15 dezembro 2015

O 17º Fantasma



O 17º Fantasma (03/08/1852-1889) cujo nome era Christian, apelidado de Chris,foi educado em Roma,   iniciou a carreira aos 17 anos, e  teve uma vida amorosa um tanto quanto conturbada

 Encontrou um grande amor...pirata: Kate Sommerset, que cresceu revoltada após presenciar, aos oito anos de idade, o assassinato de seu pai por um pirata Singh .

Movida pelo desejo de vingança, ela cresceu e formou uma tripulação pirata que seguia regras robinhoodianas: roubar só dos ricos, nunca atacar mulheres e crianças, e matar apenas para defender a própria vida; em 1869, ela admitiu no navio uma moça chamada Mary, e em pouco tempo, outras jovens - o que causou descontentamento geral devido ao machismo reinante - e num futuro não muito distante, seu grupo foi exclusivamente feminino. 

Antes disso, porém, ela foi traída por seu imediato, Janus, que armou uma cilada e tomou seu navio, e assim Kate conheceu e se apaixonou pelo 17º Fantasma, que não teve coragem de assumi-la, por ser extremamente preconceituoso e hipócrita (afinal, o argumento de que não poderia se casar com uma assassina chega a ser ridículo, já que ele mesmo matou um monte de piratas e bandidos), e no futuro acabou tendo ainda mais problemas, como era de se esperar.

 Acompanhe essa longa e trágica saga, que inclui tragédias familiares, profecia materna, abandono, uma profunda dor de corno e suas "n" consequências, condenação à forca, gravidez inesperada (embora previsível), cadeia, proposta de suborno, fuga, negociação com freiras e muito mais, inclusive um reencontro romântico marcado por um duelo de espadas e machismo, num enredo cujo cerne é a total ironia do Destino:





























































































Diante de tudo isso, Kate resolveu ter e criar o filho sozinha - sem que o 17º Fantasma soubesse da gravidez, e além disso, os pais e os dois irmãos dela já haviam morrido - jurando que ele nunca seria um pirata.


O problema é que ele cresceu e na pré-adolescência se revoltou ao ser obrigado a ir para um colégio interno, em vez de continuar no navio com ela, e para se vingar, já mais velho, caiu na bandidagem, obrigando-a a procurar o pai dele.


É óbvio que isso não poderia acabar bem de jeito nenhum.


O 17º Fantasma agiu fria e heroicamente o tempo todo,e acabou forçado a demonstrar que era mortal. Após um tiro no coração, morreu a bordo de um navio pirata.


Seu filho, digamos, oficial, Kit Walker, após o choque ao receber o corpo do pai e não vivenciar com ele os rituais de transmissão - inclusive o Juramento da Caveira - teve uma crise de insegurança, cortada por Kate e a Tia Julie/Júlia, e assim acabou assumindo o uniforme.


Há ainda algumas curiosidades nessas HQs: o pai era moreno, e esse filho, louro, o qual deve ter puxado à mãe, que foi citada muito rapidamente, e, portanto, não sabemos se ela já havia morrido ou estava viajando quando tudo aconteceu; o chefe Bandar se chama Guran e é exatamente igual ao seu descendente (ou vice-versa) contemporâneo do 21º Fantasma.































































































































































































































































































Como vimos,em 1892 Kate decidiu ser freira, mas na verdade continuou atormentada por pesadelos causados pelas lembranças do passado e a imensa saudade de seu único amor. Ela conseguiu ficar em paz com a consciência ao recuperar a adaga que antes era um crucifixo pertencente a seu pai; é interessante ver ainda a participação daquele que poderia ter sido seu filho: o 18º Fantasma.
































































































































































































Esse foi mais um Fantasma a enfrentar os Thugges, e o trineto repetiu o feito:












Outra versão afirma que ele se casou com a quacker norte-americana Mary Stillwell (1852-?), como se vê nessa aventura, que mostra a covardia e a crueldade humanas contrastando com a gratidão e a fidelidade animais, e que  também envolve antepassados de Capeto, o lobo de estimação do 21º Fantasma:.




