21 setembro 2009
Dicionário de Goianês
AÔÔÔÔ,GOIÁS!
DICIONÁRIO DE GOIANÊS
Âââp!: Saudação depois de “Alô”, acompanhada por um levantamento de um braço,inclusive quando é dita no telefone,e quem ligou responde: “Âââp!”.
Abestaiá; É di ficá besta: Embasbacar-se.
Acho paia: 'É Foda', que pode significar algo sem graça; ruim; de mau-gosto.
Ah, nem; Ô dó doce; Capaz; Tá fácil que eu faça isso: De jeito nenhum.
Alembrar: Lembrar.
Amigo: Usado para pedir informações: “Amigo, sabe me dizer como chegar em tal lugar?”
Ansdionti: Antes de ontem; anteontem.
Ansim: Assim.
Anêim:Algo que parece ter vindo de 'Ah, não!', que virou 'Ah, nem!' Mas às vezes é simplesmente usado na frase com um sentido de desagrado.
Apaixonado com: Apaixonado por;ser doido por alguém,gostar demais de um objeto ou bicho.
Apertume: Muito apertado.
Apreciano a fresca:Assistindo o por-do-sol.
Aqui: Palavra que inicia qualquer frase,principalmente para pedir atenção.
Arriba; Enriba; Inriba: Em cima.
Arroiz:Arroz.
Arvre: Árvore.
Arvrinha:Árvore pequena.
Arvrona: Árvore grande.
Arruela: Moeda.
Azordi: Às ordens. De nada.
Badacama: Debaixo da cama.
Banhar: Tomar banho.
Bão?;Bããããão?:Tudo bem?
Bão mesmo?: É comum usar o 'mesmo?' depois de coisas como 'e aí, tá bom/bão', como se pedisse uma confirmação de que a pessoa tá bem e não apenas fingindo que está bem.
Bão sem quantia: Muito bom.
Badeco: Ajudante inexperiente.
Barriga-verde:Novato.
Beira-corgo;Biriba;Biriva ;Brocoió; Canguçu; Capiau; Jeca; Mateiro; Matuto; Mocorongo; Roceiro; Sertanejo; Tabaréu: Caipira.
Bestage: Besteira.
Bifurcação: Rua diagonal a uma preferencial.
Boca de Porco: Algo mal- feito, coisa ruim.
Bocuda: Assanhada,boca- suja, linguaruda.
Boiota: Besta, bobo, idiota.
Brigado: Obrigado.
Bom de serviço: Competente.
Bunitim: Bonitinho.
Bote reparo: Note que.
Cabês de Repoi: Cabeça de repolho.
Calçada:Lugar para estacionar carros e colocar as mesas dos botecos e restaurantes.
Caçar: Procurar.
Caçar confusão: Arrumar briga,encrenca.
Cadim: Um pouquinho.
Calçada: Lugar para estacionar carros e as mesas dos botecos e restaurantes.
Caôi: Caolho.
Cara lerda: Safado.
Caramba: Alguém bom pra caramba.
Carço: Calço. Cálcio.
Casi tudim: Quase tudo.
Catá fejão: Catar feijão.
Catimbó: Pensativo.
Catireiro: Aquele que negocia à base de troca(s).
Catorco: Católico.
Cê sarô, fii?: Você sarou, filho?
Cê anima de: Você quer ir a tal lugar? Quer fazer tal coisa?
Cê anima de quebrar uma? : Vamos tomar uma cerveja?
Cê tá boa?: Tudo bem?
Cerbo: Cérebro.
Chei de gente: Lotado
Chega dói:Chega a doer. Ex.: "Deixa eu te falar, essa luz é tão forte que chega dói a vista". Na verdade essa forma pode ser usada com quaisquer outros verbos combinados com o verbo 'chegar'. Ex.: chega arranha, chega machuca, chega engasga.
Chega doeu: Chegou a doer, ou seja, o passado de "Chega dói".
Chispa: Usada para expulsar alguém de um lugar.
