10 outubro 2009

Dicionário de Brasilianês

MAPA DO BRASIL SEGUNDO OS BRASILIENSES




















Expressões: O brasiliense, principalmente o jovem, é reconhecido em outras cidades pelo emprego de expressões como “Véi” e “Xarope”, “Uai” (Minas), “É ruim, hem?” (Rio), “Guri” (Rio Grande do Sul), “Ôxe” (Nordeste), “Abestado” (Ceará),e “Égua” (Pará). Como aqui convive gente do Brasil inteiro, é normal usar os termos dos vizinhos,amigos e colegas oriundos de todo o país, num sotaque que uma mescla todas as regiões e forma uma fala neutra. Repare:


O chamado “erre retroflexo”, do interior de São Paulo e do Sul de Minas Gerais, não prospera E muito menos o chiado litorâneo da influência portuguesa “O ‘t’ é aquele ‘te’. Não é ‘ti’, como em certos lugares do Nordeste.


O “S” do brasiliense, depois da vogal, é sibilante. Isso quer dizer que ele não tem aquele chiado característico do Rio de Janeiro, de Salvador, Recife, Fortaleza ou Belém do Pará. Essas cidades tiveram forte influência portuguesa na formação de seus sotaques


O “R” é posterior, uma simples aspiração,ou seja, não há o “R‘puxado’’ dos paulistas, mineiros e goianos do interior e nem o levemente tremido dos paulistanos ou o bastante tremido dos gaúchos, formado na ponta da língua,mas o produzido lá na garganta, como o do carioca ou, mais forte ainda, como o dos franceses, também não existe. O “R” brasiliense simplesmente sai, em um ato de expiração sem esforço algum.


Os encontros consonantais “LH e NH”, no sotaque brasiliense, não são tão marcados como no do paraense. Quem nasce em Belém do Pará encosta a língua no céu da boca (característica nasal palatal) para pronunciar as sílabas ‘‘li’’ e ‘‘nha’’ da palavra “galinha”. O ‘‘li’’ é tão forte, que mais parece um ‘‘lhi’’. No Piauí, ao contrário, se diz deseõ, a língua não toca no céu da boca. No Distrito Federal, ficamos com o meio- termo.


Em alguns lugares do Mato Grosso, o “X” tem o som de “T” (som africado), quando deveria ser de ‘‘CH’’. Assim, mato-grossense diz ‘‘peite com matite’’. No DF, dizemos simplesmente “peixe com maxixe”.

Ritmo: Bem sabemos imitar o canto do mineiro (‘‘perdi o vião lá no eroporto de Minasss’’), a fala à italiana do paulistano (‘‘ôrra, meu, não tô entendeeendo’’), o arrastado do carioca (‘‘aí, vamox pra Petrópolix’’), o dengo de alguns locais do Nordeste (‘‘oxente, home de Deus’’) ou a enfática sonoridade gaúcha, com seu ‘‘E’’ bem pronunciado (‘‘leitE quentE dói o dentE’’).Mas em Brasília não é nada disso.

























E não importa de onde venha,a pessoa jamais se cansa de admirar um nascer do sol como esse: surreal.































E se encanta ao conhecer - ou se emociona ao reconhecer - cada pedacinho dessa cidade.


FOTO: Emir Schmitt




















ALGUNS TIPOS DE MULHERES DO DISTRITO FEDERAL


















E NÃO VACILE,SENÃO...É PREJU NA CERTA!























DICIONÁRIO DE BRASILIANÊS


Agulhinhas: Vias de acesso aos Eixinhos e ao Eixão (Sul ou Norte). Nessa foto,o carro deixa um Eixão e segue para um Eixinho.
















 Aaaaah,véi: Lembrei.

Asa Norte: Parte Norte do Plano-Piloto; piranha.

Balão: Rotatória.

















Bloco: Prédio comercial ou residencial.

Bolo de Noiva: Prédio do Anexo II do Itamaraty; o Ministério das Relações Exteriores é formado por três blocos.

Bomba: Sanduiche altamente calórico,pesado mesmo, vendido em toda a cidade.

Bora: Vamos embora.

Boto Fé: Antiga gíria (Anos 70) usada até hoje para expressar certeza em algo ou alguém.

Brother,Cara, Djow, Fera, Fi, Irmão, Lek, Lesk,Mano,Nego,Truta,Véi: Amigo.

Buraco do Tatu: Passagem sob a Rodoviária que liga os Eixões Sul e Norte (e vice-versa).

Cabaço: Aquele/a que nunca transou;virgem.

Cabuloso: Muito bom, sensacional.

Cafofo: Humilde residência

Camelo: Bicicleta.

Candango: Aquele que construiu Brasília.

Canhão: Mulher feia

Cei: Apelido da região administrativa de Ceilândia.

Cidades-Satélites:  Ficam nos arredores de Brasília, e agora são chamadas "Regiões Administrativas".

Cobogó: Elemento vazado, comum nas áreas de serviço dos blocos e dos apartamentos mais antigos de Brasília, para evitar o superaquecimento.


Cobogó Visto de Fora:















Cobogó Visto de Dentro:
















 Comedor de vento: Cara que não pega ninguém

Conic: Durante o dia,um centro comercial decadente; à noite,ponto de prostituição de todos os tipos.

Cosme e Damião: Dupla de PMs.

Da hora, massa, muito louco, mara: Legal

Dar Rata: Antiga gíria (Anos 70) ainda usada, que significa cometer uma gafe, falar besteira.

De boa; De boinha: Bem-estar.

De bóbis: Tudo bem.

De rocha: De verdade, sério.

E pior que é mesmo: A mais pura verdade.

ÊEEEE GOIÁS: Roceiro, cafona,brega.

ÊÊÊÊÊ VÉI!: Presta atenção!

Entrequadra: Comércio no meio de duas quadras residenciais, cada uma com suas lojas farmácias,,bares e restaurantes.

Escroto: Muito bom.

Estruta: Referente à favela Estrutural

Eixinho L: Eixinho Leste.

Eixinho W: Eixinho Oeste.

Eixão: Eixo Rodoviário-Residencial,com 15 kms de extensão.É uma via rodoviária que liga a Asa Norte à Asa Sul do Plano Piloto de Brasília, com seis pistas de rolamento, três no sentido norte-sul e três no sentido sul-norte, e uma pista central de escape. O arquiteto decidiu arquear um dos traços, o Eixão, para ajustá-lo à topografia.

Eixo Monumental: Liga a Rodoferroviária à Praça dos Três Poderes.

Huuuum,véi: Esqueci.

Iiiiih,véi: Não vai dar pra fazer.

Joaninha: Viatura policial.

Joselito: Sem noção.

Jumpar: Pular.

Lago: Normalmente se refere ao Lago Sul, quando falando de lugar onde mora, se for no Lago Norte se fala Lago Norte mesmo, e se for referente ao Lago Paranoá, a água, coisa do tipo, se fala Lago também.

Lombra; Viajar na maionese: Delirar,fantasiar.

Lombrado: Sob efeito de entorpecentes.

Mala: Esperto.

Massa: Legal.

Meus ovo: Nunca; até parece.

Mó: Maior.

Morou, Sacou ?:  Antigas gírias (Anos 60 e 70) usadas inclusive atualmente para perguntar: "Entendeu?"

Não fode: Não estrague.

Não Esparra: Não espalha; deixa de ser chato.

Norte: Referente à Asa Norte

ÔÔÔÔÔ VÉI: Por favor.

Paia: Ruim, chato

Pára,véi!: Não acredito.

Pardal No Chão; Pardal No Poste:  Radares de trânsito.

Periguete: Puta.

Pentelho: Pessoa chata

Pico; Point: Lugar badalado.

Pilotis:  Colunas de sustentação dos blocos residenciais; o célebre "Debaixo do bloco".

Pimpolho,Pivete: Pirralho chato.

Pipoqueiro: Frouxo

Plano; Plano-Piloto: Centro de Brasília [Asa Sul e Norte].

Pra ver de qual era: Conferir.

Prego; Zé Buceta: Estraga-prazeres, babaca.

Putz,véi!: É mesmo!

Quadra Comercial:  Composta por lojas,bares e restaurantes.

Recanto: Referente à região administrativa Recanto das Emas

Relar: Acabar

Riacho: Referente a região administrativa Riacho Fundo

Roça: Goiás

Samamba: Apelido da região administrativa de Samambaia

Se pá: De repente; se bobear;talvez

Setor Comercial Norte (SCN): Região do Plano-Piloto de Brasília, predominantemente comercial, com edifícios comerciais, lojas de departamentos e especializadas, escritórios e consultórios, pequenos laboratórios, oficinas de artesanato, curso de aperfeiçoamento e treinamento relacionados a atividades comerciais, pequenas agências bancárias, agências de órgãos públicos, bancas de revista, barbearias, bares, cafés, clubes urbanos, localizado na ala norte do Eixo Rodoviário-Residencial. A Escala Gregária se concentra no centro da cidade, nos Setores Comerciais, Bancário, de Diversões e Hoteleiro Sul e Norte, destinados à prestação de serviços e ao lazer da população.

Sinistro: Muito ruim e/ou perigoso.

SHIN: Setor de Habitações Individuais Norte; Lago Norte.

SHIS: Setor de Habitações Individuais Sul: Lago Sul.

SQN: Super Quadra Norte.

SQS: Super Quadra Sul.

SQSW: Super Quadra Sudoeste.

Stop-in-a: Paranoá.

