqueira;

Mais atrapalhado que discurso de turco. Mais atrapalhado que rato em guampa.

Mais perdido que cego em tiroteio;

Mais atrasado que bola de porco.

Mais baixo que vôo de marreca choca.

Mais baldoso que petiço de chácara: Extremamente mimado.

Mais bonita que laranja de amostra.

Mais branco que buzano numa fruta; Mais branco que perna de freira: Pessoa de pele muito clara.

Mais cadenciado que trote de ganso: Aquilo tudo certinho.

Mais cagado que cusco em chalana; Mais medroso que cascudo atravessando galinheiro; Mais medroso que velha em canoa.

Mais caro que argentina nova na zona.

Mais chato que chinelo de gordo;Mais chato que gilete caída em chão de banheiro;Mais chato que o irmão do Badanha.

Mais cheio que corvo em carniça de vaca atolada.

Mais ciumenta que mulher de tenente.

Mais complicado que receita de creme Assis Brasil.

Mais comprido que bombacha de gringo;Mais comprido que cuspe de bêbado;Mais comprido que esperança de pobre;Mais comprido que lingüiça de bodega; Mais comprido que suspiro em velório;Mais comprido que puteada de gago; Mais comprido que trova de gago; Mais comprido que xingada de gago.

Mais constrangido que padre em puteiro.

Mais conhecido que a reza do Padre-Nosso; Mais conhecido que andar pra frente; Mais conhecido que marca de estância grande;Mais conhecido que parteira de campanha; Mais conhecido que puta de um pila; Mais conhecido que feijão em cardápio de quartel.
Mais corrido que lebrão de cusco.

Mais coxuda que leitoa em engorde.

Mais curto que coice de porco; Mais curto que estribo de anão;Mais curto que pata de porco; Mais curto que saia de puta: Pequeno comprimento, pouca distância entre dois pontos.

Mais delgado que cachaço emprestado.

Mais demorado que enterro de rico;Mais demorado que o mate do João Cardoso.

Mais desconfiado que cego que tem amante;Mais desconfiado que china de soldado em tempo de prontidão.

Mais duro que consciência de bolicheiro; Mais duro que pau de preso; Mais duro que salame de colônia.

Mais difícil que nadar de poncho.

Mais eficiente que purgante de maná;Mais eficiente que japonês na roça;

Mais encolhido que tripa na brasa.

Mais enfeitado que bombacha de biriva;Mais enfeitado que burro de cigano em festa.

Mais enfiado que cueca em cu de gordo.

Mais engraxado que telefone de açougueiro.

Mais enrolado que cristal para viagem;Mais enrolado que lingüiça de venda; mais enrolado que namoro de cobra.

Mais entravado que carteira em bolso de sovina.

Mais escandaloso que relincho de burro chorro.

Mais ensebado que telefone de açougueiro.

Mais esticado que cola de perdigueiro amarrando perdiz.

Mais faceiro que égua com dois potrilhos;mais faceiro que Mais faceiro que filhote de ganso em taipa;mais faceiro que ganso novo em taipa de açude;Mais faceiro que gordo de camiseta;mais faceiro que guri de Mais faceiro que guri de calça nova;Mais faceiro que guri de bombacha nova;Mais faceiro que mosca em rolha ou tampa de xarope;Mais faceiro que picapau em tronqueira; Mais faceiro que pinto em cisco; Mais faceiro que sapo em banhado; Mais faceiro que tico-tico na chuva: Alegre,feliz.

Mais fácil que fazer falar um rádio;Mais fácil que peidar dormindo;Mais fácil que tirar doce de guri.

Mais fechado que baú de solteirona.

Mais fedorento que arroto de corvo.

Mais feio que abraçar a mãe de pau duro;Mais feio que desmaio de corvo; Mais feio que nadar de poncho no Guaíba; Mais feio que briga de foice no escuro; Mais feio que indigestão de torresmo; Mais feio que paraguaio baleado; Mais feio que rodada de cusco em ladeira; Mais feio que rodada em lançante; Mais feio que rodada de cusco em lançante;Mais feio que pedir o cu pro pai;Mais feio que sapato de padre;Mais feio que talho em bunda;Mais feio que tombo de mão no bolso: Situação difícil ou pessoa muito feia.

Mais feliz que gordo de camiseta;Mais feliz que guri de bota nova; Mais feliz que puta em dia de pagamento de quartel.

Mais fino que assobio de papudo.

Mais firme que palanque em banhado; Mais firme que catarro em parede.

Mais floreado que guaiaca de correntino.

Mais folgado que buceta de velha;Mais folgado que colarinho de palhaço.
Mais forte que sapato de padre;Mais forte que peido de burro atolado; mais forte que porteiro de cabaré.

Mais frio que barriga de sapo: Homem insensível, sem paixão.

Mais frouxo que calça de palhaço.

Mais gasto que fundilho de tropeiro.

Mais grudento que arroz em garrão.

Mais importante que o irmão da rapariga do cabo.

Mais intrometida que piolho na costura.

Mais justo que dedo em nariz: Situação onde as coisas acontecem bem juntas.

Mais largado que alpargata em cancha de bocha.

Mais ligado que rádio de preso.

Mais ligeiro que caganeira; Mais ligeiro que correntino roubando; Mais ligeiro que enterro de pobre; Mais ligeiro que enterro de bexiguento; Mais ligeiro que tainha de açude.

Mais lerdo que mula guacha: Pessoa preguiçosa e sem iniciativa.

Mais linda que camisola de noiva.

Mais liso que bunda de santo: Sujeito difícil de pegar;

Mais liso que jundiá ensaboado: Coisa escorregadia, difícil de segurar.

Mais magro que guri com solitária.

Mais medroso que cascudo atravessando galinheiro.

Mais metido que dedo em nariz de piá; Mais metido que merda em chinelo de dedo; Mais metido que piolho em costura; Mais metido que touro de cu branco.

Mais nervoso que gato em dia de faxina; mais nervoso que potro com mosca no ouvido.

Mais gorduroso que telefone de açougueiro.

Mais gostoso que beijo de prima.

Mais grosso que cagalhão de tropeiro; Mais grosso que cintura de sapo;Mais grosso que dedo destroncado; Mais grosso que dedo de gringo; Mais grosso que dois elefantes abraçados; Mais grosso que mandioca de dois anos;mais grosso que mamona de tapera;Mais grosso que parafuso de patrola; Mais grosso que papel de enrolar prego;Mais grosso que rolha de poço: Homem bronco, grosseiro, inculto e com palavreado mais rústico e direto;coisa muito larga.

Mais importante que o irmão da rapariga do cabo.

Mais inchado que sapo bulido.

Mais informado que gerente de funerária.

Mais inútil que buzina em avião; Mais inútil que mijar em incêndio; Mais inútil que teta em homem.

Mais liso que muçum ensaboado: Pessoa sem dinheiro ou difícil de ser pega.

Mais nervoso que gato em dia de faxina.

Mais nojento que mocotó de ontem.

Mais pelado que cu de touro; Mais pelado que sovaco de santo.