Coca Média: O refrigerante médio é o de 290ml, ou seja, o menor vendido em restaurantes.
Coisa: Trem.
Coisêra; Coiserada: Muitas coisas.
Comiço: Comício.
Compro: Topo ir,aceito fazer tal coisa.
Conchinchina: Muito longe.
Corgo: Lê-se córrr-go. Córrego.
Coró: O mesmo que mandruvá.
Corguim: Lê-se córrr-guim. Diminutivo de corgo.
Coró: Mandruvá.
Corosene: Querosene.
Comprar um tanto de coisa: Fazer compras.
Cumê: Comer.
Curau: Mistura de milho,leite e açúcar.
Currimento: Correria.
Custoso: Teimoso. Também ouço como se fosse algo que dê trabalho. “Esse moleque é custoso demais da conta!”
Dadondi: Aonde
Dar rata - Algo como cometer uma gafe. Ou seja, dar rata é o goianês para "Fazer gumpice".
Dar conta: Conseguir.
Debochá: Zombar.
De com força: O cúmulo da ênfase. Usada quando não há mais palavras pra se expressar.
Dedar: Denunciar.
Dei trela: Quase morri de susto, de rir, de frio.
Dendapia : Dentro da pia.
Den de ai: Dente de alho.
Denduforno: Dentro do forno.
Dês: Desde.
Desencarnar; Descarnar : Carnear ,tirar a carne de um animal.
Desencarnou: Morreu.
De doce: Se "De sal" é salgado, então "De açúcar" é doce, certo? Errado! Em Goiás as coisas não são doces, elas são de doce.
De sal: Salgado. Ex.: Pamonha de Sal.
Deixa eu te falar;Ô, deixa eu te falar;Te falar;Xô te falar: Introdução goiana para um assunto sério. Nunca, mas nunca mesmo, chegue para um Goiano falando diretamente o que você tem que falar. Primeiro você tem que dizer "Ô, deixa eu te falar", para prepará-lo para o assunto. Em Goiás você precisa seguir o ritual de uma conversação. Ex.: 'E aí, bão? E o Goiás, hein? Perdeu! Tem base? É por isso que eu torço pro Vila. Ô, deixa eu te falar, lembra aquele negócio que eu te pedi...'.
Deixa eu te perguntar: A mesma coisa que "Deixa eu te falar", mas usado, obviamente, quando você vai perguntar algo.
Demais da conta: Em Goiás, deve-se evitar utilizar a palavra “demais” isolada. A forma correta é “demais da conta”. Ex.: “Gosto disso demais da conta!”. “Conheço a região demais da conta!”
Deu banzo,tô empachado: Comi demais da conta.
Dinconto: Desconto.
Dinconta: Algo mais em conta,mais barato.
Disco: Um tipo de salgado frito.
Disgrama: Desgrama; algo ou alguém irritante.
Disgramento: Aquele que gosta de arrumar uma confusão.
Diveisin quandi!: De vez em quando.
Dindoidá: De endoidar.
Doidimais: Doido demais.
Dordói, dodoi: Dor nos olhos.
E aí,vão?: E aí, vamos?
Ei: Oi.
Encabulado:Impressionado. Ex.: Estou encabulado que você nunca tenha ouvido alguém falar "Chega dói" antes.
Então? Então: Nem sim, nem não.
Entrá de carão; Entrá de golera: Entrar de penetra em festas.
É patá: É para estar; deve estar.
Erresca; Errensca; Rensca; Erresga;Errensga; Rensga: Expressa encabulamento.
Estatura leviana: Estatura mediana.
Eu preciso de ir: Eu preciso ir.
Eu telefono: Significa que a pessoa,por falta de interesse,realmente não ligará; significa “ Não me comprometa.”;é como o “Meu querido,precisamos nos ver” do carioca (implica,na verdade, em Tá combinado: nem eu te ligo,nem você me telefona),que também diz: “Apareça lá em casa”,mas não dá o endereço.
Fazer um menos: Pedir um desconto adicional
Fazer uma gambiarra: Fazer maracutaia, passar a perna em alguém, obter vantagem de forma desonesta.