Tá de caô: Está mentindo.

Tá de rolo; Tá enrolado: Está com ficante ou namorada/o.

Tá ligado?: Tá prestando atenção?

Taguá:Apelido da região administrativa de Taguatinga.

Tesourinha: Interconexão entre os Eixinhos Leste e Oeste, com forma de uma tesoura, que dá acesso às Super Quadras Sul e Norte,para o melhor escoamento do tráfego, sem cruzamentos.


















Tio, Tia: Mãe ou pai de conhecidos; adulto com cara de velho.

Tipassin, ó: Tipo assim,ò.

Toco: Quando uma guria te tira de tempo.

...Véi: Lascou tudo.

Véééééi do Céu!:  Fudeu tudo!

Véi...pára: É melhor parar.

Vééi: Como assim?

Vééééééééi: Você não sabe; você não vai acreditar.

Xarope: Chato/a.

Xopis: Shopping.

Zebrinha; Panela de Pobre; Rabo de Tatu: Microônibus sem cobrador/trocador que circula no Plano-Piloto até no máximo 20:00hs, de Segunda a Sexta-Feira.

Zuera, brinks, tô de zoa: Não estou falando sério.
























SER BRASILIENSE É



Achar estranhas cidades com subidas e descidas,além de ruas e avenidas com nomes de pessoas.

Achar normal que para ir ao supermercado, tenha que pegar o carro e rodar 30 quilômetros.

Achar normal, no caminho entre a casa e o trabalho, passar por pelo menos 50 outdoors.

Achar normal ter a rodoviária interurbana mais chinfrim do Brasil.

Achar a Rodoferroviária uma coisa inútil e muito feia.

Achar normal um PM a cada cruzamento.

Achar que a natureza não faz mais do que a obrigação quando você contempla um nascer ou um pôr-do-sol cinematográficos.

Achar que casa com piscina,quadra de tênis e campo de futebol é a coisa mais normal do mundo.

Achar que casas,prédios públicos e até um teatro em forma de pirâmide são normais.

Achar que casa em forma de disco-voador é normal.

Achar que de mar o nosso céu não tem nada, e na primeira oportunidade dar uma escapada para uma praia.

Achar que todo lugar tem árvore com tronco torto.

Achar super normal alguém de cabelo rosa-choque, verde,azul,laranja ou roxo, sobretudo preto e botas de cano longo no maior solzão, e com mais brincos na cara do que anéis nos dedos.

Achar uma maravilha quando a umidade sobe um pouquinho.

Acompanhar atentamente as novidades do mercado imobiliário.

Acordar ouvindo passarinhos e vendo borboletas perto dos carros.

Acreditar que o céu de Brasília é o mais bonito do mundo.

Acreditar que o VLT vai dar certo na W-3 Sul.

Admitir que quase todo edifício tem um nome, mas ninguém sabe - nem mesmo os moradores – porque todos se guiam pelas letras dos blocos.

Adorar dizer para quem não mora em Brasília ou não gosta: "Já dizia Renato Russo: Nesse país melhor lugar não há"

Adorar viajar, mas quando voltar e sobrevoar Brasília, sentir uma paz imensa, um jeito peculiar de sentir-se em casa.

Andar de ônibus no máximo duas vezes por ano.

Ao dirigir, ficar meio paranóico com os limites de velocidade.

Aproximar-se de um fícus belo e majestoso,lembrar-se dele e ficar feliz por revê-lo.

Assistir e até participar de passeatas de evangélicos,mesmo sendo de outra religião.

Bater papo no Beirute.

Beber muito.


Brigar com alguém de fora que acusa Brasília de só ter ladrão, e retrucar: "Quem elegeu esse ladrão foi você, que o mandou para cá" ou “Enquanto o Brasil não aprender a votar, Brasília vai continuar recebendo esse lixo dos Estados”. 

Chamar a Estrutural de "Faixa de Gaza".

Chamar até hoje o hipermercado Pão-de-Açúcar de "Jumbo".

Chamar de "Guerreiro" seu amigo que pega qualquer uma.

Chamar o Beirute da SQS 109 de “Gayrute” e o da SQN 107 de “Beirute Hetero” ou “Beirute Light”.

Chamar o Nativus de "Repetitivus, "Enjoativus" ou "Chativus", mas dizer orgulhosamente que eles são daqui e que você já tinha enjoado de todas as músicas antes mesmo de eles começarem a fazer sucesso no resto do país.

Chamar o Parque da Cidade de Pithon... e já até ter brincado no foguete dele.

Chamar os amigos de seus pais de 'tio' e 'tia'.

Chamar os roqueiros fanáticos (aqueles que saem fantasiados na rua) de 'Dorme-Sujo'

Classificar "montanha" como substantivo abstrato.

Comemorar a primeira chuva de setembro.