 







 



 

































































Numa de suas maiores aventuras, a bordo e fora do Expresso Oriente,além de não haver uma grande preocupação de separar o Sr Walker de seu heróico alter-ego,o 17º foi flagrado sem óculos. Pela primeira vez,o rosto de um integrante da linhagem foi visto em público por estranhos:








Aqui, um resumo dessa HQ, cujo final também chama a atenção, já que o 17º Fantasma - que algumas vezes chega a ser grosseiro e inclusive debocha de sua protegida, a arrogante e fresquíssima Princesa Soraya (que mesmo assim pediu-o em casamento, apesar dele ser comprometido com uma norte-americana, mas foi despachada em um bilhete seco), alvo da quadrilha Os Abutres - se veste como Sherlock Holmes - embora sem o cachimbo; e ainda ganhou um mimo da Rainha Victoria.















































































































































































E, claro, não podemos esquecer de Julie/Júlia, a gêmea dele...





...amiga de Maru, e dona de Flash e de Fúria.





Julie/Júlia teve um papel muito especial na dinastia: uma vez em que o irmão - que nessas tirinhas intituladas "The Female The Phantom", de 1952, se chamava "Kip" (e não "Kit", assim como o 21º no início), nome comum a todos da linhagem, conforme o 21º Fantasma explicou a Diana ao ler a Crônica - levou um tiro num braço e foi atirado à água, salvou-o, usou uma faca para derrotar um crocodilo, levou-o de volta à Caverna do Crânio/Caveira, temporariamente assumiu o lugar dele e sozinha venceu os Piratas do Rio, que devido à denúncia feita por ela, foram presos em seguida pela Patrulha da Selva; de quebra, se apaixonou pelo missionário que a quadrilha havia sequestrado, e tempos depois, com a ajuda do irmão (ele deu-lhe um vestido, após ouvi-la se queixar de que não tinha roupas como as moças de sua idade, levou-a até a casa do missionário e revelou-lhe que sua irmã estava afim dele) iniciou o namoro e se casou com esse rapaz cujo nome permanece um mistério.


Esse casal teve quatro filhos, não se sabe quantos netos (e nem o nome ou sexo de nenhum eles), e um bisneto (embora nessas tirinhas ela e o irmão sejam citados como tios-bisavós) especialíssimo: o 21º Fantasma, marido de Diana Palmer e pai dos gêmeos Kit e Heloise.


Não faz sentido,porque o Fantasma é sempre o primogênito do filho, ou seja, o 21º na verdade é trineto do 17º - que é o pai do 18º, avô do 19º e bisavô do 20º.


É interessante ver que o 16º Fantasma já chegou morto à Caverna da Caveira/Crânio (foi assassinado por contrabandistas),e, portanto, não houve a transmissão dos anéis e nem o Juramento da Caveira.


Não há também nenhum sinal da presença da mãe dos gêmeos, então deduz-se que ela, que devia ser italiana, já que o filho foi educado em Roma, não teve o nome mencionado por ninguém, já havia morrido ou estava na Europa.


Outro fato curioso: quando o 17º Fantasma se recupera, está com uma atadura em um braço (levou um tiro)...e outra na cabeça, entretanto, não há nada nessas tirinhas que indique uma pancada ou queda; e todos os curativos foram feitos sobre o uniforme, inclusive o capuz, e não diretamente em cima da pele/couro cabeludo.


Há um quadrinho informando que esses fatos se passaram em 1852, - o mesmo ano em que Kip e Julie nasceram, de acordo com a Crônica escrita pelo pai deles, o 16º Fantasma, registrando o fato e comentando que ela foi a primeira menina a nascer em muitas gerações, e agradecendo a Deus por ter um menino para dar continuidade à linhagem, como mostra um quadrinho mais acima.


Adiante, um outro mostra Julie pensando no missionário, e informa que ela estava com 20 anos. Assim, se a data de nascimento estiver certa, tudo aconteceu em 1872; caso contrário, foi em 1892 - o que já não bate com as HQs envolvendo Kate Sommerset, porque este foi o ano em que ela se tornou freira, mas por não ser um material canônico (direto de Lee Falk), podemos considerá-las num universo (ou arco) paralelo, pra não bagunçar muito a compreensão geral sobre a trajetória de vida do 17º Fantasma.






































De um jeito ou de outro, Julie teve carreira-solo: muitas aventuras, inclusive em Português. Quando morreu - não se sabe como - foi sepultada como todos os outros Fantasmas: na Caverna do Crânio/Caveira, onde seu uniforme está guardado junto com o do irmão e os de todos os integrantes da dinastia.





Nenhum comentário: