21 setembro 2009

Dicionário de Maranhês

MAPA DO BRASIL SEGUNDO OS NORDESTINOS


























DICIONÁRIO DE MARANHÊS



Abestado; Atroiado: Imbecil.

Alprecata: Sandália de dedo,geralmente feita de couro.

Apiar: Subir em montaria,trepar em árvore,montar numa bicicleta.

Aqui há coisa: Expressão de desconfiança de algo.

Arribar: Levantar,suspender alguma coisa.

Até aí morreu o Neves: Ficar na mesma.

Arder em dois fogos: Querer fazer duas coisas ao mesmo tempo.

Arrochar: Apertar alguma coisa;namorar.

Assim meu boi não dança: Desse jeito não vai.

Assistir de camarote: Não tomar partido numa disputa.

Bacuri: Golpe que se aplica após juntar as mãos,entrelaçar os dedos,soprar entre elas e bater na cabeça do adversário.

Baixar o bico: Beber; meter-se na cama.

Baladeira: Estilingue; rede.

Barroada: Batida de veículos no trânsito.

Bater o cachimbo; Bater o 31: Morrer.

Beber o mijo: Comemorar o nascimento de um filho oferecendo vinho fino aos amigos.

Beiço: Lábio inferior.

Besta que amarga: Aparentar o que não é.

Biba: Homossexual masculino.

Bicuda: Chute forte.

Bisca: Tapa forte,dado de mão aberta na cabeça do oponente.

Botar no caderno: Marcar alguém.

Cacholeta: Forte piparote na orelha de alguém.

Caçar barulho: Procurar confusão.

Canginagem: Recusa de dividir algo com outra pessoa.

Capar o gato: Ir embora.

Cascudo; Coque: Golpe dado de mão fechada com o dedo médio semi-dobrado,no alto da cabeça da vítima.

Chegar puxando a cachorrinha: Chegar na miséria.

Cheio de Lamiré: Cheio de prosápia, cascata.

Cheio de nove-horas; Cheio de nicas: Alguém que faz muitas exigências.

Coisa-feita; Mandraca: Feitiço, mandinga.

Comer pastel de imaginação: Passar fome

Comer arara: Ser tolo.

Comigo não, violão: Comigo a coisa é diferente.

Comer sopa de vento: Passar fome.

Correr Beirada; Correr Coxia: Andar de casa em casa ou pelos cantos de rua procurando novidades.

Curica: Pequena pipa de papel comum, com talas de pindova ou buriti enfiadas em cruz.

Custar os olhos da cara: Custar caro.

Cruzeta: Cabide.

Dar um doce: Prometer um prêmio pela realização de algo difícil.

Dar o tiro na macaca: Ficar solteira .

Dar o doce: Casar.

Deixar o barco rolar; Correr pra Caxias: Não fazer caso dos fatos.

Desapiar: Descer de montaria,bicicleta ou árvore.

Dia de São Nunca: Em dia nenhum.

Dirdobro: Evitar um flagrante.

Do pé pra mão; Da noite para o dia : Num instante.

Do tempo da janambura; Do tempo do onça; Do tempo do ronca: Muito antigo.

Duas por três: A todo momento.

É uma porta de bacuri: Alguém rude.

Encontrar a árvore da pataca: Enriquecer rapidamente.

Engolir em cheio; Engolir sapo: Suportar calado uma afronta.

Empinar a curica: Melhorar de situação.

Engenheiro de obras prontas: Preguiçoso.

Estar com uma broca: Estar com muita fome.

Estar de maré; Estar com azeite: Estar irritado.

Espiar maré: Assuntar.

Estar de miolo mole; Estar gira; Estar dementado: Palerma.

Estar de rede armada: Cômodo, bem instalado.

Estar no desvio; Estar empregado no desvio: Sem emprego.

Entrar pelos olhos da cara: Aquilo que está muito claro.

Estar por dentro como bago de jaca: Dominar um assunto.

Falar mais do que a negra do leite: Ser tagarela.

Fazer uma boquinha: Fazer uma refeição leve.

Fazer um papelão: Cair no ridículo, ter péssimo desempenho

Fazer uma fina: Pregar uma peça em alguém.

Feito de dois paus; Ficar com cara de Nhô Zé; Feito besta: Com cara de bobo.

Festa de arromba: Farra grossa.

Ficar André: Ficar encabulado.

Ficar na moita: Guardar segredo.

Gomar: Passar a roupa a ferro.

Isto é uma gosma; Isto é uma garapa; Isto é uma garapa azeda: Coisa mal-feita.

Levada da carepa; Levada da breca: Menina danada.

Levar de roldão ;Meter o aço: Fazer algo de forma impetuosa e violenta.

Longe como seiscentos: Lugar longínquo.

Marca pistola: De qualidade inferior.

Na primeira de copas: Na primeira oportunidade.

Não dar ganja: Não dar atenção.

Não dizer coisa com coisa: Falar sem nexo.

Não sair desse rame-rame: Prender-se à rotina.

Não ser escada: não contribuir para a ascensão de outrem no plano da vida.

Não ser maria-vai-com-as-outras: Ter personalidade.

Não ser mais suficiente: Não ser mais virgem.

Não ser pai de cascudo nem avô de jacaré: Não ser besta.

Nem carne nem peixe: Nem uma coisa nem outra.

Nem como coisa: Não se dar por achado, não assuntar.

Nem como Seu Souza: Indiferente.

Nos tempos em que Adão era cadete: Antigamente, nos tempos antigos.

O Cumê: A comida.

Passado na casca do alho; Ser um alho;Ser uma mitra; Ser mitrado : Esperto.

Pau-de-virar-tripa: Magricela.

Quando galinha ciscar pra frente: No dia de São Nunca, em tempo algum.

Quebra gereba!: Dita quando alguém quebra uma coisa. Em São Luís era comum a parlenda: “Quebra gereba / Quando acabar de quebrar com esse / Quero ver com quem tu quebra”. Significa alguém sem mérito.

Querer colocar a Sé em Santaninha: Querer o impossível.

Ser Ariri de Festa: Não perder uma festa, estar em todas.

Ser carne e unha: Devotar amizade incondicional a outrem.

Ser como gilete: Não se definir, ficar dos dois lados.

Ser da pá virada: Ser assanhada.

Ser de rede rasgada: Desaforado.

Ser fósforo sem cabeça: Não ter prestígio.

Ser o bicho cacau: Ser o melhor de todos.

Ser trombone: Ser leva-e-traz, de onze-letras.

Só querer ser 31 de Fevereiro: Aparentar o que não é.

Só quer ser o que a folhinha não marca: Querer bancar o importante, ostentar prestígio.

Ser repique de alguém: atrapalhar a vida de outrem.

Ser uma mosca-morta: Pessoa apática.

Sossegar o facho: Acalmar-se.

Vá bugiar; Vá tomar banho na maré: Vá encher o saco de outro.

Vou Banhar: Vou tomar banho.

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