Final de tarde: Happy hour.
Fiozim de ouro: Bandido procurado pela policia.
Futrica : Fuxico, provocação.
Fechadin: Fechadinho.
Fio; Fi: Filho, no sentido de amigo.
Galinhada: Galinha com pequi.
Galho: Bifurcação.
Gaso: Gás.
Gueiróba; Gueroba ; Guariroba: Fruto da palmeira (palmito amargo).
Inriba; Purcima: Em riba, por cima.
Iscodidente: Escova de dente.
Issamiado: Esfomeado.
Istrias: Estrias.
Istamo; Istomo: Estômago.
Kidicarne: Um quilo de carne.
Kidmi: Um quilo de milho.
Laranjinha: Pacote de suco congelado que as pessoas chupam;o nome vale para
qualquer sabor,como por exemplo: Laranjinha de uva.
Li de ôi: Um litro de óleo.
Lidileite: Um litro de leite.
Liguinha; Gominha: Elástico.
Madurar:Amadurecer.
Mandruvá: Mandorová.
Mais: Substituto goiano da conjunção "E". Ex.: "Eu mais fulano estamos no Goiás".
Mala: Esperto, malandro.
Mandruvá: Mandorová.
Manjuba: Buceta.
Mastumate: Massa de tomate.
Me conta: O quê? De quê?
Meizin: No meio.
Meninos: Crianças,independentemente do sexo.
Mês : Mesmo.
Mexe com isso não, sô: Sai dessa que é fria,cara.
Mexer: Trabalhar,fazer alguma coisa.
Michama covô: Me chama que eu vou.
Minino: Menino.
Mô: Amor.
Modiquê: Mas por quê?
Motora: Motorista profissional .
Mutuca: Butuca.
Na Goiânia: Em Goiânia.
Na tora: Auto-didatismo.
Nem: Não.
Neronos: Neurônios
Nó; Nóóóóó: Vixe, Credo.
No Goiás: Em Goiás.
Negócio: Coisa.
Ni mim: Em mim.
Nossinhora: Nossa Senhora.
Num: Não.
Num dô conta: "Não consigo, Não sei, não quero, não gosto", etc. No resto do país, "Não dar conta" é usado mais no sentido de "Não aguentar". Por exemplo: "Não dei conta do recado", ou "Não dou conta de comer isso tudo sozinho". Já aqui em Goiás é usado para quase tudo. Ex.: "Num dô conta de falar inglês" ("Não sei falar inglês"); "Num dô conta de continuar em Goiânia nas férias" ("Não quero/não aguento continuar em Goiânia nas férias"); "Num dô conta de imprimir usando esse programa" ("Não sei imprimir usando esse programa").
Num é ruim não: Essa será a resposta goiana se você perguntar se algum lugar é bom,ou pedir a indicação de um bom hotel,por exemplo.Claro,se não é ruim,é porque é bom,mas o goiano jamais lhe dará uma resposta direta.
Ô, é sem noção: Algo ou alguém bom demais.
Ocê: Você.
Oi diso: Óleo diesel.
Oncôtô: Onde eu estou.
Onde ta tu: Onde está você?
Ou quá?: Algo como “ou o quê?”. Ex.: “Você vai sair com a gente ou quá?”
Piqui:Pequi, fruto típico de Goiás, bastante usado na culinária Goiana.
Pit Dog: Uma espécie de filho bastardo de uma lanchonete com uma barraquinha de cachorro-quente. Apesar desse nome estranho, os sanduíches são muito bons!
Oruvalho: Orvalho.
Palevá: Para levar.
Panelinha: Mistura de arroz com feijão e lingüiça de porco apimentada.
Pelas metade: Pela metade.
Pincumel: Pinga com mel.
Pindaiba: Falta de dinheiro; grande birra.
Pinicar: Dar coceira.
Pior que: Exatamente,isso mesmo.
Piqui : Pequi, fruto típico de Goiás, bastante usado na culinária.
Piriri: Diarréia
Pititim:Pequenininho
Podis crê: Podes crer.
Pondiôns: Ponto de ônibus.
Popopó?: Posso pôr o pó de café?
Popopópoquin: Pode por um pouquinho de pó de café.
Por causa di quê? ; Causdiquê? : Qual é o motivo?
Porva: Provar.
Povêra; Povaréu: Muito povo,muita gente.
Pra modi rebatê a friagi: Para combater a friagem.
Preocupa não, boba: Não se preocupe.
Procônvô?: Para onde é que eu vou?
Prondinoisvamo?: Para onde é que nós vamos?
Prondinoistamuino? Para onde é que nós estamos indo?
Proseá: Conversar.
Posar: Dormir.
Pular o corguim de ré: Forçar a barra.
Purriba : Sobre.
Quando é fé: Algo como de repente, ou até que. Ex.: "Estava no consultório do dentista, ouvindo aquele barulhinho de broca, e quando é fé sai um menininho chorando de lá".
Quantas horas?: Que horas são?
Quaradô: Quarador, local para estender roupa.
Que dó: Que pena.
Queijim: Rotatória.
Tá boa?: Goianês para "Tudo bem?" usado para mulheres. Em outras regiões do Brasil seria interpretado de outra forma...
Que’ s coisa?: Que coisas?
Quió: Aqui, olha.
Rebuçar; Ribuçar: cobrir-se com cobertor ao deitar-se.
Renca: Grande quantidade.
Rensga: Admiração ou surpresa extrema.
Roda dura: Motorista que dirige muito mal.
Sabeno: Sabendo.
Seguir a rua toda vida: Ir até o fim da rua.
Sóóó e o véi ;Fala ai véi!: Saudação a um amigo: Fala aí,velho!
Sô : Serve para reforçar o Uai.
Sôcê: Se você.
Só veno: Só vendo.
Supitar: Ato ou efeito de espirrar refrigerante ao abrir.
Tá cedo, moço!: Despedida feita pelo anfitrião,mesmo quando a visita foi super-demorada.
Tá agarrando lá na frente: A fila não anda.
Tamãin de égua: Tamanho pequeno da égua.
Tãotá: Então tá.
Tãotabão: Então está bom.
Taquipariu: Puta que o pariu.
Tchau pro cê(s): Tchau.
Tantão de boi: Boiada.
Tem base?: Expressão tão goiana que existe até em slogan impresso em bandeiras e camisetas exaltando o estado: "Sou goiano. Tem base?". Pode ser traduzido como "Pode uma coisa dessas?", só que usado com muito mais frequência.
Tô só cubano: Estou só observando.
Tradaporta: Atrás da porta
Trem: Qualquer coisa pode ser chamada de trem, inclusive um trem. Ex.: “Ôôô trem bão!” (ô, coisa boa!) Já ouvi até mesmo a seguinte declaração de amor: “Te amo, Trem!”.
Té mais: Até mais; até logo,tchau.
Tí: Tio.
Tiozim: Cachorro pequeno.
Tiquim: Tiquinho,pedaço pequeno.
Tô brocadim: Estou com muita fome.
Trabicero: Travesseiro.
Travêiz : Outra vez.
Treição: Traição, armar uma surpresa, dar um susto.
Treinzão: Mulher linda, gostosa.
Trivela : Chutão especial no futebol.
Trem: Negócio.
Tudin: Tudo.
Uai: Palavra que normalmente não tem sentido, mais ou menos como o "Tchê" do gaúcho. Usado normalmente em respostas. Ex.: Pergunta : "Você vai à festa hoje?"; Resposta: "Uai,vou!". Note que é diferente do "Ué",que em outras regiões do país muitas vezes é usado no caso de a pessoa achar a pergunta estranha.Em Goiás,as pessoas falam "Uai" por falar.
Uiscambau; Iscambau: O escambau,muita bagunça.
Vamos Apia: Vamos descer.
Vende-se Este: Placas e adesivos em carros e objetos,que não são especificados,já que o aviso existe.
