21 setembro 2009

Dicionário de Matogrossensês

MAPA DO BRASIL SEGUNDO OS MATOGROSSENSES





























DICIONÁRIO DE MATOGROSSENSÊS



Abancar: Apoderar-se de alguma coisa.

Abaulado: Tem a forma de baú.

Abelhudo: Intrometido, curioso.

Abichado: Animal que tem a larva da “mosca varejeira”.

Abiúda: Abelhuda, intrometida.

Aboiano: Falando, cantando, com o gado.

Abonado: Quem está rico, endinheirado, próspero.

Abufelado: Cansado.

Acampar: Ocupar algo que não lhe pertence.

Acanhado: Sem jeito, tímido.

Acentar: Anotar.

Acesa: Pessoa levada, quem não para de falar.

Achegar: Chegar, aproximar.

Acochar: Apertar.

Acoitar: Apoiar, ajudar.

Açoites: Chicotadas.

Acoloiar: Ajuntar, apoiar.

Acuar: Impedir a fuga de alguém ou de algum animal.

Adispois: Depois.

Adobe: Tijolo grande de barro prensado manualmente.

Adornar: Enfeitar, embelezar.

Adufo: Tamborete quadrado, de couro, usado no Cururu.

Advena - Gente de fora, não é cuiabano.

Aforante: Excluindo algo ou alguém.

Afortunado: Próspero, com sorte.

Afrontar: Enfrentar.

Afrissurado: Interessado.

Agardecer: Agradecer.

Agachi: Nome de lancha usada no transporte fluvial.

Agente: Pequeno comprador de diamantes.

Agora quáaaaandoooo?: Por quê?

Agora que qué esse?: O quê?

Aguada: Onde os animais podem beber água.

Aguacero: Muita água, muita chuva.

Aguaçu: Tipo de palmeira regional.

Agregados: Criados pelas famílias.

Aguapé: Espécie de lírio aquático, roxo ou cor-de-rosa.

Aguar: Irrigar, molhar.

Aguaxado: Cansado, esgotado.

Ah,txá máe!: Filho da puta!

Ajantarado: Almoço servido mais tarde, geralmente no domingo.

Ajuntação: Ajuntamento, reunião, casamento não oficial.

Ajoujado: Ligado, unido, ajuntado.

Ajoujamento: Ajuntamento, casamento não formalizado.

Ajoujar: Juntar, ligar, amigar.

Ajutório: Ajuda, apoio, colaboração.

Alarido: Agitação, barulho.

Alambrado: Cerca de arame ou madeira.

Alardear: Divulgar, espalhar.

Alcova: Quarto do casal.

Alegar: Lembrar um favor, como cobrança de algo.

Alembrar: Lembrar, recordar.

Alfinim (Alfenim): Pessoa muito delicada, sensível demais.

Alforge: Bolsa de couro usada no lombo de animal.

Algodoim: Algodão.

Alhada: Confusão, distúrbio.

Alimpar: Limpar.

Aloitar: Lutar.

Aloito: Luta entre pessoas ou animais, trabalho.

Alongado: Animal domesticado que fugiu para o mato e não voltou.

Aloprado: Descuidado, alvoroçado.

Alterado: Nervoso, agitado, doente.

Altercação: Confusão, tumulto, briga.

Alumeia: Ilumina.

Alumiar: Acender, iluminar.

Amanuense: Quem manuscreve, antiga função pública.

Amarelinha: Brincadeira infantil.

Amenhã: Amanhã.

Amigado: Vive maritalmente com alguém.

Amiudar: Diminuir, apequenar, fazer algo com freqüência, amiúde.

Almocafre: Semelhante a enxada.

Amoitado: Animal escondido no mato.

Amojo: Por o bezerro para mamar antes de se tirar o leite da vaca.

Amolar: Aborrecer, importunar.

Amontoeira: sujeira, despejo.

Amornado: Pouco aquecido.

Amostrar: Apresentar, mostrar.

Amuado: Animal embravecido que se deita no chão.

Anágua: Roupa usada embaixo da saia.

Anarquista: Bagunceiro, desordeiro.

Anca: Quadris femininos.

Andaço: Diarréia.

Andejo: Viajante de longas distâncias.

Aniquilado: Fraco, definhado, acabado.

Anseado: Está aguardando alguma coisa, com pressa.

Antagônico: Contrário, contraditório.

Antepunho: Entre o pano da rede e o punho.

Apagador: Limpador de quadro-negro escolar.

Apanhô pra bestera: Apanhou muito.

Aparecer: Destacar-se sobre os demais, sem méritos.

Apatacado: Endinheirado, rico.

Apear: Desmontar da montaria, descer de um carro, perder regalia.

Apeia: Desce.

Apertar: Travar, com sabor mais amargo.

Apreçar: Saber o preço.

Apurado: Apressado, agoniado.

Apurar: Para o doce ficar no ponto.

Aranzé: Aranzel, confusão, tumulto, agitação, bagunça.

Araputanga: Árvore com madeira de qualidade; mogno.

Ardume: Ardido.

Arear: Limpar, lavar, polir.

Arfante: Respirando forte.

Arga: Corruptela de ilharga (sair de arga, de lado).

Arigó: Matuto, caipira, da zona rural.

Arqueado: Curvado pelo peso ou pela idade, cansado.

Arrebalde: Arrabalde, periferia urbana, subúrbio.

Arremedar: Repetir, fazer o mesmo.

Arraial: Antiga povoação do período colonial.

Arranchar: Ficar muito tempo na casa dos outros.

Arregaçar: Destruir, acabar.

Arrear: Ato de colocar o arreio no animal.

Arreio: Conjunto de peças para se montar em um animal.

Arremediado: Quem possui alguma propriedade.

Arrepiar: Reagir.

Arriado: Apaixonado, cansado.

Arribar: Fugir, ir embora, fugir.

Arrieiro: Chefe dos tropeiros no transporte de mercadorias.

Arrocho: Aperto.

Arruaça: Briga, agitação.

Arruinado: Está falido, está acabado.

Arruinar: Estragar, apodrecer, piorar.

Arruinou: Alguém estava doente e piorou.

Arrumado: Postiço.

Artífice: Profissional.

Ascança: Alcança.

Ascendorada: Mulher assanhada.

Asneira: Palavra obscena, tolice, besteira.

Asneirento: Quem só diz besteira ou usa palavra obscena.

Aspato: Quem ambiciona ou aspira alguma coisa.

Asprito: Apressado, aflito.

Assanhamento: Para chamar atenção, atitude de moça enamorada.

Assento: Traseiro, bunda.

Assoberbado: Com muitas tarefas a realizar.

Assuntando: Ouvindo, prestando atenção a alguém.

Assuntar: Escutar, observar, ouvir, verificar.

Assistir: Ficar hospedado por um determinado tempo.

Astrever: Atrever.

Ata: Pinha, fruta-de-conde.

Atachar: Apertar, unir, anexar.

Atamancar: Agir com cuidado, sem pressa.

Atapetado: Cheio de gente.

Atarantado: Aturdido, sem rumo.

Atarracado: Abraçado, agarrado, junto demais, apertado.

Atibado: Cheio demais, no limite.

Atiçar: Insuflar, provocar alguma reação.

Atirado: Confiante, corajoso.

Atochado: Apertado.

Atolado: Quem demora a fazer algo, quem é preguiçoso.

Atraquei: Segurei, agarrei, amarrei.

Atravessado: Engasgado, não é aceito.

Atropelado: Atrapalhado.

Atropelar: Atrapalhar.

Audácia: Abuso.

Audacioso: Quem passa dos limites, intrometido.

Auto: Automóvel.

Avoado: Desorganizado, descontrolado.

Azular: Sumir.

Abanar a mão: Cumprimentar, saudar.

Acha de lenha: lenha apropriada para usar no fogão.

Adro da igreja: Pátio da igreja.

A dona: Pessoa do sexo feminino.

Água esperta: Água morna, quase quente.

Água turva: Água suja.

Alimento sentido: Alimento estragado, deteriorado.

Almoço-ajantarado: Almoço servido mais tarde, substituindo o jantar.

Alisar a roupa: Passar ferro na roupa.

Alugar alguém: Ocupar alguém.

Andar de a pé: Andar a pé.

Animal arisco: Animal que se assusta facilmente.

Animal arreganhado: Animal cansado.

Animal sentido: Animal que perdeu peso por algum motivo.

Ano Bom: Entrada de Ano Novo.

Anunciando chuva: O sabiá cantando na época das chuvas.

Anzol enroscado: Está preso em alguma coisa dentro do rio.

Apertar o passo: Andar mais depressa.

A reio: Sem descanso, a fio.

Ar de vento: Dor nas costas.

Araticum-do-campo: Planta típica do Cerrado, de agradável perfume.

Arca caída: Dor na boca do estômago ou nas costelas.

Arcar com...: Assumir com determinada responsabilidade.

Armar laço: Defecar, obrar.

Arrastar asa: Demonstrar interesse por alguém, querer namorar.

Arroz carreteiro: Arroz com carne seca, alho e cebola.

Arroz doce: De arroz cozido, com água e leite, açúcar, sal e cravo.

Arroz-de-festa: Quem não perde uma festa.

Arrumando chuva: Quando as nuvens ficam escuras.

Atarracar com...: Agarrar-se com...

Atracar-se com...: Brigar com....

Azular: Fugir, sumir.

Azulou: Desapareceu, foi embora.

A banana está apertando: não está madura e trava no sabor.

A casa caiu: O imprevisto aconteceu.

A chuva apertou: A chuva aumentou, está mais forte.

A como está a penca de banana?: Quanto custa a penca de bananas?

Acoloiado com...: Ajuntado com...

Agora como...: Não acredito.

Agora de quê?...: Ora, o que é isto?

Agora de quê será? : Não pode ser.

Agora quando! - Interjeição de espanto, desmentindo ou desacreditando.

Ah! Hum!..: Indignação, concordando ou não.

Ah! Sim!...: Concordo, compreendi.

Ajustar contas: Prestar contas.

A jogo do rio: Movimento das águas nas margens dos rios.

Alimento sentido: Alimento estragado.

Alvo de branco: Bem branco.

Amanhão de manhã: Amanhã de manhã.

Andar depressa: Andar rápido.

Animal apadrinhado: Animal amansado, no Pantanal Mato-grossense.

Apanhou até fofar: Apanhou demais.

Apanhou prá bestera: Apanhou demais.

Apanhou que nem cachorro de bugre: Apanhou demais.

Aparar criança: Fazer o parto.

Aguerma: Acalma.

Ar-de-vento: Dor nas costas.

Armar laço: Evacuar, obrar, na zona rural.

Arrodear o toco: Ter dificuldade de chegar ao final do que está falando.

Às gatas: Estar cansado demais.

Assistir na casa de...: Hospedar-se na casa de...

A torto e a direito: Para todos os lados.

Até Chico chegar da lenha: Vai demorar.

Até na Oreia: Repleto, cheio, demais.

Até na pituca: No máximo.

Até parece...: Quando não acredita...

A trouxe-mouxe: Fazer as coisas de qualquer jeito.

À unha seca: Encontrar diamante em cascalho ainda não lavado.

A úfa de...: Abundância de algo ou alguém.

A vaca foi “pro” brejo: Já aconteceu, agora é tarde.

Babuja: Doces, balas, guloseimas.

Babujar: Comer doces, ou alguma coisa, antes das refeições.

Bacia: Parte da jazida de diamante, em aluvião.

Baco: Caixão usado para peneirar o cascalho de ouro ou diamante.

Bacurau: Caipira.

Badero: Hostil.

Badulaque: Objetos de menor valor, amontoados.

Bafo: Jogo com figurinhas, usando a mão em concha.

Bagageiro: Serviçal, bajulador.

Bagaço: O que ficou na bateia depois da lavagem do cascalho.

Bagarete: Ponta de cigarro, dinheiro pouco, o que é pouco.

Bagerê: Camada acima do cascalho onde fica o diamante.

Baguá: Pessoa valente.

Baqueiado: Está fraco, frágil.

Bagueiar: Fracassar.

Bagueio: Fracasso.

Bagueragem: Pessoa de baixo nível social, grosseira.

Bagueragem: Gesto grosseiro, sem educação.

Baía: Semelhante a lago, lagoa, no Pantanal.

Bainha: Estojo de couro para guardar faca, facão.

Baita: Grande, enorme, extenso.

Baitarra: Grande demais, mais do que o comum.

Baiúca: Casa modesta.

Baixeiro, bachero: manta, ou conjunto de sacos, que se põe no lombo do cavalo, seguindo-se a carona e a sela.

Baixio: Parte rasa do rio.

Balaio: Cabelo em grande quantidade, despenteado.

Baleia: Empresa regional que popularizou o nome como ônibus.

Balda: Defeito habitual, tipo mania.

Baldear: Carregar, levar.

Baldio: Terreno abandonado, não cuidado.

Baliza: Para marcar limites.

Bambolê: Chinela de borracha.

Bamburral: Lugar cheio de cipós.

Bamburrar: Achar pedra preciosa de grande valor.

Bamburro: Local sujo, com muito mato.

Bamburrou: Ganhou, venceu.

Banana: Pessoa fraca de vontade, manipulada por alguém.

Bandalheira: Roubo, corrupção, malversação do dinheiro público.

Bandoleiro: Não demora no mesmo lugar, vai com qualquer um.

Bandos: Textos oficiais, desfiles tradicionais.

Bandulho: Barriga.

Banguê: Grande quantidade.

Banguela: Desdentado.

Banzando: Pensando.

Banzé: Bagunça, confusão.

Baqueiar: Balançar, quase cair.

Baquité: Cesta indígena de palha de buriti.

Barrotear: Colocar barro nas paredes de casa de pau-a-pique.

Bartelão: Embarcação típica do Pantanal, canoa grande.

Barrigada: Faixas de couro curtido ou pano, para firmar o arreio na sela.

Batalhar: Trabalhar.

Batê: Uma gaiola, armadilha, para capturar pássaros.

Bateia: Tipo de gamela de madeira para lavar ouro e diamante.

Batedeira: Local onde se bate a peneira para lavar cascalho.

Batelão: Canoa larga usada nos rios Cuiabá e Paraguai.

Batente: Degrau de casa, de prédio, serviço.

Batido: Conhecido, velho demais.

Batido de água: Pequeno rego de água para uso na garimpagem.

Batistério: Certidão de Batismo, na Igreja Católica.

Batuta: Ótimo, de boas qualidades.

Barroso: Cavalo que tem cor entre castanho, preto e amarelo escuro.

Bebericar: Beber apenas para tomar gosto.

Beiju ou biju: Bolo assado feito da raspa da mandioca.

Beiradear: Margear.

Beirando: Aproximando, chegando perto.

Belisqueira: Sem valor, pouco.

Benze: Cachaça tomada como aperitivo.

Bereré: Dinheiro por fora, dinheiro suspeito.

Berrano: Gritando.

Besteira: Palavrão.

Bexiga: Varíola.

Bexiga: Bola velha.

Bibico: Casquete (boné militar ou colegial) de dois bicos.

Biboca: Casa modesta, em local distante.

Biju (Beiju): Bolo de massa de farinha de milho ou mandioca.

Biju ou bijuzinho: Pessoa querida.

Biboquê: Bilboquê, bola de madeira, amarrada a um bastão, onde se encaixa.

Bingo: Órgão genital masculino, pênis.

Biguá (mulher): Prostituta, biscate.

Biguá: Exímio e imponente pássaro do Pantanal.

Biri: Semente esférica e preta.

Birrento: Teimoso, criador de caso, mal humorado.

Biruá: Grão de milho que não virou pipoca.

Bisbilhotar: Ter curiosidade sobre a vida alheia.

Bisbilhoteira: Pessoa que presta atenção na vida alheia.

Bisca: Mulher de moral duvidosa.

Bisca: Jogo doméstico.

Biscoito: Produto caseiro.

Bispar: Olhar algo ou alguém.

Bispando: Olhando com muito interesse.

Bixiguinha: Catapora.

Bobó: Bobo, tolo.

Bocaiúva: Saborosa fruta com coco.

Bocaiuvais: Onde existem muitos bocaiuveiros.

Bocaiuveiro: Tipo de coqueiro que dá bocaiúva.

Bocó: Órgão genital feminino, vagina.

Bocudo: Falador, boca grande.

Bodoque: Arco rústico, com vários fios, para lançar pelotes de barro.

Bodoque: Nos garimpos, mistura de álcool puro, com água e açúcar.

Bofera: Porcaria, não presta, mau feito.

Boiadeiro: Comprador de gado, para criadores e açougueiros.

Boiota: Pessoa abobalhada.

Boipá: Doce de abobara com casca, feito com rapadura.