Comemorar as vitórias da Seleção na Rua do Beirute.

Comer pizza Dom Bosco com Matte Leão gelado.

Conhecer a profecia de Dom Bosco.

Conhecer ao menos uma canção do Capital Inicial, e saber o que eles querem dizer com Música Urbana.

Conhecer boa parte da história da cidade – desde a construção - através de conversas com seus avós,pais e tios,e assistir os filmes e ver todas fotos que eles guardaram daquela época.

Conhecer filhos de ministros,parlamentares e diplomatas; ou,dependendo da idade,ser amigo deles desde a infância ou a adolescência.

Conhecer o ministro,senador ou deputado como “O Tio Fulano” ou 'O pai daquele cara da faculdade', ou ainda "Meu amigo da vida inteira".

Conhecer no mínimo 10 pessoas que nunca foram ao Rio de Janeiro e têm mais sotaque do que os locais.

Conhecer os costumes e hábitos e gente do Brasil inteiro e saber lidar com todos.

Conhecer pelo menos 50 pessoas que fazem Direito.

Conhecer várias pessoas que já foram atacadas dentro de apartamentos por morcegos.

Cruzar com uma viatura da PM a cada 500 metros.

Descobrir que seu/sua novo/a namorado/a é amigo do irmão ou primo da sua/seu ex.

Descobrir que sua/seu professor/a ou chefe foi amiga/o ou colega de infância/adolescência, vizinha/o e/ou namorada/o da sua mãe/pai/tio/a.

Desesperar-se, assim que acaba o carnaval, para conseguir uma mortalha/abadá de bloco para ir à Micarê.

Dirigir olhando para os postes e o chão,temendo a fiscalização eletrônica (pardais).

Dizer a um amigo que ficou com uma mulher maravilhosa na noite anterior, e só então descobrir que era a irmã dele.

Dizer que Brasília é normal, estranhas são as outras cidades.

Dizer que Brasília é “Uma ilha de inteligência cercada de Goiás por todos os lados”.

Dizer que Brasília não tem favelas,e sim invasões que depois viram vilas, acampamentos,assentamentos, e,finalmente,cidades-satélites,agora chamadas de Regiões Administrativas.

Dizer que “Errar é humano,insistir no erro é goiano”.

Dizer que não troca Brasília por cidade nenhuma do mundo.


Dizer que os monumentos da cidade foram inspirados nas pirâmides do Egito.

Dizer que todo mundo sabe que as goianas não podem ver um brasiliense que ficam doidinhas.

Dizer que vive na "Cidade com mais área verde por habitante do mundo", mas saber que nas satélites mais novas não há gramados e nem árvores.

Dizer: 'Vou ao Shopping' sabendo que isso só pode significar ir ao Parkshopping, se não, diria 'Vou ao Pátio' ou 'Vou ao Alameda'.

Dormir ouvindo morcegos,grilos e corujas.

Dormir quatro meses por ano com uma toalha molhada, umidificador ou bacia d'água no quarto e usar quilos/litros de hidratante e filtro solar durante 12 meses.

Elogiar um cara ou uma moça para um amigo e ter como resposta "Já peguei".

Encontrar amigos em casas de outros que pertencem a círculos totalmente diferentes.

Encontrar por acaso os colegas de trabalho num show.

Entender as frases: “Conhece alguém da Cinco?”, ou “Conhece alguém do I da Dois?”.ou: "Moro no J da 213 Sul" ou "Adoraria morar nas 400" ou "Tenho uma amiga que mora numa ponta de picolé"

Entender que quando uma criança desenhar o céu de Brasília, não estará fantasiando se usar e abusar de todos os tons de vermelhos, laranjas, amarelos e azuis.

Entender toda a letra de Faroeste Caboclo,do Legião Urbana.

Entender e falar fluentemente todas as gírias e sotaques do país, sem depender da internet ou TV a cabo.

Esperar o ano inteiro pela Micarecandanga para "chegar junto" da mulherada que você nunca teve coragem.

Estranhar as outras cidades, todas elas de ruas tão estreitas, prédios tão altos e céu tão espremido.

Estranhar quando alguém te pára na rua para perguntar a localização de um endereço.

Ficar bravo quando algum turista ou forasteiro pergunta se quem nasce em Brasília é Candango.

Estacionar em fila dupla mesmo quando há vaga numa entrequadra comercial,porque é o único jeito de evitar que te tranquem.E rezar pra que o Detran – ou mesmo a polícia - não te flagre.

Evitar o Conic,Conjunto Nacional,Rodoviária,Gran Circo Lar e Teatro Nacional quando anoitece.

Falar mal de alguém para um/a amigo/a e descobrir que os dois são amigos ou parentes.

Ficar à toa no campus da Universidade de Brasília (UnB).

Ficar chateado quando te perguntam se já viu o/a presidente.

Ficar chocado quando vai a outra cidade e percebe o desinteresse das pessoas pelo que se passa no resto do país.

Ficar com uma amiga(o) da sua(seu) ex-namorada(o) sem saber que elas/eles se conheciam.

Ficar puto em outra cidade quando perguntam a qual gangue você pertence, se já queimou algum índio, e também quando dizem que em Brasília não se trabalha, e que você deve estar nadando em dinheiro.

Ficar puto quando escuta alguém buzinando.

Ficar puto quando pessoas de fora te chamam de Candango e você tem que explicar que candangos foram os caras que construíram a cidade, e que você é BRASILIENSE.


Falar "DF" em vez de "Distrito Federal".

Gostar de churrasco (prato oficial da cidade) e de praticamente todas as cozinhas regionais do Brasil.

Ir à BSB MIX, Feiras do Sol, do Livro e da Lua,Expotchê e Capital Mix.

Ir a churrascos em casas que têm piscina, onde o traje básico das meninas é jeans, sandália de salto alto e bolsa Louis Vuitton. ATENÇÃO: Biquíni, nem pensar: a não ser as periguetes, ninguém o usa nos churrascos.

Ir a festas country e não se surpreender com a criatividade dos nomes dos grupos...( Os Forgado, Os Cafajeste, Os Intocáveis, Os Desaforados, Os Feio, As Countrycinhas, Os Clandestinos, Os Peão, Os Travados, Os Katilangos, As Cowboas...)

Ir a outra cidade, se indignar e não entender porque construíram ruas tão estreitas e com tantos cruzamentos.

Ir a Porto Seguro na viagem de formatura do 3º Ano.



Ir a shows de bandas covers. 


Ir ao Beirute assistir um jogo de times do Rio de Janeiro e ver um monte de brasilienses torcendo como se fossem cariocas da gema.

Ir ao shopping aos domingos ver filme e depois lanchar no Marietta Café.

Ir ao Skys de madrugada para comer um mega-sanduba.

Ir de carro à padaria.

Já estar acostumado a enfrentar um engarrafamento de no mínimo duas horas, pelo menos uma vez no ano, pra ver Rio Negro e Solimões na Granja do Torto.

Já ter comido um Trio (dois pastéis e um caldo de cana) na Pastelaria Viçosa na Rodoviária e rir dos que assumem isso.

Já ter estudado em colégios tradicionais em que seus pais estudaram, como o Sigma, Marista, Colégio Militar, Objetivo, Elefante Branco, Gisno, Setor Leste e Setor Oeste.

Já ter ouvido falar em Dj Sony, Onblongui, Poeck, Pc Cascão e LuiJ.

Já ter parado para admirar ipês amarelos, brancos, bouganvilles e sibipirunas.

Já ter ido a pelo menos um show grátis do Nativus na Ermida Dom Bosco.

Já ter passado pelo Conic ou pelo Setor Comercial à noite e malhar os 'travecos' que fazem ponto lá.

Já ter passado pelo menos um feriado em Caldas Novas, Cristalina ou em Pirenópolis.

Já ter virado o ano na AABB e depois começado o dia 1º de janeiro tentando tomar café da manhã no aeroporto.

Já ter sido capaz de sair de casa às 18:30 de sábado e ainda enfrentar fila para entrar no Café Cancun.

Lembrar da inauguração do Parque,e saber todos os nomes que ele já teve.

Levar garrafinha de água pro trabalho e abastecê-la regularmente no bebedouro.

Levar um susto ao ouvir o baruho da trombada de aves e morcegos desorientados nos vidros das portas das varandas do seu apartamento.

Morar numa cidade de “arquitetura moderna”, onde,estranhamente, os prédios residenciais inaugurados este ano parecem ter a arquitetura de 30 anos atrás,mas sem a vantagem do tamanho maior dos cômodos daquela época.

Morrer de rir, ou de raiva, nas vésperas de feriados, quando te dizem: “O último que sair (da cidade) apaga a luz'”

Não achar um absurdo pagar mais de R$ 300 mil por um pequeno apartamento de apenas dois quartos, sem elevador e gragem, porque o importante é que "ele vai valorizar “.Assim você estará eternamente morando mal, num lugar minúsculo, mas sempre feliz, se achando cada vez mais rico.

Não conseguir pensar na idéia de ficar aqui no final do ano.

Não estranhar que um número considerável de suas amigas (por volta de 15, 16, 17 anos) já sejam mães e que outros tantos amigos tenham uns filhos perdidos por aí.

Não se assustar, mas sempre se emocionar quando, em noites de lua cheia, vir uma imensa "bola" no horizonte, ao passar pela Esplanada.

Não se assustar ao ver uma corujinha pousar na varanda de casa,mas não se aproximar dela.