Mais perdido que cachorro em dia de mudança;Mais perdido que carioca no Acampamento Farroupilha;Mais perdido que carioca em CTG; Mais perdido que cebola em salada de frutas;Mais perdido que cego em tiroteio;Mais perdido que cupim em metalúrgica;Mais perdido que cusco em procissão; Mais perdido que cusco em tiroteio; Mais perdido que cusco que caiu do caminhão da mudança; Mais perdido que peido em bombacha; Mais perdido que surdo em bingo: Confuso, desorientado.

Mais perfumado que mão de barbeiro.

Mais perigoso que briga de foice apartada por gadanha.

Mais pesado que pastel de batata;Mais pesado que sono de surdo.

Mais por baixo que umbigo de cobra; Mais por baixo que cu de cobra: Pessoa muito apática.

Mais por fora que arco de barrica;Mais por fora que arco de barril;Mais por fora que cabelo de côco;Mais por fora que cotovelo de caminhoneiro; Mais por fora que garrão em açougue;Mais por fora que quarto de empregada;Mais por fora que rego de gordo; Mais por fora que surdo em bingo;Mais por fora que umbigo de vedete: Pessoa totalmente desinformada.

Mais primeiro: Em primeiro lugar. Expressão chula: Fui eu que cheguei mais primeiro.
Mais quieto que guri cagado em beira de rancho: Alguém que está tentando disfarçar..

Mais sério que defunto; Mais sério que cu de touro; Mais sério que cusco em chalana; Mais sério que defunto; Mais sério que guri mijado; Mais sério que indio de tabacaria; Mais sério que guri de quem roubaram as balas: Pessoa carrancuda.

Mais sofrido que mãe de ouriço;Mais sofrido que joelho de freira em Semana Santa.

Mais sujo que pau de galinheiro.

Mais tranqüilo que água de poço esperando o laçaço do balde.

Mais triste que cachorro em caíque;Mais triste que leitura de testamento;Mais triste que último dia de rodeio.

Mais usado que pronome oblíquo em conversa de professor.

Mais vagaroso que tropeiro de lesma.

Mais vaidoso que guri em chineiro; Mais cheio que guri em baile.

Mais velho que andar de pé; Mais velho que cagar sentado;Mais velho que mijar em arco;Mais velho que mijar pra frente;Mais velho que rascunho de Bíblia.

Mais vermelho que pescoço de galo coió; Mais vermelho que pissa de macaco.

Maldoso como petiço de guri.

Maleva: Homem mau,perverso,malfeitor,bandido, desalmado;pessoa má. Cavalo infiel, que corcoveia por qualquer coisa.

Malinducado: Mal-ducado.

Mal enfrenado: Que passa das medidas, que não tem freio.

Mal-intencionado como cigano à noite: Alguém que está com a intenção de fazer alguma cilada.

Maludo: Cavalo inteiro, garanhão, animal com grandes testículos.

Mamão: Animal que ainda mama. Indivíduo explorador.

Mamona: Terneira de sobreano que ainda mama.

Mandar-se à la vira: Largar-se na estrada, ir embora.

Mandar-se dizer: Exprimir-se bem acerca de determinado assunto,
demonstrando conhecê-lo perfeitamente.

Mangueira: Grande curral construído de pedra ou de madeira,junto à casa da estância, destinado a encerrar o gado para marcação,castração, cura de bicheiras, aparte e outros trabalhos.

Manotaço;Manetaço: Pancada que o cavalo dá com uma das patas dianteiras, ou com ambas. Bofetada, pancada com a mão dada por pessoa.

Marca; Fechou: Significa "vamo mesmo”.

Marica: Viado,gay, boiola, fresco.

Mansinho como gato de viúva;Manso como gato de bolicho: Pessoa tranqüila.

Marca de estância velha: Coisa muito conhecida, que não muda nunca.

Marcar na paleta: Não desculpar algo feito de mal. Anotar, assinalar, não esquecer o mau procedimento.

Mas bah!: É de lei usar "Mas bah" em quase todas as frases.

Mas bah, capaz!:Não acredito de jeito nenhum.

Matambre: Carne que fica entre o couro e a costela do boi.

Matahambre: Aquilo que mata a fome.

Mata-cobra: Soco de cima para baixo, golpe marcial.

Matar cachorro a grito: Andar sem dinheiro, estar na miséria, viver
em grandes aperturas.

Matar o bicho: Tomar cachaça ou outra bebida alcoólica;beber café pela manhã,em jejum; divertir-se.

Mate: Chimarrão.

Mate do estribo: Último mate.

Mateada: Antigamente, designava a reunião de peões para tomar chimarrão durante o transporte de gado. Hoje, é a denominação das festas tradicionais.

Matear: Tomar chimarrão.

Matungo: Cavalo velho, muito manso, quase imprestável.

Maula: Covarde, medroso.

Mazáaaah: Nossa! Meu Deus!

Me admira tu te incomodar com isso: Coisa não vale a preocupação.Expressão usada com certo desdém,desaprovação ou relativa surpresa;significa que o interlocutor não se ocuparia habitualmente de tal coisa, daí o espanto,

Me caiu os butiá do bolso: Quando uma situação gera surpresa.

Me dormi: Alguém que dorme muito.

Melar: Molhar-se ou sujar-se com alguma coisa.

Meter a catana: Falar mal de alguém.

Meter a pata: Cometer gafe.

Meter a viola no saco: Calar-se;deixar de pavonear-se;acovardar-se.

Meter os peitos na água; Mais apertado do que rato em guampa: Enfrentar uma situação difícil.

Mijar fora da pichorra: Não cumprir os compromissos assumidos.

Mimoso: Querido.

Mina: Garota.

Miou: A coisa deu errado.

Misturar-se na bala: Brigar a tiros.

Misturar-se no ferro: Brigar de facão, de faca ou espada.

Montar num porco: Enfurecer-se, fazer um escândalo; envergonhar-se,encabular-se.

Molhado como peido de caganeira.

Mondongo duro de pelar: Coisa difícil de fazer.

Mosquinha: Mosquito borrachudo.

Mumu: Doce de leite.

Murchar as orelhas: Aquietar-se.

Murcilha: Morcela.

Naca: Pedaço.

Na época do giriri batata: Há muito tempo.

Na responsa: Na responsabilidade, bem-feito.

Não agüentar carona: Não suportar ofensas sem reagir.

Não aquentar banco; não esquentar o banco: Não se demorar em visita.

Não beber água nas orelhas dos outros: Não depender de favores.

Não dar alce ;Não dar changa; Não dar changui Não dar rodeio: Ser o gado sem costeio, bravio, alçado, xucro, chimarrão; não temer, não afrouxar, não agüentar desaforo: Não dar folga, não dar tempo ao inimigo de se restabelecer. Não fazer concessão ao adversário.

Não deu liga: Não deu certo.

Não enjeitar parada: Estar pronto para o que der e vier.

Não estar de artes: Não estar bem- disposto.

Não estar para clavo: Não estar disposto a sofrer prejuízo.

Não fazer mossa: Não causar qualquer abalo.

Não levar de compadre; Não levar qualquer um para compadre: Não aceitar certas companhias sem primeiro conhecê-las melhor; não aceitar a amizade ou a companhia de qualquer pessoa.

Não me faz te agarrar nojo, que te arrodeio o cu à bala: Não me provoque.

Não te faz: Não seja cínico.

Não valer um sabugo: Não valer nada.

Náifa: Faca.

Negacear: Recusar-se, resistir.

Negrinho: Tratamento carinhoso que se dá a crianças ou a pessoas a quem se tem afeição.

Nem o Minuano acaricia: Pessoa feia demais.

No bico da chocolateira: Imediatamente, ao pé da letra.

No mato sem cachorro: Em situação embaraçosa, difícil;em grandes dificuldades, em apuros.

Nóia: Paranóia.

Nos pés da égua: Cansado, prostrado, atirado.

Num upa: Num abrir e fechar de olhos; de um golpe,rapidamente.

Oigalê: Exprime admiração, espanto, alegria.

Ôio-d´água: Nascente.

Oigalê: Exprime admiração, espanto, alegria.

Olho de gato ladrão: Olhar desconfiado.

Orelhano: Animal sem marca, nem sinal. Pessoa de baixo nível social,sem família.

Orelhar as cartas: Chulear as cartas, no jogo de baralho. Jogar. (O
jogador orelha a carta decisiva puxando-a com a mão direita para
cima, e segurando-a com a esquerda para não deixá-la sair).

Orelhar uma esperança: Alimentar uma esperança.

Pachola: Bonito, faceiro; é usado para definir um tipo de nó no lenço vermelho que os peões usam no pescoço.

Pachola como gato de criança: Pessoa pedante, vaidosa, e de elegância duvidosa.

Paia: Chata, podre.

Paiêro: Fumo de palha.

Pala: Poncho leve, de brim, lã ou seda, de feitio quadrilátero e com as extremidades franjadas.Trago,fogo;borracheira de juntar cachorro.

Palanque: Esteio grosso e forte cravado no chão, com mais de dois metros de altura e trinta centímetros aproximadamente de diâmetro,localizado na mangueira ou curral, no qual se atam os animais, para doma, para a cura de bicheiras ou outros serviços.

Panca: Modo de se portar, jeito de ser.

Pandorga: Papagaio,pipa.

Panefrício: Padaria.

Pagar a mula roubada: Ser obrigado a prestar contas dos atos maus ou
dos crimes que tenha praticado.

Paisano: Do mesmo país;amigo,camarada,companheiro.

Papudo;Balaqueiro, jactancioso, blasonador: Indivíduo que tem papo. O termo é empregado para insultar, provocar, depreciar, menosprezar outra pessoa, embora esta não tenha papo.

Parada: Lugar.

Pare, home do céu; ’se par de bobo’; deusolivre, home’: Parar.

Parelheiro: Cavalo preparado para a disputa de carreiras. Cavalo de corrida.

Passar no pelego: Transar, ter relação sexual.

Passar o relho: Dar uma surra.

Passar por debaixo do poncho: Passar ocultamente, contrabandear.

Passar um pito: Repreender, descompor.

Palmear porongo: Tomar chimarrão.

Parado como água de poço.

Parar rodeio nas idéias: Recordar, relembrar.

Passar a perna: Enganar.

Passar a língua: Contar um segredo a outros.

Passar um pito: Repreender.

Passar uma noite de cachorro: Passar mal à noite.

Patear: Ser enganado, bancar o pato; chutar, coicear (bater com a pata)

Patente:Vaso sanitário;privada.

Patrão: Deus; dono da estância ou fazenda; presidente de Centro de Tradições Gaúchas (CTG).

Patrão Velho; Patrão Grande: Deus.

Peão: Originalmente, era o empregado da estância. Hoje, é a forma genérica para o par da prenda.

Pealar:Prender com o laço pelas mãos ou patas dianteiras o animal que está correndo, atirando-lhe o pealo que o lança por terra. Armar cilada para apanhar alguém em falta, enganar, pegar de surpresa.

Pechada: Choque,encontrão,pancada no peito.

Pegar nojo;agarrar nojo: Indignar-se, ficar bravo com alguém.

Pegadinha:Lombada.

Pega Ratão: Quebra-molas.

Peidar como metralhadora de piquete em entrevero de revolução.

Pelado como pátio de colégio: Campo com pouco pasto.

Pelado que nem sovaco de perneta.

Pelar a coruja: Matar.

Pelear: Brigar, lutar, combater, pelejar, teimar, disputar.

Pelear como quem dança em surungo de china.

Pelechar:. Mudar o animal de pêlo, o que acontece, geralmente, no princípio do verão.

Peleia: Peleja, briga, combate,disputa, pugilato, contenda, rusga, luta entre forças beligerantes.

Pelego: Pele,couro de ovelha com a lã natural, usado para amaciar a montaria, colocado acima dos arreios. Por deixar-se montar, sujeito submisso a um ou a vários outros.

Pelhor: O contrário de melhor.

Penca: corrida de cavalos em cancha reta.

Peral: Declive acentuado no relevo no solo como um canyon.

Pereba;Pereva: Ferida, de crosta dura, que sai geralmente no lombo dos animais. Mazela, sarna, cicatriz. Aplica-se, também, às feridas que saem nas pessoas; Figuradamente, ponto fraco. Pessoa de mau caráter ou inábil.

Perfumado que nem viúva alegre: Pessoa cheirosa.

Perna de salame: Peça de salame.

Pescocear: Olhar para os lados; matar tempo; agarrar pelo pescoço.

Pesteado: Com alguma doença.

Petiço: Cavalo pequeno, curto, baixo. petiço Pessoa de pequena estatura.

Piá: Menino,guri,caboclinho.Coração, em tupi-guarani; as índias se referiam aos filhos como 'Chê-Piá' (“Meu coração).

Piá pançudo: Guri bobo.

Piguancha:China,chinoca,caboclinha,moça,rapariga,puta.

Pilcha: Roupa típica de peões e prendas.Jóia.

Pingo: Cavalo bom,corredor.

Pinta: Pessoa.

Pior que a filha casar com nordestino;Pior que cair do cavalo;Pior que cusco que caiu do caminhão da mudança; Pior que jacaré sem lagoa;Pior que ter mãe na zona: Catástrofe completa.

Pior que talho na bunda: Algo ou alguém muito ruim.

Piquete: Pequeno potreiro, ao lado da casa, onde se põe ao pasto os animais utilizados diariamente.

Pisar mais firme que delegado novo em chineiro.

Pisar no tempo: Fugir, ir embora.

Podar: Ultrapassar, ou cortar, o mesmo que apodar.

Poncho: Capa de lã com burcão para colocar a cabeça. Espécie de capa de lã, de forma retangular, ovalada ou redonda, com uma abertura no centro, por onde se enfia a cabeça. É feito geralmente de pano azul, com forro de baeta vermelha. É o agasalho tradicional do gaúcho do campo. Na cama de pelegos, serve de coberta. A cavalo, resguarda o cavaleiro da chuva e do frio.

Porongo s. Cuia. Recipiente de barro, de louça ou de madeira, usado para se tomar mate.

Porquear: Vomitar.

Potrilho:Também chamado de Potranco, Potreco, Potranquinho: Cavalo durante o período de amamentação, isto é, desde que nasce até dois anos de idade.

Pousar: Dormir em algum lugar.

Prosear: Conversar.

Pô Tchê: Fala aí, cara!

Poncho : Capa de lã com burcão para colocar a cabeça. Espécie de capa de lã, de forma retangular, ovalada ou redonda, com uma abertura no centro, por onde se enfia a cabeça. É feito geralmente de pano azul, com forro de baeta vermelha. É o agasalho tradicional do gaúcho do campo. Na cama de pelegos, serve de coberta. A cavalo, resguarda o cavaleiro da chuva e do frio.

Porongo; Cuia: Recipiente de barro, de louça ou de madeira, usado para se tomar mate.

Potrilho;Potranco, Potreco, Potranquinho: Cavalo durante o período de amamentação, isto é, desde que nasce até dois anos de idade.

Plantar figueira: Cair do cavalo.

Prenda: A mulher do gaúcho. Mulher bonita, com bons dotes, prendada.

Pular de pau em pau como coruja em corredor.

Pulperia: Boteco; pequena casa de negócios no campo.

Puxada; Puteada: Carraspana, bronca,descompostura.

Quadrar-se a volta: Propiciar-se a ocasião;oferecer-se a oportunidade.

Quadrilha: Grupo de animais de pelagens diferentes.

Quaje: Quando falta um pouquinho para algo acontecer.

Quartear esperanças: Esperar com fé.

Quebrar o corpo: Desviar-se;negar-se a fazer o que havia prometido; fugir a um compromisso.

Queixo-Duro: Cavalo que não obedece facilmente à ação das rédeas.

Qüera: Homem, gaúcho, gaudério.

Querela: Disputa, discussão.

Querência: Pago,o local de nascimento,lar.

Quero-Mana: Denominação de antigo bailado campestre, espécie de
fandango. Canto popular executado ao som de viola.

Que nem carro de funebreiro: só leva.

Que nem casa de esquina: dá pros dois lado.

Que nem corvo em carniça de vaca atolada.

Que nem trigo: lindo de se vê mas só dá uma vez por ano.

Que nem serra-elétrica, não pode ver pau de pé.

Que Tal?: Tudo bem?

Que nem luva de maquinista, tão folgada que qualquer um bota a mão.

Que nem vara verde, pende para o lado que está o vento.

Que nem tartaruga de poço, só esperando o golpe do balde.

Queimar campo em dia de chuva: Mentir.

Quente que nem frigideira sem cabo.


Querucaca: Ave pernalta; esquisita; mulher muito feia.

Quieto como mosquito na parede;quieto no canto como guri cagado.

Quincha: Cobertura de casa ou carreta, feita de santa-fé ou de outro capim seco.

Rabo Quente: Aquecedor da água do chimarrão na cuia.

Rafuage: Vagabundo, malandro.

Rancho: Compra do mês.

Rapariga: Mulher de vida fácil,puta; jovem.

Ratear: Incomodar ou errar.

Rebenque: Instrumento de açoite do cavalo. Chicote curto, de cabo retocado, com uma palma de courona extremidade. Pequeno relho.

Rebenqueado de saudades: Sofrendo saudades, curtindo a dor da separação.

Rebolear as ancas como avestruz repontada.

Rebordosa: Desordem, desorganização.

Recavém: Bunda; traseira da carreta.

Reco: Zíper; soldado raso.

Recolhida: Ato de trazer os animais dos peões do pasto.

Recorrer: Percorrer a estância.

Redomão: Cavalo recém-domado, que ainda não está bem manso; potro não totalmente domado.

Refri: Refrigerante.

Regalo: Presente, brinde.

Relampeando: Caindo relâmpagos.

Relancina; De repente,rápido.

Relho: Chicote com cabo de madeira e açoiteira de tranças semelhantes a de laço, com um pedaço de guasca na ponta.

Relincha mais que potro corrido da manada: Aquele que é rejeitado pelos amigos.

Renguear: Claudicar dos membros posteriores, coxear, mancar,caminhar arrastando uma perna. Tornar rengo um animal ou uma pessoa.

Repontar: Tocar o gado por diante de um lugar para outro.

Resbalão: Escorregão.

Reto como goela de João Grande: Coisa ou caminho reto.

Retovar: Embrulhar em couro.

Retovado: Pequeno relho com uma palma de couro na extremidade.

Retovar: Embrulhar em couro.

Revertério:Dor de barriga.

Rinso: Sabão em pó.

Riscar estrada: Tocar a galope em viagem. Galopar, disparar.

Rosilho: Cavalo de pelo avermelhado.

Ruim como a carne da pá; Ruim como cusco bichado na orelha: Pessoa que não vale nada. Pessoa que não presta, mau-caráter,falsa.

Russilhonas: Botas de cano alto, de couro amarelo.

R$ 1,50: Diz-se Um Real COM cinquenta centavos.

Saber onde moram as corujas: Ser esperto, ser perspicaz, ter grandes conhecimentos.

Sabido como sorro velho.

Sacada: Varanda.

Sacanagem: Brincadeira forte ou de mau-gosto.

Sacudir os arreios: Rebelar-se;reclamar,opor-se a alguma coisa,discutir acaloradamente, não aceitar oposição.

Sair de atravessado: Tratar alguém mal.

Sair do facho: Passear para se distrair.

Sair fedendo; Sair tinindo; Sair flechado; Sair fincado: Sair apressadamente, muito rápido, correndo; fugir em disparada.

Salgado como pipoca de festa.

Sanduba: Sanduíche.

Sanga: Pequeno curso d'água menor que um regato ou arroio.

Saracoteando mais que bolacha em boca de véia.

Sarandi: Terra maninha.

Santa: Santa Catarina.

Schimier: Doce colonial normalmente devorado junto com pão; pão de milho (de preferência) com geléia (Schmier).

Se abrir: Desabafar.

Se acabar: Atingir o orgasmo.

Se cai de quatro segue pastando: Pessoa com pouca instrução.

Se escalar: Convidar a si mesmo.

Se tapar de bicho: Sair em disparada como se estivesse fugindo de um enxame de abelhas.

Se tapar de nojo: Ficar com raiva.

Seca como parto de galinha: Pessoa muito magra.

Seco como charque velho esquecido no varal;Seco como tiro de 12 cano-serrado.

Semaneiro: Peão que, durante uma semana, acorda antes de todos para buscar os cavalos dos companheiros no pasto.

Sem-vergonha que nem pombo de praça: Pessoa que não tem palavra.

Sentar no cabresto: Negar-se a fazer alguma coisa.

Sentar o braço: Surrar, bater, espancar, esbofetear, esmurrar.

Séria como viúva em retrato: Pessoa que dificilmente sorri.