Boitatá: Assombração, fenômenos naturais que causam temor.

Bolacha, bolachinha: Biscoito industrializado.

Bolapé: Modo de nadar do cavalo pantaneiro, em água de pouca profundidade.

Boleando: Lançando alguma coisa.

Bolear: Rodear o objeto que vai ser lançado.

Bolicheiro: Proprietário de um bolicho.

Bolicho: Pequeno comércio, geralmente nos bairros.

Bolita: Bola de gude, de vidro, bila.

Boqueira: Ferida Localizada no canto da boca.

Boquejar: Discutir à toa, falar irritando.

Bordoada: Paulada.

Borel: Palavra pantaneira relativa a índio.

Borocochô: Tristonho.

Bororo: Nome dado pelos portugueses aos índios Bóes.

Bosque: Bairro ao redor da Praça Santos Dumont (Cuiabá).

Boteco: Pequeno comércio, geralmente na beira de estrada.

Botica: Farmácia, drogaria.

Boticário: Farmacêutico.

Brabo: Feroz, zangado.

Brazino: Boi rajado de cor preto-amarelo escuro.

Brechó: Tipo de botina grande, sapato grande.

Brefado: Sem dinheiro.

Brete: Corredor estreito nos currais, para vacinar, marcar e capar.

Breve: Privada, sanitário, banheiro com vaso.

Brichichila: Pinga, caninha.

Broca: Frieira que atinge o casco do cavalo e o deixa manco.

Brocha: Cordinha usada para prender a canga no pescoço do animal.

Brocoió: Pessoa sem graça, retraída.

Brocotó: Terreno esburacado, bem distante.

Bródio: Banquete, jantar.

Bronco (Brôco): Envelhecido.

Broto: Moça ou rapaz, quando bem jovens.

Bruaca: Bolsa de couro não curtido. Mulher feia, bruxa, intrigante.

Bruaqueiro: Burro ou cavalo manso usado no transporte de bruacas.

Bruburu: Pessoa que faz tudo errado.

Brutelo: Grande.

Bruto: Estúpido, sem trato.

Buçá: Sacola de milho que se coloca na boca de um animal.

Bufo: Urro do animal quando está acuado.

Bugiar: Andar sem rumo.

Bugre: Palavra antiga referente a índio.

Buque: Buraco feito no chão para jogar bolita.

Budum (Bodum): Odor fedorento, catinga, de uma pessoa.

Bulir: Mexer, tocar.

Bundeta: Quem manca por ter uma perna curta.

Buré: Mingau de milho verde em grãos.

Burra: Antigo cofre usado em Cuiabá.

Burrica: Nas lendas, onde se guardava riqueza.

Busilis: O nó do problema, a dificuldade.

Buzo: Diamante sem qualidade, mas vistoso e bom para inexperientes.

Bamboleiar as cadeiras: Balançar as cadeiras, balançar os quadris.

Bandeira do Senhor Divino: Grupo que pede esmola durante a festa.

Bandeira de São Benedito: Grupo que pede esmola durante a festa.

Bater atrás: Ir atrás, ir buscar.

Bate-pau: Capanga.

Batedor de alho: Socador de alho.

Batendo a cabeça: Procurando acertar, buscando algo.

Bater bruacas: Andar à toa.

Bater chapa: Tirar fotografia, tirar radiografia.

Bater duro: Bater forte.

Bater invernada: Limpar a invernada.

Batida de carro: Acidente de carro.

Beco do Candieiro: Atual Rua 27 de Dezembro.

Beco do Pito Aceso: Atual Rua Barão de Casalvasco, no Araés.

Beco Torto: Atual Travessa 21 de Abril.

Bica das Moças: Antigo nome da Bica da Prainha.

Boca de caçapa: Boca grande.

Boca de lobo: Nó que encurta o punho da rede.

Bocado de Tempo: Muito tempo.

Boi baguá (ou bagual): Boi selvagem.

Boi banana: Quando tem um ou os dois chifres tortos ou moles.

Boi-de-carro: Boi de carroça.

Boi-de-piranha: No Pantanal Mato-grossense, é o boi entregue às piranhas, para que a o resto da boiada atravesse o rio, à montante, sem ser molestado. Também é usado, no sentido figurado, quando algo ou alguém é prejudicada para salvar outro negócio ou situação.

Boi mocho: Boi sem chifres.

Boi sinuelo: Boi grande e manso.

Bolo-de-arroz: Fubá de arroz, mandioca, açúcar, queijo, coco, ovos e gordura.

Bolo-de-queijo: Queijo ralado, polvilho de mandioca, ovos, nata de leite e sal.

Bolo de vela: Torta de aniversário que tem vela.

Bolo embatumado: Bolo duro, achatado.

Bola de bexiga: Feita com bexiga de boi, no Pantanal.

Bom Barqueiro: Antiga brincadeira infantil.

Bosque Municipal: Antigo nome da Praça Santos Dumont.

Bota fora: Despedida de alguém.

Braço de rio: Pequeno curso de água ligado a um rio.

Braço esquecido: Braço insensível.

Busca-pé: Rojão, foguete de festa.

Bacalhau de porta de venda: Pessoa magra, de físico frágil.

Baixar a crista: Perder a arrogância.

Balaio de gato: Onde ninguém se entende.

Banda de lá: Local sem definição exata.

Banho de assento: Quando se lava apenas as partes íntimas.

Bater atrás de...: Procurar, tentar pegar, alguma coisa.

Bate na boca três vezes: Atitude de penitência.

Bate num quara: Como lava, veste. Bateu, levou.

Bater na boca três vezes: Como se penitenciar por falar demais.

Bater na bruaca p'ra cangalha entender: Dar uma indireta.

Bater as pacoéras: Morrer.

Bater até fofar: Bater muito, até dizer chega.

Bem cedo: De manhã.

Bezerro tambeiro: Bezerro de vaca leiteada.

Bobó cheira-cheira: Pessoa boba.

Bobó-lelé: Bobo demais.

Bocó de fivela: Quem é bobo, tolo.

Boi erado: Boi com mais de seis anos.

Boi de piranha: Sacrificado para salvar os demais.

Bola de bexiga: Bola usada antigamente nas fazendas.

Bom demás: Muito bom.

Bonito prô-cê...: Repreendendo quem fez algo errado.

Bonito para s'a cara...: Repreendendo alguém.

Bons Anos: Próspero Ano Novo.

Caapiá: Vegetal rasteiro. O pó da raiz dá um sabor especial ao guaraná.

Cabeça: Uma pessoa muito inteligente.

Cabreiro: Desconfiado.

Cabuloso: Chato, inconveniente.

Cacau: Antigo bolo cuiabano, feito com trigo, bicarbonato, fermento, gordura e rapadura, que lhe dá a cor achocolatada .

Caçamba: Pedaço de sola, usado no estribo, para proteger o pé.

Cachaço: Suíno adulto, não castrado, reprodutor.

Cachara: Peixe semelhante ao pintado, com listas horizontais.

Cachi: Faca que ficou menor depois de muitas vezes amolada.

Cachimônia: Cabeça, inteligência.

Cachola: Cabeça.

Cachorrada: Doce feito com leite coalhado.

Cachorro: Beiral de telhado de casa antiga.

Caçoar: Rir de algo ou de alguém.

Cacunda: Costas, lombo.

Cadeira: Quadril, anca.

Caducar: Dedicar muito afeto a alguém.

Cafézinho: Pequena ave, de cor preta-avermelhada e bico amarelo.

Cafifa: Pessoa chata.

Cafitear: Importunar, encher o saco.

Cafu: Touro grande e forte.

Cafuçu: Alguém feio.

Caínha: Quem é avarento.

Cainhar: Negar algo.

Cajázinho: Doce de queijo, em calda de açúcar, com gemas de ovos.

Cajuada: Refresco com suco de caju.

Cajuzinho: O preferido.

Camalote: Planta aquática do Pantanal.

Camarada: Empregado de fazenda no Pantanal Mato-grossense.

Cambambá: Bando, cambada, grupo.

Cambada: corja, bando, quadrilha.

Cambaio: Quem tem pernas tortas, quem é torto.

Cambalear: Andar sem firmeza.

Cambeta: Tem pernas tortas.

Cambetear: Cambalear, andar sem firmeza.

Cambito: Perna fina e torta.

Cambito: Antigo pão feito em Cuiabá, longo e fino.

Cambucu: Peixe pintado grande.

Cambuquira: Cozido de broto de aboboreira, servido como acompanhamento de assados.

Campear: Cuidar dos animais no campo, procurar.

Cancela: Portão pequeno, para cercas e muros.

Candieiro: Candeeiro, lampião.

Candimba: Do lendário cuiabano. Sempre doente, e acamado, tinha um rabo.

Candimba: Pequeno coelho, tipo lebre.

Canga: Usada pelos bois carreiros. É de madeira, com quase dois metros.

Cangalha: Sela de madeira, com acolchoados internos, para cargas em animais.

Cangote: Nuca.

Canhambora: Quem usa cabelos grandes e descuidados.

Canhar: Negar alguma coisa a alguém.

Canivete: Alguém jovem demais.

Canjica: Tradicional caldo de milho branco, com leite e açúcar.

Canoada: A quantidade transportada numa canoa.

Cansanção: Urticária que coça e arde, mas ótimo para expulsar morcegos.

Canzil: Petrecho de carro de boi.

Caó: Comida que não é das melhores.

Caolho: Quem é estrábico, zarolho.

Capação: Castração de boi, cachorro e outros animais.

Capacho: Quem é subalterno, aceita tudo.

Capão: Animal castrado.

Capanga: Bolsa de couro para carregar diamantes.

Capangueiro: Comprador e vendedor de diamantes.

Capear: Proteger ou adular alguém.

Capenga: Quem anda mancando.

Capinha: Ajudante dos “toureadores”, que enfrentava o touro a pé.

Caracachá: O mesmo que ganzá, instrumento musical usado no Cururu.

Carpir: Limpar o mato, o jardim, capinar.

Capitão: Comida amassada com a mão.

Capivara, ou capincha: Roedor, comum na beira dos rios.

Capivariar: Mergulhar.

Capoeira: Área fértil de mata onde já houve roça.

Caramba!: Interjeição de espanto ou admiração.

Carapinha: Cabelo duro, enrolado, pichaim.

Carnear: Comer churrasco na tradição pantaneira.

Carnegão: O centro do pus endurecido de tumores e furúnculos.

Carona: Manta de couro em cima do baixeiro, protegendo o lombo do animal.

Carpir: Limpar algum terreno com enxada.

Carrada: Refere-se a grande quantidade.

Carrear: Carregar.

Carreta: Carro puxado a boi, hoje quase em desuso.

Carrerear: Sentado na popa, remando com uma mão e pescando com a outra.

Carrinheiro: Vendedor que usa carrinho de mão.

Carteado: Jogo de baralho, jogo de cartas.

Cartela: Semelhante a cartão.

Carumbé: Vasilha usada para lavar ouro e diamante. Tartaruga, em tupi-guarani.

Casabeque: Agasalho curto, antigamente usado no frio.

Cascar (descascar): Agir com o maior rigor, ser rigoroso.

Cascudo: Tipo de peixe, bater na cabeça com a mão fechada.

Casório: Casamento, núpcias, no sentido popular.

Casqueiro: Exigente demais.

Casquete: Com dois bicos, usado por militares e estudantes.

Cata, catra: Mina de diamante, medida bruta de tempo na garimpagem.

Cataplasma: Curativo com uso de remédios caseiros.

Catcho: Namoro, paquera.

Catear, catrear: Garimpar.

Catinga: Odor desagradável.

Catingueiro: Veado pantaneiro, avermelhado.

Catinguento: Fedorento.

Catita: Bonita, elegante.

Cativo: Prisioneiro.

Catre: Cama de madeira rústica, dobrável, com os pés em forma de “x” e lona.

Catreado: Retângulos nos garimpos para tirar cascalho.

Catrevage: O que não presta, mulher de programa.

Caturra: Pessoa obstinada.

Caturrita: Espécie de periquito, papagaio pequeno.

Cavernoso: Cadavérico.

Cavoteiro: Enjoado, sem graça.

Caxambu: Denominação dada ao monte de cascalho para ser lavado.

Caxiri: Faca desgastada pelo uso, faca pequena.

Cê quer ver, escuta aí: Expressão popular cômica.

Cecê: Catinga, fedor.

Cêpo: Bom, ótimo.

Cerqueiro: Fazedor de cercas.

Cerrar: Fechar, encostar.

Ceva: Amansar, acostumar, peixe com comida.

Cevar: Engordar, alimentar.

Ceveiro: Local onde os peixes ficam acostumados com comida.

Chá: Café matinal típico e variado.

Chácra: Chácara, pequena propriedade de terra.

Chacreiro: Alguém ligado a chácara (chácra).

Chacota: Gozação, crítica em tom de brincadeira.

Chalana: Barco de madeira, largo, fundo chato.

Chambalé: Antiga camisola para criança dormir, comprida e folgada.

Chambão: Alguém mau vestido.

Chanca: Pé grande.

Changador: Carregador de mercadorias no antigo Porto de Cuiabá.

Chaguaiano: Sacodindo, balançando.

Chaento: Chato.

Chanha: Chatice.

Chapa: Dentadura.

Chapa: Foto, radiografia.

Chapa: Parte superior do fogão à lenha.

Chapa e cruz: Pessoa registrada e batizada em Cuiabá.

Chapa quente: Aquele que é metido a ser bonzão em tudo.

Charqueada: Onde se faz carne de charque, carne seca.

Chata: Embarcação de pequeno calado, puxada por outra com motor.

Chaté: Quem é baixo.

Chaveta: Amarra a canga na ponta do cabeçalho do carro de boi.

Chelba: Inconveniente, chato.

Chelpa: Dinheiro, na gíria dos garimpeiros.

Chibiu: Pedra preciosa com menos de 20 pontos e de pouco valor.

Chilado: Bêbado, embriagado, tonto.

Chilique: Desmaio ou escândalo, no sentido pejorativo.

Chincha: Parte da barrigada da sela usada pelo vaqueiro.

Chichano: Segurando na chincha o laço que está na rês.

Chimi: Tamanduá-mirim.

Chinchão: Beliscão.

Chinchar: Puxar, beliscar, cutucar.

Chinchar: Apertar a chincha, barrigueira de animal, no Pantanal.

Chinchim: De qualidade inferior, não é bom.

Chinfrim: De péssima qualidade, baile de ponta de rua.

Chiriri: Pouco, mínimo.

Chispar: Sair correndo, sair rápido, sem avisar.

Chispou: Foi embora de repente.

Chita: Tecido estampado, barato.

Choça: Moradia modesta, de palha.

Choça: Armadilha de pássaro.

Chocho: Algo murcho, seco e sem suco, retraído, tímido, sem graça.

Chuçar: Ferir, furar, espetar.

Chuço: Arma semelhante à faca.

Chucro: Animal ainda não amansado, peão tímido.

Chupa: Ingênuo, tolo.

Chuvarada: Muita chuva.

Cimbre ou jimbre: Dinheiro, moeda.

Cinteiro: Cinturão que era usado para segurar as calças e punir alguém.

Cipoal: Moita de cipós.

Ciscaiar: É o mesmo ciscar usado para as galinhas.

Ciscar: Desafiar alguém para uma disputa.

Cisma: Temor sem justificativa, mania, balda.

Clarear: Iluminar.

Coadjuvante: Ajuda nas despesas da casa.

Cobre: Dinheiro, moeda de cobre.

Cocho: Feito de madeira, onde se põe sal para o gado.

Cochichar: Falar baixo, no ouvido.

Cochicholo: Bem pequeno.

Cocorocar: Mimar demais.

Cocorocando: Mimando demais.

Coió: Assobio fino para chamar a atenção das moças, bobo, trouxa.

Cognome: Apelido depreciativo.

Coloiado: Amontoado, agrupado, ao lado.

Coloiar: Agrupar com outros, pejorativamente.

Coloio: Acordo no sentido pejorativo.

Combinação: Roupa feminina, embaixo do vestido.

Comedoria: Mesa farta, muita comida.

Companheiro: Placenta.

Compoteira: Vasilha destinada a conservar doces.

Condutor: Responsável pela viagem da boiada, em comitiva.

Cônscio: Ciente da responsabilidade, compenetrado.

Constipação: Resfriado.

Constipado: Gripado.

Consumir: Gastar, usar em excesso.

Contrário: Oposicionista, adversário.

Corcovear: Quando não aceita laço e mexe com o pescoço.

Cordero: Quem gosta de contar vantagem.

Córgo: Córrego.

Córnice: Tiro de canto no futebol, variação do “corner” inglês.

Corisco: Descarga de raio.

Corixo: Canais naturais para escoar água das lagoas, baías e brejos para os rios.