Não se contentar em ser surfista do Lago Paranoá, e na primeira oportunidade dar uma escapada para praia.

Não reclamar que a garrafa de cerveja nos bares mais pé-de-chinelo custa em torno de R$ 3,50 enquanto em outros lugares custa R$ 1,50 e que de vez em quando você encontra por R$ 4,00.

Não ter a menor noção do que seja uma esquina de paralelepípedos.

Nunca ter ido ao trabalho à pé.

Odiar a frase “ Você sabe com quem está falando?”

Odiar cigarras,mas se preocupar com a diminuição do número delas por causa das mudanças climáticas do planeta.

Odiar o Horário de Verão,principalmente se depender de ônibus para ir à faculdade ou ao trabalho.

Odiar quando chegam os seus parentes querendo conhecer as Torres de TV e Digital, além da Esplanada.

Ouvir a velha piadinha que diz que, antes de sair de casa, o brasiliense típico dá uma conferida para ver se o corredor está vazio, e assim evita dar “bom-dia” pro vizinho.

Ouvir dizer: 'É bem pertinho' e pensar tranqüilamente em uns 50 km .

Ouvir pela enésima vez alguém de fora perguntar "Você já viu o/a presidente?”.

Ouvir que Brasília é uma cidade sem ruas, avenidas, praças, travessas, esquinas ou bairros.

Ouvir que mora na Disney Brasileira,Ilha da Fantasia ou Terra da Corrupa,Bras-Ólia,Bras-Ilha.

Ouvir rap,rock e funk em alto volume.

Ouvir que os brasilienses são “frios”, que aqui é difícil fazer amizades. E, por alguma estranha razão, agir de uma forma que também será considerada “fria” por aquela pessoa de outra cidade que está acabando de mudar para Brasília.

Pagar R$ 30,00 para entrar em festa de galpão no SIA e não reclamar.

Parar o carro na faixa de pedestres,mas desrespeitá-la se estiver pilotando uma moto.

Passar horas discutindo com seus amigos que o ASA é beeeeem melhor do que Chiclete.

Passar o fim-de-semana inteiro escutando axé music em churrascos.

Perguntar a alguém se mora no "Plano".

Puxar papo falando do clima,com ênfase na Umidade Relativa do Ar.

Quando a chuva pára, escutar: “Esse ano a seca vai ser braba”.

Quando acaba a Micarê, arrumar grana pro Carná Goiânia.

Quando começam as chuvas, escutar: " Esse ano vai chover como nunca"

Quando pensa em comprar apartamento, o nome Paulo Octávio vem à sua mente.

Quando vai a outra cidade, fica indignado e não entende porque construíram ruas tão estreitas e com tantos cruzamentos.

Quando viaja, fica surpreso quando pega um vôo que sai no horário marcado.

Quando você vai a uma consulta (de médico ou de dentista), no consultório só encontra revistas locais (como a “Focus”, a “Nossa Brasília”, a “Brasília em Dia”, etc) que vivem elogiando tudo quanto é político da cidade, sem nenhuma crítica sequer. Tudo está perfeito, e todos políticos são super bacanas.

Quase ser atacado fisicamente se ousar falar mal da cidade,mas estufar o peito e dizer orgulhoso: “Brasília é a melhor cidade do mundo!”.

Reclamar com o amigo: 'Não tem nada para fazer nessa cidade',mas ficar indignado quando alguém de fora reclama que em Brasília não tem nada para fazer.

Relutar, reclamar e acabar indo comer pizza no Primo Piatto ou na Dom Bosco.

Rir muito das reações dos amigos que moram no resto do país quando se mostram perplexos com esse mapinha tão simples quanto explicativo - que eles não conseguem entender, mesmo que já tenham visitado a cidade:
























Saber identificar perfeitamente a chegada da primavera.


Saber que Brasília é a única cidade do mundo que não tem esquinas.

Saber que mais da metade da sua família é servidor público.

Saber que metade da cidade gosta de rock, a outra, de música baiana ou sertaneja.

Saber que Monday é uma pessoa e não um dia da semana em inglês.

Saber que os bares são caros e fecham muito cedo.

Saber que a tesourinha não corta nada.

Saber da rivalidade latente entre Objetivo/Marista e Sigma.

Saber definir os termos "mala" ,"dódó", "pião" e "gorete" com exatidão.

Saber que todos os shoppings menores têm "Mall" no nome.

Saber o que querem dizer quando falam da Zoom, da Scaramouche e da 109;

Saber o que é prumada.

Saber o que foi a Rockonha.

Saber o significado de “Luís Paulo” na época da Micarê.

Saber onde estão os ipês mais floridos da seca.

Saber onde ficam os ninhos de corujas e aves em geral que atacam qualquer ser que mesmo inocentemente se aproxime,porque é preciso se desviar delas.

Saber que Samambaia não é só uma planta.

Saber que pra ir à padaria você leva, pelo menos, 10 minutos pra se arrumar.

Saber que se o cara vai para a Fashion é playboy, para a 109 é mala, e para o pagode é dodó.

Saber que se for a um apê nas SQS ou SQN 300, 100, e 200 irá a um apartamento bom; nas 400,Cruzeiro Novo e Área Econômica do Sudoeste, terá que subir escadas, e nas casas das 700 vai ter de procurar vagas nas calçadas, além de se preocupar com a possibilidade de ser assaltado,mesmo durante o dia.

Saber perfeitamente o que significa quando alguém diz: “Eu moro no Lago”,“Eu moro no Park Way” ou "Eu moro no Sudoeste".

Saber que aquilo que antigamente era o Camelódromo virou "Paraguaizinho",depois Feira do Paraguai, e hoje tem o nome oficial de Feira dos Importados.

Saber que "Batom na Cueca" não é nada tão obsceno como parece.

Saber que "pegar um baú" não é sair arrastando o baú da sua avó.

Saber que a tesourinha não corta nada e que o balão não tem ar.

Saber que antigamente não se podia usar roupa clara pois ficava tudo vermelho.

Saber detalhes dos bastidores de muitos episódios da vida política do país.

Saber as histórias de cada uma das cidades-satélites.

Saber que as três gírias da cidade são: "Véi", "Tipo" e "Cara".

Saber que em Brasília é quase impossível encontrar gente bonita num ônibus.

Saber que em qualquer estacionamento público gratuito você encontrará um guardador de carros,e terá que dar dinheiro a ele.

Saber que em termos de apartamento, nada dá tanto status quando dizer “Eu moro no Sudoeste”, mesmo considerando que racionalmente, o bairro é apenas uma pequena Asa Norte em cima do Parque da Cidade,em frente ao Cruzeiro Novo e também ao Cruzeiro Velho, um pouco longe de quase tudo,mas admitir que vale a pena morar lá devido à facilidade de acesso a diversos serviços e um comércio forte e bem diversificado.

Saber que há jacarés,ariranhas e cobras no Lago Paranoá, que atacam os desavisados.

Saber que 'Ir ao Gilberto' ou "Ir ao Gilbertinho" não quer dizer visitar alguém.

Saber que nos Anos 70 Brasília não tinha sinais/semáforos/sinaleiras e nem cruzamentos, e que a W3 era a principal avenida comercial da cidade.

Saber que o balão não tem ar.

Saber que pardal não é apenas uma ave.

Saber que se for ao Pier 21, você não vai fazer compras e nem ver nenhuma embarcação atracada nele.

Saber que seu carro é o símbolo supremo de status, e, mesmo que você more num barraco de fundos num local paupérrimo na periferia, você precisa gastar o que tem e o que não tem num carro novinho e não se sentir por baixo em relação aos teus amigos,mesmo porque em Brasília qualquer ser humano necessita prioritariamente de ter cabeça,tronco,membros e rodas,e o carro é mais seguro na chuva,e além disso,ninguém respeita motos no trânsito,o que acarreta vários acidentes fatais todos os dias,nas ruas e estradas.

Saber que sexta-feira, se passar das 19:00 horas não dá pra encontrar lugar em boteco nenhum.

Saber que show de graça na Esplanada é o fim.

Saber que uma boate da moda não dura mais do que três meses.

Saber que Gilberto Salomão não é apenas um centro comercial no Lago Sul e/ou um prédio no SCS.

Saber quem foi Venâncio.

Saber que quanto mais “ecológico” o nome do lugar, menos belo (e sem nada a ver com o nome) ele é na verdade: Recanto das Emas, Samambaia e Águas Lindas de Goiás.

Saber quem foram a Carranquinha e o Patrulheiro Toddy.

Sair direto só pra "dar um rolé".

Sair do colégio na sexta, ir pro Pátio, dormir na casa de um amigo e, no sábado à noite ir pro Pier...mas Domingo ficar em casa,porque é o dia da família permanecer reunida.

Sempre ajudar um amigo a fazer mudança.

Sentir o caos do trânsito se agravar, e assim perder mais tempo para ir e voltar do trabalho ou da faculdade, mas dizer : “Nas outras cidades o trânsito é muito pior”;

Sentir-se à-vontade com endereços em coordenadas cartesianas.

Sentir-se confortável com a Umidade Relativa do Ar de 10%.

Sentir-se observado e seguido e o tempo todo, mesmo não sendo paranóico.

Ser alérgico a poeira vermelha.

Ser apaixonado por praias e montanhas.

Ser chamado de “Goiano do Quadradinho”.

Ser convidado mais de mil vezes por ano para ir à Chapada dos Veadeiros.

Ser filho ou neto de amigos de infância ou adolescência.

Ser neto de pioneiros ou piotários.

Ser supreendido por sapos,cobras e macacos no jardim ou na piscina de sua casa.

Temer que seu cão seja atacado pelos vorazes carrapatos do Parque da Cidade ou do Sudoeste,e assim passear com ele em locais mais seguros.

Ter a capacidade de viver de terno e gravata num calor absurdo e num tempo sequíssimo,e não ficar desidratado.

Ter a sensação de que Goiânia e Curitiba, com seus prédios altos e arquitetura futurista, já estão em 2020.

Ter amigos de infância e adolescência,mesmo quando já está na meia-idade.

Ter amigos oriundos de todo o país - inclusive goianos - e do mundo inteiro.

Ter vários aparelhos de ar-condicionado em casa,e depois reclamar de rinite e sinusite.

Ter assistido aos Concertos Cabeças.

Ter assistido aos primeiros shows do Mel da Terra,Plebe Rude, Detrito Federal, Capital Inicial,Paralamas do Sucesso, Escola de Escândalo, Aborto Elétrico, Legião Urbana, Maskavo Roots, Natiruts Raimundos, Blitx, Fusão, 5 coluna e Little Quail and the Mad Birds.

Ter assistido shows na Concha Acústica.

Ter atravessado a pé com amigos o grande matagal da Asa Norte para nadar na Água Mineral.

Ter brincado de perseguir calangos debaixo do bloco.

Ter comido pamonha no Pamonhão Kalu.

Ter conhecido muito antes da fama: Amoroso,Cássia Eller, Célia Porto, Dado Villa-Lobos, Denise Bandeira, Dinho Ouro Preto, Felipe Ribeiro (o Bi), Françoise Fourton, Guilherme Reis, Herbert Vianna, Hugo Mósca, Hugo Rodas, Kaká, Leila, Lúcio, Marcelo Saback, Maria Paula, Marcos Braga, Ney Matogrosso, Oscar Schmidt,Oswaldo Montenegro, Ramon Coelho, Renato Mattos, Renato Russo, Syang, Tande, Tina Roma e Zélia Duncan, entre outros.

Ter freqüentado o Chaplin nos Anos 70.

Ter freqüentado o Só Cana,no Gilberto Salomão,e bebido muito a famosa Farmácia.

Ter matado aula na cachoeira do Poço Azul e no Parque.

Ter medo de jogar lixo pela janela do carro.

Ter metrô de superfície que custou horrores, mas você nunca o usa, pois ele não passa pelos locais aos quais você costuma ir.

Ter morado em Vila que depois ficou submersa no Lago Paranoá.

Ter muitos amigos que são funcionários públicos.

Ter saído no Pacotão e/ou na Baratona no carnaval.

Ter tido como loja favorita na infância a Bi-Ba-Bô, Fofi,Barulho de Brasília ou Pioneira da Borracha.

Ter pelo menos uma foto no Mirante da Torre de TV.

Ter um animal de estimação,comprado,adotado ou mesmo salvo por você ou algum familiar - como por exemplo uma coruja machucada - no meio da rua ou na varanda de sua casa ou apartamento.

Ter um churrasco para ir todo fim-de-semana.

Tocar violão na Esplanada dos Ministérios.

Ter vizinhos que se limitam a cumprimentos rápidos durante muitos anos,mas de repente conseguir conversar com eles e descobrir amigos e muitas coisas em comum.

Usar aliança quando namora firme,mesmo na adolescência.

Ver alguém fazer barbeiragem no trânsito e dizer: “Só pode ser goiano”,ou gritar: “Êêêê goianada!” ou ainda: “Ê,goiano!”.

Ver cobras atropeladas em pistas de bairros como o Lago Sul.

Ver crianças gostarem tanto de descer para brincar debaixo do bloco como você mesmo fazia nessa idade.

Ver o dia começar friozinho, achar perfeitamente normal que às onze esteja fazendo um calor de rachar; à tarde esteja muito, muito quente e seco,e que à noite faça frio novamente ou até mesmo desabe um temporal; isto, além de a chuva ter começado e parado cinco vezes durante o dia ou somente à tarde.

Ver garças e flamingos pousando no seu jardim.

Ver incêndios no mato a quilômetros de distância, ficar puto,e chamar os Bombeiros.

Visitar parentes e amigos nos estados, conhecer outros lugares e fugir da pasmaceira que a cidade vira durante as férias e feriados,quando fica vazia.

Viver numa cidade planejada onde mais de 80% dos habitantes moram, na verdade, em cidades-satélites sem nenhum planejamento urbanístico verdadeiro.






Um comentário:

yael Seixas disse...

Engraçado,jogar lixo pela janela do carro aqui em Bsb é doloroso mesmo!!!ahahahahaha