Sério que nem delegado em porta de baile;Sério que nem guri cagado; Sério que nem guri que examina galinha para ver se tem ovo: Sujeito carrancudo.

Sesmaria: Antiga medida agrária correspondente a três léguas quadradas, ou seja, 13.068 hectares. São 3.000 X 9.000 braças, ou 6.600 X 19.800 metros, ou ainda, 130.680.000 metros quadrados.

Sestroso: Temeroso, preocupado, cabisbaixo.

Sinaleira: Sinal de trânsito;semáforo.

Sincero como a vaca pro touro.

Sinuelo: Animal manso, que serve de guia dos outros chucros.

Soga: Corda feita de couro, ou de fibra vegetal, ou ainda de crina de animal, utilizada para prender o cavalo à estaca ou ao pau-de-arrasto, quando é posto a pastar. Corda de couro torcido ou trançado, que liga entre si as pedras das boleadeiras.

Solinha: Voadeira, voadora,golpe marcial.

Solito como galinha em gaiola de engorde:Totalmente solitário.

Sovado que nem couro de buceta.

Soltar as patas: Ser estúpido.

Solto que nem peido em bombacha.

Sorver: Beber aspirando, beber lentamente.

Suado como tampa de chaleira.

Super: Supermercado.

Sutil como gato que vai pegar passarinho.

Surrada que nem casaco de mendigo: Uma coisa muito usada.

Surungo;Caroço: Arrasta-pé, baile de baixa classe.

Suspender um pileque: Embebedar-se.

Taco: Diz-se ao indivíduo capaz, hábil, corajoso, guapo.

Taipa: Represa de leivas, nas lavouras de arroz. Cerca de pedra, na região serrana.
Tapado, burro, ignorante.

Tão baixinho que quando peidava levantava poeira do chão.

Táio: Talho,corte.

Taita: Indivíduo valentão, destemido, guapo.

Tala: Nervura do centro da folha do jerivá. Chibata improvisada com a tala do jerivá ou com qualquer vara flexível.

Talagaço: Pancada com tala. Chicotaço.

Talho: Corte, ferimento. Lado cortante da faca.

Tamanco: Importante peça da indumentária interiorana, principalmente pra pisar em barreiro e em bosta de bicho.

Tapera:Casa de campo, rancho, qualquer habitação abandonada, quase sempre em ruínas, com algumas paredes de pé e algum arvoredo velho. Morada deserta, inabitada, triste.

Tarecos: Coisas sem valor.

Tastaviando: Aquele que sai cambaleando depois de ouvir um palavreado atravessado ou até mesmo em uma briga.

Tchê!: Cara! Homem, em quíchua. Equivalente ao “Meu”, do paulistano ou ao “Cara” do carioca.

Tchê, qual é o teu pastel?: Cara, qual é a tua?

Tchó: Tchê, cara, meu chapa, homem, guri, pessoa.

Te atraca: Faça isso.

Te faz de galinha morta pra passear de caminhonete;Te faz de leitão vesgo pra mamar em duas tetas; Te faz de morto pra ganhar sapato novo;Te faz de petiço pra comer milho sovado; Te faz de porco vesgo pra comer em dois cochos; Te faz de salame: Quando alguém quer se fazer de bobo,mas na verdade é esperto.

Tem mais lanho que picanha de reiúno: Homem cheio de cicatrizes provocadas por brigas devido ao temperamento.

Tentear: Filar; fazer uma tentativa.

Tentos: Pequenas tiras de guasca presas a duas argolas existentes na parte posterior do lombilho, de um e outro lado, às quais se amarram o poncho, o laço, ou qualquer coisa que se queira conduzir à garupa.

Ter muita armação e pouco jogo: Ser agradável mas incapaz de ajudar em momentos difíceis.

Ter o estômago frio: Ser incapaz de guardar segredo.

Tererê: Chimarrão com água fria.

Tirador: Espécie de avental de couro macio, que os laçadores usam pendente ao lado da cintura, para proteger do atrito do laço. Mesmo quando não está fazendo serviços em que utilize o laço, o homem da fronteira usa, freqüentemente, como parte da vestimenta, o seu tirador que, por vezes, é de luxo, enfeitado com franjas, bolsos e coldre para revólver.

Tirar o cavalo da chuva: Retirar o que disse, desistir de algum negócio.

Tirar o corpo fora: Não assumir responsabilidade pelo que fez.

Tirar o culo: Ter azar, entrar mal, em uma referência à jogada perdedora do jogo do osso.

Tirar uma tora: Lutar, brigar; tirar uma soneca.

Tocada do Apronte: Momento em que o cavalo se prepara para a largada de uma corrida.

Tomar chá de sumiço: Desaparecer sem deixar rastro.

Torar : Arrebentar, quebrar.

Torrada: Queijo quente.

Tosa;Tosquia, Toso, Esquila: Ato de remover a lã da ovelha.

Tosquiador: Homem que realiza a tosa, ou tosquia.

Tradição Gaúcha: Vocábulos usados no plural, significando o rico acervo cultural e moral do Rio Grande do Sul nos campos literário, folclórico, musical, usanças, adagiário, artesanato, esportes e atividades culturais.

Tramposo: Intrometido, trapaceiro, velhaco.

Tranco: Passo largo, firme e seguro, do cavalo ou do homem. Empurrão; rapidamente, bruscamente.

Tranquilo como água de poço: Pessoa de bem com a vida.

Traiçoeiro como cruzeira na toca: Pessoa capaz de uma traição a qualquer momento.

Tranqüilo e sereno que nem baile de moreno;Tranqüilo que nem cozinheiro de hospício; Tranqüilo que nem tartaruga de poço.

Tratar burro a pão-de-ló: Tratar bem uma pessoa que não merece.

Trem: Sujeito inútil.

Tri:O verdadeiro gaúcho usa a interjeição 'tri' para tudo, menos antes do legal (isto é coisa de brasileiro querendo ser gaúcho).

Triste como burro atolado.

Três-Marias: Boleadeiras.

Tri a fim: Muito a fim.

Trompaço: Bofetada.

Tronqueira: Cada um dos grossos esteios colocados nas porteiras, os quais são providos de buracos em que são passadas as varas que as fecham.

Tropeiro: Condutor, comprador ou vendedor de tropas de gado, éguas, mulas, ou cargueiros. Peão que ajuda a conduzir a tropa ao relento, dia e noite, com chuva, neve, minuano ou soalheiras inclementes.

Tropicar: Tropeçar.

Tropilha: Grupo de animais de pelagens iguais, de mesma cor.

Trovar: Conversar, prosear;mentir.

Turco: Pessoa de origem árabe.

Upa: Abraço. Rápido.

Uso campião: Usucapião.

Usted: Você.

Vacaria: Grande número de vacas. Grande extensão de campo, que os jesuítas reservavam para criação de gado bovino.

Vai a caldo de pinto: Ir devagar

Vaqueano: Aquele que, conhecendo bem os caminhos e atalhos de um lugar ou região, serve de guia.

Varar: Atravessar, cruzar.

Vareio: Susto, sova, surra,repreensão;decepção.

Vaza: Vez, oportunidade.

Vazar: Sair,ir embora.

Vazio que nem rancho tapera de índio despilchado.

Veiaco: Mau pagador,covarde, traiçoeiro.

Vermelho feito pitanga madura.

Vil: Covarde, desanimado, fraco.

Viração: Prostituição. Viver sem profissão definida.

Virar-se mais que minhoca na cinza.

Vivente: Pessoa, criatura, indivíduo.

Vortiada: Passeio.

Trocando orelha: Desconfiado.

Tu é um baita trovador: Tu é um grande xavequeiro,um grande paquerador.

Uma-de-pé : Briga, luta.

Um Viva La Pátria: Bagunça, desordem.

Usted: Você.

Vai dar em: Direção das estradas.

Vai ser um abraço: Tarefa de fácil execução.

Vamo abrir?: Cair fora, fugir,sair.

Vareio: Susto, sova, surra; decepção.

Vazia como pastel de rodoviária: Pessoa fútil.

Verter água: Mijar.

Ver-se em assado: Ver-se atrapalhado, em dificuldades.

Viciado que nem cachorro ovelheiro: Pessoa que não consegue se livrar dos vícios.

Vir que nem caracará magro em cordeiro bichado: Ataque rápido e covarde.

Virado no rebolo: Homem que conhece todo tipo de trabalho no campo.

Visita de soltar os bois: Visita demorada.

Vivo como cavalo de contrabandista.

Xepa: Comida.

Xerenga: Faca velha.

Ximia: Doce de passar no pão.

Xirú: Compadre, índio véio, vivente loco.Vem do tupí-guarani [che (meu) - irú (camarada)

Xô-Micro: Exprime desprezo.

Xurriu: Caganeira.

Zaino: Cavalo castanho-escuro.

Zaroio: Vesgo.

Zarro: Incômodo, difícil de fazer, chato.

Zoiudo: impertinente, olho-grande.

Zunir: Ir embora apressadamente.










































DITADOS GAUCHESCOS


A cavalo dado não se olha o pêlo;a cavalo dado não se olha os dentes: Para receber um presente ou favor não se impõe condições.

A criatura perfeita que Deus criou foi a mulher: burra, trabalhadeira e submissa ao homem.

A formiga, quando quer perder-se, cria asas.

A formiga sabe que erva corta.

A gato velho, camundongo novo.

A má ovelha deita o rebanho a perder.

A melancia de manhã é de prata, de meio-dia é de ouro, de noite mata.

A mulher carioca está sempre bem passada. É como comer churrasco em bandeja.

A touritos flacos todos pealam.

Abre teu porco e verás teu corpo.

Acabou-se o que era doce; quem comeu, regalou-se.

Aleluia, carne no prato, farinha na cuia.

Amigo de todos e de nenhum, tudo é um.

Amor, fogo e tosse, seu dono descobre.

Antes que cases, vê bem o que fazes.

Ao assustado a própria sombra assusta.

Ao meio-dia, panela no fogo, barriga vazia.

Arrumar china pra descarregar o vinho das bolas.

As pessoa são qui nem os indivíduo.

Beleza não me impressiona; conheço muito campo feio que dá boa aguada.
Berimbau não é gaita.

Bobagem é espirrar na farofa

Boi lerdo bebe água suja; Boi que se atrasa bebe água suja:Pessoa que se atrasou e ficou com a pior parte.

Boi manso é que arromba a porteira: Alguém que usa as boas maneiras e consegue passar por bom, quando na verdade não é.

Branco em rancho de palha faz desconfiar.

Brigam as comadres, descobrem-se as verdades

Burro carregador de açúcar, até o rabo é doce: Diz-se daquele que,de tanto conviver
com determinados hábitos, acaba adquirindo-os.

Burro velho não toma freio.

Cachorro comedor de ovelha, só matando.

Cachorro mordido de cobra tem medo de linguiça: Aquele que, traído ou enganado por
falsos amigos, passou a tratar outras pessoas com desconfiança.

Cada qual no seu saraguá: O mesmo que cada macaco no seu galho; Cada um no seu lugar.

Cada hombre, como o cavalo, tem o seu lado de montar.

Casa sem mulher é casa sem fogão.

Casco de boi velho, onde senta, não escorrega.

Cavalo de borracho sabe onde o bolicho dá sombra.

Cavalo bom e homem valente a gente só conhece na chegada.

Cavalo de comissário não perde a corrida.

Cavalo manso é pra ir à missa.

Cavalo torto não dá carreira direita.

Chimarrão é bom pra clarear a urina e as idéia.

China de se apresentar pra mãe.

Churrasco de salgar com avião agrícola.

Chuva de molhar bobo.

Com chimango não gasto pólvora.

Com esta corja, palavra não basta; ponta de faca e bala é que resolve.

Com quem veste saia - mulher, padre ou juiz - não se brinca.

Come para viver e não vivas para comer.

Crescer como cola de cavalo:Ir mal de negócios e amores.

Cuia curtida, mate bom.

Cuidado com a chifrada do boi manso: O mesmo que Cuidado com amigos falsos.

De caldo requentado e de ar encanado, guarda-te como do diabo.

De cobra não nasce passarinho.

De grão em grão a galinha enche o papo.

De onde tu acha que não sai nada é que não sai nada mesmo.

De reza não sabia um terço.

Desconfiado como cavalo torto em porteira.

Deus os fez, o Diabo os ajuntou.

Deus tira os dentes, mas alarga a goela.

Devagar se vai ao longe.

Dinheiro na mão de pobre é como cuspe em ferro quente.

Dinheiro, mulher e cavalo de andar, nada de emprestar.

Dois tatus não fazem casa em um só buraco.

É capando touro que se tem boi manso.

É como cachorro de cego. Só matando.

É na viagem que a bruaca se acomoda.

Em boca fechada não entra mosca.

Em mulher e cavalo novo não se mete a espora.

Em mulher só se bate pra descarregar energia.

Em tempo de guerra, mocotó é lombo

Emprenhar até china de delegado.

Emprenhar até china de fiscal da Receita.

Esse, nem pra catar bosta.

Estômago de porco, paladar de urubu.

Faca que não corta, pena que não escreve, amigo que não serve, que se
perca pouco importa.

Facão novo se quebra, não se dobra.

Fala ao teu cavalo como se fosse gente.

Feliz no jogo, infeliz no amor.

Filho de gato apanha rato.

Filho de tigre sai pintado; Tal pai, tal filho: O filho se assemelha ao pai.

Fogo de palha, chuva de verão e raiva de mulher têm pouca duração.

Fogo morro acima, água morro abaixo e mulher quando quer dar, ninguém segura.

Frio de empedrar água de poço.

Frio de renguear cusco.

Gato que nasce em forninho não é biscoito.

Gaúcho macho e grosso não come carne, rói osso!

Gaúcho que não churrasqueia é mesmo que mulher-dama que perdeu a xota.

Gordo e pelechado.

Guaipeca não se mete em briga de cachorro grande.

Guri que não teve gonorréia até os quinze anos é puto.

Hablar, no hablo, pero sapieco um pueco.

Ir buscar lã e sair tosquiado.

Isto não é casa de pai Gonzalo, onde a galinha manda mais que o galo.

Jogo de mãos, jogo de vilões.

Ladrão que rouba a ladrão, tem cem anos de perdão.

Macaco velho não mete a mão em cumbuca.

Mais faz quem quer do que quem pode.

Mais há quem suje a casa do que quem a varre.

Mar é igual a campo, com a desvantagem que afunda.

Marido de parteira dorme do lado da parede.

Me dá uma posição porque o negócio está de pé.

Mocotó de colar beiço.

Montado na razão, não se precisa de espora.

Muito campo feio dá boa aguada.

Mulher que pita, se não é francesa, é piguancha.

Mulher só serve pra três coisas, e pras outras duas tem diarista.

Mulher, arma e cavalo de andar, nada de emprestar.

Mulher sardenta e cavalo passarinheiro, alerta companheiro.

Não abre a mão nem pra espantar mosca.

Não alertar os ganso: Não chamar a atenção.

Não aquento água pra outro tomar mate.

Não digas desta água não beberei.

Não há mal que sempre dure, nem bem que não se acabe.

Não se apanha rato, apertando o rabo do gato.

Não se aperta quem joga e anda em égua.

Não sou branco, mas sou franco.

Não te apotres que domadores não faltam.

Não vou ficar para semente, mas gosto de andar no mundo.

Nem toda mulher é vaca, mas toda vaca é mulher

Ninguém é perfeito: só santo, e lugar de santo é no altar ou no céu,
não neste mundo.

Homem sem defeito não é bem homem.

Numa briga de gaúcho, paulista, mineiro e carioca, o gaúcho bate, o paulista apanha, e o mineiro tenta apartar. O carioca fugiu,mas voltará depois com um bonde de mermão pra dominar tudo,e avisando: "É nóisss! Tamo junto!".

O barato custa caro.

O boi engorda com o olho do dono: Ninguém melhor do que a própria pessoa para cuidar de seus interesses.

O diabo faz a panela, mas não faz a tampa.

O galo aonde canta, aí janta.

O mundo dá muita volta.

O que é um boi para quem tem uma estância?

O que eu não aprendi dentro do galpão, aprendi atrás do galpão.

O que não tem remédio, remediado está.

O que urubu não conhece, não come.

O sol é o poncho do pobre.

O tatu procura sempre o seu buraco

O vivente quer mumu,mas não quer abrir a lata: Pessoa que quer algo bom, mas sem nenhum esforço.

Onde há fumaça, há fogo.

Onde se viu o cavalo do comissário perder a corrida?

Ovelha é que nem mulher, se não desse pra comer não prestava.

Ovelha não é para o mato.

Papagaio come milho periquito leva a fama.

Para uma bofetada, uma facada.

Partida de parelheiro, sentada de sendeiro.

Passar a lingüiça na farinheira

Passinho de quem não quer peidar.

Pata de galinha nunca matou pinto.

Pau que nasce torto, morre torto.

Peido de encher bombacha.

Pela boca morre o peixe.

Picar a mular : Fugir,ir embora.

Pirou na batatinha: Enlouqueceu.

Pra amarrar cavalo no campo e mulher em casa, só carece de um pau firme.

Praga de urubu não mata cavalo gordo: Não se deve temer a inveja.

Quando a esmola é grande, o pobre desconfia.

Quando estiveres para embrabecer, conta três vezes os botões da tua roupa.

Quando falares com homem, olha-lhe para os olhos, quando falares com
mulher, olha-lhe para a boca e saberás como te haver.

Quando o carancho está infeliz, não há árvore que o agüente.

Quando se pega na rabiça do arado, deve-se ir até o fim do rego.

Quando o vivente está com azar,até no cagar se descadera: Má sorte,azar extremo, atraindo desgraça.

Quem tá tomado de razão não precisa de espora: A verdade está acima de qualquer argumento.

Quem a seu inimigo poupa, nas mãos lhe morre.

Quem com cães se deita, com pulgas se levanta.

Quem com crianças se deita, amanhece mijado.

Quem comer a carne, que roa os ossos.

Quem compra o que não pode, vende o que não deve.

Quem cospe para o ar, no rosto lhe cai.

Quem deve a Deus, paga ao diabo.

Quem diz o que quer, ouve o que não quer.

Quem dorme na soga, amanhece com fome.

Quem é lerdo, não come pirão.

Quem é ruim, não encontra capão para pouso.

Quem é vivo, sempre aparece.

Quem faz o cavalo é o dono.

Quem joga e anda em égua não se aperta.

Quem muito fala, pouco faz.

Quem muito jura, muito mente.

Quem muito se agacha, a bunda lhe aparece.

Quem não arrisca, não petisca.

Quem não campeia, não acha.

Quem não chora, não mama.

Quem não gosta de barulho, não amarra porongo nos tentos.

Quem não me apóia, não come bóia.

Quem não te conhece, que te compre.

Quem não tem bunda, não se senta.

Quem ordenha bebe o apojo.

Quem quiser guabiju, que sacuda o galho.

Quem tem vergonha, morre de fome.

Quem trepa vestido é padre e tartaruga.

Quer moleza, come minhoca que não tem osso.

Roupa suja, lava-se em casa.

Saco vazio não se põe em pé.

Santo de casa não faz milagres.

Se estou de bem com a abelha mestra, não me importo que o enxame ronque.

Se tatu visse, carreira não dava.

Se tem muito dinheiro, coma num cocho.

Segredo em boca de mulher é manteiga em focinho de cão.

Só fala inglês pra comprar boi.

Soldado velho não se aperta, e quando se aperta, deserta.

Tanta fome que a coalheira enrolou no espinhaço;Tanta fome que a tripa grossa comeu a tripa fina.

Tirar o cavalo da chuva:Abandonar um negócio.

Tiro dado, bugio deitado.

Tocar o petiço: Apressar-se.

Toda mulher deve lutar pela sua igualdade, desde que não interfira no
serviço da casa.

Touro em campo estranho é vaca; Touro em rodeio alheio é vaca.

Traíra quando não tem que comer, come os parentes.

Traíra velha só come lambaris.

Um salto de assustar cusco.

Vaca de campo não tem touro certo;Vaca de rodeio não tem touro certo.

Vaso ruim não quebra.

Velho é como forno: se esquenta pela boca.

Vergonha é roubar e não poder carregar.

Viajou na maionese: Delirou.

Viúva nova é que nem lenha verde: enquanto chora numa ponta, queima na outra: Tristeza e alegria.










































SER GAÚCHO É


Achar que a Free Way é a nona maravilha do mundo.

Achar que o Guaíba é um rio.

Achar que o Laçador é maior e mais bonito que o Cristo Redentor.

Afirmar,convicto: “Eu sou gaúcho e me chega pra ser feliz no universo”.

Amar com orgulho o Rio Grande do Sul.

Assinar Zero Hora em Nova York.

Bater no filho ao descobrir que ele é Flamengo.