Véi: Cara.
Voadeira: Voadora (o golpe, agressão).
Vô ligá lá in casa: Vou ligar pra casa.
Vô te chegá a taca, trem custoso: Vou te dar uma surra,menino teimoso.
Vô vê: Vou ver.
SER GOIANO É
Abrir o carro e ficar ouvindo funk e sertaneja no último volume.
Achar que Goiânia é a melhor cidade do Brasil.
Amar sua fazenda acima de todas as coisas, inclusive acima de Zezé di Camargo e Luciano, mas nunca mais que a Pecuária.
Chamar brasiliense de "Goiano do Quadradin".
Chamar uma mulher pra dançar pegando no braço: "Vamo dançá meu bem?"; "Ê trem que pula!", e "Pode vim que eu tô facim!".
Comer pastel no Mercado Central.
Comprar um Rolex falsificado no Camelódromo da Rua 4, no Centro de Goiânia.
Comprar roupas da Zoomp e Carmim, mesmo que se encha de prestações.
Comprar roupas falsificadas na Feira Hippie no domingo.
Dar preferência a namorado com um carro importado ou caminhonete cabine dupla com
engate para Jet-ski.
Dar uma galinha para não entrar na briga e um nelore para sair dela.
Dirigir com a metade do carro na outra faixa.
Dizer a todos que seu prato predileto é salmão e frutos do mar em geral,mas em casa se atolar num prato de pequi com guariroba, e justificar: “Isso é que é comida de verdade, sô".
Dizer a uma mulher nova e bonita na rua: "Eita, eu já fui bão nisso!"
Dizer a uma criança: "Que minino custoso”
Dizer que é amigão do Leonardo.
Dizer que é filho de médico pra ter status.
Dizer que chique é Forum e Zoomp, o resto é pobreza.
Dizer que o Carnaval de Caldas Novas é o melhor do país,mas é estragado pelos brasilienses.
Falar alto, pra todo mundo ouvir.
Fazer compras no Shopping Flamboyant.
Fazer de tudo pra casar antes dos 22 anos, com o filho de um fazendeiro rico ou de um médico.
Fazer Direito na Universidade Católica de Goiás.
Gostar muito, mas muito mesmo, de pequi.
Identificar homens e rapazes pelos carros.
Identificar as mulheres e moças pela cor do cabelo, tamanho do silicone e pela academia que freqüentam.
Ir ao salão no mínimo três vezes por semana, e todos os dias à academia.
Ir ao único bar em evidência na cidade, e, se já estiver bêbado, gritar ao ver mulheres: "Aôôôôô, muiezada bunita!!! Vem ni mim qui eu tô facim facim!",enquanto gargalha junto com os amigos que juram ter paus maiores que o seu.
Não se intimidar com placas como "Pare" e "Rotatória À Frente".
Ir somente ao único bar em evidência da cidade para aumentar a auto-estima com os rapazes gritando: "Aôôôôô muiezada bunita!!! E '"Aoôôôô, loirão!!!"
Morrer de ódio por Goiás não pertencer à Região Sudeste.
Nunca namorar um sem-carro.
Odiar os brasilienses.
Paquerar com o chavão: "Aaaooh gostosa!”.
Passar as férias em Porto Seguro,de sunguinha preta ou azul-marinho,e levar pra praia uma caixa de isopor cheia de latinhas de cerveja e um “arrozinho” com frango e pequi; não pegar ninguém, e voltar pro Goiás falando que traçou "a muiezáda tudo".
Pedir a algum conhecido no início de uma fila grande para comprar os ingressos ou pagar as contas.
Saber jogar truco.
Saber que mulher sem namorado é queimação em Goiás.
Saber que qualquer motivo já basta pra formar uma dupla sertaneja.
Sempre carregar na mão o chaveiro,dois celulares e outras chaves.
Sempre começar e terminar a noitada em um posto de gasolina.
Sempre estar numa festa com uma latinha de Skol na mão e sem camisa.
Sempre falar pros amigos: "Não tem mar, vamo pro bar"
Sempre rir alto.
Ter no bolso um terceiro celular.
Ter uma amante.
Ter como inimigo número 1 qualquer brasiliense.
Ter sempre uma melhor amiga mais feia,para aparentar ser linda e não correr o risco de perder o namorado.
Ter uma caminhonete cabine dupla e um engate com um jet-ski,mesmo que não possua nenhum imóvel rural e que o Jet-ski esteja quebrado.
Torcer pra qualquer time de outro estado.
Usar o adesivo da academia no carro para ser identificada no trânsito pelos amigos.
Usar cinto com fivela de vaqueiro e calças apertadas que parecem surradas.
Usar um adesivo no carro com o nome da namorada ou a frase: “Nóis capota mais num breca”.
Ufanar-se: "Goiás é mais".
Usar sempre boné sem amassar o topete.
MOMENTOS SÉRIOS NESSE BLOG:
1) SER GOIANO (José Mendonça Teles, "Crônicas de Goiânia")
Ser goiano é carregar uma tristeza telúrica num coração aberto de sorrisos.
É ser dócil e falante, impetuoso e tímido.
É dar uma galinha para não entrar na briga e um nelore para sair dela.
É amar o passado, a história, as tradições, sem desprezar o moderno.
É ter latifúndio e viver simplório, comer pequi, guariroba, galinhada e feijoada, e não estar nem aí para os pratos de fora.
Ser goiano é saber perder um pedaço de terras para Minas, mas não perder o direito de dizer também uai, este negócio, este trem, quando as palavras se atropelam no caminho da imaginação.
O goiano da gema vive na cidade com um carro-de-boi cantando na memória.
Acredita na panela cheia, mesmo quando a refeição se resume em abobrinha e quiabo.
Lê poemas de Cora Coralina e sente-se na eterna juventude..
Ser goiano é saber cantar música caipira e conversar com Beethoven, Chopin, Tchaikovsky e Carlos Gomes.
É acreditar no sertão como um ser tão próximo, tão dentro da alma.
É carregar um eterno monjolo no coração e ouvir um berrante tocando longe, bem perto do sentimento.
Ser goiano é possuir um roçado e sentir-se um plantador de soja, tal o amor à terra que lhe acaricia os pés.
É dar tapinha nas costas do amigo, mesmo quando esse amigo já lhe passou uma rasteira.
O goiano de pé-rachado não despreza uma pamonhada e teima em dizer ei, trem bão, ao ver a felicidade passar na janela, e exclama viche, quando se assusta com a presença dela.
Ser goiano é botar os pés uma botina ringideira e dirigir tratores pelas ruas da cidade.
É beber caipirinha no tira-gosto da tarde, com a cerveja na eterna saideira.
É fabricar rapadura.
Ter um 'passopreto' nos olhos e um santo por devoção.
O goiano histórico sabe que o Araguaia não passa de um 'corgo', tal a familiaridade com os rios.
Vive em palacetes e se exila nos botecos da esquina.
Chupa jabuticaba, come bolo de arroz e toma licor de jenipapo.
É machista, mas deixa que a mulher tome conta da casa.
O bom goiano aceita a divisão do Estado, por entender que a alma goiana permanece eterna na saga do Tocantins.
Ser goiano é saber fundar cidades.
É pisar no Universo sem tirar os pés deste chão parado.
É cultivar a goianidade como herança maior.
É ser justo, honesto, religioso e amante da liberdade.
Brasília em terras goianas é gesto de doação, é patriotismo. Simboliza poder. Mas o goiano não sai por aí contando vantagem.
Ser goiano é olhar para a lua e sonhar, pensar que é queijo e continuar sonhando, pois entre o queijo e o beijo, a solução goiana é uma rima...
2) ESSE BLOG APÓIA A CAMPANHA, PORQUE CULTURA É COISA SÉRIA E MERECE RESPEITO,SIM.
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Um comentário:
Esqueçeu o "Soltar a Peia!", quando a mulher é encrenqueira demais e o cara resolve romper o relacionamento.
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