Corja: Designação pejorativa de grupo de pessoas.

Coró: Pequena lagarta que aparece nas frutas.

Correição: Fileira grande de formigas.

Corrução: Forte diarréia que existiu em Vila Bela, no período colonial.

Cortado: Espaço entre dois "capões de mato", campina.

Cortar: Coalhar.

Coscorão: Massa frita de pastel, sem recheio.

Costado: Lateral.

Cotó: Pessoa mutilada, animal sem a cauda.

Coxé: Quem é coxo, quem tem uma perna mais curta.

Cozidão: Carne cozida, com várias verduras.

Crê in DeuxPai!!: Creio em Deus Pai!!;Meu Deus!!

Crequento: Torrado, áspero, cascudo.

Cria: Agregado, adotado.

Cria: Filhote de gado, de cavalo.

Criquiri: Quiriquiri, ave pantaneira que se alimenta de carrapatos.

Crítico: Alguém irreverente, que sabe apenas caçoar.

Crucuçar: Esmiuçar alguma coisa.

Cubado: Quando o carumbé está cheio de cascalho.

Cubando ou Cubano: Olhando, observando, mas discretamente.

Cubar: Observar, medir algo.

Cuia: Vasilha feita com a casca de cabaça.

Cuiada: Ironia, grosseria, sarcasmo, para constranger alguém.

Cuiada: Batida com cuia.

Cumbu, cubu: Azar.

Cumbuca: Vasilha redonda.

Cueiro: Fralda feita com flanela.

Cural: Garimpeiro novo.

Curau: Creme de milho verde, doce. Canjica no Nordeste.

Curro: Para manejo de gado nas fazendas.

Curro: Onde os touros ficavam antes das Touradas Cuiabanas.

Curso: Desinteria, desarranjo intestinal, diarréia.

Curtido: Sem vergonha, esperto, cínico.

Cururu: Dança típica regional, só para homens.

Cururueiro: Tocador de viola-de-cocho.

Currutela: Pequena localidade.

Cuscuz: Bolo de milho, cuzido no vapor de água fervente.

Cutilada: Golpe de faca ou de qualquer arma branca.

Cutela: Faca larga.

Cutelo: Faca com forma semicircular.

Cutuba: Ótimo.

Cutucar: Criticar alguém para provocar.

Cabeça de canoa: Cabeça semelhante à canoa.

Cabeça-seca: Parece com o Tuiuiú, preto na cabeça, bico e ponta das asas.

Cáis do Porto: Ladeira de pedra, na Avenida 15 de Novembro.

Cambada de peixe: Amarrilho, com três ou mais peixes, dependendo do tamanho, para comercialização.

Cangar grilo: Ficar à-toa, sem fazer nada, descanso.

Campo da Mandioca: Antigo campo de futebol na atual Avenida Mato Grosso.

Campo de Aviação: Aeroporto.

Campo Limpo: Onde existe pastagem natural.

Cantador de Cururu: Homem que canta Cururu.

Capão de mato: Ilha de mato mais denso no meio do campo.

Capim-carona: Capim que o gado não gosta.

Capim-navalha: Típico de brejo, prejudicial aos touros, principalmente.

Cara azeda: Cara fechada, com raiva.

Cara de caju: rosto pequeno.

Cara-de-canga: Rosto de pele áspera e bastante furada.

Cara-de-cavalo: Ao xingar alguém.

Cara-de-queijo: Rosto de pela semelhante ao de queijo.

Cara de tacho: Sem graça.

Cara lambida: Cara de sem-vergonha.

Carne-com-arroz: Mistura de carne seca ou fresca com arroz.

Carne de bocaiúva: Camada amarela da bocaiúva.

Carne frescal: Carne salgada, ainda crua, em início de processo de secagem.

Carne de panela: Carne cosida em panela.

Carne-de-pescoço: Pessoa de difícil trato.

Carne sentida: Carne quase podre.

Carro de praça: Táxi.

Caruru com angu: Carne com quiabo e angu de fubá de milho.

Casa de adobe: Casa feita de adobes.

Casa de taipa: Casa de parede de taipas (terra umedecida e socada) entre tábuas que fazem uma forma.

Casa de pau-a-pique: Casa em que as paredes têm um gradeado de madeira, no qual é jogado ou aplicado o barro.

Casa de material: Casa construída com tijolo e telha.

Catar alguém ou algo: Pegar, recolher.

Cavalo afrontado: Cavalo cansado ao máximo, quase sem respiração.

Cavalo chucro: Cavalo que não foi amansado.

Cavalo pantaneiro: Típico do Pantanal, é um cavalo de grandes qualidades.

Cepo de...: Para dizer: grande, bom.

Chácaras do Bufante: Atual Bairro Araés.

Chacrinha de estudantes: Grupos de estudantes.

Chá-com-bolo: Café tradicional cuiabano, bem variado.

Chá-de-fedegoso: Para combater verme.

Chá-de-erva Santa Maria: Para acabar com verme.

Chá-de-picão: Para curar qualquer tipo de hepatite.

Chão mole: Atoleiro, depois da chuva.

Chapa-de-dente: dentadura.

Chapa-de-fogão: Parte superior do fogão.

Chapa-do-pulmão: Abreugrafia.

Cheio da gaita: Com muito dinheiro.

Chico Magro: Planta do Cerrado, com frutas adocicadas.

Chofer de praça: Motorista de táxi.

Chum-chum: Bagre pequeno.

Chuva-de-caju: As chuvas de julho e agosto, quando florescem os cajueiros.

Coisa ruim: O que não presta, o diabo.

Comida requentada: Comida esquentada depois de feita.

Comitiva de gado: Grupo que conduz boiada.

Com rompância: Com arrogância.

Com rudeza: Com grosseria.

Correndo solto: Correndo muito, com facilidade.

Correr duro: Correr ou fugir depressa, muito rápido.

Corre disparado: Corre rápido, em disparada.

Correr presépios: Visitar os presépios no Natal.

Correr trecho: Fazer longa caminhada.

Cortar o leite: Coalhar o leite.

Crescer em cima: Reagir com vigor, avançar.

Criança birrenta: Criança manhosa.

Curicaca-Pantaneira: Ave cinza-chumbo, tipo íbis, com olhos e patas vermelhos.

Caça mé: Caça mel. Com olho apertado para ver melhor.

Caçando lagartixa: Fazendo pouco.

Cada um com o sheo (seu) dele: Cada um a seu modo, à sua maneira.

Canhaém, canhaém: Semelhante ao latido de cachorro, para discordar.

Cair na gandaia: Cair na farra.

Cara de broa: Rosto gordo e redondo.

Cara de caju: Rosto pequeno.

Cara de réu: Emburrado.

Cara lambida: Cara de sem vergonha.

Carregador de frutas: Vendedor de frutas.

Casa pegada com outra: Casa junta a outra.

Casca de ferida: Pessoa de difícil trato, encrenqueiro.

Castigo do capeta: Punição rigorosa.

Catingudo qui nem gambá: Fede demais.

Cavalo baldeiro: Cavalo que pula e dá coice.

Cepo de ...: Grande, forte, em relação a alguém ou a algo.

Chibata em punho: Chicote ou chibata na mão.

Chamar na chincha: Repreender alguém.

Chapa e cruz: Autêntico, legítimo.

Cheia de badulaque: Muita coisa de pouco valor amontoada.

Cheia de nove horas: Pessoa arrogante e antipática.

Cheirando mais do que maleta de barbeiro: Cheiroso.

Chequetré da cabeça: fraco da idéia, desorientado.

Chia lá: Espia lá, olha lá.

Chiou no mourão de rédea: Foi castigado por alguma coisa.

Chispa daqui: Vá embora, saia.

Chocar como jacaré: Não tirar os olhos de alguém.

Chuça e rebuça: Provoca e resolve.

Chumbo trocado não dói: Quando alguém vinga alguma coisa.

Chuva-de-molhar-bobo: Chuva fraca, que nem chega a molhar.

Coalhado de gente: Cheio de gente.

Coisa e loisa: Isto e aquilo.

Cô ocê...: Com você...

Com farpa: Com ponta, algo ponteagudo.

Comer de vianda: Comer de marmita.

Comeu até fazer bico: Comeu demais.

Comeu carne seca?: Quando alguém está bebendo muita água.

Como é que é?: Como é? E dai?

Como é que ele teve a cachimônia de fazer isso?: Como ele inventou isto?

Como não...: Claro que sim, confirmando.

Comprar porco: Estar perdido, sem saber para onde ir.

Conheceu papudo?: Bem feito, aprenda com isto.

Conversa de cerca Lourenço: Arrodeio antes de chegar no assunto.

Cor de burro fugido: Cor indefinida.

Costas-largas: Pessoa protegida por alguém de prestígio.

Damasco: Tecido de seda com desenhos em relevo.

Danado: Levado, arteiro.

Daninheza: Travessura, traquinagem.

Debandar: Ir embora, sair.

Defluxo: Resfriado, gripe, coriza.

Defrontar: Derrubar, no sentido de cortar o mato.

Degote: Decote (como era pronunciada em Algarve)

Degotado: Decotado (como era pronunciada em Algarve).

Delir: Diluir, dissolver (palavra antiga, do Século V), com pouco uso.

Delivrance: Parto.

Dereito: Direito.

Derriçar: Derrubar.

Derrubada: Quando derruba o mato.

Desacorçoado: Desmotivado, com preguiça.

Desastrado: Desajeitado, não faz algo corretamente.

Descabriado: Desorientado, perdido, sem rumo.

Descampado: Em campo aberto.

Descangotado: Dormindo a sono solto, com a cabeça de lado.

Descarnar: Emagrecer, perder peso.

Descobrar: Vingar, retribuir, dar o troco.

Descompensado: Desnivelado, fora de nível.

Desdenhar: Desmerecer, não dar atenção.

Desengonçado: Desajeitado, desorganizado.

Desenxabido: Triste, sem graça, deprimido, sem entusiasmo.

Desforrar: Vingar, descontar.

Desforro: Vingança.

Desgarrar: Extraviar, afastar-se.

Desgramado: Demais, em excesso.

Desguaritado: Sem rumo, sem destino.

Desquaritar: Sair sem destino ou rumo.

Desinflar: Esvaziar antigas bolas de futebol.

Deslindar: Solucionar.

Desmonte: Tirar a terra sob o cascalho, buscando jazidas de pedras preciosas.

Desmontar: Retirar o desmonte.

Desmilinguido: Fraco, doente.

Desmilinguir: Esmorecer, enfraquecer.

Despejo: Monte de terra ao lado de uma mina, entulho.

Despois: Depois.

Despotismo: Grande quantidade, abundante.

Dereito: Direito, correto.

Dessedentar: Matar a sede, beber água.

Destempero: Perder o controle emocional, agressão.

Desvalido: Abandonado, sem apoio.

Dezasseis: O mesmo que dezesseis.

Dezassete: Corresponde a dezessete.

Difruço: O mesmo que defluxo, gripe.

Diguada, ou liquada: Água dos rios com cinzas das queimadas, que serve para curtir couro, e é levada pelas chuvas, reduzindo o oxigênio.

Discabelado: Desesperado.

Discobrar: Dar o troco por alguma agressão sofrida.

Discontar: Vingar, desforrar.

Disengonçado: Sem jeito.

Disenxavido: Sem vontade de fazer qualquer coisa.

Disfeita: Desprestígio, desagrado.

Disgrama: Infortúnio.

Disgualepado: Destroncado, desorganizado.

Dismilinguido: Fraco, frágil.

Disparate: Muito, demais, grande quantidade.

Disparou: Descontrolado, sem obedecer a comando.

Dispencando: Caindo.

Dispidição: Momento da despedida.

Dispois (ou Adispois): Depois.

Distampatório: Agressão verbal, discussão violenta.

Distemperado: Briguento.

Distemperar: Perder a calma, o controle.

Distrambelhada: aloucada, não tem juízo.

Distrenado: Desacostumado.

Divisa: Limite entre propriedades rurais, identificação na orelha do animal.

Dobrado: Alguém robusto, forte.

Domação: Como amansar o animal.

Dordolhos: Tipo de conjuntivite, irritação dos olhos.

Durar: Demorar, tardar.

Dureiro: Parte endurecida de alguma coisa ou parte do corpo.

Duro: Forte.

Dus: dois.

Dar birra: Quando a criança chora muito.

Dar de ouvir: Tem condições de se ouvir, dar para ouvir.

Dar chepa: Dar carona.

Dar corda: Estimular.

Dar cria: Parir.

Dar no pé: Ir embora.

Dar parte: Denunciar, reclamar, apresentar queixa.

Dar praia: Quando surge areia nas margens dos rios.

Dar rodeio: Reunir o gado em rodeio.

Dar tábua: Recusar ao convite para dançar.

Dar trela: Dar atenção, ouvir alguém, no sentido pejorativo.

Dar um estirão: Fazer uma caminhada.

Dar uma lapada: Usar o cinto ou cinturão, contra alguém.

De algo: Alguém na posição de lado.

De soslaio: Olha com atenção, mas sem demonstrar a intenção.

Debulhar o milho: Tirar os grãos de milho da espiga seca.

De chupetão: De surpresa.

De criame: De criação.

De sorte que...: Continuando o assunto (desde a Capitania).

Despotismo de...: Abundância de...,

Dobrar alguém: Convencer alguém.

Doce de mamão espelho: De mamão verde, em fatias.

Doença de peito: Tuberculose.

Da boca para fora: Falar algo que inventa.

Da donde?: De onde?

Dá o pira daqui: Vá embora, saia daqui.

Dá que racha: Em excesso, fartura.

Danado da vida: Com raiva.

Dar (botar) banca: Causar falsa impressão, querer aparecer.

Dar no padre: Fraquejar.

Dar uma rasteira: Derrubar alguém com o pé, prejudicar alguém.

Dar tábua: Quando a moça não aceite convite para dançar.

Dar vau: Permitir a passagem do animal nas águas sem nadar.

Deitou o cabelo: Correu forte, rápido.

Deixa está jacaré, sua lagoa há de secar: O revide vem depois.

Deixa de ser tonta: Deixa de ser boba.

Deixar o bezerro no tampo: Amarrar o bezerro na hora de leitear.

De arga: De lado, obliquamente.

De ameio: compartilhado (dividido) com outro.

De butuca: Na espera.

De carreira: Depressa, logo.

De chapa e cruz: Autêntico, verdadeiro.

De déo-em-déo: Sem rumo.

De um tudo: De tudo.

Deu uma chispada: Foi embora.

Deu um sumiço: Desapareceu, escondeu em algum lugar.

De déu-em-déu: De um lugar para outro, sem rumo.

De cata-quirera: Fazendo muita coisa ao mesmo tempo.

De cata-mamona: Procurando algo em vários lugares.

De gatinho: Andar se arrastando, cansado.

De graça: Grátis.

De mão abanando: De mão vazia.

De nariz furado: Está apaixonado, está decidido.

De pirraça: Para insultar.

De pito aceso: Com todas as forças, excitado, apressado.

De que será?: Não acredito.

De um tudo: De tudo.

De rabanada: Visita curta, de passagem.

De sorte que...: De tal sorte que...

De sete costados: Autêntico.

De vez: Fruta quase madura.

De verso a cantiga: Duas coisas diferentes.

Deshoras: Tarde, às tantas horas.

De japa: Cortesia de quem vendeu alguma coisa.

De mamando a caducando: De novo a velho, todos.

De porteira fechada: Compra ou venda total de uma propriedade rural.

Dês...: Desde que...

De supetão: Imprevisto, de repente.

Demás...!: Expressão usada para discordar.

Demás de...: Muito, demais.

Demás de apurado com...: Está demais apressado com...

Demás de bom: Ótimo, bom demais.

Demás de povo: Muita gente, um grande público.

Demás de quente: Está muito quente.

Deu na sapituca: Resolveu fazer alguma coisa de repente.

Deus que assista: Agradecimento a convite para comer.

Deus te crie para o bem: Ao cumprimentar os jovens.

Deus lhe dê saúde: Dizem os pais quando os filhos espirram.

Deus te proteja ou te acrescente: Cumprimento entre adultos, desejando votos de bem estar e de felicidades.

Deus te proteja ou te acrescente e não me falte: Cumprimento entre adultos, desejando felicidades ao próximo e a si mesmo.

Dia de despacho: Dia de se abastecer no armazém da fazenda.

Disgramado de bom: Ótimo, exímio.

Diz que...: Estão dizendo que...

Dois-de-pau: Alguém apagado, que fica parado, sem iniciativa.

Dona menina: Tratamento respeitoso a uma moça.

Dormindo de touca: Descuidado.

Dor nos quartos: Dor nas cadeiras (entre a cintura e a coxa).

Duvidá: Se duvidar, talvez, é possível, com esperança.

Edênica: Como no Éden, no céu.

Efetivo: Antigo.

Eflúvios: Emanações.

Embarcadista, embarcadiço: Quem trabalha embarcado.

Embaúba: Madeira (morácea) muito usada para fazer “pau de sebo”.

Embira: Fibra usada para fazer corda e palha.

Embonecar: Enfeitar.

Emboquecado: Desestimulado, não quer participar.

Embotocado: Encurvado.

Embotocar: Ficar em forma de bodoque.

Embromador: Quem fica atrasando, enganando, tapeando, preguiçoso.

Embrombar: Atrasar quando está fazendo alguma coisa.

Emburrado: Zangado, com cara feia.

Emburrar: Ficar com raiva.

Empacado: Parado, emburrado.

Empachado: Quem está com gases no estômago.

Empacado: Parado.

Empacou: Parou, não sai do lugar.

Empalamado: Anêmico, pálido, amarelo.

Empanzinado: Quem comeu demais e não faz digestão.

Empanturrado: Está bem alimentado e não quer mais.

Empedrado: Endurecido.

Empetecar: Embelezar, enfeitar.

Empombar: Encrencar.

Emprasto: Preguiçoso, quem faz as coisas devagar.

Encabrestrar: Amansar os animais no Pantanal, colocar o cabresto.

Encafifado: Intrigado, preocupado.

Encafuado: Escondido.

Encafuar: Esconder-se ou demorar muito em algum lugar.

Encalistrar: Encabular, encafifar.

Encarangado: Paralisado pelo frio ou doença, aleijado.

Encarapitar: Subir em algo apressadamente.

Encarnar: Não largar.

Encasquetar: Pensar em uma única coisa.

Encastoar: Proteger a embalagem de algo enrolando papel.

Encorpar: Engrossar o caldo, engordar.

Encosto: Companhia indesejável ou onde se encosta.

Encravado: Enfiado, no meio.

Encrespar: Reagir em desagrado a alguma atitude.

Enfarada: Enjoada.

Enfarruscado: Tempo fechado, nublado, brusco.

Enfatiotada: Bem vestida.

Enfastiado: Sem apetite, sem fome.

Engabelar: Enganar, enrolar, alguém.

Enganchar: Prender, dependurar, ficar.

Engatar: Chegar perto de moça com quem pretende conversar.

Engomar: Passar a roupa a ferro, alisar a roupa.

Engodar: enganar.

Engrasando: Misturando, unindo, somando.

Engrasar: Misturar.

Engrouvinhado: Enrugado, amassado.

Engrouvinhar, engruvinhar: Amassar.

Enleiar: Enrolar, prender em algo.

Enleiado: Envolvido.

Enricar: Enriquecer, ficar rico.

Enrosco: Alguém que só atrapalha ou algo enrolado.

Entalado: Engasgado, entupido.

Entanguido: Com muito frio, morrendo de frio

Entojado: Enjoado, entediado, aborrecido, do espanhol “enojado”.

Entojar: Causar nojo (português culto).

Entonce: Então, e agora (espanholismo).

Entrevado: Sem poder andar.

Entroxar: enfiar, meter, introduzir, demais.

Exagerar em dar ou fazer algo.

Entrudo: Tradição de jogar água no outro, como brincadeira.

Entubigaitado: Cheio, com excesso de algo.

Enveja: Inveja.

Envejar: Ter inveja.

Enveja de ...: Ter inveja de ....

Enxarquerar: Fuxicar.

Enxarquerava: Fuxicava.

Enxerido: Intrometido.

Enxotar: Expulsar, mandar ir embora.

Esquisistomosis: Esquistossomose.

Erado: Adulto, com bastante idade.

Eriçado: , Arrepiado, entusiasmado, interessado.

Escalafobético: Coisa estranha, sem nexo ou sentido.

Escaldado: Saboroso caldo com farinha de milho e ovo.

Escancarar: Fazer demais.

Escancarado: Demais.

Escápula: Armador de rede.

Escarcéu, escaricéu: Escândalo, confusão, agitação, tumulto.

Escarrapachado: Espalhado, à vontade.

Escarreirar: Correr atrás de alguém.

Escornado: Cansado demais.

Escorraçar: Expulsar com violência, ou desprezo..

Escrava: Bracelete, pulseira.

Escuitar: Escutar.

Escurraçar: Expulsar alguém com raiva.

Esgoelando: Gritando demais.

Esgravatar: Ciscar, remexer.

Esgualepado: Desarrumado.

Espalhafatosa: Exagerada demais.

Espandogado: Desengonçado, desarticulado.

Espaventado: Desastrado, desajeitado.

Espelho: Doce de mamão verde, em calda, cortado em lascas finas.

Espeloteado: Danado, amalucado.

Espera: Local usado pelos caçadores para aguardar a caça.

Especular: Perguntar com interesse e insistência.

Espevitadeira: Apagador de borrão de vela.

Espinha: Refere-se à parte óssea do peixe. Diferente de espinho.

Espinhaço: Coluna vertebral.

Esporear: Meter esporas na barriga do animal.

Estabanado: Sem controle, desajeitado, derrubando tudo.

Esteira: Espécie de tapete feito com hastes de “pripiri”.

Esterco: Estrume animal.

Estilingue: Funda, com forquilha de madeira e borracha.

Estirão: Cumprimento da corda, grande distância.

Estoporado: Vítima de forte calor.

Estorvar, estrovar: Atrapalhar, prejudicar.

Estorvo: Problema, empecilho.

Estouvado: Alguém desajeitado, desastrado.

Estragado: Podre.

Estrambótico: Estranho, esquisito, ridículo.

Estrilar: Zangar.

Estrisiado: Muito magro.

Estropiado: Cansado ao extremo, esgotado.

Estropício: Algo ou alguém que incomoda.

Estucado: O perdedor sem condições de se recuperar.

Estufado: Inchado.

Esturricar: Sapecar, queimar.

Esturricado: Queimado.

Estúrdio: Extravagante, exagerado.

Esturro: Grito forte, urro da onça acuada.

Etagér: Armário de sala de jantar.

Expediente: Disposição ou capacidade para fazer algo.

Experiente: Benzedor, curandeiro.

Exportador: Grande comprador de diamantes.

Embandeirado com ...: Acompanhando alguém, seguindo alguém.

Embandeirar com ...: Acompanhar alguém, seguir alguém.

Em riste: Em pé, a prumo, pronto para enfrentar.

Erva de bicho: Planta medicinal usada para combater verme.

Escorar a porta: Pôr alguma escora na porta.

Escora cavaleiro: Gado que avança sobre pessoas.

Está afrontado: Está cansado, ofegante.

Está amuado: Está triste.

Está cheio de...: Bem alimentado de..., já não suporta mais.

Está cheia: Está grávida.

Está com comichão de...: Está com vontade de fazer alguma coisa.

Está empachado: Está com o estômago cheio, comeu demais.

Está entanguido: Está com frio, gelado.

Está esgarçado: Está rasgado.

Está escarrapachado: Está à vontade.

Está extraviado: Está perdido.

Está gramando: Está sofrendo, está perdendo.

Está manjado: Está conhecido, pejorativamente.

Está ovando: Está sentado há muito tempo, está observando de longe.

Está podró: Está fraco, débil.

Está ralo: Fraco, fino, pouco gosto.

Está touceira: Está metido, pernóstico.

E aí?: Então...Como é que fica?

Êh ah!: Ora. Expressão de espanto ou surpresa.

Eh, anzór de prego: Diz o pescador para quem perdeu o peixe.

E aí xô mano, tudo em cima?: Cumprimento amigável.

E aí xô mano, tudo djóia?: Cumprimento amigável, dos mais jovens.

É’ bem ai, assim: É logo aí, é perto, é logo em seguida.

E´ bocó: Pessoa acanhada, caipira, trouxa.

É cara de um, focinho do outro: Pessoas que têm fisionomias semelhantes.

É catinguento que nem gambá: Fede demais.

É chinchin: É pouco, é insignificante.

É’ dado: É de graça, grátis

É da lavra de...: É de autoria de...

É descansado demais: É tranqüilo, é preguiçoso.

É de lua: Fica mau-humorado de uma hora para outra.

É’ digoreste: Tem boa pontaria, é exímio, acertou no alvo.

É largo demais: É felizardo, tem muita sorte.

E’mais chato do que rapa canoa: É chato demais.

É’ mato: É’ demais, muito.

Engrasar com...: Misturar com...

É um borra-botas: Não vale nada.

É um pancada: É abobalhado, idiota.

Emborcou o barco: Virou o barco debruço, afundou o barco.

Emenda o dia com a noite: Dormir até tarde.

Engasga gato: Comida ruim, mal feita.

Entregue aos máscaras: Sem apoio de ninguém.

É oreia: É burro, ignorante.

É quarta feira: É pessoa boba.

Erva de cão ou flor de cachorro: Cocô de cachorro.

Esse bicho: Dito popular a respeito de cobra, evitando dizer o nome.

Escrever no cascalho: Procurar pedra preciosa no cascalho.

Escorrega que nem quiabo em boca desdentada: Escorregadio demais.

Esse um: Esse alguém, esse tal, sem citar o nome.

Espanta Coió: Pequeno explosivo, acionado por lixa.

Espia lá: Olha lá, veja lá.

Espia só!: Só faltava esta.

Esse guri não sossega: Esse guri não para, não se aquieta.

Está afim de: Está querendo alguma coisa.

Está arrumado: Quem está em boa situação financeira.

Está bem fresco: Está tranqüilo, na boa, sem problemas.

Está caju por ...: Está apaixonado por...

Está com a avó atrás do toco: Está desesperado, sem rumo.

Está com feição alegre: Está alegre, feliz.

Está com feição triste: Está triste, infeliz.

Está com ovo atravessado: Irritado, zangado.

Está com cólica: Está com dor de menstruação.

Está com quentura: Está preocupada, inquieta.

Está com tanchim?: Quando alguém está sem sossego.

Está de bicho carpinteiro no corpo: Não consegue parar.

Está de bom tamanho: Na medida ideal.

Está de calundú: Está de mau-humor.

Está de chico: Está menstruada.

Está de grande: Está importante.

Está de espinhela caída: Dores no tronco ou na espinha dorsal.

Está de nariz furado por...: Está apaixonado por...

Está encrespado: Está com raiva.

Está de pendenga com ... : Está de briga com ...

Está desmanchando: Está se acabando.

Está inteirado: Está cheio, não suporta mais.

Está com ovo virado ou está com ovo atravessado: Está irritado, zangado.

Está de veneta: Está mau-humorado.

Está de suêto: Está de folga.

Está empacado que nem uma mula: Emburrado, nada faz.

Está engasgado: Não define, não resolve.

Está entregue: Está sem ânimo.

Está escuro que nem breu: Está escuro demais.

Está fazendo boca para comer: Está com vontade de comer.

Está gorando: Está desejando algo ruim, que não dê certo.

Está mordido: Está com raiva.

Está na vidraça: Mulher sem anágua, contra o Sol.

Está no banho: Está tomando banho.

Está jegue: Está mal vestido.

Está jururu: Está triste, calado.

Está largado: Está separado matrimonialmente.

Está larido: Está faminto, esfomeado, insaciável.

Está moído: Está cansado demais.

Está parado: Está desempregado, sem fazer nada.

Está por um quero: Está faltando pouco para fazer algo.

Está ressecado: Está com prisão de ventre.

Está um (num) bagaço: Está cansado, está esgotado.

Está que só (nem) criquiri: Não dá sossego.

Está supitado: Comeu demais.

Está um bacheiro: Está sujo, surrado.

Está um caco: Está cansado demais.

Está um forno: Está quente demais.

Está variado: Não está falando coisa com coisa.

Está voando: Está distraído.

Estava borrando de medo: Estava com medo.

Estou que nem capa da gaita: Cansado, em péssimo estado, usado demais.

É bem ai: Mesmo com o destino é bem longe.

É cha mãe: É a sua mãe.

É um bate bruaca: Quem anda atôa, sem rumo.

É um bom será: Quem acha que tudo está bom.

É um caça mel: É uma pessoa que tem dificuldade de ler.

É um cão chupando manga: Refere-se a alguém feio demais.

É um chão: É bem longe.

É um quarta feira: Palerma, pateta.

É uma anta: É ignorante, é bruta.

É o mesmo que mandar lembrança para quem não conhece: Não vai dar em nada.

Faiscador : Comprador de pedras preciosas no garimpo.

Famaná: Famoso, importante.

Fanchono: Homossexual ativo.

Fanho: Fanhoso.

Farnel: O mesmo que matula, comida para viagem.

Fatiota: A melhor roupa.

Fedegoso: Planta medicinal ótima para combater verme.

Ferrotoada: Picada de inseto, cutucada.

Fervedouro: Rebuliço, agitação, confusão.

Famaná: Pessoa importante.

Ferpa: Dinheiro.

Festar: Festejar, comemorar.

Filosofina: Nome de uma lancha de Apolônio Bouret, fazendeiro do Pantanal e comerciante do Porto, em homenagem à filha, com esse nome.

Fincar: Enfiar, introduzir.

Finuínho: Algo muito fino.

Figa: Defesa religiosa, com sinal da cruz.

Fiiiiiiiga vôoooote!: Ave Maria!

Fiofó: Ânus.

Flanar: Sair sem rumo certo.

Flober: Nome popular de espingarda antiga, calibre 22.

Fogaréu: Muito fogo.

Folia: Grupo de pessoas tirando esmolas para festa de santo.

Foló: Frouxo, largo, folgado.

Forje: Buraco para caçar animais.

Formar: Ficar o peão ao lado das reses.

Formalidade: No acerto, no acordo.

Fortidão: Exemplo de fortaleza, de força física.

Foqueteira ou fouqueta: Mulher assanhada.

Foveiro, fouveiro: Desbotado, quase sem cor.

Francisquito: Biscoito de trigo, com ovos, banha e leite.

Franzido: Enrugado.

Freje: Briga ou bagunça, baileco.

Frescal: Carne salgada, ainda não completamente seca.

Fresco: Metido.

Friagem: Período de frio entrecortado de baixa temperatura.

Friajão: Quando o frio é muito forte.

Frontear: Ficar por perto, aproximar-se de...

Fruita: Fruta.

Fuá: Desordem, confusão.

Fuça: Rosto, cara, focinho.

Fuçar: Revolver, remexer, cutucar, alguma coisa.

Fuero: Petrecho de carro de boi.

Fufu: Pulmão.

Fumo: Fita preta, de luto, no braço do paletó.

Funda: Estilingue, com forquilha, borracha e couro.

Furrundu, furrundum: Saboroso doce de mamão verde com rapadura e gengibre.

Furupa: Festa de arromba.

Fusco: Opaco, branco sujo, escuro.

Futchiquero!: Fofoqueiro.

Fuxicaiada: Fuxico demais.

Fuxico: Mexerico.

Fuzarca: Bagunça.

Fuzilando: Relâmpagos demais, com muitos trovões.

Fuzilar: Relampejar, ação de descargas elétricas no céu.

Fuzilo: Relâmpago.

Fuzuê: Confusão, bagunça.

Fazer cubu: Fazer feitiço.

Fazer um estirão: Caminhar até longe.

Feijão empamonado: Feijão cozido e engrossado com farinha.

Fêmea Coberta: Fêmea prenhe.

Finca-finca: Jogo infantil, com haste de ferro na areia.

Foi pinto: Foi pouco.

Fôrma de diamante: Tipo de pedra que é sinal de existir diamante.

Fruta-de-vez: Fruta quase madura.

Fala qui nem uma matraca: Fala demais, sem parar.

Falar pesado: Falar se excedendo no sotaque cuiabano.

Falta de modos: Sem educação.

Faz tempo: Há muitas horas.

Fazendo cera: Fazendo de conta que está trabalhando.

Fazendo que nem...: Fazendo igual a...

Fazer birra: Quando a criança chora e esperneia no chão.

Fazer chichi: Evacuar, obrar.

Fazer chacota: Ironizar, rir.

Fazer de carreira: Fazer com urgência.

Fazer de conta que...: Fingir que...

Fazer um de tudo: Fazer de tudo.

Fazer figa: Cruzar o dedo para evitar o mal.

Fazer fita: Querer aparecer, chamar a atenção.

Fazer fidúcia: Fazer cerimônia, ser formal.

Fazer fiúza: Esperar algo.

Fazer micage: Exagero de gesto, imitação, careta.

Fazer o comer: Fazer a comida.

Fazer o quilo: Costume de descansar após o almoço.

Fazer o saco: Nos garimpos, quando o “meia-praça” recebe a provisão de comida.

Fazer pirraça: Intrigar, agredir.

Fazer um de tudo: Fazer de tudo.

Fazer um gato: Fazer uma ligação clandestina.

Fazer um rasgo: Gastar acima do normal.

Feio que nem cão chupando manga: Horrível.

Feito dois de paus: Ficar em pé sem fazer nada.

Fica quieto: Não espalhe.

Ficar alterada: Ficar com raiva.

Ficar com cara de lata: Ficar sem graça.

Ficar com cara de tacho: Ficar sem graça.

Ficar de déu-em-déu: Ficar de um lugar para outro, sem rumo certo.

Ficar de espreita: Ficar na espera, ficar aguardando.

Ficar de gatinho: Estar cansado demais, andar devagar.

Ficar de guarda: Ficar de plantão.

Ficar de "ora veja": Ficar sem receber algo, ser enganado.

Ficar jururu: Ficar triste, Ficar quieto.

Ficou demás de fraco: Ficou muito fraco.

Ficar besta: ficar admirado.

Ficar esperto: Ficar atento.

Ficar mordida de raiva: Ficar com muita raiva.

Ficar no ora, veja...: Ficar na mão, ganhar e não levar.

Ficar pasmado: Ficar surpreendido.

Ficou fofo de esperar: Esperou demais.

Ficou jururu: Ficou triste.

Figa!: Deus me livre.

Filar a bóia do vizinho: Comer na casa do vizinho.

Filho derradeiro: Filho caçula.

Filho natural: Filho fora do casamento.

Filho torto: Filho fora do casamento, mas reconhecido.

Foi afrontado: Foi insultado.

Foi um Deus nos acuda: Foi uma confusão, um tumulto, uma agitação.

Foi um tropé...: Foi uma confusão...

Frechar no serviço: Concentrar todo o esforço no serviço.

Furrundum: Doce de mamão verde ralado com rapadura derretida.

Gafeira: Coceira em geral.

Gaferenta: Quem está com gafeira.

Gaitada: Gargalhada ou risada exagerada.

Galigueira: Doença venérea.

Garapa: Caldo de cana.

Gato: Quem contrata trabalhadores para seringais, fazendas ou garimpos.

Galinheiro: Nas touradas cuiabanas, era a parte inferior dos camarotes.

Galpão: Alojamento de peões nas fazendas.

Gambiarra: Ligação clandestina.

Gambira: Negócio, comercialização.

Gancharia: Mato demais.

Gandáia: Farra.

Gangento: Quem é vaidoso demais, cheio de si.

Gangrena: Morte e apodrecimento dos tecidos de qualquer parte do corpo.

Ganzá: Instrumento musical usado no Cururu, feito de bambu.

Garimpeiro independente: Garimpeiro que trabalha por conta própria.

Garité: Barco grande nos rios pantaneiros, corruptela de igaraté.

Garupeiras: Cordas finas de couro para amarrar a traia do vaqueiro do Pantanal.

Garrancho: Caligrafia ruim.

Garrar: Agarrar.

Garrocha: Pau roliço pontudo que o “capinha” usava nas “Touradas Cuiabanas”.

Garrote: Novilho de dois a quatro anos.

Garrucha: Revólver antigo, muito usado no Pantanal.

Gasimira (pronúncia de Algarve): Casimira.

Gasolina: Pequeno barco a motor, no Pantanal, movido a gasolina.

Gasóleo: Antiga denominação do óleo diesel no Pantanal.

Gasosa: Refrigerante ou água com gás.

Gatanhar: Arranhar, namorar fora do limite.

Gavar, ou gabar: Elogiar ou valorizar uma pessoa, alguma coisa.

Gazeteiro: Quem falta à aula ou ao trabalho, para vadiar.

Ginete: Quem é bom para domar cavalos e burros.

Girau: Mesa improvisada, usada na zona rural.

Gorar: Não dar certo, não realizar, prejudicar.

Gordurame: Comida, bóia.

Gramar: Sofrer, no sentido figurado.

Gravatá: Planta espinhenta do Pantanal, ou local de difícil acesso.

Grocochó: Pessoa desanimada.

Grude: Mistura cozida de polvilho e água.

Grupiara: Depósito natural de cascalho de diamante.

Guacha: Feito de couro e madeira para "tocar" ou "domar" animais.

Guacho: Animal criado por peões. Fica manso quando cresce.

Guaiaca: Cinto de couro cru onde o peão coloca arma e munição.

Guaiaco: Porco que não é castrado.

Guampa: Vasilha feita com chifre de rês para se tomar água e mate chimarrão
(teréré).

Guarda: De couro curtido, protege a perna do pantaneiro.

Guenzo: Torto, fora do prumo, inclinado.

Guia: É o peão que vai à frente da boiada, vaquejada. É o mesmo que ponteiro.

Guisado: Carne seca picadinha, cozida com mandioca, abóbora e maxixe.

Guri: Menino.

Guria: Menina.

Gurizada: Meninada.

Gurupeiro: Vegetação espinhosa nas margens dos rios.

Guspir: Cuspir.

Gado alongado: gado bravio que fugiu do rebanho no Pantanal Mato-grossense.

Gado baguá: gado selvagem que vive no Pantanal Mato-grossense.

Gancho de carne: Gancho usado para pendurar carne.

Garimpo queimado: Garimpo exaurido.

Gavião-Caramujeiro: Gavião de porte médio, corpo preto e faixa branca na cauda.

Guaraná em bastão: Guaraná natural feito pelos índios.

Guaraná espumante: Guaraná tipo refrigerante.

Guaraná ralado: Guaraná em pó, ralado do bastão.

Guaranázinho: Bebida tradicional (três colheres de açúcar e um de pó de guaraná).

Guardar dieta: Dieta de parto ou de alguma doença.

Garganta arranhando: Garganta irritada.

Gavião-Caramujeiro: É um gavião de médio-porte.

Gente de...: Usado com sentido coletivo, não pessoal.

Gente de quem?: Pertence a qual família?

Gente de onde: Vem de que lugar?

Gente da Cidade: É do centro de Cuiabá (Primeiro Distrito).

Gente de Porto: É do Porto (Segundo Distrito).

Gente do outro lado do rio: É de Várzea Grande (Antigo Terceiro Distrito).

Gente nossa: É de família mato-grossense.

Gente de fora: Não é de Mato Grosso.

Gente da beira do Rio: Ribeirinho.

Gente do Rio Acima: Da Guia, Acorizal, Rosário Oeste.

Gente do Rio Abaixo: De Leverger, Barão de Melgaço.

Gente da Serra Acima: De Chapada dos Guimarães.

Grelar os olhos: Observar bem, olhar fixamente.

Haveres: Bens de fortuna.

Hora do chá: Hora do café da manhã.

Hora de relógio: Hora registrada em relógio, e não a do Sol.

Hora do Ângelus: Ato religioso católico, às 18:00 horas.

Horror de gente: Muita gente.

Hum – hum: Sim ou não, conforme a rapidez do falar.

Imbicar: Aportar, chegar.

Imitança: Imitação.

Ináugua, anágua: Roupa íntima do vestuário feminino (origem no Mirandês).

Incomodada: Está menstruada.

Incômodo: Menstruação.

Incumbências: Serviços, tarefas, responsabilidades.

Incutido: Cismado, em dúvida.

Incutição:Cisma.

Incutir: Cismar.

Inda: Ainda.

Inflar: Encher.

Influído: Animado, interessado.

Inhanha: Situação difícil.

Inhaca: Mal cheiro, odor ruim.

Inquirir: Perguntar.

Inquizilada: Preocupada.

Instalar-se: Ocupar coisa ou lugar que não é seu.

Intanguido: Encolhido pelo frio.

Inteirar: Ficar sabendo de tudo.

Inteiro: Todo animal macho não castrado.

Intendente: Prefeito municipal.

Interar: Completar.

Invisível: Grampo de cabelo.

Insosso: Sem graça, sem gosto.

Investir: Atacar, avançar.

Invernada: Área de uma fazenda para garantir alimento do gado.

Invocado: Criador de caso.

Irmandade: Refere-se à irmandade de sangue, familiar.

Ir à breve: Ir ao sanitário, ir ao banheiro.

Ioseilá...: Não sei...

Intá!: Toma, como interjeição.

Intestino solto: Diarréia.

Introchar guela abaixo: Forçar alguém a fazer mais do que pode.

Ir no mato: Evacuar, obrar, na zona rural.

Ispiaí...: Olha ai...

Jabiraca: Mulher maldosa.

Jacá: Grande cesto de palha e taquara, para guardar peixe.

Jacote: Seriguela do Nordeste plantada em Mato Grosso.

Jacuba: Auxiliar desarmado do toureador nas Touradas Cuiabanas.

Jacuba: Cascalho rejeitado já misturado com areia e outros resíduos.

Jacuba: Bebida feita com farinha de mandioca, com água e açúcar ou rapadura.

Jangador: Quem carrega e descarrega as embarcações.

Janota: Pilintra, almofadinha.

Janta: O mesmo que jantar.

Jaraguá: Capim para pasto muito usado em Mato Grosso.

Jardim: Designação histórica do Jardim Alencastro.

Jegue: Mal vestido, que veste roupa mal feita ou grande demais.

Jegue: Burrico.

Jimbre: Dinheiro, moeda.

Jirau: Varas sobre estacas e forquilhas, para dormir ou guardar alguma coisa.

Jujo: Qualquer planta medicinal.

Jururu: Triste, cabisbaixo, quieto, acabrunhado.

Já-começa: Espécie de coceira constante.

Jogo de loto: Jogo de cartelas, de víspora.

Juntar cisco: Juntar lixo de pequeno tamanho.

Jáprecei: Já consultei o preço.

Já cansei de... : Já repeti demais de..., já insisti demais de...

Joga a tarrafa noutro lugar: Não se meta.

Jogar para quebrar: Ser desleal.

Junta de bois: Parelha de bois para puxar carreta, que pode ter várias juntas.

Laceado: Frouxo.

Lacear: Afrouxar.

Ladino: Esperto, sabido, inteligente, vivo.

Laia: Identificação pejorativa.

Lambança: Malandragem.

Lambido: Sem vergonha.

Lambiscar: Beliscar algum tipo de comida ou doce.

Lambisgóia: Mulher sem vergonha, atrevida, intrometida.

Lamparina: Para iluminar, com querosene.

Lancha: Embarcação a vapor, movido por rodas e pás laterais.

Lançar: Vomitar.

Lançando: Vomitando.

Largo: Campos pantaneiros com muito capim e poucas árvores.

Lasquear: Talhar a madeira.

Latrina: Instalação sanitária antiga, no fundo do quintal.

Lavadeira: Onde se lava o cascalho, à beira do rio.

Lavrado: Jóia de ouro maciço.

Leblina: Neblina, chuvisco, névoa baixa.

Leicença: Licença.

Leitear: Semelhante a puxar saco, tirar leite da vaca.

Lerdo: Descuidado, vagaroso.

Leseira: Quando não sabe decidir ou fazer alguma coisa.

Levado: Danado, travesso.

Leviano: Irresponsável.

Licenciosidade: Imoralidade.

Limbo: Para onde iriam as crianças mortas sem batismo.

Limboso: Lodo esverdeado.

Lindeiro: Da fronteira, fronteiriço.

Lidar: Lutar, pelejar.

Listo: Esperto, astuto, ativo (origem no Mirandês).

Lixeira: Planta típica do Cerrado, nome de tradicional bairro de Cuiabá.

Lobó: Traíra.

Lograr: Enganar.

Lonjura: Longe demais.

Loro: Correia de couro para prender os estribos ao arreio.

Lubinhando: Com má vontade.

Lubuno: Cavalo escuro com mancha preta da crina até a cauda.


Luma: Lua.

Lufada: Peixes, em cardumes, subindo o rio, geralmente na primeira Lua Cheia de maio, procurando sua nascente e seu amadurecimento gonádico, seguindo-se a Piracema, quando descem o rio e desovam.

Lusquefusque: De pouca claridade.

Lustroso: Brilhoso.

Lago do Manso: Formado pelas águas da represa do Rio Manso, em Chapada dos Guimarães, sendo duas vezes maior do que a Baía da Guanabara.

Leite engrossado: Leite com maizena ou aveia.

Leite Queimado: Leite com açúcar queimado.

Leite talhado: Leite cortado, leite coalhado.

Leva-e-traz: Fofoqueiro.

Levado da breca: Danado demais.

Liceu Cuiabano: Primeiro colégio público de Cuiabá com o curso secundário, hoje chamado Escola Estadual Liceu Cuiabano Maria de Arruda Müller.

Lugar ermo: Lugar distante.

Lá uma vez: Uma vez ou outra.

Lambadão e Rasqueado: Ritmos e danças típicas de Mato Grosso.

Lambedor de botas: É o mesmo que puxa-saco.

Lançar a sorte: O toureador, das Touradas Cuiabanas, ferindo o touro.

Lançar fora: Jogar fora.

Larga disso: Deixa disso.

Larga desse: Deixa disso.

Larga de besteira: Larga de tolice.

Larga de mão: Não faça isto, deixa disso, desista.

Larga de moage: Larga de sem graceira.

Larga de sem graceira: Deixa de chateação.

Larga disso: Deixa disso, repreensão.

Lavagem de Santo: Tradição de lavar a imagem de São João no rio.

Levou os córnos: Saiu-se mal, levou a pior.

Lavra de diamante: Local onde existe diamante.

Levado da breca: Travesso, danado.

Levar um coça: Apanhar.

Levar uma cuiada: Procurar algo ou alguém e não encontrar.

Levantamento de mastro: Hastear a bandeira de uma festa religiosa.

Levou os cornos: Complicou tudo.

Limpa Banco: Nome de um tradicional Rasqueado Cuiabano.

Limpa banco: Todos dançam na festa e os bancos ficam vazios.

Logo ali: Bem ali.

Lusco-fusco: Claro-escuro, meia claridade.

Lufa-lufa: Luta, disputa.

Lufada de vento: Rajada de vento ou pequena ventania.

Lutar com...: Trabalhar com...

Macambúzio: Tristonho.

Maçã: No lugar de mansão, residência luxuosa.

Macega: Pasto natural do Pantanal Mato-grossense, moita.

Macegar: Pastar no Pantanal Mato-grossense.

Macharrão: Nome dado no Pantanal ao macho da onça.

Machorra: Vaca estéril, geralmente mais gorda do que o normal.

Madorna: Sonolência.

Magricela: Muito magro.

Malemá: Mais ou menos.

Máquerência: Inimizade.

Maludagem: Comportamento de quem é metido a valente.

Maludo: Metido a valente.

Malhada ou maiada: Onde o gado passa a noite.

Mambanceiro: Trapaceiro.

Máááámáe!: Mamãe.

Mamparrear: Remanchar, fugir de compromissos.

Mamote: Bezerro desmamado, com menos de um ano.

Manancial: Fonte.

Mandinga: Feitiçaria, bruxaria.

Maneia: Tira de couro cru com argola, que o peão leva na cintura.

Mangava: Peão ruim, no Pantanal.

Mangueiro: Cerca do curral.

Maninho: Quem é estéril, não se reproduz.

Mano: Mão na bola.

Mangueba: Quem é manco, tem uma perna mais curta.

Mangueiro: O mesmo que curral.

Manquetola: Quem anda mancando da perna.

Mantelar: Ocupar grande parte da área.

Mantimento: Suprimento de comida, víveres.

Marandová: Tipo de lagarta típica de Mato Grosso.

Marcha: Dia de viagem com uma boiada.

Marinheiro: Arroz com casca ou outro objeto encontrado no arroz limpo.

Marolas: Pequenas ondas dos rios pantaneiros.

Marombar: Enganar, enrolar.

Marrão: Pato, macho da pata.

Marruá: Touro bravo.

Marruco: Touro muito velho.

Marrudo: Mais forte do que comum.

Máscara: Personagem tradicional do Carnaval Cuiabano que escondia o rosto.

Máscaras: Nas “Touradas”, brincavam com o boi já cansado.

Matiri: Sacola de pano com alça longa, usada a tiracolo.

Matraca: Antigo instrumento sonoro, de madeira, usado na Sexta Feira Santa.

Matraca: Pessoa que fala sem parar, taguarela.

Matula: Comida preparada para viagem.

Matungo: Grande, enorme.

Meganha: Referindo-se a alguém pejorativamente.

Meleta: Tamanduá-mirim, pequeno.

Melindrosa: Moça delicada.

Mequetrefe: Não é bom, não tem valor.

Merejar: Gotejar, transpirar.

Mexerico: Fuxico

Micaje: Imitar alguém, fazer careta.

Micareme: Carnaval.

Micha: Pequena

Micharia: Coisa de pouco valor, sem valor.

Michinga: Pequena mosca que sobrevoa frutas podres.

Miolim ou neolim: Sapato de lona, com sola de borracha.

Mimoso: Bonito, pasto macio encontrado nas vazantes.

Minador: Nascente de curso de água.

Minguado: Pouco, pequeno.

Mirrado: Magro, fraco, frágil.

Mistura: O que acompanha o arroz e o feijão.

Mixórdia: Algo mal arrumado.

Mixto: Com “x”, um dos melhores times de futebol de Cuiabá.

Moage: Conversa demorada ou atitude sem valor.

Moagento: Demora demais, conversa muito.

Mocho: Banco pequeno, sem encosto e de apenas um lugar.

Mocho: Caburé, um tipo de coruja pantaneira.

Mocho: Gado sem chifres.

Moído: Cansado, com dor no corpo.

Mojar: Por o bezerro para mamar, antes de leitear.

Molóide: Preguiçoso, fraco.

Molher: Mulher.

Monarca: Quem é importante, dominante.

Monchão: Monte de terra, parte alta.

Mondrongo: Grandalhão, desajeitado.

Montoeira: Muita coisa.

Moranga: Tipo de abóbora, de girimum.

Moringa: Vasilha de barro para guardar água.

Montaria: Canoa muito pequena, para uma só pessoa.

Montueira: Muito, grande quantidade.

Monturo: Um amontoado de qualquer coisa.

Morcego: Garimpeiro preguiçoso.

Morgado: Apertado.

Morgar: Dormir, descansar.

Morgano: Fazendo hora, aguardando.

Mornidão: Calor.

Mujica: Ensopado de pintado, em pedaços, com mandioca.

Muquifo: Lugar sujo, desarrumado.

Muquirana: Quem é conhecido por pão-duro, miserável.

Mundéu: Grande quantidade, fartura. Tradicional bairro de Cuiabá.

Murciço: Maciço.

Muxiba: Pelanca sem carne, quem é “pão-duro”.

Muxibenta: Pelancuda, mole, magra.

Muxirum: Trabalho realizado em grupo, em mutirão.

Machucador de alho: Socador de alho.

Mão de Ouro: Doceira ou cozinheira de qualidade.

Mão de pilão: Socador de madeira usado no pilão.

Mão Pelada: Animal semelhante ao bicho preguiça.

Mandioca seca: Mandioca macia.

Mandioca aguada: Mandioca de qualidade inferior, dura.

Manta de carne: Pedaço de carne distribuída em corte plano.

Mantear a carne: Cortar a carne e salgá-la para secar ao Sol.

Mata-burro: Pontilhões que impedem a fuga de animais.

Matar aula: Faltar à aula.

Matar-bicho: Beber um gole de pinga.

Matar peixe: Pescar.

Mato sujo: Muito mato.

Minhocão do Pari: Lenda cuiabana, na Passagem da Conceição.

Molho de...: Feixe de...

Morro da Luz: Atual Bairro dos Bandeirantes, antigo Morro da Praínha.

Mulher dama: Meretriz.

Muro de taipa: Muro construído com terra socada, umedecida, entre formas.

Mãe Bonifácia: Líder negra, com grande prestígio, que protegia escravos fugidos.

Mãe-de-Lua: Quem é cabeçudo, quem tem cabeça grande.

Mãe-de-peixe: Tipo de libélula também conhecida como papa-mosquito.

Mais chato que nem canoa: Chato demais.

Mais impacado do que mula do Bate Bruaca: Está devagar demais.

Mais enrugado do que maracujá de gaveta: Enrugado demais.

Mais parecia uma taquara: Estava magro demais.

Mais sujo do que pau de galinheiro: Sujo demais.

Malajambrado: Mas vestido, mal arrumado.

Malemá tenteando: Mais ou menos.

Mal de São Lázaro: Mal de Hansen, hanseníase.

Mal empregando: Por falta de outra palavra.

Mancha de diamante: Onde existe muito diamante.

Mão de estuque: Jogar tudo, para ganhar ou perder.

Marcar gado: Identificar o gado com a marca de ferro da fazenda.

Más quá...: Não acredito...

Mata bicho: Aperitivo.

Matar peixe: Pescar.

Maxixe de Verão: É pequeno, isto é, brotou mas não cresceu.

Mea orêa aqui...: Quando se refere a alguém ao lado.

Medir ombro: Zangar.

Me dá um canto: Cinco crianças disputando um só canto.

Mesmo naipe: A mesma coisa, semelhante.

Me seguro com Santo...: Expressão de ato de fé ao Santo...

Meter o bedelho: Intrometer-se.

Metido a sebo: Metido a importante.

Milho granado: Espiga de milho sem falha.

Minhocão do Pari: Lenda cuiabana, na Passagem da Conceição.

Moça de posse: Moça rica.

Moça de teres e haveres: Moça rica e prendada.

Monchão de diamante: Grande concentração de diamante.

Montar no porco: Ficar sem graça, desconcertado.

Mostrar mojo: Quando o animal mostra sintomas que está perto de parir, do parto.

Muxica de peixe: Peixe ensopado, com mandioca.

Mulherzinha de calate ao caco: Mulher chata.

Mulher dama: Meretriz.

Murrinha: Mau humor.

Nambi: Sem cauda.

Nambu ou Inhamubu: Espécie de codorna.

Naquear: Mascar fumo de corda.

Negatófi: Não, nunca, jamais.

Nhá: Referindo-se a uma senhora.

Nhaca: Fedor, mau cheiro.

Nhá cá!: Venha cá! Vem aqui.

Nhá cá, méeeerda!: Venha cá agora!Vem aqui agora!

Nhanhá: Apelido.

Nhapar: Furtar, pegar o que não é seu.

Nhato: Pequeno, gordo e de nariz (focinho) curto.

Nhente: O mesmo que não, nada.

Nicho: Oratório antigo.

Nhô: Referindo-se a um senhor.

Nhonhô: Apelido masculino.

Novel: Semelhante a novo.

Novidadeira: Quer saber de tudo e faz mexerico.

Na batida: No rastro certo.

Nessa quadra: Nessa época.

Ninhal de Seca: Onde as aves vivem no período da seca.

Ninhal das Águas: Ninho de aves no período das águas.

Nó cuiabano: Trança feita na ponta do laço, onde se prega a argola.

No agarro: Namoro agarrado demais.

No gôto: Na parte interna da garganta.

Na chincha: Quando se faz algo certo, com seriedade.

Na chincha: Meio que o vaqueiro usa para amarrar a rês bravia e prender o laço na chincha da sua montaria.

Na fatiota: Elegante.

Na formalidade: Tudo no correto.

Nada a ver: Não parece com nada.

Não dar conta: Não conseguir, não fazer.

Não dar ouvidos: Não escutar, não dar atenção.

Não dar pitaco: Não se intrometer.

Não dar trela: Não dar atenção, não ligar.

Não é boa bisca: Pessoa sem qualidade, o que não presta.

Não é para seu bico: Você não merece, não está à sua altura.

Não estar nem somando com...: Não estar ligando com...

Não estar nem aí...: Não estar interessado em saber...

Não é boa bisca: O que não presta.

Não passou batido: Não passou desapercebido.

Não perde nem festa de aniversário de boneca: Vai a todas as festas.

Não pregar os olhos: Não dormir.

Não quero nem ovos: Estou satisfeito.

Não tá nem ai prá paçoca: Não liga para nada.

Não vale um cinquinho: Não vale um tostão, não vale nada.

Não vale um pequi roído: Não tem valor.

Nas águas: Período de chuvas, a partir de outubro.

Nas grimpas: No alto, no máximo.

Nem abanou: Saiu sem se despedir.

Nem Deus há de deixar: Igual a nem Deus há de permitir.

Nem...não...: Não é não...

Nem sim...nem não: Espere uma resposta.

Nem num sei disso: Não sei disso.

Nem somou: Nem deu atenção.

Nhor-não: Não Senhor.

Nhor-sim: Sim senhor.

Nó cego: Quem é astuto, enrolão.

Nó-de-porco: Que nunca desata.

No firme: Em local alto, no Pantanal, difícil de ser inundado.

No grito: Falando forte, na raça.

No gueto: Calado, aguardando.

Num tapa: O mais rápido possível.

Num tem doença nenhum: Está sadio.

Num vô co cha cara: Não gostei de você.

Num tô nem somando com...: Não estou ligando para...

Obra: Fezes.

Obrar: Evacuar.

Obração: Diarréia.

Ocado: Nada tem no interior, ôco.

Oco: Sem conteúdo, vazio, sem nada.

Ofício: Ocupação, emprego, atividade.

Opilado: Pálido.

Orchata: Refresco de semente de melancia socada ou moída.

Ornando: Combinando.

Ornar: Combinar, embelezar.

Ouriçar: Assanhar.

Ouriçado: Interessado, empenhado, assanhado.

Ovando: Está sentado há muito tempo.

Oitão da casa: Parte lateral da casa.

Olho empapuçado: Olho inchado de dormir.

O moço: Refere-se a alguém do sexo masculino.

Os pessoais: As pessoas.

O acontecido: O que já ocorreu, aconteceu.

Oia aqui...: Acompanhado do tradicional gesto, dando banana alguém.

Olho de peixe morto: Com sono, com olho parado.

Olhos gázeos: Olhos claros, azulados.

Onde já se viu!: Inacreditável.

Onde tem pousado: Onde tem se alojado.

O peixe tá assanhado: Diz que o pescador antecipando enchente no rio.

O Quá?: O que, como? Não acredito.

O que que é esse?: O que é isso?

Ora de que!: Chega.

Ora, vá tomar mate...Juviu?: Mandando alguém adiante, com o "juviu" irado.

Orelha de tacho: Orelha grande e saliente.

Os mais antigos: Os mais velhos.

O rio deu praia: O nível da água baixou e apareceu a areia da beira do rio.

O tempo está feio para chover: Choverá logo.

O tempo virou (ou mudou): Vai ficar frio.

Ôh verdade!: Expressão de espanto, que coisa...

Pachola: Pilintra, almofadinha.

Pacová: Preguiçoso.

Paçoca: Carne seca socada no pilão ou moída, misturada com farinha.

Pacuera: Refere-se a intestino, a abdome.

Padecer: Sofrer, enfrentar dificuldades.

Paieiro: Cigarro de palha.

Palanque: Mourão maior e mais forte para reforçar a cerca.

Palerma: Bobo, tolo.

Palestrar: Conversar.

Pampero: Briga, confusão, briga, agitação.

Pandolga, pandorga: Brinquedo de papel abaulado, sem cauda.

Panela: Cárie dental grande.

Pantâno: Área do Pantanal onde há mais inundação.

Pantanal: Pantanal Mato-grossense.

Pantaneiro: Proprietário ou pessoa ligada ao Pantanal.

Papagaio: Quem fala muito.

Papagaio, pipa: Brinquedo de papel, com face achatada, com cauda.

Paparicar: Proteger ou mimar demais.

Papudo: Mentiroso, contador de vantagem.

Paquete: Menstruação.

Parelheiro: Cavalo bom para correr em cancha reta.

Parelho: Terno, composto de calça e paletó.

Paroara: Bobo.

Parvo: Idiota, palerma.

Pasmado: Surpreendido, admirado.

Paspalhão: Abobalhado, tolo.

Passeio: Calçada.

Pastilha: Comprimido.

Pastinha: Franja de cabelo sobre a testa.

Pastorear: Cuidar dos animais no campo.

Pastorejo: Pastoreio.

Pau Fincado: Quem mora em Cuiabá há muito tempo.

Pau Rodado: Quem vai morar em Cuiabá.

Pecha: Defeito.

Pechisbeque: Falsificado.

Pedincheira: Pidona, pede demais.

Pegajoso: Quem é inconveniente, chato e insistente.

Pegar: Apanhar, trazer.

Peiada: Amarrada, presa.

Peitudo: Valente, corajoso.

Pelego: Couro macio de carneiro com lã, curtido com leite.

Peleja: Trabalho.

Pelota: Refere-se à bola usada pela criançada.

Pelote: Pedra pequena, arredondada, usada nas fundas.

Pelotear: Lançar pedra pequena com estilingue.

Pena: Torneira de água.

Pendenga: Desavença.

Peonada: Grupo de peões, no Pantanal.

Pepinar: Comer devagar, saboreando, às vezes até para fazer inveja.

Pepita: Pequena pedra de diamante ou ouro.

Pêra: Designação popular do peixe piraputanga.

Pereba: Ferida.

Perecer: Morrer, acabar, desaparecer.

Perjuízo: Prejuízo.

Perrengue: Lerdo, vagaroso; alcunha dos filiados do antigo Partido Republicano Mato-grossense (PRMG), formada com as iniciais do nome desse partido.

Pererecando: Caindo, tombando.

Pernada: Caminhada inútil, desencontro.

Perua: Caminhonete.

Pescoço: Garimpeiro que carrega carumbé cheio na cabeça.

Pêta: Mentira, logro, engano.

Pião: A parte mais profunda da bateia.

Pião: Brinquedo infantil.

Pião: Domador no Pantanal, trabalhador braçal, ajudante de vaqueiro.

Piaveira: Criançada.

Piçarra: Tipo de rocha estratificada, endurecida.

Picada: Trilha aberta na mata para demarcar área ou fazer cerca.

Pichar: Lançar, criticar, sujar.

Piché: Paçoca de milho torrado, socado, com açúcar e canela.

Picuá: Feito de um gomo de taquara para guardar diamantes.

Picuínha: Disposição para encrenca.

Picumã: Fuligem.

Pilado: Socado ou descascado no pilão, pálido.

Pilotar: Dirigir a canoa ou batelão, remando na popa.

Pilpita: Moça bonita.

Pilustrica: Alguém ou coisa pequena.

Pinchar: Jogar fora ou lançar alguma coisa.

Pingo: Cavalo bom de estrada.

Pinguço: Alcoólatra, tomador de pinga.

Pinguela: Ponte pequena de duas madeiras para atravessar rios.

Pinimba: Desacordo.

Pinicando: Coçando.

Pintado: Tipo de peixe grande, com pintas.

Pipão: Pipa grande.

Pipinar: Comer devagar.

Piquete: Invernada pequena, próxima da sede da fazenda.

Piquinininha: Bem pequena.

Piraim: Chicote comprido, de couro não curtido.

Pirizeiro: Vegetação aquática nas baías do Pantanal.

Piruá: Grão de pipoca que não arrebentou.

Pirracento: Briguento, criador de caso.

Pisado: Quando alguém está ferido, magoado.

Pisadeira: Pesadelo.

Pisadura: Machucadura no ombro de animal.

Pisar: Machucar o animal com o atrito da sela.

Piseiro: Briga, arruaça, agitação, baderna.

Pisqüila: Algo ou alguém pequeno.

Pitaco: Opinião, palpite, sobre alguma coisa.

Pitada: Tragada de cigarro de palha.

Pito: Repreensão.

Pituca: Cabelo feminino enrolado atrás.

Pituca: Ponta de cigarro.

Piúva: Ipê.

Pixé: Milho torrado, pilado, acrescentado de açúcar ou sal.

Plasta: Quem tem preguiça demais.

Poaia: Nome regional da ipeca ou ipecacuanha.

Podriqüeira: Mal cheiro, sujeira.

Podró: preguiçoso, molóide, sem interesse.

Polacos: Pequenas sinetas de bronze no pescoço de animais.

Polaqueiro: Cavalo mais velho, com polacos.

Ponhar: por, colocar.

Pongó: Tolo, bobo, idiota.

Pombear: Espionar, observar às ocultas.

Porqueira: De pouco valor.

Potó: Melado escuro de cana que escorre no fabrico artesanal do açúcar.

Pousar: Pernoitar, hospedagem rápida.

Pouso: Lugar destinado ao descanso.

Povo de quem que é?: Qual o nome dos seus pais?

Praça: Designação tradicional da Praça da República.

Pranchar: Cair fora, sair.

Praticar: Treinar.

Precata: Alpercata ou qualquer calçado rústico.

Pregar: Colar.

Pregunta: Pergunta.

Prenhe (prenha): Grávida, esperando cria.

Prepereca: Cambalhota.

Pripiri, ou peri-piri: Espécie de junco que nasce em terreno alagadiço.

Priquito: Pênis.

Priscar: Pular, sair rapidamente, ir embora logo.

Procê vê: Pra você ver.

Proclamar: Dizer.

Pulular: Saltitar.

Putefratas: Poderes.

Puxado: Qualquer acréscimo de área coberta em uma casa.

Puxador: De couro curtido, protege o vaqueiro quando puxar o laço.

Padecer de...: Sofrer de alguma doença, algum problema.

Paçoca de pilão: Carne seca socada no pilão com farinha de mandioca.

Pacu arrepiado: Com água quente, a escama fica arrepiada e a carne dura.

Pacu batuqueiro: pacu pequeno.

Pacu gameleiro: Pacu grande, em forma de gamela.

Pai-de-mel: Abelha pequena.

Pão mandi: Pão sovado, com características cuiabanas.

Pãozinho do Senhor Divino: Guarda-se, para nada faltar em casa.

Papa terra: Curimbatá, também conhecido por Sopra-fogo.

Papo amarelo: Rifle antigo usado no interior.

Papo de peru: Balão de soprar destinado às festas.

Pari-gato:Crianças, sentadas num banco grande, empurrando um ao outro.

Passagem da Conceição: Localidade histórica de Várzea Grande.

Passação de dia: O mesmo de passar o dia.

Passar batido: Ignorar algo, passar sem ser visto.

Passar o anel: Anel escondido sendo passado entre as mãos.

Passar o dia: Visita que começa com o café da manhã.

Passar um sabão: Repreender.

Pau-de-fumo: Piavuçu.

Pedra canga: De cor avermelhada, comum em Mato Grosso.

Pedra 21: Conjunto de pedras, logo abaixo da Ponte Júlio Müller.

Pegar barriga: Ficar grávida.

Pegar corda: Ser estimulado.

Peixe arrepiado: Quando cozido, a carne fica dura.

Peixe de escama: Tem escama (pacu, piraputanga, dourado).

Peixe-liso: Não tem escama (pintado, cachara, bagre).

Peri-piri: Tipo de junco que nasce em região pantanosa.

Pesca de anzol: Pesca com anzol.

Pesca de armadilha: Pesca com rede, bombas.

Pessoa arisca: Pessoa desconfiada.

Picuá preso: Tradição de vender o diamante para o dono do garimpo.

Pique-esconde: Brinquedo infantil conhecido por Pegador.

Pito Aceso: Entre a Avenida Mato Grosso e início do Araés.

Por demais: Reforço do advérbio demais.

Por essa luz que me alumêa: Juro que é verdade.

Pôr filho fora: Abortar.

Pôr banca: Ficar com pose.

Posar de...: Querer aparecer como...

Prestar sentido: Prestar atenção, acompanhar o raciocínio.

Primeira vista: Direito de primeiro preço do comprador de diamantes.

Primo-irmão: Filho de irmão ou irmã do pai ou da mãe. Primo legítimo.

Primo-segundo: Filho de primo ou de parente distante.

Pular corda: Duas crianças nas pontas e uma pulando.

Pulseira escrava: Bracelete de ouro, roliço.

Puxa-Puxa: Feito com melado de cana de açúcar.

Paeiro repenta o peito: Cigarro de palha muito forte.

Pagar o café: Tomar o café e não sair logo em seguida.

Palanque de cerca: Mourão de cerca mais grosso e maior.

Para cô isso: Para (do verbo parar) com isso.

Paresque...: Parece que...

Passa meu bom barqueiro: Antiga brincadeira, com meninos e meninas.

Passar a largo: Passar de longe.

Passar de arga: Passar de lado.

Passar o ponto a limpo: Anotar no caderno de ponto a limpo.

Passar um pito: Censurar, advertir.

Passar um raspe: Descompor.

Passação de dia: Visita que dura o dia inteiro.

Pá...terra: Expressão popular referente a cair.

Pau-rodado: Não nasceu em Cuiabá ou em Mato Grosso.

Pé-d’água: Descreve muita chuva.

Pé-de-anjo: Tênis branco antigo.

Peiar a vaca: prender a vaca para tirar leite.

Pelotear passarinho: Caçar passarinho.

Per’ainda: Espera ainda.

Período de seca: Geralmente no Outono, quando não chove.

Período das águas: A partir de novembro e até março.

Perder alguém: Morrer alguém da família.

Pessoa casca-grossa: Pessoa grosseira.

Picar a mula: Ir embora logo.

Pilão de socar sebo: Pilão de socar carne.

Podre de chique: Bonito, elegante.

Podre de preguiça: Preguiçoso demais.

Por cima da carne seca: Está com tudo, está mandando.

Por demais de bom: Bom demais.

Por honra de que santo?: Por qual motivo?

Por essa luz que me alomêa: Jurando que não está mentindo.

Por o coração a largo: Preparar-se para receber notícia ruim.

Por um quero: Já está no limite, falta pouco.

Potó: Água de melado.

P’ra besteira: Muito, demais.

P’ra catiça: Demais, exagerado.

P’ra dedéu: Para muitos, para sobrar, em abundância.

P’ra donde?: Para onde?

Pranchei de banda: Caí fora, escapei.

Prás banda de lá: Para o lado de lá.

Prato de ágata: Prato esmaltado.

Pregada junto...: Vizinha de alguma coisa.

Pregar fogo: Ir em cima, reagir logo.

Prêle: Para ele.

Primeiro toque da procissão: Primeiro sinal de que a procissão vai começar.

Prisca daqui: Saia daqui.

Prisca logo: Vá embora logo, depressa.

Professor casca-de-ferida: Professor exigente demais.

Pro-mode-de...: Por causa de ...

Quadra: Época, período, momento.

Quarador: Onde se coloca a roupa ao Sol para secar.

Quarar: Secar a roupa ao Sol.

Quebrando: Bem vestido, com roupa bem passada.

Quebrar: Usar com ostentação, romper ou não cumprir.

Quebrante: Mau olhado.

Queimar: Olhar para trás, correspondendo à paquera, ao flerte.

Queixumes: Reclamações.

Quentura: Calor.

Quibebe: Refogado de mamão verde, xuxu, em pedaços, com ovos cozidos.

Quimba: Ponta de cigarro.

Quirera: Arroz ou milho quebrado.

Quitute: Comida feita por crianças, em panela pequena.

Quizila: Antipatia, aversão, prevenção, questão pessoal.

Quati mundéo: Quati pantaneiro de cor marrom.

Quebra-torto: Primeira refeição do dia, pequeno almoço.

Que dar sustança: Que alimenta muito.

Queimada de rapadura: Tradicional caramelo cuiabano.

Queimador de campo: No Pantanal, quem é mentiroso.

Queimar louça: Queimar cerâmica no forno.

Quiçaça: Mata fechada, de difícil acesso.

Quintal Grande: Ao redor da Escola Presidente Médici, em Cuiabá.

Quá?: Expressão de espanto e indignação. Como?

Quanto que custa? : Qual é o preço?

Que beleza! : Exclamação de que achou algo bonito.

Que horas são?: Qual é a hora?.

Que qué esse?: O que é isto?

Quebrando de chique: Está muito chique.

Que nem...: Semelhante, igual, tal como.

Que nem cachorro de bugre: Não tem onde ficar, sem paradeiro.

Queimar tijolo: Fazer tijolo em forno quente.

Quem bejô, bejô; quem não bejô, não beja mais: Acabou, terminou. É o fim.

Quem viver, verá: Será confirmado no futuro.

Quetá o facho: Ficar calmo, não avançar mais.

Rabanada: Pão embebido em leite e gema de ovo, depois de frito.

Rama: Galhos de um pé de mandioca, que servem de muda.

Ramona: Antigo calçado feminino feito de lona, com sola de borracha, tênis.

Ranho: Secreção do nariz.

Rapelô: Ganhou tudo.

Rasgo: Gastar muito.

Raspador: Apagador de borracha, usado nas escolas.

Raspe: Censura, advertência, carão, pito.

Rata: Gafe, mancada.

Rebingudo: Respondão, malcriado, atrevido.

Rebojo: Redemoinho no encontro das águas do rio.

Rebotalho: Resto, enjeitado.

Rebuçar, ribuçar: Cobrir, agasalhar-se.

Recalcitrar: Teimar.

Recanteando: Passando em diversos lugares.

Rechaçar: Expulsar.

Recolher-se: Acomodar-se, para descansar.

Reculuta: Rês que é devolvida à fazenda de origem.

Refestelar: Desfilar acintosamente.

Refugo: Rejeitado.

Regado: Temperado, acompanhado.

Regateira: Mulher assanhada, safada.

Regrado: No limite, controlado, na base da economia.

Reinando: Mandando, usando e abusando.

Rejume: Regime.

Relampeios: Ocorrências de relâmpago.

Relho: Chicote.

Remanchar: Demorar, fazer devagar, tardar.

Remediar: Tentar uma solução, resolver no que for possível.

Remediado: Tem dinheiro.

Renca: Grande quantidade de pessoas ou objetos, muitos.

Rendido: Quem tem hérnia escrotal.

Rengo: Manco, coxo, capenga.

Requisitado: Muito procurado ou muito convidado.

Ressabiado: Desconfiado.

Resingar: Resmungar, reclamar.

Restaquera: Quem quer ser o que não é.

Renteando: Quase no limite.

Rente: Ao lado, próximo.

Repiquete: Aumento no volume e movimento das águas nos rios.

Ressabiado: Desconfiado.

Ressecamento: Prisão-de-ventre.

Revirado: Picadinho de carne ou fígado engrossado com farinha de mandioca.

Revoltosos: Denominação dada aos participantes da Coluna Prestes (1925-1926).

Rezingar: Resmungar, reclamar.

Rinchado: Barulho provocado pelas rodas do carro de boi.

Riquefoques: Cerimônias.

Rodada: Quando o peixe está de volta ao Pantanal.

Rodar: Navegar, ser levado pelas águas.

Rodeio: Onde o gado é reunido para ser manejado.

Rolimã: Brinquedo infantil, com quatro rodas de rolamentos.

Rompância: Arrogância, bravata, falsa valentia.

Rompante: Gesto exagerado de coragem.

Roncôio ou roncolho: Só tem um testículo.

Rude: Ignorante, sem educação.

Rudo: Ruim de aprender, com pouca inteligência.

Rufar: Bater forte em alguém ou em alguma coisa.

Rusga: Movimento nativista ocorrido em Cuiabá no dia 30/05/1834.

Rabo-de-Arraia: Traição.

Rancho de palha: Casa rústica.

Rapadura de massa: Não é dura demais.

Raspa de tacho: Corresponde ao final, ao último, caçula.

Rasqueado cuiabano: Ritmo tradicional, com acompanhamento em terças.

Rede de arrastar: Rede redonda, com chumbos, utilizada para pescar.

Rede de espera, de pescar: Armadilha para pescar.

Rede de dormir: Rede destinada a dormir.

Rede lavrada: Rede com bordados.

Regado a...: Temperado com...

Relógio da torre: Antiga denominação do relógio da Matriz.

Remanso do rio: Local onde as águas correm lentamente, quase parando.

Rês torada: Rês que teve a ponta do chifre serrada.

Revirado cuiabano: Comida tradicional, com farinha, carne moída e tempero.

Rio Abaixo: Rio Cuiabá, abaixo da Capital do Estado.

Rio Acima: Rio Cuiabá, acima da Capital do Estado.

Rio Coxipó do Ouro: Nasce na Chapada e deságua no Rio Cuiabá.

Rio Coxipó da Ponte: Parte do Rio Coxipó do Ouro, na sua foz.

Rodeio: Lugar onde o gado se reúne no Pantanal.

Roer piqui: Comer pequi.

Rés-por-rés: Na quantidade certa, no limite.

Rino na sha cara: Nem está ligando, rindo na sua cara.

Roda de Porta da Rua: Pessoas em cadeiras na calçada.

Rodear o toco: Falar demais e nada acrescenta. Ser prolixo.

Rodear o tronco: Não sair do lugar.

Rosto finfin: Rosto pequeno e afilado.

Roupa branca: Roupa íntima do homem e da mulher.

Rufar o pau: Bater em alguém com força.

Sabença: Inteligência, sabedoria.

Sacudido: saudável, comunicativo, alegre.

Safo: Quem é esperto, sabido.

Saladero: Antigo matadouro, próximo à atual UNIVAG.

Salinas: Baías de água salgada que existem no Pantanal.

Salvar: Saudar, cumprimentar, felicitar.

Sair de arga: Sair de lado, não se comprometer.

Sair de carreira: Sair depressa, sair rápido.

Sair num rompante: Sair bruscamente.

Saltei de banda: Caí fora.

Sambiquira de galinha: Parte carnuda da galinha onde ficam as penas da cauda.

Sangria desatada: Fazendo algo depressa demais.

Saluço: Soluço.

Sapeando: Observando uma festa do lado de fora.

Sapear: Ver a entrada de uma festa e dela não participar.

Sapeca: Saliente.

Sapecado: Quase queimado.

Sapicuá: Sacola dupla, com dois bornais nas extremidades.

Sapinho: Irritação na boca, por fungo, em criança.

Sapiroquento: Alguém com olhos inflados, sem pestanas.

Sapituca: Manifestação de mal estar, chilique.

Sapo: Quem fica sapeando uma festa, do lado de fora.

Saliência: O gesto ou vontade de “querer aparecer”.

Saliente: Alguém que quer ser melhor do que os outros.

Saltaveaco: Tipo de grande banana da terra.

Sarã: Planta típica das margens dos rios, corichos e baías.

Saracotear: Dançar sem rumo.

Sarado: Quem é valente, destemido.

Sarapico: Dança semelhante ao Can-Can no movimento das pernas.

Sarará: Cabelo ruivo, encrespado.

Saranzal: Grande quantidade de sarãs na beira dos rios.

Saroba: Mato muito sujo.

Seboso: Antipático.

Sedinha: Tecido de algodão com fios de seda bem lustrosa.

Sentido: Magoado, ofendido.

Sepóide: Grande.

Serelepe: Esperto, agitado, alegre.

Sésta, siésta: Ligeira cochilada, após o almoço, ao meio dia.

Sezão: Designação popular de malária ou maleita.

Sinapismo: Comportamento de pessoa irritante.

Sinuelo: Gado manso posto à frente da boiada.

Siriema: Ave típica, também chamada sariema.

Sirigaita: Mulher assanhada.

Siriri: Dança típica regional, com viola de cocho, ganzá e tamborete.

Siriri: Rainha e zangão de cupim, que deixam os cumpinzeiros para procriar.

Servir: Atender, ajudar, colaborar.

Sobreano: No Pantanal, rês que já atingiu um ano de idade.

Somana: Semana.

Sondar: Observar, olhar, sem o outro saber.

Songamonga: Vagaroso, lerdo.

Sorte de...: Investida do toureador nas Touradas Cuiabanas.

Sortilégio: Encantamento.

Sortindo: Abastecendo, acrescentando, reforçando.

Suam: Espinha dorsal e ossos próximos.

Suceder: Acontecer.

Sucedeu: Aconteceu.

Sucuri: Bairro de Cuiabá.

Sucuri: Feito de palha, comprido, para fazer farinha de mandioca.

Sucuri: Tipo de cobra variante de sucuriu.

Sumir: Desaparecer.

Supimpa: Excelente, bom demais.

Supitado: Alguém que comeu demais.

Surá: Sem rabo, cotó.

Surrado: Muito velho.

Surrão: Saco de couro para carregar cascalho peneirado.

Surrão: Quem é orgulhoso, soberbo.

Surtir: Abastecer.

Sustância: Substância no sentido de alimento.

Sustancioso: Alimento forte.

Suspiro: Local de saída da fumaça dos fornos.

Surveter: Sumir.

Sabão de pedra: Sabão em barra.

Saia godê: Saia arredondada.

Saiu tochado: Saiu correndo, em disparada.

Seca poço: Tipo de cobertor, de qualidade inferior.

Sem ação: Sem iniciativa.

Sem graceira: Chateação, idiotice.

Sem expediente: Sem iniciativa, preguiçoso.

Ser arrumado: Acertado, combinado.

Soga: Corda curtida.

Soltar pandorga (pandolga): Brincar ao vento com papel em talas.

Soltar pelote: Lançar pedra com funda.

Se avie: Se apresse.

Se faltar, Sant’Ana intera: Expressão de fé na ajuda que virá da santa.

Segurar a chave: Tradição cuiabana para evitar vômito.

Sem compostura: Grosseiro.

Sem graceira: Sem graça, incomodando.

Sem modos: Mal educado.

Sem graceira: Chatice.

Sentar na graxa: Levar a pior, cair de vez.

Sepo de ...: Grande demais.

Servir de capacho para ...: Servir de besta para alguém.

Serviu de massa de pão: Apanhou demais.

Seu destino vai ser o papo amarelo, desgraçado: Lançando uma praga.

Seu ninguém: Sem prestígio, ninguém mesmo.

Siminina: Essa menina.

Sistrodia: Outro dia.

Soltar bandeira: Sair com a Bandeira nas festas de santo.

Som de taquara rachada: Som fanhoso.

Sossegar o pito: Acalmar, ficar tranqüilo, parar.

Sujo que tá: Está de imagem ruim, sujo de conceito.

Sunga-munga: Imbecil, idiota.

Tá té doce!: Muito bom.

Tabual: Vegetação aquática pantaneira que nasce nas baías.

Tchá por Deus!: Ó meu Deus!; Meu Deus do céu!

Tacho: Vasilhame de cobre usado para doces.

Tacuru: Fogão rústico de lenha, feito com três pedras.

Tafuiar: Enfiar, meter, introduzir (corruptela de atafulhar).

Taipa: Muro feito de taipa.

Talha: Pote de cerâmica para colocar água nas residências.

Talhar: Atividade de artesão, fazer.

Taludo: Grande, forte, crescido.

Tambo: Onde ficam os bezerros no momento de tirar o leite das vacas.

Tanchim: Parasita do intestino que provoca coceira anal.

Tanger: Tocar um instrumento musical com cordas.

Tapera: Moradia rural abandonada.

Taquara: Uma espécie de bambu.

Taquaral: Onde existe muita taquara.

Tarefa: Trabalho pré-determinado, principalmente no campo.

Tarová: Adoidado, sem juízo.

Tarrafa: Rede arredondada para pescar.

Tarrafear: Pescar com rede de tarrafa.

Tarumã: Planta típica da região, semelhante à jabuticaba.

Tataravô: Corruptela de tetravô, pai do trisavô.

Tatibitate: Pessoa que fala trocando as letras.

Teeira: Tear antigo, de madeira, para fazer rede.

Tecedeira: Quem tece no tear.

Temporão: Filho caçula nascido tempos depois do penúltimo.

Tentear: Economizar, ajustar, equilibrar, até onde for possível.

Tento: Laço trançado de quatro.

Tereré: Mate queimado bebido no chimarrão com água fria.

Terrina: Tijela de louça para servir comida com caldo.

Têsto: Tampa de panela.

Tezar: Repreender em voz alta.

Tibi: Lotado, cheio, completo.

Ticar: Disparar, lançar algo, sair em desesperada correria.

Tigelada: Tipo de pão de ló, recheado com pedaços de banana da terra madura.

Tinhoso: Diabo.

Tijuco: Lama, terra molhada, mole.

Tipi: Pinga, com guiné, curtida por um ano (Semana Santa).

Tiricha: Febre amarela.

Tísico: Tuberculoso.

Tizaina: Chá caseiro.

Tobó: Pedra de diamante ou ouro, de tamanho grande.

Tocador: Quem executa algum instrumento musical.

Tombeira: Caminhão basculhante.

Tonto: Bobo.

Tope: Laço de fita.

Tora: Pedaço de madeira grossa, para amansar animais no Pantanal.

Torar: Dividir ao meio, cortar, separar.

Torrada: Bolo de trigo e sal, em forma de argola.

Torrada: Nó feito nas roupas dos companheiros na beira do rio.

Touceira: Metido a importante, exibido.

Toureador: Toureiro das “Touradas Cuiabanas”, O primeiro a enfrentar o boi.

Traia, tralha: Conjunto do que é usado em diferentes atividades.

Tramela: Peça comprida de madeira para portas e janelas.

Traque: Pequenas bombas comuns nos folguedos juninos.

Traquitana ou tranquitanda: Objetos amontoados, algo mal ajeitado.

Traste: Pessoa desprezível.

Travar: Impedir, fechar, cancelar.

Treita: Esperteza.

Treiteiro: Esperto, enganador, não merece confiança.

Trelar, treler: Provocar ou importunar alguém.

Trampo: Serviço.

Trempe: Igual a tacuru, fogão rústico com três pedras.

Trenheira: Objetos de menor valor.

Trincha: Pincel largo.

Triscar: Tocar em algo.

Trôço: Fezes em quantidade.

Troncho: Animal que não tem uma das orelhas.

Troncho: Alguém torto ou defeituoso.

Tropa: Lote de cavalos ou burros.

Trôpego: Quem anda com dificuldade.

Tropeiro: Peão encarregado de cuidar da tropa no Pantanal.

Trens, terém: Objetos diversos.

Trinca: Grupo de pessoas, de três ou mais.

Tristura: Tristeza.

Tristura: Designação pejorativa de procedimento incorreto.

Tronco: Onde prende o gado parar "marcar" ou vacinar.

Tropé: Confusão, barulho, discussão.

Trubufu: Pessoa feia e grosseira.

Trupicão: Tropeço.

Trupicar: Tropeçar, cair.

Trusquiar: Tosquiar ou tosar, cortando o pelo rente.

Tucanaçu: É o maior tucano do Brasil.

Tucura: Boi pantaneiro, trazido pelos espanhóis.

Tufo: Grande quantidade de água.

Tuiuiú: É a ave-símbolo do Pantanal Mato-grossense.

Tundá: Nádegas salientes.

Turrão: Homem grosseiro.

Turuna ou turuno: Touro velho, já castrado.

Turtuviado: Atrapalhado.

Turvar: Sujar. É mais usado quando se refere a água.

Tuteméia: Algo de pouco valor, pouca quantidade.

Tutiço ou toutiço: Parte posterior do pescoço, nuca.

Tempo brusco: Nublado, tempo chuvoso, nevoento, escuro.

Ter balda: Ter cisma.

Ter cabeça: Ser inteligente.

Ter cisma: Ter desconfiança.

Terra firme: Área não alagável do Pantanal Mato-grossense.

Tirar em...: Pecorrer em determinado tempo alguma distância.

Tirar chapa: Tirar radiografia, tirar abreugrafia.

Titica de galinha: Fezes de galinha.

Tomar conta: Apossar-se de algo.

Tomar chá: Tomar café da manhã.

Tomar chocolate: Beber leite com chocolate.

Tomar choque: Antigo tratamento para problemas do cérebro.

Tomar o ponto: Conferir o conhecimento do estudante.

Torre de Marfim: Nome dado por Dom Aquino ao Palácio Episcopal.

Touro bagual: Boi selvagem.

Tramar contra...: Articular alguma coisa contra alguém.

Tric-tric: Pequeno explosivo, com sucessivos estalos.

Tá empachado: Está com prisão de ventre.

Tá no pano: Está vestido com pano novo e bom.

Taqui procê!: Gesto agressivo.

Tá de cacho com ...: Está namorando, amando, paquerando com alguém.

Ta se achano: Está se julgando o bom.

Tá té no chifre: Está embriagado.

Tá de chico: Está menstruada.

Tchá mãe: Dizer “É sua mãe”, xingando.

Tchá por Deus: Expressão de espanto e indignação.

Tchô...: Desconheço...

Tem mocotó grosso: É forte.

Ter a audácia de...: Ter a coragem de....

Ter a fortuna de...: Ter a sorte de..., ter a felicidade de...

Ter a pachorra: Refere-se a pessoa sem pressa.

Ter fiúza: Ter certeza.

Ter o capricho: Ter o cuidado para fazer bem feito.

Ter imbição: Ter ambição.

Ter muito cajuada com...: Ter muito apego com, ou a, alguém.

Ter gorguio: Ter orgulho

Ter verve: Ter malícia.

Teve o rompante de...: Tomou uma atitude repentina, arrebata.

Tio carnal: Tio legítimo, irmão do pai ou da mãe.

Tirando uma linha: Prestando atenção, observando.

Tirar de casa: Seduzir e fugir com a moça.

Tirar esmola: Pedir esmolar nas festas religiosas.

Tirar o almoço: Colocar o almoço da mesa.

Tirrim, fechou o balaio: Fim de papo. Encerrou tudo.

Toma corno: Quando aplguma coisa saiu errado.

Tomar banho de assento: Lavar apenas as partes pudendas.

Tomar banho de bica: Tomar banho em bicas de água.

Tomar banho de cachoeira: Tomar banho em qualquer queda de água.

Tomar banho de descarrego: Tomar banho com ervas medicinais.

Tomar banho de rio: Tomar banho no rio.

Tomar um pito: Ser repreendido.

Tomar um vento: Mudar de ares, descansar.

Tomou papudo?: Expressão pejorativa, para dizer “bem feito”.

Toque do sino: Badalada do sino da igreja.

Tosse de cachorro: Tossindo muito e rouco.

Tossiu e sumiu: Foi embora muito rápido.

Trasanteontem: Dia anterior ao de ontem.

Trabalhar a reio: Trabalhar demais.

Trabalhar cutucado: Trabalhar sob pressão.

Tratar de...: Cuidar de....

Tuvino?...: Está ouvindo?...

Ucia: Fêmea quando está no cio.

Uciêza: Sem-vergonhice, libertinagem.

Ucharia: Mesa ou local para servir salgadinhos e bebidas.

Urinol: O mesmo que penico.

Urucubaca: Feitiço.

Urrar: Gritar alto, forte.

Usina de açúcar: Engenho de rapadura e açúcar.

Usina de pinga: Destilaria de pinga.

Um bom será: Aceita tudo, acomodado.

Um filete de água: Um pouco de água, quando a água é escassa.

Um quarta-feira: Um tolo, um idiota.

Um "não sei o que diga": Pessoa de grandes qualidades.

Um seu ninguém: Nada vale.

Uma nesga de...: Um pouco de...

Uma Fresta de Sol: Um pouco de Sol.

Urrar de dor: Gritar de dor.

Vacada: Nos garimpos, semelhante a muxirum.

Vasanico: Baixa no nível do rio em período de chuva.

Varador, varadouro: Estrada pioneira aberta no capão de mato.

Varapau: Pessoa alta.

Variado: Agitado, aloucado, nervoso, alterado.

Vasqueiro: Raro, escasso.

Vazante: Por onde as águas ficam escoam nas partes baixas do Pantanal.

Vencendo: Encerrando, superando.

Vencer: Concluir.

Venda: Pequeno estabelecimento comercial.

Vendido: Estar por fora do assunto, de tudo.

Ventando: Depressa.

Ventrecha: Costelas ou espinhas maiores do pacu, em postas.

Verdolenga: Fruta quase madura, de vez.

Verduleiro, verdureiro: Vendedor ambulante de verduras e frutas.

Vergastada: Lambada.

Vertude: Virtude.

Verve: Malícia.

Vetusto: Muito antigo.

Vianda: Marmita.

Viciada: Fêmea que está no cio.

Violento: Rápido.

Virote: Haste de madeira para apanhar frutas mais altas.

Vísporas ou loto: Jogo de cartelas, jogo de bingo.

Vitelo: Bezerro com menos de um ano.

Voadeira: Barco ou lancha veloz.

Voltear: Passear.

Vaca matula: Vaca velha, destinada a abate.

Varanda Cuiabana: Peça central das antigas casas cuiabanas.

Varanda de rede: Renda lateral do pano de rede.

Vento Sul: Vento frio.

Vestido Godê: Vestido de saia rodada.

Viola de cocho: Instrumento musical cuiabano, de quatro cordas.

Virar cambotas: Dar cambalhotas.

Vamo vê: Sem dizer sim ou não, para aguardar.

Vá bater bruacas: Vá andar à-toa.

Vá bugiar: Vá andar por ai, sem rumo.

Vá caçar sapo com bodoque: Vá procurar o que fazer.

Vá mamar na gata: Mandando alguém ir adiante.

Vá tomar até encostar: Insulto, chingamento.

Vai com Deus e a Virgem: Ao despedir-se de alguém da família.

Vai sair de anjo?: Pergunta feita a um guri de cabelo grande.

Vamos chegar: Vamos entrar, cumprimentos de boas-vindas.

Vá tomar mate com garfo: Não torre a minha paciência.

Varar a noite: Atravessa a noite em claro.

Vem cá: Chamar alguém, sem definir quem.

Vender sorvete: Sair de roupa branca em tempo frio.

Vender gazeta: Ponta da camisa masculina fora da calça.

Vender gazeta: Quando a lingerie está aparecendo.

Ventusiar: Expelir gases pelo ânus.

Verdolengo de fome: Com muita fome, esfomeado.

Verter água: Urinar.

Viche!: Exclamação de espanto.

Vira-casaca: Quem muda de posição política.

Virou sebo e o cachorro comeu: Demorou demais.

Vô na casa do titia! Ô, sôdade da disgrama!: Estou indo visitar a minha tia. Estou com muitas saudades dela.

Vô obrá!: Vou ali cagar.

Vô prantxá aquela disgranha!: Vou trepar com aquela gata.

Vô pregá mão na txá cára!: Vou te dar um soco!

Você é gente de quem?: Para saber a origem familiar.

Você trabalha com que?: Qual é o seu serviço?

Voe para lá: Vai rápido para lá.

Vou cercar alguém: Vou esperar alguém passar.

Vou na upa: Vou em cima.

Vou fazer a volta: Manobra de quem vai e volta.

Voncê, vancê: Você.

Vosmecê, vassuncê: De Vossa Mercê, intermediário de Senhor e Você.

Vôte!...: Rejeição, espanto.

Vôte, Deus me livre: Com medo, suplica a Deus; Eita!; Ave Maria!

Voz de taquara rachada: Voz fanhosa e estridente.

Virgem da porteira: Palanque lateral, sempre em par, com quatro ou mais furos, por onde passam as varas que fecham a porteira.

Xarope de Guaraná: Xarope feito com o guaraná natural.

Xás créansa!: Crianças.

Xirimbavo: Serviçal, no sentido pejorativo.

Xiriri (também se escreve chiriri): Pouco, uma ninharia, uma bagatela.

Xixí: Evacuar.

Xománo!: Irmão.

Xománo tá té no cesso!: Ele está bêbado.

Zagaia: Lança com cabo de madeira, usada para caçar no Pantanal.

Zagaieiro: Antigo caçador de onças.

Zamboada: Mata de difícil acesso, reunião de gente metida.

Zanzar: Andar sem rumo, de um lado para o outro.

Zarolho: Quem é vesgo, caolho.

Zinga: Vara comprida para empurrar barcos em campos alagados.

Zis: Giz.























SER CUIABANO É




1)Dizer que o Baguncinha (miniatura do Cheese Bagunça) começou em Cuiabá.E é verdade, ele valia só R$ 1,00.

2)Dizer que mais vale um pequi roído do que dois no pé.

3)Dizer que o Festival de inverno é propaganda enganosa.

4)Dizer que a História de Cuiabá se divide em antes e depois da chegada do McDonald's.

5)Dizer que o Shopping Três Américas era uma galeria, cresceu, e agora todo mês é interditado pela Defesa Civil.

6)Dizer que a Exposição Agropecuária é mais importante que o Rock in Rio.

7)Dizer que o Frutos da Terra é o melhor picolé do mundo.

8)Dizer que pacu, pirarucu e baiacu não têm nada a ver com cuscuz.

9)Dizer que se um dos times grandes jogar no estádio local,apenas o banco de reservas irá.

10)Dizer que no final do arco-íris existe uma vaga na Praça Popular.

11)Dizer que o Posto Gil é uma lenda.

12)Dizer que o tuiuiú "Avua" "Sob" o Pantanal.

13)Dizer que o Nico e o Lau são engraçados.

14)Dizer que homem com mais de um carro é gaúcho.

15)Dizer que as maiores bilheterias do Cine Teatro Cuiabá foram "O Tcharretero Maluco" e "O Petchão que come Geeente", traduções para o cuiabanês de "Ben Hur" e "Tubarão".

16)Nunca usar a letra "L".

17)Saber que se o termômetro marcar 30 graus, é hora de estrear a jaqueta nova. Pode ser a única oportunidade do ano.

18)Saber que o Aeroporto Internacional de Cuiabá não existe,e ter que usar o do vizinho.

19)Saber que se o relógio estiver marcando 18:20 e você estiver na Avenida Isaac Póvoas, você está com raiva.

20)Saber que se o relógio estiver marcando 18:20, você estiver na Avenida Isaac Póvoas e seu carro não tiver ar-condicionado, você provavelmente vai se enforcar com o cinto.

21)Saber que se você ainda não bateu em um dos cruzamentos do bairro Boa Esperança, é bom renovar o seguro, porque você vai bater.

22)Saber que cidade possui três shoppings, e por isso em um deles você vai ao cinema, no outro fazer compras, e no terceiro só almoçar.

23)Saber que a Chapada dos Guimarães já foi mar.

24)Saber que nunca se deve dirigir pela Estrada de Jangada.

25)Saber que existem pessoas que comem a cabeça do boi.

26) Saber que o Sesc Arsenal fecha muito cedo.

27)Saber que para ir ao Parque Cuiabá,é preciso fazer uma revisão no carro e encher o tanque.

28)Saber que jacaré no seco anda. (SEM trocadalho do carilho)

29)Saber que o escaldado de madrugada é a melhor maneira de curar ressaca.

30)Saber que se chover é bom ficar em casa.

31)Saber que a Ponte Nova é velha.

32)Saber que a invenção do ar-condicionado é tão importante quanto a da escrita.

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