Beber chimarrão pelando de quente, e quando escorre uma lágrima, dizer que
é “Saudade do Rio Grande”.

Cobrir a prenda e soltar um relincho de bagual na hora do orgasmo.

Comemorar uma revolução que não deu certo.

Comer a costela antes da picanha.

Comparar o mar ao campo, mas com a desvantagem de que afunda.

Defender o principio de que toda mulher deve lutar pela sua igualdade,desde que não interfira no serviço da casa.

Descontrolar-se numa piscina.

Discordar que o umbigo é o centro do mundo, porque todo mundo sabe que é o Rio Grande.

Dizer que é difícil fazer churrasco.

Dizer que Kleiton e Kledir são mais machos que Gil e Caetano.

Dizer que não é orgulhoso, apenas não cabresteia para qualquer um.

Dizer que tomar água à 100º C com gosto de mato é coisa de macho.

Dormir na geada e acordar suando.

É gostar de tudo que o Estado tem.

Enviar cartão postal de Torres.

Estar no Maracanã escutando a Rádio Gaúcha.

Falar classe em vez de carteira.

Falar lomba em vez de morro.

Falar roleta em vez de catraca.

Falar Tchê ao telefone só pra ver se descobre outro.

Falar tri legal ou muito tri.

Fazer a barba com facão e passar querosene.

Fazer charque de carne de cabeça e dizer: “É bem bom!”.

Fazer divisa com três países: Argentina, Uruguai e Brasil.

Gostar de mulher, fandango e cavalo.

Indicar um gaúcho para presidente.

Ir à Joaquina de garrafa térmica.

Levar um balaço de 38 e gritar: “Quase me acertaram, tchê!”

Levar um coice nas fuça e dizer: “Mosquito filho da puta!”

Matar a sede com vinagre.

Montar em cavalo chucro e só apear depois de manso.

Morar em Florianópolis e dizer que Porto Alegre é melhor.

Não afundar ao entrar na água.

Não se deprimir, mas ficar de orelha murcha.

Não usar esponja no banho, mas um pedaço de telha.

Nascer em Pelotas e dizer que é de Rio Grande e MACHO.

Nascer no Alegrete.

Nunca ficar em apuros, mas no mato sem cachorro.

Palitar os dentes com o espeto.

Passar a lua-de-mel em São José dos Ausentes, no inverno. (E não encolher o pinto)

Preservar os seus costumes e a cultura.

Saber o Hino Estadual.

Saber que a nossa pátria é o Pampa e não a praia com coqueiros.

Saber que nossa característica é a bravura e não o jeitinho.

Saber que nosso valor é a lisura e não a malandragem.

Sair do Rio Grande do Sul assim que puder.

Sentir-se frustrado por não ser Magrinho de Porto.

Ser tri legal às pampas.

Ser franco e direto, nem que isso cause inimizades.

Ser hospitaleiro.

Ser humilde em ambições, mas exagerado em ideais e paixões.

Ser mui macho.

Ser simples de modos, mas reto de caráter;

Ser um bravo, que não foge de uma luta por mais difícil que ela seja.

Ser um rebelde, que nunca aceita ser dominado.

Ser um respeitador fiel da hierarquia funcional e o primeiro a proclamar a igualdade.

Ser um ser batalhador, que não desiste nunca.

Ser um verdadeiro tradicionalista não por aprender coisas no CTG, mas por saber que carrega em si esses valores e não vê alternativa possível de vida digna sem eles.

Ter confiança em bancos gaúchos.

Ter horror a castelhanos.

Tirar espinho do “garrão” com a ponta do facão.

Torcer pelo Grêmio ou Internacional.

Usar azeite de mocotó no cabelo e lavar com sabão de casa.

Usar bombacha larga.

Usar no vidro traseiro do carro um adesivo da bandeira do Rio Grande do Sul.



























SER PORTOALEGRENSE É



Achar o Correio do Povo um grande jornal.

Achar que Porto Alegre é demais.

Achar que ‘Caetano é Caetano e Chico é Chico’.

Achar que o pôr-do-sol do Guaíba é o mais belo do mundo por obra da sua natureza porto-alegrense.

Achar que os gaúchos são mais cultos e mais politizados que os demais brasileiros.

Achar que Porto Alegre se tornou uma cidade turística e cosmopolita depois do Fórum Social Mundial.

Achar que Porto Alegre tem quase todos os defeitos de uma cidade grande e mais algumas desvantagens de uma cidade pequena, mas partir para a briga com qualquer pessoa que ouse dizer uma “barbaridade” dessas.

Acreditar piamente que existe uma comprovação científica para o fato de o pôr-do-sol do Guaíba ser o mais bonito do planeta,talvez por estar no Paralelo 30.

Acreditar que a última batalha não será entre o bem e o mal, ou entre a luz e as trevas, mas sim entre gremistas e colorados.

Amar Porto Alegre.

Ao querer dizer “Sim”, falar “Ham-ham”carregando no sotaque.

Chamar a cidade de Porto, Portinho ou POA.

Chamar as ruas e avenidas por apelidos,como “Volunta”,em vez de Voluntários da Pátria.

Chamar o carinha ali de “bagaceiro”.

Conseguir mostrar em uma tarde todos os pontos turísticos da cidade para os amigos que vêm de fora.

Considerar o Gre-Nal como o maior clássico do futebol mundial.

Cortar metade das palavras e nem se dar mais conta disso: “Findi”, “Churras”, “Super”, “Níver”, “Refri”, “Ceva”.

Declarar-se inimigo de todo maniqueísmo, mas achar que os adversários sempre têm interesses, enquanto ele mesmo só tem projetos.

Defender a liberdade de expressão acima de todas as coisas.

Desfilar em qualquer rua de qualquer cidade com cuia e garrafa térmica na mão, como se fosse coisa “tri-normal”.

Dividir o domingo entre antes e depois da passadinha no Brique da Redenção ou no Parcão.

Dizer ‘A Companhia’ em vez de a Companhia das Letras.

Dizer que o Guaíba tem o pôr-do-sol mais bonito do mundo.

Dizer que o Porto-Alegrês é uma das línguas mais difíceis do “Ocidente” (que não é o hemisfério, e sim um bar ).

Falar mal das praias gaúchas, mas nunca recusar convites para passar o fim de semana em Imbé ou Atlântida.

Morando em outro estado ou no exterior,ser assinante do Zero Hora.

Não admirar o talento, mas o sucesso.

Negar que é bairrista.

Odiar o muro da Mauá.

Parar de ir a livrarias a partir de julho para aproveitar os descontos e os balaios da Feira do Livro.

Ser amigo dos amigos e inimigo dos inimigos dos deles, mesmo quando tenham razão.

Ser fascinado pelos cariocas e o Rio de Janeiro.

Sempre que se referir ao Veríssimo, acrescentar: ‘Como ele é tímido’.

Viver indignado com essa história de ‘lá fora’ e dizer que isso nem existe, mas vibrar quando um dos nossos faz sucesso ‘lá fora’.

Usar no vidro traseiro do carro um adesivo da bandeira do Rio Grande do Sul.




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